quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Gordinhos e despreparados


















As medidas que o governo Yeda anunciou para aumentar o sempre deficiente efetivo da Brigada Militar não passam pela chamada de homens e mulheres concursados e treinados para o policiamento ostensivo. Ao contrário, como bem aponta o experiente jornalista da área policial, Wanderley Soares em sua coluna no jornal O Sul, Yeda optou por gordinhos e despreparados, ou seja, vai chamar 700 PMs aposentados e abrir a possibilidade de contratação de até 1.500 jovens que recém cumpriram o serviço militar. Os aposentados que quiserem voltar à ativa, terão o acréscimo de um salário mínimo regional aos seus proventos e os miliquinhos, por serem temporários, não terão vínculos permanente com a corporação. Os primeiros, por estarem em sua maioria fora de forma, não poderão atuar sozinhos. Os outros, por não terem passado por treinamento específico completo, também não. Por estas razões, convém não formar duplas com um aposentado e um temporário já que o serviço efetivo, a priori, será precário.

Para compensar a debilidade das medidas, Yeda cedeu o Palácio Piratini para que o new-secretário de Segurança Edson Goularte fizesse o anúncio. O evento foi montado com pompa sobre o tema "apresentação de projetos destinados a ampliar o efetivo da Brigada Militar" mas o que se viu foi uma tentativa de transformar em solução o que não passa de um remendo.

Detalhe: coube ao secretário Goularte iniciar a exposição mas logo teve a cena roubada pelo comandante-geral da Brigada, coronel Paulo Roberto Mendes. Certo é que não havia muito para dizer".

Wanderley, que qualificou Mendes como "onipresente", sentenciou: "O clamor da sociedade é por um salto qualificado em toda a estrutura da segurança pública. Digamos que isso não seja possível. Há décadas que esse discurso vem sendo repetido, não obstante seja bem diferente em período eleitoral. Não sendo possível o novo, que seria o salto qualificado, apela-se para os remendos, para as improvisações. Também é possível entender. Só não é possível entender que os remendos, as improvisações, recebam duas ou mais demãos para parecerem coisa nova". Enquanto isso no Presídio Central, no Instituto Psiquiátrico Forense... (Maneco)

Ilustração: Hupper

Nenhum comentário: