Mais de 200.000 pessoas poderão ser expulsas da
cidade de Londres devido aos cortes no apoio social à habitação
decididos pelo governo britânico, que pretende também privatizar metade
da floresta pública.
Três mil pessoas
manifestaram-se contra o plano de austeridade do Governo britânico, no
dia da sua apresentação - Foto Lusa/EPA/Andy Rain
Os cortes devastadores nos apoios sociais à habitação vão provocar uma
“limpeza social” na cidade de Londres, noticiou neste domingo o jornal Guardian.
Segundo autarcas locais da cidade, 82.000 famílias pobres, o que
significa mais de 200.000 pessoas, podem ser expulsas da cidade, devido
aos preços elevados das rendas e aos cortes nos apoios sociais à
habitação, impostos pelo plano de austeridade anunciado na passada
semana pelo Governo da coligação de conservadores e liberais-democratas.
Noutras cidades britânicas de rendas elevadas, como Oxford ou Brighton, poderá acontecer uma situação semelhante.
Em Londres, a política governamental tem o apoio do presidente da
Câmara da cidade, Boris Johnson, e autarcas conservadores estão já a
reservar instalações fora da capital (em Hastings, Reading e Luton),
para desterrar as pessoas expulsas de Londres.
David Orr, presidente da National Housing Federation (Federação
Nacional de Habitação), considera os cortes “verdadeiramente chocantes” e
diz que se os ministros não reconsiderarem os “cortes punitivos” o
plano levará a que mais pessoas durmam na rua, do que “em qualquer
momento dos últimos 30 anos”.
Mas o governo de David Cameron e Nick Clegg pretende também prosseguir a
política de privatizações iniciada por Margareth Thatcher e prosseguida
por Blair. Como já vão escasseando os bens e serviços públicos, este
governo quer privatizar cerca de metade dos 748 mil hectares de floresta
do Estado, até 2020. Os movimentos ambientalistas exigem que os
cidadãos possam usufruir das florestas, mesmo privatizadas. Os
sindicatos do sector opõem-se à privatização.
Fonte: EsquerdaNet
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