sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A tarefa histórica e o rídiculo das bolinhas


Brizola Neto no TIJOLACO

Acho que a farsa montada por Serra para se fingir de vítima de uma suposta agressão está definitivamente desmascarada, embora ele e parte da mídia ainda tentarão sustentar artificialmente a questão. Mas maior que a falsidade do candidato tucano é o empobrecimento que ele traz para o que é o mais importante momento político na vida do país.
Ao ver os intermináveis 7 minutos (em televisão isso é uma eternidade) que o Jornal Nacional dedicou ao suposto objeto que teria atingido Serra, e que o professor da Universidade Federal de Santa Maria (veja o  post anterior) provou não ser absolutamente nada, lastimei o desperdício a que se dedicou o principal noticiário da TV brasileira, que deveria contribuir para trazer mais informações para a população brasileira.
Sei que não se pode esperar nada disso de Serra e nem da TV Globo, mas é triste ver que ao fim da primeira década do século 21 a política ainda é feita como no século 19. Qual a relevância de um candidato ter levado uma bolinha de papel ou qualquer outro objeto na cabeça? Políticos sempre foram alvo de agressões, que não se justificam, mas jamais isso virou tema de campanha. Quantos políticos já foram atingidos por ovos e outros objetos durante processos eleitorais e seguiram em frente, sem fazer do episódio um circo?
Aliás, se a TV Globo acha o assunto importante e digno de tanto tempo no seu principal telejornal, porque foi tão breve sobre os dois balões cheios d’água atirados contra Dilma, no Paraná? Poderia aproveitar o seu perito para calcular de onde partiram os balões, os seus pesos e a força do impacto caso tivessem acertado a candidata em cheio. Mas, como sempre nessa campanha, parece que o fato só interessa se pode servir de elemento para empurrar de alguma forma a emperrada candidatura de Serra.
É mesmo lamentável que quando temos à nossa frente um extraordinário horizonte de desenvolvimento social, com as possibilidades do pré-sal que podem transformar o Brasil de uma vez por todas num grande país, a população seja submetida a assistir uma lenga-lenga de bolinha e objetos voadores não identificados atraídos por determinada careca.
Temos um país maior para construir. Devemos denunciar essa política atrasada e miúda, mas nossa tarefa é outra.
Certo que temos que exorcizar o Brasil das forças que promovem esta “despolitização da política” e a manipulação da realidade através da mídia. Mas, acima disso, temos que estar juntos para garantir a vitória de Dilma e o prosseguimento de um grande projeto de nação. A história esquecerá desses episódios menores, que, no máximo, poderão ser lembrados pelo seu ridículo.

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