quarta-feira, 18 de julho de 2007

Um crack no cérebro

A dependência física da 'pedra' acontece, não raro, na primeira "pipada" e pode levar à morte por sua ação fulminante sobre o sistema nervoso central

O efeito do crack dura, em média, cinco minutos. Mas o resultado é devastador, pois os pulmões absorvem quase 100% da droga inalada. As primeiras reações do crack são uma euforia plena, que some repentinamente depois que o “barato” da droga passa, seguida por depressão, inquietação e ansiedade. Por isso, “as pessoas sentem um desejo incontrolável de usá-la novamente, para manter o organismo em ritmo acelerado, prolongar o prazer e afastar os sinais desconfortáveis da abstinência. Tudo isso, no entanto, favorece uma rápida dependência física”, explica Hamer Nastasy Palhares Alves, responsável pelo Ambulatório de Crack e Cocaína da Unidade de Dependência de Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“O grande desafio do tratamento é manter o paciente motivado em permanecer abstêmio, e para isso ele deve evitar o álcool — que é um freqüente gatilho para o consumo do crack — e mudar o seu estilo de vida”, esclarece o especialista.

O que é?
O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada. Pode também ser obtido a partir da pasta de cocaína. A droga se apresenta na forma de pequeninas pedras e é até cinco vezes mais potente do que esta última. É mais barato do que ela e, por isso, se difundiu tão rapidamente em todo o mundo.

Como é consumido?
A principal forma é pela inalação da fumaça produzida pela queima da pedra. Para fumar, é necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo — mas muitos usuários, na ausência deste, usam latas, garrafas plásticas, canudos ou canetas.

RECONHEÇA OS SINAIS DE DEPENDÊNCIA
• Lábios, língua e garganta ressecados. Tosse, congestão nasal (nariz entupido), expectoração de muco escuro e danos aos pulmões.
• Na primeira fase de uso, o usuário apresenta hiperatividade, disposição, insônia, desnutrição e perda brusca de peso.
• O uso constante provoca cansaço intenso, tremores, depressão, desinteresse sexual, apatia...Em alguns casos, alucinações, delírios e sintomas paranóicos (sensação de estar sendo vigiado ou perseguido).
• Comportamento violento e muitas vezes inadequado.
• Muitos abandonam hábitos de higiene e cuidados pessoais.
• A “fissura” para fumar novamente e adquirir mais e mais droga pode arrasar o indivíduo financeiramente.
• Contrações no peito, seguidas de convulsões e coma. Arritmias, derrame cerebral e aumento da pressão arterial, fator que pode aumentar o risco de um ataque cardíaco.

ONDE PROCURAR AJUDA
• Unidade de Tratamento e Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): www.uniad.org.br
• Programa Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein: www.einstein.br/alcooledrogas
• Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP): www.abpbrasil.rog.br
• Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad): www.senad.gov.br



Fonte: Viva Saúde - UOL

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