A presidenta Dilma Rousseff aproveitou cerimônia nesta segunda-feira (23) ao lado do ministro da Educação, Fernando Haddad, para reagir às críticas feitas nos últimos meses ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“Quero fazer a defesa do Enem como a forma mais democrática de acesso dos jovens brasileiros ao ensino universitário”, afirmou Dilma, durante cerimônia pela concessão de um milhão de bolsas de estudo do Programa Universidade para Todos (ProUni). O ato transformou-se em uma despedida antecipada de Haddad, que deixa Brasília nesta terça-feira (24/01) para ser o candidato do PT à prefeitura de São Paulo.
“Acredito que o Enem é o exemplo da determinação do ministro Fernando Haddad no sentido de assegurar uma transformação e uma deselitização do ensino universitário no Brasil.” Dilma também fez questão de lembrar da mudança no foco da educação iniciada no governo Lula, deixando de enxergar cada nível como separado dos demais e apostando na valorização de todos os ciclos. “Hoje achamos óbvio (…). Teve uma época que esse foi o tema da discussão e isso explica por que nossas universidades foram sucateadas.”
Mais tarde, em conversa com jornalistas, Dilma informou que a ideia é que duas edições do Enem sejam realizadas em 2013. O cancelamento da prova em abril deste ano foi o último motivo para críticas ao trabalho de Haddad. O ministro culpou a decisão judicial que deu acesso de estudantes a provas do exame realizadas no ano passado pela dificuldade em realizar duas edições já neste ano.
O Enem entrou no centro das críticas desde que teve alterado seu objetivo, deixando de ser um instrumento para estabelecer uma espécie de ranking de universidades para ser o principal método, em termos numéricos, para o acesso ao ensino superior. A nota do Enem vale para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que dá vagas em universidades federais, e para o ProUni, que distribui bolsas de estudo em instituições privadas.
Nas últimas semanas, as críticas ganharam força com a confirmação da saída de Haddad para ser candidato em São Paulo. Alguns veículos de comunicação consideram que o fato de ser novato em disputas eleitorais pode ser a grande fraqueza do ministro, apesar de não haver denúncias sobre sua atuação política.
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