A situação do Acre que está na contramão da tendência nacional de
eleger Dilma Rousseff (PT) à presidência no primeiro turno, segundo as
recentes pesquisas, parece começar a mudar. Pelo menos ao que se refere à
visibilidade da campanha da petista. Já se pode ver placas com a
propaganda de Dilma nas ruas das cidades acreanas. Além disso, o
diretório regional do PT tem promovido diversos atos para tornar a
presidenciável mais conhecida no Estado. Sem falar no esforço dos
candidatos majoritários da FPA, Tião Viana (PT), Jorge Viana (PT) e
Edvaldo Magalhães (PCdoB) que têm colocado a questão como prioritária
nos seus discursos.
Suplente
do senador Tião Viana e um dos coordenadores da campanha da FPA, Aníbal
Diniz (PT), conversou, ontem, com A GAZETA, sobre o assunto. “Têm dois
fatores importantes: o empenho das nossas lideranças se esforçando para
mostrar à população o quanto uma eleição da Dilma é importante para o
Acre. Que isso poderá nos deixar com um canal mais aberto para o diálogo
e conseguir os pleitos junto à Brasília. O segundo foi o efeito do
crescimento da Dilma no plano nacional que passou o Serra (PSDB) e deu
um salto fenomenal. Uma diferença que nem o presidente Lula candidato à
reeleição conseguiu. Esse efeito começa a ser sentido por aqui e a
tendência é a gente ainda melhorar muito mais esse crescimento no Acre
até chegar a uma vitória”, garantiu.
A relação política do AcreAníbal Diniz, acredita que uma eventual vitória eleitoral da Dilma no Acre facilitaria o diálogo com o futuro governo. “Agora, está de maneira clara que Dilma pode ganhar no primeiro turno. Isso nos facilita o diálogo com os eleitores. Neste caso, o Acre sendo um Estado dependente das verbas federais não fica bem a gente contrapor as ordens das coisas políticas no plano nacional. Uma mudança do quadro também significará que a nossa população é atenta politicamente. Nós conseguimos fazer uma transformação que estado nenhum conseguiu graças à decisão da nossa população. E essa vitória da Dilma pode nos abrir portas importantes”, avaliou.
Indagado sobre a questão contrária que acontece no Acre onde as lideranças regio-nais são mais influentes que as nacionais, Aníbal, respondeu: “este é um fator que precisa ser estudado. Conversei nessa semana com o chefe do Gabinete do presidente Lula, ministro Gilberto Carvalho, e ele nos cobrava um estudo melhor do povo do Acre. Ele indagava por quê o Serra está na frente por aqui. O normal seria a Marina Silva (PV) estar na frente. Mas imagino que com a nova pesquisa do Ibope, que sairá amanhã, o resultado deverá ser mais favorável à Dilma. Até o dia da eleição poderemos reverter completamente essa situa-ção”, prognosticou.
O fator LulaO suplente de senador, explicou as
razões da transferência de votos de Lula para Dilma em todo o Brasil.
“Lula durante cinco eleições esteve no horário gratuito. Foram 20 anos
de exposição. Mesmo nas derrotas ele teve uma exposição positiva e nas
duas vitórias muito mais. Depois como presidente fez um governo com as
melhores ações para o Brasil em todas as áreas. O mesmo período que
também foi o mais profícuo para o Acre. Crescemos e reduzimos as
desigualdades sociais. isso tudo justifica a transferência. O Lula só
está pedindo ao povo brasileiro para que permita a continuidade do
projeto. E quem é a Dilma? Ela é a pessoa número um da equipe do
presidente Lula que coordenou os programas de maior impacto junto à
população”, argumentou.
Outra questão relevante para Aníbal é o fato de Dilma poder ser a primeira mulher presidente do Brasil. “A mensagem do Lula é que se as pessoas gostaram do seu governo muito se deve a Dilma que poderá avançar ainda mais. Também o fato dela ser mulher é impactante para o Brasil que amadureceu no sentido de ter uma mulher presidente. O Lula rompeu o preconceito maior como pobre e metalúrgico e virou um dos melhores presidentes da nossa história. Ele chegou com a maior aprovação popular de todos os tempos no final de oito anos de mandato”, analisou.
A reversão no EstadoAníbal acredita que todos estes fatores deverão ter reflexos por aqui. “No Acre a gente espera que a força da própria Dilma começará a ser notada pelo eleitorado. Inclusive, ela já está participando do nosso programa eleitoral com gravações pedindo votos para o Tião Viana e isso vai fazê-la mais conhecida ainda. Nós já temos no dia 13 de setembro uma atividade organizada pelas mulheres acreanas que terá como foco a campanha da Dilma e fora isso em todos os nossos eventos é dito pelas nossas lideranças o quanto é importante a sua vitória no Acre”, ressaltou.
Os próprios dirigentes e militantes da FPA já sentem uma mudança na relação eleitoral do povo acreano com Dilma. “Nós já fizemos uma rodada de visita completa em todos os municípios acreanos sempre levando o nome dela. Quando se anda pela cidade já se vê placas com as suas propagandas. Há dois meses as pessoas queriam os adesivos do Jorge, Tião e Edvaldo e não queriam da Dilma. Agora, não só querem a propaganda da Dilma como tem muita gente buscando material dela nos comitês o que demonstra que o efeito nacional já se sente no Acre”, finalizou.
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