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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O MESTRE TIM!!!

Pelo Facebook do grande apreciador de MPB dos bons....Daniel Cóssio, filho da minha querida amiga Fátima....

sábado, 7 de janeiro de 2012

O brilho haragano do astro Jerônimo Jardim


Ainda com aquele ímpeto de centroavante varzeano | Ramiro Furquim/Sul21

Geraldo Hasse no SUL21

Nos últimos quatro anos, depois de se aposentar como alto funcionário da Justiça do Trabalho, o bacharel em leis Jerônimo Jardim vem peleando com uma tropilha de males, remédios e internações hospitalares. Ainda na última quinta (5/1), foi ao hospital marcar mais uma cirurgia, mas continua levando a vida com o ímpeto juvenil do centroavante que pintou como profissional na várzea de Bagé no início dos anos 1960, quando os bambas da posição eram o “cerebral” Larri no Internacional e o “tanque” Juarez no Grêmio.
Além de deixar sequelas dolorosas, a artrite reumatoide, que se instalou de repente numa manhã dos seus 63 anos, exige doses cavalares de analgésicos, inclusive morfina, de tal forma que o veterano autor de sucessos da música popular como Purpurina e Astro Haragano precisou usar bengala por mais de um ano. Numa manhã dessas, ao sair para caminhar cedinho, já sem bengala, cambaleou ao atravessar a rua no bairro Floresta e teve de ouvir um “Te cuida, gambá!” lançado por um motorista. Contra seus hábitos ancestrais engoliu o desaforo, consciente de que o jogo está numa espécie de prorrogação. “Me salvei por muito pouco”, diz ele, lembrando que esteve sob os cuidados de 12 médicos da Unimed e do anjo-da-guarda que mora com ele, Clair Jardim, sua mulher nos últimos dez anos. Quando foi levado ao hospital, sua pressão arterial estava em 6/3. Ficou 15 dias na UTI e depois passou um ano na cama.
Jerônimo e seu anjo-da-guarda | Ramiro Furquim/Sul21
Na aparência, tudo bem. Ele continua com sua bela estampa de Mastroianni caboclo, bem aprumado, vasta cabeleira de poucos fios brancos. Na realidade, sofre de dores e alguma insensibilidade, mas o astro não se entrega. A música emana naturalmente, é uma forma de expressão incorporada ao seu modo de vida. Após encostar o violão durante os anos de tratamento médico, voltou a compor e na virada do ano aprontou uma canção que premedita inscrever num dos festivais remanescentes da música nativa gaúcha.
exatamente um ano, fiel à compulsão musical, gravou ao vivo com casa cheia na Sala Álvaro Moreyra em Porto Alegre o CD De Viva Voz, com músicas suas e letras próprias e de parceiros diversos como Luiz Coronel, Greice Morelli e Clair Jardim. Três dias antes do show havia morrido o pianista Geraldo Flach (1945-2011), seu amigo de mais de 30 anos e parceiro em Abolerado Blues, inspirado pela cantora Cida Moreira. Ainda no ano passado, perdeu outro parceiro, Rui Biriva (1958-2011), cujo último CD trouxera cinco parcerias deles.
Vida marvada que ele atravessa sem queixas, apenas com algumas broncas, a maior delas contra a mídia gaúcha, mais aberta para os forasteiros do que para a qualidade artística existente em Porto Alegre. “Nunca o Rio Grande do Sul teve uma geração musical tão boa quanto essa que está atuando aqui”, diz Jardim, “mas a mídia é tão provinciana que só fala do que vem de fora”. Saudoso de outros tempos, ele acha que ao ignorar ou esconder os artistas gaúchos o diário Zero Hora trai a memória do seu fundador, Maurício Sirotsky. “Ele circulava na noite e mandava abrir espaço para os artistas.”
Nesse seu oitavo disco, em que se destacam belos arranjos e execuções de sax de Pedrinho Figueiredo, o compositor sobrevivente percorre 14 canções singelas em ritmo de choro e samba. O veterano crítico musical Juarez Fonseca, que acompanhou toda sua carreira, qualificou-o como seu melhor show em palco. Com esse CD, ele completou 98 músicas gravadas, que se dividem entre temas campeiros e urbanos. Em todas, aparecem suas marcas registradas: letras fortes com boas rimas, melodias singelas e arranjos rebuscados, muitos deles buscando harmonias do jazz.
Um imerecido "Te cuida, gambá" | Ramiro Furquim/Sul21

