quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pobre São Paulo.....

Desgoverno demotucano em SP "some" com vagas no ensino infantil 

Atraso na entrega de escolas na rede municipal leva ao corte de lugares na pré-escola, deixando mais de 120 mil crianças sem vaga. Zerar deficit de vagas até o final de 2012 é uma das principais promessas de campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM), cujo governo é conduzido por tucanos ligados a José Serra.

A fila de espera por um lugar em creches e pré-escolas na rede municipal de São Paulo ganhou 22 mil crianças a mais neste ano -o fim do deficit de vagas na educação infantil foi uma das principais promessas de campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
A lista, que já tinha 101 mil nomes, chegou a 123 mil em março deste ano. Do novo contingente, 11 mil estão em busca de creche (0 a 3 anos) e outras 11 mil, de pré-escola (4 a 5).

A fila por creche aumentou apesar de a prefeitura ter feito 7.000 matrículas a mais neste ano. Na pré-escola, porém, ela cresceu porque o governo fechou vagas em escolas com excesso de alunos. O corte ocorreu para reduzir o tamanho das turmas, eliminar o terceiro turno em algumas unidades e redistribuir a rede conveniada, que passou a priorizar creche.
A ideia era compensar o corte com novas unidades, mas as obras atrasaram. Das 142 escolas anunciadas no ano passado (85 mil vagas previstas), só oito estão em construção. O resto deve ser entregue só em 2011.

Com isso, o total de matriculados em pré-escola recuou de 308 mil para 285,8 mil neste ano -22,2 mil vagas a menos. O relatório é o primeiro em que há corte de matrícula e alta do deficit. "Não acho bom criança fora da escola. Tanto que construímos 63 Emeis [pré-escolas]. Mas não posso deixar a escola um depósito, como era", disse à Folha o secretário da Educação, Alexandre Schneider. "Já melhoramos muito."

Schneider disse que esperava que o plano de obras "caminhasse mais rapidamente". Segundo ele, houve dificuldade em encontrar terrenos disponíveis e conseguir as licenças para a construção.

Sobre o aumento da demanda em toda rede, ele diz que a própria expansão faz a fila aumentar. "O pai começa a ver como possível a matrícula."

"O sistema precisa de planejamento adequado. Houve erro na previsão", diz o pesquisador Rubens Camargo, da Faculdade de Educação da USP.

"A prefeitura deve se organizar para não seguir nessa omissão", afirma o defensor público estadual Flávio Frasseto.

Sem trabalhar

Segundo o governo, nenhum aluno que estava na rede perdeu a vaga, mas o corte impediu que crianças entrassem no sistema e tornou mais difícil a vida de Eduardo, 4. "Ele está na fila há quase um ano. Não trabalho, não tenho onde deixá-lo", diz Rosilene dos Santos Silva, 32, do Jd. Felicidade (zona norte).

Pesquisas indicam que quem cursa o infantil tem resultados melhores em toda a vida escolar. Segundo a prefeitura, a migração das crianças de seis anos do infantil para o fundamental neste ano não tem impacto na queda das matrículas (quase todas crianças dessa idade já iam para o fundamental).

Fonte: Folha de S. Paulo

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