segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Altamiro Borges: "Cansei" da Hebe e da Regina Duarte


Sem conseguir retirar das suas mansões a “elite branca” e as “madames enfadadas”, segundo a ironia mordaz do insuspeito Cláudio Lembro, o movimento golpista “Cansei” resolveu apelar a alguns artistas para ludibriar os incautos e garantir público nas suas minguadas manifestações. O sofisticado folheto de convocatória do protesto na capital paulista, na semana passada, trouxe as imagens das animadoras de televisão Hebe Camargo e Ana Maria Braga, da atriz global Regina Duarte e da cantora Ivete Sangalo. A escolha destas figurinhas carimbadas, conhecidas por seus antigos laços de amizade com ricaços exibicionistas e notórios tucanos, não poderia ser pior.
Por Altamiro Borges*



Revista trás musas do Cansei na semana do dia 17

Para baratear os altos custos das agências de publicidade, o “Cansei” até poderia ter aproveitado a foto de capa de uma edição recente da revista Caras, especializada em bajular os bilionários e fazer futrica com as celebridades do meio artístico. Na foto aparecem, sorridentes e servis, Hebe Camargo, Ana Maria Braga e Regina Duarte no luxuoso casamento da filha de Geraldo Alckmin, ex-governador e candidato tucano rechaçado nas eleições presidenciais. Elas devem ter adquirido seus modelitos no paraíso de consumo das elites, a butique Daslu, onde a badalada noiva Sophia Alckmin foi gerente e deu uma mãozinha para intermediar negócios junto ao governo do seu pai.

“Perua assumida” e reacionária

A apresentadora Hebe Camargo já é famosa nos meios políticos. Ela se projetou na televisão nos anos de chumbo da ditadura militar e depois virou cabo-eleitoral de luxo do ex-governador Paulo Maluf, aparecendo “gratuitamente” nas suas propagandas eleitorais. Na sucessão presidencial de 2006, ela abandonou seu antigo protegido e fez campanha aberta para o tucano Geraldo Alckmin. As suas opiniões reacionárias também são conhecidas. Hebe usa a sua exposição na telinha para defender as piores causas. Em 2003, declarou ao vivo na SBT que mataria um menor acusado do assassinato de um casal de jovens. As fitas foram requisitadas pelo Ministério Público, taxadas de “incitamento ao crime”, e a apresentadora recuou: “Se me excedi, peço desculpas”. Também foi ativa militante da campanha contra o desarmamento. “Possuir arma é um direito do cidadão”.

Além de direitista e reacionária, Hebe Camargo é a expressão grotesca da “madame enfadada”, que está “cansada” de tanto luxo e ostentação. Segundo edição especial da revista Veja dedicada à “moda&estilo”, de maio de 2005, “certa vez ela fez um balanço de todas suas jóias. Depois de cobrir o chão de um cômodo inteiro com um tapete de brilhantes, pérolas, esmeraldas e outras pedras, chegou à conclusão de que não deveria comprar mais nenhuma peça. Durou pouco a sua decisão. Para o bem de seu humor e alegria da fila de joalheiros que a abastecem. Para Hebe, em se tratando de jóias, tamanho é documento. ‘Quando as pessoas vêm me mostra uma joinha, um anelzinho, digo logo que não combina comigo... Sou perua assumida e com muito orgulho’, diz”.

A “perua assumida” também gosta de colecionar Mercedes, que chegam a cinco na sua garagem. “Com rendimento mensal estimado em 1,2 milhão de reais, entre salário e merchandising, Hebe pode se entregar de corpo, alma e talão de cheque à paixão das jóias... ‘É difícil ter em São Paulo uma mulher que vença a Hebe Camargo em quantidade de jóias. Ela chega a comprar três peças por mês’, avalia um especialista do ramo... Como nenhuma mulher aparece na televisão com os seus tesouros – ou talvez nem saia de casa com eles –, Hebe Camargo permanece como a rainha dos quilates”, conclui a bajuladora reportagem da Veja. Ela realmente deve estar “cansada”!

De namoradinha à tucana

Já a atriz global Regina Duarte tem uma trajetória política errática. Durante a ditadura militar, ela foi a “namoradinha do Brasil”, participando de novelas que ajudaram a entorpecer a sociedade e a esconder os horrores das torturas e assassinatos. Posteriormente, como ela própria confessou, fez autocrítica e teve participação destacada na luta pela redemocratização, como na campanha das Diretas-Já. Nos anos da avalanche neoliberal, porém, converteu-se numa ativa militante do PSDB, ajudando nas duas campanhas de FHC e nas derrotadas empreitadas de Serra e Alckmin.

Na eleição presidencial de 2002, ela ficou famosa por aparecer no programa eleitoral tucano com a fisionomia apavorada e o bordão “eu tenho medo”, contra o risco da vitória de Lula. De forma hipócrita, ela agora engrossa o “Cansei”. Quando da chacina de Eldorado do Carajás, em abril de 1996, ela não surgiu na telinha para se solidarizar com as famílias dos camponeses mortos e para dizer que estava “cansada” da violência do amigo FHC. Em janeiro último, quando um acidente no Metrô abriu uma cratera num bairro central da capital e matou várias pessoas, a atriz global também não pintou na telinha para dizer que estava “cansada” do atual e do ex-governador. Pelo contrário. Pouco tempo depois foi um dos destaques do casamento da filha de Geraldo Alckmin.

“Ana ameba brega” e ACM

As duas outras estrelas que emprestaram suas imagens à campanha do “Cansei” são mais novatas na “política”. Ana Maria Braga, que o sarcástico José Simão apelidou de “Ana ameba brega”, só recentemente resolveu arriscar comentários políticos, entre uma receita culinária e uma fofoca no seu programa da TV Globo. Após o acidente da TAM, ela extravasou seu ódio ao atual governo. Após mostrar imagens da tragédia, dos “sinais obscenos” de Marco Aurélio Garcia, assessor do presidente, e da frase infeliz da ex-prefeita Marta Suplicy, concluiu em tom melodramático que Lula era culpado pelo acidente e convocou seus telespectadores para os protestos do “Cansei”.