Filho mais velho de pai militar, Jerônimo tem cinco irmãos nascidos em diferentes cidades do Rio Grande do Sul. Viu a luz em Jaguarão, mas se achou adolescente em Bagé, onde começou a tocar violão e participar de conjuntos musicais que animavam bailinhos juvenis. Amador na música, cantou muita serenata diante dos sobrados da Rainha da Fronteira. Quase profissional no futebol em Rio Grande, concluiu ali o curso de direito e voltou para Bagé casado com a riograndina Mara Ferreira, com quem abriu um escritório de advocacia. Tinha tanta gana profissional que em apenas um ano participou de cinco júris. Nas viagens de serviço a Porto Alegre, entretanto, caiu nas rodas da boemia, tanto que acabou trocando a carreira jurídica pela vida artística.
Para sobreviver na capital, começou fazendo jingles para a agência do amigo Luiz Coronel. Em pleno “milagre econômico brasileiro” (1967/1973), conheceu o compositor Lupicínio Rodrigues (1914-1974), apresentado pelo radioator Walter Ferreira. Já em fim de carreira, o velho Lupi vivia na noite mas sobrevivia graças aos proventos do emprego público como bedel da Faculdade de Direito da UFRGS. Era um exemplo de sobrevivência que JJ seguiria muitos anos mais tarde, mas enquanto sentiu pulsar a juventude em suas artérias o garotão de Bagé foi tocando a vida como se não houvesse diferença entre o dia e a noite.
Ganhou muito, muito dinheiro como diretor da house agency da Rainha das Noivas ao longo da maior parte da década de 1970. Quando as três lojas do começo chegaram a 12, JJ ganhava mais do que os diretores graças a uma participação de 0,25% nas vendas da rede. Teria ficado rico nessa rendosa atividade se não tivesse cedido ao desafio lançado por uma cantora gaúcha que fazia sucesso no Rio de Janeiro no final dos anos 1970. Quem tivesse sangue nas veias e música na alma não resistiria ao sotaque acariocado de Elis Regina. No auge, ela tinha acabado de gravar os melhores discos de sua carreira. Aos 36 anos, após instalar a família (mulher e um casal de filhos) num apartamento recém-comprado em Porto Alegre, o artista sonhador foi morar numa pensão do Leblon, onde dividia o quarto com meia dúzia de marmanjos.
O Mastroianni caboclo | Ramiro Furquim/Sul21

Animado, ligou para Elis. A amiga estava na fossa. Bad trip. Tinha sido dispensada pela gravadora por vender muito pouco, apenas 30 mil discos enquanto outras recém-chegadas do Nordeste passavam de 200 mil. “Não posso te arranjar nada”, disse a estrela, “mas vou te apresentar a umas pessoas”. Foi assim que conheceu o casal Lucinha-Ivan Lins. Eles gravavam jingles e participavam de shows no Rio e arredores. Havia outros gaúchos lutando por um lugar na ribalta carioca. Kleiton e Kledir. Bebeto Alves. Sem contar estrelas cadentes como Nelson Gonçalves. Pouco tempo depois de chegar, JJ já jogava bola com a turma de Chico Buarque.
No batidão das rodas de samba morou por cerca de quatro anos no Rio de Janeiro, entre 1980 e 1984, voltando a Porto Alegre após concluir que havia embarcado tarde demais no trem da MPB. “Quando eu procurava meu lugar, o público virou para o rock”, explica ele. Enquanto os artistas consagrados como Chico Buarque e Tom Jobim refugiavam-se no exterior, onde tinham demanda, o espaço em discos, palcos e emissoras de rádio e TV era ocupado pelo Barão Vermelho, Blitz, Legião Urbana e diversas personalidades do rock, de Erasmo Carlos a Rita Lee passando por Cazuza e Renato Russo.
Aos temporões como JJ sobravam migalhas do banquete do showbiz da Cidade Maravilhosa. Um dos saldos positivos de sua vida no Rio foram gravações de músicas suas por Elis Regina (1945-1982), uma delas (Roda de Sangue) usada como trilha de duas novelas da TV Globo. O maior brilho carioca foi a vitória no Festival MPB Shell da TV Globo de 1981 com a canção Purpurina. Cantada por Lucinha Lins, a composição classificou-se naturalmente entre as finalistas mas foi recebida por uma vaia interminável após o anúncio dos vencedores (a canção preferida do público era Planeta Água de Guilherme Arantes).
Astro Haragano foi recebido em silêncio pelas 15 mil pessoas presentes na Cidade de Lona... | Ramiro Furquim/Sul21

