VOTE COM ORGULHO
Hoje,
a esperança progressista de todo o mundo dirige seu olhar para o
Brasil. Dois projetos de futuro confrontam-se aqui numa síntese dos
antagonismos históricos realçados pela crise econômica mundial. Trata-se
de decidir a quem pertence o destino da sociedade e do desenvolvimento
no século XXI: ao escrutínio da cidadania organizada e ativa –que não
restringe sua participação ao momento do voto-- ou à supremacia das
finanças desreguladas, cujos impulsos irracionais, mais uma vez
evidenciados nesta crise, esfarelam ciclicamente não apenas a riqueza
fictícia, mas os direitos que sustentam a convivência compartilhada e,
cada vez mais, os recursos que formam as bases da vida na Terra. A
América Latina representa hoje a fronteira do mundo onde o embate entre
essas duas lógicas evolui de forma cada vez mais nítida e veloz a favor
das forças populares. A eleição brasileira representa sem dúvida o
grande guarda-chuva político que influenciará decisivasmente o passo
seguinte da história regional . As diferentes concepções de
desenvolvimento e de estratégia internacional ficaram claramente
demarcadas ao longo da campanha que desemboca agora na urna eletrônica.
Por isso, hoje, vote 13, vote com orgulho, vote pelo Brasil. Mas também
pelo futuro de uma América Latina mais justa e solidária.
O QUE ESTÁ EM JOGO HOJE NAS URNAS?
O
aborto ou os 70 bilhões de barris do pré-sal; uns seis trilhões de
dólares; o maior impulso industrializante do país desde Vargas? Quais
valores estão em jogo, esses, confirmados hoje nos 15 bilhões de barris,
só no poço de Libra, ou os da água benta falsa de Serra? Se prevalecer o
modelo tucano de exploração, o pré-sal vira remessa de lucros e
exportação de óleo bruto nas mãos das petroleiras internacionais.
Perde-se seu efeito multiplicador numa cadeia de suprimento industrial
da ordem de 55 mil itens, desde plataformas e navios, a válvulas, aço e
parafusos. Porém mais que isso, perder-se-ia a chance histórica deste
país eliminar a miséria e abrir uma avenida de ampla convergência de
oportunidades e direitos para as gerações do presente e do futuro. Qual é
a discussão mais relevante? É essa, por isso não sai no Jornal.
(Carta Maior; 31-10)
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