Já Ivete Sangalo, presença obrigatória nos programas da TV Globo, preferiu nada falar durante o protesto do “Cansei”. Segundo alguns observadores, ela parecia envergonhada por ter cedido sua imagem. Já seu irmão, o publicitário Jesus Sangalo, é um dos mentores deste movimento golpista – o que pode ter influenciado a cantora. Isto não quer dizer que ela não tenha opiniões próprias e controvertidas. Em 2001, por exemplo, aderiu ao abaixo-assinado em apoio ao falecido coronel Antonio Carlos Magalhães – “um homem digno, coerente e honrado” e “um dos maiores políticos brasileiros de todos os tempos” –, quando este violou o painel de votação do Senado.

* Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi).



Wes Jeans

Hospedagem e Montagem: Fireball


Michael Wesley Jeans nasceu no Texas, EUA, em 1981 e começou a tocar guitarra na adolescência.
Influenciado por Stevie Ray Vaughan, ZZ Top e Johnny Winter entre outros, Wes faz aquele típico e explosivo blues texano.
"Hands On" é o seu primeiro álbum e foi lançado em 2000. A banda, nesse disco, era formada por Wes Jeans (guitarra e vocal), John Williams (baixo) e Lloyd Anderson (bateria).
Em 2006 saiu o segundo álbum, "Forest Of The Pine", que pretendo disponibilizar em breve.

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Hands On

Winrar 3.7.0 Final Version



WinRAR é um compactador RAR para Windows, inclusive com suporte a outros formatos. Ele promete compactar de 8% a 15% a mais que o seu principal concorrente: WinZIP. Portanto, se você não quer perder tempo para compactar e descompactar arquivos transmitidos pela Internet faça um "test drive" deste programa, que tem como diferencial um menu sempre interativo e navegável.
O WinRAR é um dos únicos softwares que trabalha com arquivos dos mais diferentes formatos de compressão, tais como: ACE, ARJ, BZ2, CAB, GZ, ISO, JAR, LZH, RAR, TAR, UUEncode, ZIP, 7Z e Z. Também suporta arquivos de até 8.589 bilhões de Gigabytes!

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Navegação amigável: Interface muito mais bonita, legível e fácil de consultar.
Consulta rápida: Consulte qualquer verbete de A a Z em frações de segundo, inclusive flexões de verbos e plurais.
Histórico recente: Consulte o histórico de suas pesquisas mais recentes.
Dicas para professor: Sugestões de uso do dicionário para educadores.
Pesquisa reversa: Procure por palavras citadas no texto dos verbetes.
Verbetes categorizados: Faça pesquisas por palavras filtradas em 15 categorias (adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, elemento de composição, interjeição, numeral, prefixo, preposição, pronome, substantivo, sufixo, verbo, gírias e estrangeiras).
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Conjugação de verbos: Conheça a conjugação completa dos verbos consultados, no texto do verbete.
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Copiar e colar: Copie e cole verbetes em seus arquivos.
Imprimir: Imprima verbetes diretamente do dicionário.

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sábado, 25 de agosto de 2007

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Risco e fragilidade



Jurandyr O. Negrão

As turbulências financeiras recentes, marcadas por quedas fortes das bolsas de valores ao redor do mundo e por fuga dos investidores rumo a aplicações de baixo risco – vale dizer, a títulos do Tesouro dos EUA –, interrompem um período bastante prolongado de “bonança” financeira. A aversão ao risco havia atingido níveis recordes de baixa, trazendo como contrapartida níveis ineditamente altos para os preços de várias categorias de ativos financeiros de maior risco, com destaque para os mercados acionários.

Ciclo de euforia

A crescente sede pelo risco observada nos últimos anos teve várias origens, que se reforçaram mutuamente.


Uma delas é o forte crescimento da economia mundial, fonte natural de otimismo. O ano de 2007 é o quinto consecutivo em que o mundo sustenta crescimento da ordem 5% ao ano. Trata-se do mais extenso período ininterrupto de forte expansão do pós-guerra.


Esse crescimento teve como um de seus motores a “explosão” da economia chinesa, que, ao pressionar a demanda por produtos primários (commodities agrícolas e minerais), facilitou enormemente o fortalecimento das contas externas dos países da periferia que têm nesses produtos a base de suas exportações (como os países da América Latina e os exportadores de petróleo). A falência das contas externas da América Latina, que mantinha o crescimento econômico na região quase estagnado desde o início dos anos oitenta, foi dissipada a uma velocidade surpreendente.


Vale lembrar que no período anterior de euforia financeira, nos anos noventa, os “emergentes” haviam sido os “elos fracos” que sofreram seguidas rupturas, dando origem a uma sucessão de crises financeiras (crises do México, em 94 e da Ásia, em 97; moratórias russa, em 98, e argentina, em 2001).


Ao iniciar-se a presente década os “emergentes” da Ásia já haviam “purgado”, via recessões violentas, a débâcle de suas contas externas. Eles foram menos favorecidos pela forte alta recente das cotações das commodities, mas valeram-se da base industrial que vinham constituindo desde os anos setenta para usufruir do forte crescimento do comércio mundial de manufaturas.

Fragilização

O foco da instabilidade financeira agora são as economias ricas. Contribuiu para a sua fragilização financeira a taxa de juros extremamente baixa praticada nos EUA entre 2001 e 2005 – que estimulou a procura por aplicações mais rentáveis, naturalmente também mais arriscadas.


Também contribuiu a experiência das crises financeiras prévias (além daquelas que já citamos, falamos da queda das bolsas de valores em 2001, que encerrou o ciclo de alta apelidado de “exuberância irracional”). Nessas crises foram raras as grandes instituições que sofreram perdas realmente severas: as operações de salvamento dos investidores empreendidas pelo FMI e pelos bancos centrais do países ricos foram extremamente “generosas”.

Isso criou uma percepção de que não havia motivo para abdicar de estratégias bastante arriscadas de investimento: se as apostas se revelassem erradas, as autoridades correriam a socorrer para evitar “riscos sistêmicos” de quebradeira de instituições financeiras.


Hoje o “elo fraco” que se rompe é o do mercado de construção residencial nos EUA. Depois de anos de euforia, com atividade febril de construção e preços em alta forte e contínua, o setor entrou em crise. O foco mais frágil é, como seria de esperar, o das hipotecas contratadas por famílias de renda mais baixa.


Essas operações de alto risco cresceram a uma velocidade vertiginosa, sobretudo quando a taxa de juros norte-americana estava baixíssima, tornando muito atrativo o endividamento. Só que à medida que, de 2005 para cá, as taxas de juros foram sendo aumentadas, uma proporção crescente das famílias de renda mais baixa não consegue manter em dia seus compromissos hipotecários.


Uma grande proporção dessas “promissórias” já não está nas mãos dos credores originais. Os títulos de dívida foram renegociados, tendo passado a outras mãos – muitas vezes em várias etapas, por meio de instrumentos financeiros sofisticados chamados derivativos. Teoricamente esses instrumentos permitem diluir riscos; nos momentos de stress, porém, constata-se que o risco básico – o de que o devedor originário não dê conta de pagar – continua presente. Só que não se sabe mais quem carrega o “mico”.


A grande surpresa recente foi a revelação de que grandes bancos da Europa se envolveram pesadamente nessa ciranda. As perdas potenciais montam a centenas de bilhões de dólares. A pressão por nova operação de salvamento reaparece, na forma de um clamor por uma redução da taxa de juros pelo banco central dos EUA (o Federal Reserve – FED) e por socorro do banco central europeu aos bancos fragilizados.


Também ressurgem vozes sugerindo a necessidade de - para preservar a atividade produtiva dos riscos derivados dos repetidos episódios de instabilidade financeira, e para poupar os contribuintes de seguidas operações de “socialização de prejuízos” de grandes detentores de riqueza – se criarem instrumentos mais eficazes de regulação sobre a atividade das instituições financeiras e dos chamados hedge funds (fundos de investimento gigantescos que não estão submetidos às regras de supervisão bancária). A resistência dessas instituições à redução de sua extrema liberdade de atuação é imensa, e seu lobby, poderosíssimo.

Como ficamos?

Não há como antecipar com um mínimo de segurança a extensão que alcançarão a turbulência atual e suas implicações. O risco de que os EUA entrem em recessão é real. As possíveis implicações sobre o Brasil devem ser menos dramáticas do que em outras ocasiões. Mas isso é tema para outro artigo.

Jurandyr O. Negrão é economista.

Pobre PT...

O Brasil dos cansados



Jorge Almeida

O movimento “Cansei”, iniciativa de parte da chamada “elite branca”, vem fazendo todo um estardalhaço, pronunciamentos e manifestações na fronteira do ridículo. E o Brasil, perplexo, querendo saber o motivo de tanto cansaço destes pretensos representantes de uma faixa de ricos empresários, mauricinhos e patricinhas com plumagem tucana, de um país onde 10% da população segue concentrando riquezas e ficando com cerca de 80% da renda nacional. Mas o cansaço do “Cansei” nos chama atenção para um outro cansaço, o do petismo.

Não foi a toa que o presidente Lula da Silva se mostrou revoltado declarando que não entendia este tipo de rejeição na medida em que, de acordo com suas próprias palavras, eles deviam era estar aplaudindo, pois nunca enriqueceram tanto.

E vejam que todos nós somos testemunhas de que Lula da Silva tem feito um grande esforço para esta turma não reclamar. Além da política econômica e das reformas neoliberalizantes que tem promovido, garante ainda o espaço nas esferas estatais de poder de grande parte dos representantes políticos desta riqueza que está nos partidos aliados e simbioticamente sustentando a sua “governabilidade”, como o PMDB, PP, PR, PTB e cia.

Este pessoal é mesmo muito perverso, pois Lula também tem se desdobrado em compromissos públicos sistemáticos com a permanência eterna desta desigualdade social e com a sobrevivência perpétua desta faustosa elite. Por exemplo, quando declarou, em discurso de abertura do 20º Congresso Brasileiro de Siderurgia, diante de 400 empresários que "nós queremos deixar o Brasil preparado no final do mandato para que vocês [grandes empresários] nunca mais tenham medo de eleição, porque ela pode mudar o homem que dirige o país, mas ela não muda as regras que foram consolidadas pela sociedade" (28 de maio de 2007).

As próprias declarações de Lula da Silva nos fazem pensar sobre seus significados mais profundos, sobre como expressa o sentimento de um outro importantíssimo grupo de cansados do Brasil pós 2003. Se a tradicional elite continua enriquecendo deste jeito - e fazendo manifestações tão fraquinhas e pouco representativas deles mesmos -, se a oposição política dos representantes burgueses não consegue apresentar um alternativa político-programática efetivamente de oposição (ou seja, realmente divergente do governo), é porque a prática concreta deste governo e do seu principal partido, o PT, também é a dos cansados.

Se esta elite, em pouco mais de um mandato petista, já está cansada da situação de oposição, a elite petista também se cansou logo que se acomodou nas poltronas governamentais.

Assim, sob o lema “deixa o homem trabalhar”, o PT já entrou bastante cansado no seu segundo mandato presidencial. Cansado de socialismo, cansado de lutar contra o capitalismo, cansado de combater o imperialismo, cansado de enfrentar o neoliberalismo, cansado de agitação, cansado de greve, cansado de ocupações, cansado de reforma agrária, cansado...

É neste quadro que também que será realizado o III Congresso do PT, que deverá reforçar ainda mais o velho e cansado Campo Majoritário do partido, seja qual for o nome que passe a usar, e deixar numa situação ainda mais isolada o que restou da antiga esquerda partidária - que ainda se declara esquerda, mas cada dia está mais complacente e resignada com o cansaço estratégico geral do seu partido.

Jorge Almeida é professor de Ciência Política e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas (UFBA). Autor de "Como vota o brasileiro" e de "Marketing político, hegemonia e contra-hegemonia".

Email: jorgealm@uol.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

Folha de S.Paulo - 2: Agora, o beijo.

Pelo segundo dia, a capa do jornal dedica-se a tentar criar constrangimento público e privado para o Presidente. Ninguém tem obrigação de gostar do cidadão Lula ou do governo. Mas uma coisa é discordar e atacar políticas. Outra é avacalhar a imagem.