Jerônimo Jardim ganhou US$ 300 mil, remeteu a maior parte para a família e ficou na Cidade Maravilhosa, agora num apartamento, tentando virar estrela. Gravou um disco produzido por Ivan Lins e concorreu novamente ao Festival Shell de 1982, mas desta vez, neca. Quando as reservas acabaram, ele não teve outra saída senão voltar para o antigo ninho. Bem nessa época os irmãos K&K emplacaram “Deu Pra Ti/Baixo Astral/Vou pra Porto Alegre/Tchau”. Era o fim de uma época.
Insistindo em viajar na contramão do convencional, montou com Ivaldo Roque e outros parceiros a Pentagrama, um produtora de música com que se lançou a novos desafios. Foi marcante mas durou apenas três anos.
Com a garra de sempre, JJ compôs solito a canção Astro Haragano, cuja letra recordava a passagem do cometa de Halley — uma decepção para a maioria das pessoas. Na noite de 7 de dezembro de 1985, o cometa aparecia no céu como um pequenino chumaço de algodão no céu; no palco ao ar livre da XV Califórnia da Canção Nativa em Uruguaiana, Jerônimo Jardim soltou o vozeirão ao cantar uma de suas melhores obras musicais.

Astro Haragano
(Jerônimo Jardim)
É fogo, é gelo, verdade, ilusão
Vento de prata/escarcéu
Varando a noite campeira
repontando estrelas
na estância do céu
Chispa de sonho,
galope de luz,
mistério na imensidão
pingo tordilho cigano
qual boitatá na escuridão
Astro haragano
esperança fugaz
passando em meu coração
de encontrar meu menino
tropa de osso
roda pião
roda pião
Com acordes dissonantes e um arranjo sofisticado, Astro Haragano foi recebido em silêncio pelas 15 mil pessoas presentes na Cidade de Lona, a seis quilômetros do centro de Uruguaiana. Quando se proclamou o resultado final e JJ ficou com o primeiro lugar, o público vaiou e começou um bochincho que se estendeu até de madrugada. A maioria foi embora, mas um grupo de pessoas cercou o palco, exigindo que o compositor devolvesse o troféu, representado pela calhandra, ave galhofeira quiçá lembrada por Atahualpa Yupanqui nos versos “yo soy pajaro corsario que no conoce el alpiste”.
A prova de que Jerônimo não entregou o que era seu | Ramiro Furquim/Sul21

JJ não entregou a Calhandra de Ouro. Houve um momento em que, estimulado por um fotógrafo ávido de sangue, esboçou sair no braço com os revoltosos, mas foi contido por outros músicos. “Fica quieto, esses caras te matam”, disse-lhe o músico Dilan Camargo. De madrugada, os ânimos mais serenos, ele saiu da Cidade de Lona abraçado por duas prendas e escoltado por dois brigadianos. No caminho para a cidade, teve de ouvir do representante da sua gravadora: “Estou aqui porque me mandaram, mas tua música é uma merda”. Acabou indo dormir na casa de amigos, pois também mo hotel os revoltosos haviam armado um piquete contra o autor do Astro Haragano.
Heroísmo e trauma | Ramiro Furquim/Sul21

