A revista norte-americana The Atlantic publicou nesta
quarta-feira (8/9) uma entrevista com o ex-presidente cubano, Fidel
Castro. Questionado sobre temas polêmicos, o cubano falou sobre o
programa nuclear do Irã, os conflitos no Oriente Médio e a relação com
os Estados Unidos.
Sobre a ilha, Fidel disse que “o modelo cubano já não funciona mais
nem para os próprios cubanos”. Sem rejeitar as ideias da Revolução, o
ex-presidente afirmou que a economia cubana precisa ser estimulada, bem
como vem feito seu irmão e atual presidente da ilha, Raúl Castro.
O jornalista Jeffrey Goldberg, que conduziu a entrevista com Fidel,
consultou Julia Sweig, especialista do Conselho de Relações Exteriores,
em Washington, que considerou as afirmações do cubano como o
reconhecimento do líder de que o Estado cubano tem um grande papel na
vida econômica do país.
Para ela, este consentimento ajudará Raúl a enfrentar os membros do
Partido Comunista que se opõem às medidas que visam reduzir o papel do
Estado na economia de Cuba.
Irã – Questionado sobre o programa nuclear iraniano, Fidel se disse
“preocupado com o futuro do mundo” em virtude de uma possível guerra
nuclear após a aprovação de sanções contra o Irã.
Além disso, o ex-presidente criticou suas próprias atitudes durante a
crise dos mísseis em Cuba, em 1962, quando pediu ao líder soviético
Nikita Kruschev que atacasse os Estados Unidos com armas nucleares caso
fosse preciso.
Fidel, porém, condenou o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad,
por negar o Holocausto. Para ele, o governo iraniano contribuiria para a
paz se tentasse entender porque os israelenses temem por sua
existência.
“Não acredito que alguém tenha sido mais difamado que os judeus.
Diria que muito mais do que os muçulmanos. Foram mais difamados que os
muçulmanos porque são acusados e caluniados por tudo. Ninguém culpa os
muçulmanos de nada”.
*Matéria originalmente publicada no Opera Mundi
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