Depois de avacalhar a imagem do Presidente da República no dia de ontem, com a foto dele e de sua esposa aparentemente com algo malcheiroso nas mãos, o capista da Folha de S. Paulo de hoje voltou ao ataque. Desta vez o míssil lançado contra o indesejável ocupante do Palácio do Planalto (aos olhos do capista e do jornal) foi uma foto do Presidente aparentemente de novo beijando a Ministra Nilcéa Freire na boca. A cabeça da legenda dizia: "aquele afago".

Sinceramente, é uma pouca vergonha. Mas não tem jeito: parece que o capista deu-se um senso de missão, de alguma forma dentro da linha editorial do jornal, de por em tela atitudes aparentemente vexatórias do Presidente. A do dia de ontem raiava o absurdo, porque deslocava o sentido da própria foto, em que o Presidente experimentava uma amostra de biodiesel, para aparentar que ele cheirava algo de odor desagradável. Isso numa página em que circundavam a foto manchetes sobre o caso Renan, o suposto mensalão cuja denúncia chegava ao Supremo, e sobre o caso Anac.

Agora nem isso existe: o propósito político simplesmente se resume a publicação de uma foto que evidentemente visa criar constrangimento público e privado para o Presidente. Nem se sabe da origem da foto, se foi coincidência, se o beijo existiu de fato assim como sugerido nela, etc. Com certeza o capista aderiu à nova teoria jornalística de Ali Kamel, da TV Globo, segundo a qual o jornalismo deve "testar hipóteses" ao invés de averiguá-las.

Ninguém tem obrigação de gostar do cidadão Lula, ou das políticas de seu governo. Muito pelo contrário: aqui mesmo na Carta Maior as críticas a políticas de seu governo são constantes, sobretudo na área econômica, nas contemporizações, na histórica lacuna de uma política de comunicação, pelo menos nos anos anteriores, na lentidão quanto à reforma agrária, etc.

Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Uma coisa é discordar e atacar políticas. Outra é avacalhar a imagem do Presidente. Isso só rima com a idéia de que afinal, esse é o Presidente que "esse povo" (o nosso) merece. Porque afinal, para esse tipo de mentalidade, ele (o nosso povo) não sabe votar. É a mentalidade de quem se achava, até o final de outubro de 2006, uma pedra no lago, para descobrir-se um alfinete num dedal.

HASSE WALLI - Pioneiro do Blues Finlandês


Atualmente podemos considerar Erja Lyytinen e Wentus Blues Band grandes nomes da nova safra de blues na Finlândia. Mas, em um país teoricamente sem tradição no estilo, quem poderia ser considerado um pioneiro ?
Hasse Walli é com certeza o primeiro nome a ser lembrado. Com 59 anos de idade, Hasse ensaiou os primeiros passos na música aos 9, tocando jazz na bateria, hábito que manteve por cerca de 8 anos. A guitarra veio por volta de 1962. Alguns anos depois já se apresentava com a Blues Section, apresentando uma fusão de Clapton e Hendrix em seu estilo de tocar. Algo nada convencional naquela época em seu país. Um duro golpe afastou Hasse dos palcos: ele quebrou o braço esquerdo em um grave acidente de carro. Somente em 1973, após uma segunda cirurgia ele recupera suas habilidades e volta a tocar. Nos anos 70 e 80, permanece na ativa com diversos projetos sempre envolvendo música folclórica finlandesa, rock e blues. Em 1992, completando 40 anos de carreira, vai até Dakar, Senegal, participar de um antigo projeto: "HASSE WALLI & ASAMAAN". No ano seguinte, volta com sua banda na clássica formação de power-trio e desde 2000 vem alternando suas apresentações com trabalhos em estúdio como produtor.
Assista os vídeos e conheça um dos mais importantes pioneiros do blues na Escandinávia. Nas apresentações, Walli é acompanhado por Mikko Vuorela (baixo) e Vesa Aaltonen (bateria).
Copiado de: BluesMaster

Foto: Nina Nordin (2002)



HASSE WALLI - CROSSROADS(Robert Johnson)

Gilberto Gil & Rita Lee - 1978 - Refestança
Gilberto Gil & Rita Lee - Refestança
Copiado de:MateCouro


sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O Alcorão - Em português


O ALCORÃO

Louvado seja Deus, Senhor do Universo, e que a paz e a misericórdia estejam com o Mensageiro e toda a sua estirpe, seus companheiros e seus seguidores!
O Alcorão é a palavra de Deus, revelada a Mohammad, desde a Surata da Abertura até a Surata dos Humanos, constituindo o derradeiro dos livros revelados à humanidade. Ele encerra, em sua totalidade, diversificadas nuanças, tais como: a felicidade, a reforma entre os homens, a concórdia no presente e no futuro; ele foi revelado, versículo por versículo, surata por surata, de acordo com as situações e os acontecimentos, no decorrer dos vente e três últimos anos da vida do Profeta Mohammad. Uma parte foi revelada antes da Hégira, em Makka, e outra depois, em Madina. Os versículos e as suratas revelados em Makka abrangem as normas da crença em Deus, em Seus Anjos, em Seus Livros, em Seus mensageiros e no Dia do Juízo Final. Os versículos e as suratas revelados em Madina dizem respeito aos rituais e à jurisprudência.
Paginas: 2008
Tamanho: 1387 KB

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Apostila Windows Vista

Excelente apostila sobre o Windows Vista. Aborda tudo que você pode imaginar que o Vista possua e um pouco mais. Excelente mesmo!

Tamanho: 2,56 Mb

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The Who - Thirty Years of Maximum R&B (1994)
















Diz o ditado que opinião é que nem bunda: todo mundo tem a sua e acha que a do outro fede. Assim, mesmo correndo o risco de vê-la acusada de mau cheiro, apresento aqui a minha opinião: The Who foi a maior banda de rock de todos os tempos. Os motivos para eu achar isso são diversos e alongariam demais este texto. Mas destaco dois.

Primeiro: Surgidos em 1965, estavam, musicalmente, milhas à frente de todos os contemporâneos, em especial a cozinha estupenda formada por Keith Moon e John Entwhistle. E não tinham um "quinto Who" para fazer por eles os arranjos e escalar músicos de estúdio.

Segundo: Pete Townhsend, o cérebro da banda, fugia dos clichês românticos da época e fazia letras sobre o mundo real, a começar pelo manifesto "My Generation". Volta e meia tinha músicas banidas da BBC por mexer com temas que desagradavam o bom gosto do público. Ao mesmo tempo, era, como a esmagadora maioria dos jovens, uma pessoa desgraçadamente comum, feio e desengonçado. Se McCartney pegava na mão da garota e Jagger passava a noite com ela, Townshend, a exemplo de Severus Snape, tocava umazinha olhando as fotos de Lilly.

Hoje, como acontece com tantas bandas, The Who virou paródia de si mesma, mas isso não desmerece em nada seu trabalho.

Para celebrar a banda, aqui está sua coletânea definitiva, uma caixa como quatro CDs que abrange toda a sua carreira – fora um último disco de estúdio lançado ano passado. Vai de canções gravadas quando ainda se chamava The High Numbers a uma cover de Elton John gravada em 1991, passando por clássicos, faixas inéditas, entrevistas e até vinhetas de rádios e esquetes cômicas. Numa delas, o doido e impagável Keith Moon fazia uma resenha literária ao som de "Laguna Sunrise", do Black Sabbath.
Copiado de: CavernaDoSom

Disco: 1
1. Pete Dialogue (Live)
2. I'm The Face (The High Numbers)
3. Here 'Tis (The High Numbers)
4. Zoot Suit (The High Numbers)
5. Leaving Here (The High Numbers)
6. I Can't Explain
7. Anyway, Anyhow, Anywhere
8. Daddy Rolling Stone
9. My Generation
10. The Kids Are Alright
11. The Ox
12. A Legal Matter
13. Pete Dialogue
14. Substitute (Live)
15. I'm A Boy
16. Disguises
17. Happy Jack Jingle
18. Happy Jack
19. Boris The Spider
20. So Sad About Us
21. A Quick One, While He's Away
22. Pictures Of Lily
23. Early Morning Cold Taxi
24. Coke 2
25. (This Could Be) The Last Time
26. I Can't Reach You
27. Girl's Eyes
28. Bag O'Nails
29. Call Me Lightning

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Disco: 2
1. Rotosound Strings
2. I Can See For Miles
3. Mary Anne With The Shaky Hand
4. Armenia City In The Sky
5. Tattoo
6. Our Love Was
7. Rael 1
8. Rael 2
9. Track Records/Premier Drums
10. Sunrise
11. Russell Harty Dialogue
12. Jaguar
13. Melancholia
14. Fortune Teller
15. Magic Bus
16. Little Billy
17. Dogs
18. Overture
19. Acid Queen
20. Abbie Hoffman Incident (Live)
21. Underture (Live)
22. Pinball Wizard
23. I'm Free
24. See Me Feel Me (Live)
25. Heaven & Hell
26. Pete Dialogue (Live)
27. Young Man Blues
28. Summertime Blues

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Disco: 3
1. Shakin' All Over
2. Baba O'Riley
3. Bargain (Live)
4. Pure & Easy
5. Song Is Over
6. Studio Dialogue
7. Behind Blue Eyes
8. Won't Get Fooled Again
9. The Seeker (Edited Version)
10. Bony Moronie (Live)
11. Let's See Action
12. Join Together
13. Relay
14. The Real Me
15. 5.15 (Single Version)
16. Bell Boy
17. Love Reign O'er Me

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Disco: 4
1. Long Live Rock
2. Life With The Moons
3. Naked Eye (Live)
4. University Challenge
5. Slip Kid
6. Poetry Cornered
7. Dreaming From The Waist (Live)
8. Blue Red & Grey
9. Life With The Moons 2
10. Squeeze Box
11. My Wife (Live)
12. Who Are You (Single Version)
13. Music Must Change
14. Sister Disco
15. Guitar & Pen
16. You Better You Bet
17. Eminence Front
18. Twist And Shout (Live)
19. I'm A Man (Live)
20. Pete Dialogue (Live)
21. Saturday Night's Alright (For Fighting)

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quinta-feira, 23 de agosto de 2007

office professional 2007




O novo Office 2007 oferece inovações para aumentar a produtividade. As melhorias começam pela interface dos aplicativos tradicionais como Word, Excel, PowerPoint, Access e Outlook. Tudo está muito mais fácil de achar através da interação das ferramentas pelas abas. Operações de edição e formatação demoram muito menos tempo para serem realizadas, assim você não gasta tempo com tarefas mais simples.

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Estilo: Aplicativos
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Tamanho: 38 MB (partes)
Formato: Rar
Idioma: Português
Copiado de: BaúDownloads
Serial Lista

GOMPLAYER VIDEO


TAÍ UM PLAYER DE RESPEITO E LEVA COM LOUVOR O CARIMBO DA BAÚ ,SE NÃO QUISER TER MAIS PROBLEMAS COM CODECS ,FORMATOS E LEGENDAS ENTÃO VOCE PRECISA INSTALAR O GOMPLAYER,REPRODUZ PRATICAMENTE TUDO ,COM UMA RESOLUÇÃO EXCELENTE, É FACILIMO DE SE OPERAR, ELE VEM CONQUISTANDO SEU ESPAÇO COMO UM DOS PLAYERS MAIS COMPLETOS , ESQUEÇA O WMP E OUTRAS TRANQUEIRAS QUE EXISTEM POR AI,INSTALE HOJE MESMO O GOMPLAYER.

Moleskinsoft Clone Remover v.2.5


O Moleskinsoft Clone Remover permite encontrar arquivos duplicados em diferentes pastas ou drives de seu computador. Com ele você pode selecionar os locais a serem pesquisados e pode filtrar sua busca por tipos de arquivo. O programa detecta arquivos duplicados mesmo que estes possuam nomes diferentes mas não possui nenhum controle sobre os critérios de comparação. O resultado da pesquisa por duplicatas é exibido na tela para verificação e após a verificação a interface do programa permite mover, copiar ou deletar os arquivos apontados.