Contado assim, 26 anos depois, parece tranquilo, mas foi um baita trauma. Dias dias depois, em Porto Alegre, o herói da XV Califórnia teve uma tremedeira antes de subir a um palco, seu habitat predileto ao longo da vida. Por pouco não fugiu da raia. Cumpriu o compromisso, mas resolveu dar um tempo. Depois daquele show do final de 1985 na capital, ficou oito anos sem tocar violão, sem compor e sem se apresentar publicamente. Voltou a dedicar-se ao lado B — de bacharel em direito, atividade que combinaria com bicos em vendas e publicidade. Só reassumiu o lado A – de artista — em 1993, quando a milonga Portal, composta em 1984 durante uma viagem a Bagé e apresentada pela cantora Muni, ganhou um festival regional patrocinado pelo Carrefour.
Na década de 1990, o lado B se impôs. Em busca de estabilidade, ele participou de um concurso para servidor da Justiça do Trabalho. Aprovado, trabalhou dez anos nos bastidores das disputas trabalhistas, assessorando juizes, procuradores e desembargadores. Foi nesse ofício espinhoso que ele legou à Justiça do Trabalho um manual de procedimentos que zerou a pilha de recursos não julgados em tribunais regionais. Com esse trabalho desenvolvido em Porto Alegre nos primeiros anos do século XXI, Jerônimo Jardim ganhou o respeito dos pares e a gratidão da desembargadora Rosa Maria Weber, recentemente elevada ao cargo de ministra do TST.
Uma centena de canções, mais cinco livros infantis e dois para adultos | Ramiro Furquim/Sul21

Nesses anos hard na JT, faltou tempo para as atividades light, até que venceu o tempo da aposentadoria. A partir de 2005, JJ acabou organizando suas memórias, abertas ao público no site www.jeronimojardim.com. Já sua vida cotidiana está exposta no blog http://jeronimojardim.zip.net. Aqui e ali ele vem brigando pelo pagamento de direitos autorais sobre obras veiculadas na Internet. Não pensa só na sua centena de canções, mas nos seus cinco livros infantis e dois livros de ficção para adultos, o último deles – Serafim de Serafim (Editora Alcance) – lançado na Feira do Livro de Porto Alegre em novembro de 2011.
No final do ano passado, participou de um seminário em Porto Alegre sobre o assunto, mas acabou se retirando antes do final, revoltado com os que defendem a liberdade de apropriação das obras artísticas. “Eu também quero chegar na farmácia e no supermercado e levar as coisas sem pagar”, diz ele, ironizando os “comunistas ávidos pelo alheio”. Nessa briga pessoal/coletiva, um dos seus parceiros é o músico Raul Ellwanger.
Na primeira semana de 2012, ele vibrou ao saber que a Espanha preparou o caminho para que se respeitem os direitos dos criadores de músicas e obras literárias. Se é viável lá, por que não fazê-lo aqui? Há pouco ele encaminhou ao Escritório de Cobrança de Direitos Autorais (ECAD) um anteprojeto de lei impondo o pagamento de direitos autorais veiculados na internet. Duvida que algum parlamentar tenha coragem de colocar o guizo na cauda dos leões da mídia digital, mas não desiste. “Acho que o projeto vai ter de ser apresentado pelo Executivo ou pelo Judiciário”, diz ele.
Nessa sua última luta, Jerônimo Jardim une finalmente os lados A e B: o bacharel em ciências jurídicas assume a defesa do(s) artista(s). Uma bela síntese existencial para alguém que levou a vida acolherando duas atividades fundamentais: a arte que gratifica e a lei que garante os direitos humanos.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Heavy Metal do Senhor



Heavy Metal do Senhor
Zeca Baleiro

O cara mais underground
Que eu conheço é o diabo
Que no inferno toca cover
Das canções celestiais
Com sua banda formada
Só por anjos decaídos
A platéia pega fogo
Quando rolam os festivais...

Enquanto isso Deus brinca
De gangorra no playground
Do céu com santos
Que já foram homens de pecado
De repente os santos falam
"Toca Deus um som maneiro"
E Deus fala
"Agüenta vou rolar
Um som pesado"

A banda cover do diabo
Acho que já tá por fora
O mercado tá de olho
É no som que Deus criou
Com trombetas distorcidas
E harpas envenenadas
Mundo inteiro vai pirar
Com o heavy metal do Senhor...

O cara mais underground
Que eu conheço é o diabo
Que no inferno toca cover
Das canções celestiais
Com sua banda formada
Só por anjos decaídos
A platéia pega fogo
Quando rolam os festivais...

Enquanto isso Deus brinca
De gangorra no playground
Do céu com santos
Que já foram homens de pecado
De repente os santos falam
"Toca Deus um som maneiro"
E Deus fala
"Agüenta vou rolar
Um som pesado"


A banda cover do diabo
Acho que já tá por fora
O mercado tá de olho
É no som que Deus criou
Com trombetas distorcidas
E harpas envenenadas


Mundo inteiro vai pirar
Com o heavy metal do Senhor
Mundo inteiro vai pirar
Com o heavy metal do Senhor
Mundo inteiro vai pirar
Com o heavy metal do Senhor
Heavy metal do Senhor
Do Senhor! Do Senhor!

