Os frutos da terra | | | |
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Os frutos da terra, novela que deu o Prêmio Nobel de Literatura ao escritor norueguês Knut Hamsum em 1917, deveria ser livro-texto nos cursos de economia e de sociologia rural.
Através da história de um posseiro que desbrava uma terra até então inexplorada, nos confins da Noruega, Hamsum encadeia, um por um, os passos que seu personagem principal - Isak, o infatigável trabalhador - segue para transformar a terra virgem da qual se apossou em uma unidade agrícola produtiva.
Desde o primeiro plantio (com sementes que carregou nas costas durante a longa viagem a pé desde sua terra natal ao ermo em que decidiu fixar-se) até a realização desse projeto, Isac toma decisões atinadas: levantamento das cercas; aquisição dos primeiros animais; edificação do curral, construção do celeiro, da serraria, da forja, dos canais de irrigação; a compra do trator. A seqüência mostra a preocupação principal do camponês: primeiro a produtividade da sua terra, depois as melhorias destinadas ao conforto.
Mas este roteiro não é mais do que o leito sobre o qual flui um rio de reflexões a respeito da grandeza e da mesquinharia do ser humano; da condição feminina; da modernidade; da cidade e do campo; da relação do homem com a natureza; do sentido da existência. Como em todas as grandes novelas, isto se faz através de envolventes histórias nas quais seus personagens vão ganhando vida.
"Os frutos da terra" é um livro para ser lido e relido por aqueles que querem conhecer melhor o ser humano e entender um pouco mais o universo mental das pessoas que vivem no meio rural. |
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