Mundo - O verdadeiro choque de civilizações

Leonardo Boff * Adital -

A expressão "choque de civilizações" como formato das futuras guerras da humanidade foi cunhada pelo fracassado estrategista da Guerra do Vietnã Samuel P. Huntington. Para Mike Davis, um dos criativos pesquisadores norte-americanos sobre temas atuais como "holocaustos coloniais" ou "a ameaça global da gripe aviária", a guerra de civilizações se daria entre a cidade organizada e a multidão de favelas do mundo. Seu recente livro "Planeta Favela" (2006) apresenta uma pesquisa minuciosa (apesar da bibliografia ser quase toda em inglês) sobre a favelização que está ocorrendo aceleradamente por todas as partes. A humanidade sempre se organizou de um jeito que grupos fortes se apropriassem da Terra e de seus recursos, deixando grande parte da população excluída. Com a introdução do neoliberalismo a partir de 1980 este processo ganhou livre curso: houve uma privatização de quase tudo, uma acumulação de bens e serviços em poucas mãos de tal monta que desestabilizou socialmente os paises periféricos e lançou miilhões e milhões de pessoas na pura informalidade. Para o sistema eles são "óleo queimado", "zeros econômicos", "massa supérflua" que sequer merece entrar no exército de reserva do capital. Essa exclusão se expressa pela favelização que ocorre no planeta inteiro na proporção de 25 milhões de pessoas por ano. Segundo Davis 78,2% das populações dos paises pobres é de favelados (p.34). Dados da CIA de 2002 dava o espantoso número de 1 bilhão de pessoas desempregadas ou subempregadas favelizadas.

Junto com a favela vem toda a corte de perversidades, como o exército de milhares de crianças exploradas e escravizadas, como em Varanasi (Benares) na Índia na fabricação de tapetes, ou as "fazendas de rins" e outros órgãos comercializados em Madras ou no Cairo e formas inimagináveis de degradação, onde pessoas "vivem literalmente na m" (p.142).

Ao Império norte-americano não passaram desapercebidas as conseqüências geopolíticas de um "planeta de favelas". Temem "a urbanização da revolta" ou a articulação dos favelados em vista de lutas políticas. Organizaram um aparato MOUT (Military Operations on Urbanized Terrain: operações militares em terreno urbanizado) com o objetivo de se treinarem soldados para lutas em ruas labirínticas, nos esgoto, nas favelas, em qualquer parte do mundo onde os interesses imperiais estejam ameaçados. Será a luta entre a cidade organizada e amedrontada e a favela enfurecida. Um dos estrategistas diz friamente: "as cidades fracassadas e ferozes do Terceiro Mundo, principalmente seus arredores favelados, serão o campo de batalha que distinguirá o século XXI; a doutrina do Pentágono está sendo reconfigurada nessa linha para sustentar uma guerra mundial de baixa intensidade e de duração ilimitada contra segmentos criminalizados dos pobres urbanos. Esse é o verdadeiro choque de civilizações"(p.205).

Será que os métodos usados recentemente no Rio de Janeiro com a militarização do combate aos traficantes nas favelas, com verdadeiras execuções, já não obedece a esta estratégia, inspirada pelo Império? Estamos entre os paises mais favelizados do mundo, efeito perverso provocado por aqueles que sempre negaram a reforma agrária e a inclusão social das grandes maiorias, pois lhes convinha deixá-las empobrecidas, doentes e analfabetas. Enquanto não se fizerem as mudanças de inclusão necessária, continuará o medo e o risco real de uma guerra sem fim.


* Teólogo. Membro da Comissão da Carta da Terra
Reforma agrária e capitalismo



Wladimir Pomar


As forças populares brasileiras jamais conseguiram reunir força suficiente para impor uma reforma agrária, mesmo limitada aos latifúndios improdutivos e às terras devolutas da União. Sequer foram capazes de unificar os pequenos proprietários rurais aos antigos camponeses sem-terra (rendeiros, foreiros, "agregados"), num só movimento de democratização da propriedade territorial.

Parte dos pequenos proprietários rurais só despertou para a reforma agrária quando o capitalismo deu início à modernização dos latifúndios. Primeiro, nos anos 1950, quando o capital empurrou do campo para as cidades os milhões de trabalhadores necessários para a industrialização. Depois, a partir dos anos 1960-70, quando o capital colocou em prática sua lei, já apontada por Marx, de destruição e recriação constante de seus diversos setores (chamada de "destruição criativa", por Schumpeter), passando a expropriar a economia dos camponeses, e ameaçando sua existência como classe.

Como toda classe social só subsiste à medida que consegue transformar-se em porta-voz dos interesses da "sociedade", o movimento camponês pensa transformar sua defensiva em ofensiva, com o argumento de que a pequena agricultura pode atender às "demandas históricas da sociedade brasileira", em termos de saneamento, moradia e alimentos. Como a pequena agricultura não é dominante, a dificuldade é dupla: demonstrar que pode se tornar dominante e, ao mesmo tempo, que pode atender a tais "demandas históricas".

A agricultura camponesa só teria condições de se tornar dominante se realizasse uma profunda revolução agrária, quando a maior parte da agricultura brasileira era dominada pelos "velhos latifúndios", e seu desmembramento não representaria qualquer retrocesso no avanço das forças produtivas e no atendimento das "demandas históricas". Hoje, diante da forte agricultura capitalista, capaz de suprir as necessidades de matérias-primas para a indústria e de alimentos para a população, o atendimento das "demandas históricas" só pode ser realizado se aproveitarmos os avanços tecnológicos do "agronegócio” e corrigirmos suas distorções, através da substituição da propriedade capitalista pela socialista.

Por outro lado, isso não significa que a necessidade da reforma agrária tenha sido superada. O próprio capitalismo a repôs na ordem do dia, ao concentrar ainda mais a propriedade fundiária e manter um número considerável de latifúndios improdutivos. Assim, embora não consiga atender àquelas "demandas históricas", nem competir com o agronegócio, a pequena agricultura é fundamental para democratizar a propriedade e, no estágio atual do capitalismo, para ampliar a presença da classe trabalhadora assalariada na sociedade.

É num quadro como esse que se impõe realçar o papel democrático e progressista que a reforma agrária pode desempenhar. Esta é, certamente, uma das missões estratégicas que o governo Lula pode realizar. Mas ela ainda é uma missão eminentemente "burguesa", de resgate da força da pequena propriedade camponesa, embora carregue junto um componente socialista, ao resgatar também a força social da classe trabalhadora.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

Frankenstein vive



Luiz Eça

“Nas esferas do governo, devemos nos proteger contra a influência injustificada exercida pelo complexo militar-industrial. A possibilidade do surto desastroso de um poder mal orientado existe e permanecerá. Não devemos nunca permitir que o peso desta coalizão
ameace as nossas liberdades ou os processos democráticos”.