Homenagem aos Umbandistas...

Aparecida : Os Deuses Afros


Créditos: discosbrasil2
 
01- Os Deuses Afros
02- Aruê
03- Diongo, Mundiongo
04- Tereza Aragão
05- Talundê
06- Se Segura Zé
07- A Maria Começa a Beber
08- Terreiro da Mãe Nazinha
09- Nanã Boroquê
10- Melodia Não Deixa Parada de Lucas
11- Inferno Verde
12- Grongoiô, Popoiô
13- Lágrimas de Oxum

Lançamento: 1978, Selo: CID.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O Trompetista e o Suicida


  •  Eugenio Lara no sitio PENSE


  • Difícil imaginar outra modalidade mais universal de comunicação do que a música. Certamente, a comunicação entre os espíritos mais elevados deve ser também por música, como se fosse um concerto, a mente em harmonia, com ritmo, pulsão, beleza: o improviso emocionalmente controlado. Em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, belo filme de Steven Spielberg, a linguagem musical, universal, foi o meio de contato com os extraterrestres, com poucas notas musicais, minimalistas. Bela sacada!

    A música funciona sempre como catalisador de nossas emoções. Basta ver os hinos entoados durante as antigas batalhas ou na guerra esportiva, nos hinos cantados de modo veemente, agressivo, pelas torcidas organizadas ou mesmo pelas não-organizadas, nos bares, nas quadras, na várzea, nos estádios monumentais: a música nas passeatas, nos festivais, como foi em Woodstock e hoje nos bailes funk, de emos, góticos, em raves, nos pagodes da vida.

    Quantos músicos não foram perseguidos, torturados e mortos por empregarem sua arte musical como ação eficiente de protesto, de denúncia? Lembro-me de meus prediletos Victor Jarra, Geraldo Vandré, Violeta Parra, Taiguara, de tantos músicos outros que ousaram ofertar sua expressão musical a serviço dos direitos humanos, contra a repressão, a violência, o autoritarismo, contra as corporações, o Estado repressor.

    Poderia ficar aqui, ad infinitum, citando variados casos onde a música funciona como fonte inspiradora, de acalanto, consolação, de protesto. Entretanto, escrevo essas palavras iniciais para expressar a profunda emoção lacrimosa que senti ao ver e ouvir na TV o depoimento de um músico radicado em Brasília-DF, um trompetista bastante reconhecido e requisitado, sobre a energia que a música movimenta, sem que nos demos conta disso.

    Refiro-me ao músico paraibano Moisés Alves, em um depoimento comovente sobre a sua costumeira compulsão em tocar seu trompete, tirando dele notas e harmonias sensíveis, alegres, ternas ou tristes, improvisadas. Em meio à apresentação de sua banda Moisés Alves Quinteto, no Clube do Choro de Brasília - Capital do Choro, retransmitida pela TV Senado, ele proferiu um testemunho que vale a pena compartilhar. De modo sincero, expôs a paixão que tem pela música e a necessidade inexplicável em tocar seu instrumento.

    Conta ele que, certa vez, estava no apartamento de um amigo, muito rico, em um imóvel luxuoso, lá mesmo em Brasília, onde mora. Ele pediu ao amigo se poderia tocar, pois estava sentindo uma vontade compulsiva, algo que sempre ocorre com ele. Naquele dia, o desejo foi mais forte...

    Tarde seca e pouco ensolarada, como são as tardes de Brasília no final de inverno. Tocou seu trompete à beira da janela na sala, improvisou um belo solo. Mais ou menos uma hora e meia após a inusitada execução musical, alguém bateu à porta do apartamento. Seu amigo, ao atender, se deparou com um vizinho extasiado, embevecido, querendo saber se era ele mesmo que havia tocado o solo de trompete. Disse-lhe que não, que o solo havia sido obra de um amigo seu, ali presente. Chamou-lhe. O rapaz se apresentou e deu um testemunho marcante e emocionado: “Eu estava prestes a me suicidar quando ouvi aquela música. Parei com meus pensamentos destrutivos e ao ouvir aquele som, desisti da ideia de me matar”.

