Usando faixas, cartazes, adereços,
malabares e megafones, os manifestantes chamavam a atenção da população e
convidavam moradores e frequentadores do bairro a se juntar ao grupo,
com gritos de “Vem pra liberdade”. No percurso, também faziam coro para
se manifestar sobre temas variados.
De acordo com o organizador do
evento, Renato Cinco, a manifestação, que seria inicialmente para
defender a descriminalização do uso da maconha, ganhou o apoio de outros
movimentos e mudou de nome. Na última quarta-feira (15), o Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiu liberar marchas pela descriminalização
das drogas no país.
“A princípio seria a Marcha da Maconha, mas
muita gente resolveu se juntar para defender a liberdade como uma coisa
mais ampla. Todos têm o direito de se expressar livremente e isso é o
mais importante” disse.
Com a palavra liberdade escrita com tinta
branca no braço e uma coroa de flores sobre a cabeça, a malabarista Íris
Medeiros, de 21 anos, resolveu participar do evento com outros três
amigos porque espera que os artistas de rua ganhem mais reconhecimento
da sociedade. “Ainda somos discriminados e precisamos ter liberdade de
estar na rua, de nos expressarmos e de levar nossa arte a todo lugar”,
disse.
A advogada Meli Trentin marchou com a filha Rita, de 1 ano,
no colo. Segundo ela, em todos os setores, é possível ver
discriminação, mas nos grupos tradicionalmente excluídos ela é mais
visível. “Estamos vivendo um momento em que se discute a ampliação do
sistema penal, em que movimentos sociais ainda são criminalizados e a
classe média é oprimida. Temos que lutar contra isso e eu trouxe a Rita
porque espero que ela ajude a construir um mundinho melhor”, afirmou.
Segurando
um cartaz que chamava a atenção para a existência de drogas liberadas
pela legislação, como cigarro e álcool, o técnico de planejamento
Leandro Schmidt defendia a descriminalização da maconha. “O capitalismo
exige que algumas drogas sejam legalizadas, mas com a maconha é
diferente. Não precisamos inventar a roda, ela [a maconha] já é liberada
em outros países que têm inclusive regras de uso”, defendeu.
A representante do movimento gay Márcia
Marçal carregava uma bandeira com as cores do arco-íris para criticar a
homofobia. Segundo ela, as ações para coibir a violência contra gays, lésbicas, transexuais e travestis precisam ser mais intensas. “Milhares de gays são mortos a cada ano e é preciso que isso acabe”, defendeu.
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