Dwight Eisenhower, em seu discurso de despedida da presidência dos Estados Unidos

As recentes posições assumidas em política internacional pelos pré-candidatos presidenciais do Partido Democrata foram de nenhum republicano da pesada botar defeito. Ambos querem o bombardeio do Irã caso persista em seu programa nuclear. Obama ainda topa reunir-se com o presidente Ahmadinejad, coisa que Hilary renega. Mas ambos concordam que, estando Bin Laden localizado no Paquistão, bomba nele, ainda que isso cause danos naquele país amigo. Até mesmo bomba atômica, ruge a mulher de Clinton.

O que levaria esse alinhamento com o governo Bush de políticos tido como progressistas e defensores dos direitos humanos?

Para entender esta questão, voltemos para 1961, quando o presidente Eisenhower alertou a nação do perigo representado pelo chamado “complexo militar-industrial”. Ele admitia que, face aos desafios da guerra fria, o país fora obrigado a criar uma imensa máquina militar, que exigia permanentemente verbas orçamentárias gigantescas. Formara-se então um poderoso setor industrial nessa área, associado a políticos e chefes militares, que poderia influir excessivamente no governo do país.

E foi o que aconteceu. A produção de armamentos cresceu sempre, alimentada não só pela guerra fria mas também por outras guerras como as da Coréia e do Vietnã. E, junto com ela, o poder do complexo industrial-militar.

Em 1976, a eleição de Jimmy Carter com uma plataforma de promoção dos direitos humanos e restrições ao comercio de armas ameaçou esse status quo. A reação foi uma campanha articulada através de lobbies e da imprensa contra Carter. Deu certo, venderam ao povo a idéia de que a gestão do líder democrata fora fraca.

Com a eleição do republicano Ronald Reagan o país voltou a investir pesado em armamentos, assim continuando nos governos seguintes.

Finda a guerra fria, ”o complexo militar-industrial não desapareceu, simplesmente reorganizou-se” (revista Foreign Policy in Focus, 1999). E os Estados Unidos, em vez de reduzir suas forças armadas, trataram de aumentar seu poderio. Elas passaram a ser usadas como instrumento de intimidação para a consolidação da hegemonia global.

Para viabilizar esta estratégia, os orçamentos militares americanos vêm crescendo sempre. De 304 bilhões de dólares em 1991 (último ano da União Soviética) chegaram, em 2007, a 532 bi, sem contar os 100 bilhões gastos no Iraque e no Afeganistão.

Com esses aportes de somas estratosféricas, as forças armadas americanas chegaram a um nível de poder de fogo e avanço tecnológico que deixaria os exércitos da 2ª. Grande Guerra na idade da pedra.

Através da doutrina da “preemptive war”, George W. Bush deixou claro que os Estados Unidos atacariam quem quisessem, sempre que sentissem seus interesses vitais ameaçados. E com uma força que nem todos os exércitos do mundo poderiam enfrentar. A invasão do Iraque mostrou que ele não estava brincando.

O medo despertado pela agressividade e o poder militar americano é certamente a principal razão

que leva os países da Europa a, via de rega, acompanhar as posições de Washington. Mas não é a única. Eles ainda não conseguiram romper sua relação umbilical com os Estados Unidos, em parte por que, embora não exista mais a ameaça soviética, já se acostumaram a ver os americanos como seus protetores e ainda não se sentem à vontade para se opôr a eles.

É verdade que a Alemanha e a França criticaram a forma com que Bush desrespeitou a ONU e o direito internacional no caso do Iraque. Mas, assustados por sua audácia, voltaram rapidamente atrás, apoiando, posteriormente, a participação da comunidade internacional na gestão do Iraque ocupado.

O atentado de 11 de setembro tem sido usado eficazmente pelo governo Bush para aterrorizar seu povo e convencê-lo da necessidade de se manter o país em pé de guerra contra os terroristas e os países que presumivelmente os apoiariam. Foi assim que os americanos aplaudiram a invasão do Iraque e aceitam a idéia de, em último caso, bombardear as instalações nucleares do Irã, como tendem a aceitar ataques “overseas” sempre que sua segurança estiver em jogo. De olho nas eleições de 2008, os liberais Hillary e Obama não pensam em contrariar a opinião pública. Pelo contrário, esmeram-se em se mostrar agressivos no relacionamento com os chamados “estados párias” (rogue states), os países rebeldes à supremacia americana: Cuba, Irã, Síria, Coréia do Norte e Venezuela. Nenhum deles propôs uma nova diplomacia, baseada em contatos diretos com todas as partes, buscando soluções justas e imparciais para os contenciosos internacionais.

Se esse caminho fosse seguido, se os Estados Unidos renunciassem ao emprego de ameaças e da força, não haveria por que continuar a manter forças armadas colossais. Os recursos orçamentários hoje destinados a elas poderiam ser deslocados para atender a um problema da maior seriedade que hoje aflige o país: a crise de sua infra-estrutura, da qual a inundação de Nova Orleans e a queda da ponte de Minneapolis são sintomas.

Relatório da ASCE (Sociedade Americana de Engenheiros Civis) revela a deterioração dos serviços públicos em 12 áreas – entre as quais energia elétrica, estradas, pontes e represas - totalmente abandonadas nos dois governos Bush. O relatório conclui que, nos próximos 5 anos, seriam necessárias obras avaliadas em cerca de 1,6 trilhão de dólares, sob pena de iminente colapso.

Teria o governo americano condições políticas para poder trocar os investimentos na defesa por investimentos na infra-estrutura, como o bem estar do país exige?

Hoje a indústria de guerra americana movimenta negócios no valor de 100 bilhões de dólares anuais. Trabalham para ela cerca de 5 milhões de pessoas. Somando os militares da ativa e da reserva , temos 15 milhões que compõem a população total do complexo industrial-militar.

Cortar radicalmente os financiamentos que mantém essa conjunção extremamente poderosa de interesses econômicos e pessoais parece uma missão impossível. Como o dr. Frankenstein, a sociedade americana criou um monstro que pensava poder controlar.

E como aconteceu na história, essa proposição se inverteu.

Luiz Eça é jornalista.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Curiosidades - Anos 1600 a 1700

Ao se visitar o Palácio de Versailles, em Paris, observa-se que o suntuoso palácio não tem banheiros. Na Idade Média, não existiam escovas de dente, perfumes, desodorantes, muito menos papel higiênico. As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio. Em dia de festa, a cozinha do palácio conseguia preparar banquete para 1.500 pessoas, sem a mínima higiene. Vemos nos filmes de hoje as pessoas sendo abanadas. A explicação não está no calor, mas no mau cheiro que exalavam por debaixo das saias (que eram propositalmente feitas para conter o odor das partes íntimas, já que não havia higiene). Também não havia o costume de se tomar banho devido ao frio e à quase inexistência de água encanada. O mau cheiro era dissipado pelo abanador. Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, para dissipar o mau cheiro que o corpo e boca exalavam, além de também espantar os insetos. Quem já esteve em Versalies admirou muito os jardins enormes e belos que, na época, não eram só contemplados, mas "usados" como vaso sanitário nas famosas baladas promovidas pela monarquia, porque não existia banheiro. Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a incomodar, as noivas carregavam buquês de flores, junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí termos "maio" como o "mês das noivas" e a explicação da origem do buquê de noiva. Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não jogue o bebê fora junto com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos. Os telhados das casas não tinham forro e as vigas de madeira que os sustentavam era o melhor lugar para os animais - cães, gatos, ratos e besouros se aquecerem. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais a pularem para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo canivete" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" (está chovendo gatos e cachorros). Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, fazendo com que muita gente morresse envenenada. Lembremo-nos de que os hábitos higiênicos, da época, eram péssimos. Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, venenosos. Os copos de estanho eram usados para cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão" (numa espécie de narcolepsia induzida pela mistura da bebida alcoólica com óxido de estanho). Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estivesse morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu o velório, que é a vigília junto ao caixão. A Inglaterra é um país pequeno, onde nem sempre havia espaço para se enterrarem todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos retirados, postos em ossários, e o túmulo utilizado para outro cadáver. As vezes, ao abrirem os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao se fechar o caixão, amarrar uma tira no pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo, durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", expressão usada por nós até os dias de hoje.

VIVENDO E APRENDENDO...


A Banda Podre da Mídia!!!

Capa da 'Folha' comete agressão contra Lula


Em matéria de agressão ao presidente da República, o capista da Folha de S.Paulo de hoje (22/08) merece receber nota 10, aprovação "cum suma et maxima laude" ou algo assim, conforme os ritos acadêmicos. É difícil dizer o que preside a capa do jornal, se a sutil grosseria ou a grossa sutileza.

Por Flávio Aguiar



Reprodução da capa da Folha desta quarta-feira: manipulação

A grosseria fica por conta da montagem da foto do presidente e da primeira-dama, D. Marisa, com cara de "cheirei e não gostei". O presidente Lula está cheirando os próprios dedos, e D. Marisa está examinando a textura de algo que tem entre os seus. Na mão do presidente está um frasco de laboratório com um líquido castanho. Tudo sugere que o presidente tenha água de esgoto entre seus próprios dedos.

A foto vem cercada por três manchetes: "PF vê problema na defesa de Renan", "STF inicia hoje julgamento dos 40 denunciados pelo mensalão" e "CPI quebra sigilo de diretora da Anac suspeita de mentir à Justiça". Além disso, a chamada da legenda da foto é "Sujando as mãos".

Dentro do caderno, a proeza se repete na página A10. Esta página trata quase exclusivamente do caso do "Julgamento do mensalão", chapéu das matérias. De quebra, só há uma referência a Lula ter declarado que o PT precisa considerar apoio a Ciro Gomes em 2010. No centro da parte superior da página, nova foto do presidente com o frasco cheio de líquido cuja cor lembra lama ou merda, cheirando o conteúdo. Logo abaixo da foto vem a chamada "Os 40 denunciados" encabeçando a lista daqueles cujos nomes estão no processo cuja aceitação o STF começa a julgar.

É inequívoca a conotação "Ali Lulá, quero dizer, Babá e os 40 ladrões", onde começa a sutileza, ainda que grosseira, da montagem de manchetes, temas e fotos, perpetrada pela edição.

A grossa sutileza prossegue: as fotos do presidente e da primeira-dama são de uma visita de ambos a uma usina de biodiesel em Lins, no interior de São Paulo, para sua inauguração. Ao mesmo tempo, portanto, em que se procura avacalhar a figura do presidente, procura-se também desqualificar uma das principais iniciativas do atual governo, em torno do biodiesel, que pode fazer avançar a agricultura familiar em diversas regiões do país. No capacete do primeiro mandatário, em ambas as fotos, é perfeitamente legível a palavra "Biodiesel", em letras destacadas e azuis.

Para prosseguir na linguagem sugerida por essa montagem digna de imprensa marrom, pode-se perguntar o que as fotos têm a ver com as calças. É óbvio: por todo lado discute-se e especula-se em torno das questões de se o Supremo aceitará ou não a denúncia, quais denúncias aceitará, e nesse caso que julgamento final fará. O que a montagem conota é que, se o destino dos "40 ladrões" é incerto (até mesmo o do ex-deputado José Dirceu), "Ali Lula" já está condenado de antemão como "o chefe da quadrilha", torcendo até mesmo o significado do título do conto de Sheerazade.

Esse feito do capista da Folha deve estar provocando roídas de unha e rilhar de dentes (de inveja) entre os que disputam o prêmio jornalístico de avacalhação do presidente.

O curioso é o que estará provocando entre os correligionários do próprio presidente, se é que estará provocando algo. Porque um grande número desses correligionários, como se sabe muito bem, está se lixando para tais avacalhações, e dá seguramente alguns de seus dedos e anéis para aparecer, e de qualquer jeito, nas páginas e nas telas dessa mesma mídia que continuamente os avacalha e despreza as idéias pelas quais, supostamente, deveriam se bater.


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Copiado de:DeGraçaEMaisGostoso

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