    O pobre suicida, não mais que de repente, começou a ver as coisas sob outro ângulo, mudou seu tônus mental devido àquela música. Deve ter imaginado que, apesar de tudo, de toda a desgraça e desilusão de sua vida, valeria a pena prosseguir, ao curtir aquele som agradável e mavioso. E em seu depoimento, concluiu Moisés: “a música movimenta energias que desconhecemos”.

    Imaginar que os espíritos nos dirigem, como eles mesmo afirmaram a Allan Kardec, sempre me pareceu um exagero, compreensível, ainda mais em uma época anterior à psicanálise, à engenharia genética, à física quântica. Algo bem diferente daquela frase notória do fundador do positivismo, Auguste Comte: “os vivos são sempre e cada vez mais governados necessariamente pelos mortos”. No caso, não se trata de uma imortalidade subjetiva, meramente cultural, como imaginava o grande idealizador da Religião da Humanidade. Trata-se de uma imortalidade dinâmica e objetiva, no dizer do pensador espírita Jaci Regis, pois neste caso, apesar da compulsão costumeira de nosso amigo trompetista, aquele momento foi especial sob o ponto de vista extrafísico. A meu ver, a influência espiritual foi decisiva, muito mais do que um suposto acaso ou algum tipo de sincronicidade, vazia de sentido.

    Eu, no lugar de nosso amigo suicida, se ouvisse um daqueles funks repetitivos e insuportáveis, naquele momento dramático, aí sim reforçaria minha coragem em me matar. Seria a cereja no bolo de meu suicídio voluntário. Por sorte, não era surdo. O que ele ouviu naquele instante foi decisivo, determinante. O amparo espiritual de nosso simpático suicida foi eficiente. Essas coisas acontecem a todo momento. Nós é que em nossa santa ignorância, não percebemos. Porque a vida é muito mais simples e interessante do que imaginamos...


    Eugenio Lara, arquiteto, jornalista e designer gráfico, é fundador e editor do site PENSE - Pensamento Social Espírita [www.viasantos.com/pense], membro-fundador do Centro de Pesquisa e Documentação Espírita (CPDoc) e autor dos livros em edição digital: Racismo e Espiritismo; Milenarismo e Espiritismo; Amélie Boudet, uma Mulher de Verdade - Ensaio Biográfico; Conceito Espírita de Evolução; Os Quatro Espíritos de Kardec e Os Celtas e o Espiritismo.
    E-mail: eugenlara@hotmail.com

    segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

    Cesária Évora: África perde uma voz, o Céu ganha uma alma


    Director e Chefe de redacção


    Não seria exagero dizer que Cesária Évora foi, é e será sempre a voz da África para milhões de pessoas. De facto, Cesária Évora é património mundial para os países membros da CPLP e constituirá uma eterna mais-valia para o espaço lusófono… porque Cesária Évora é mais do que uma voz, é mais do que um coração e ainda mais do que uma alma.
    Há duas palavras que surgem do riquíssimo vocábulo da língua portuguesa para a descrever, e estas duas palavras são Cesária Évora. Definem-na no seu espaço, no seu contexto, colocam-na na Pátria que ela amava e cuja voz de referência ela se tornou. Se cantava de pé descalço foi porque ela sentia a sua terra a percorrer as suas veias, é porque Cabo Verde, primeiro e em segundo lugar, África, é parte integral da sua plasma. Quando pegava num microfone num palco, foi porque dignou-se a enriquecer a cultura mundial com aquele dom com que ela já tinha honrado todos os recantos da sua Ilha, São Vicente, e há muitos anos.

    Aos 70 anos de idade, o corpo de Cesária Évora nos deixou no Hospital Baptista de Sousa, ilha de São Vicente, Cabo Verde neste sábado, 17 de dezembro. Mas  vai continuar a viver entre nós muito mais do que a voz dela, pois esta era simplesmente um veículo para transmitir seu coração, sua alma e o coração e a alma da África. O que vai continuar a viver entre nós é a melancolia, a nostalgia, o amor correspondido e não, a esperança e o desejo vividos, usufruídos e queimados, a humanidade, a morna, a lágrima, a tristeza e nobreza e alegria ... da África e dos africanos, do Cabo Verde e dos cabo-verdeanos na voz de Cesária Évora, singular, ímpar, digna.

    E isso, ninguém nem nada poderá destruir ou tirar de nós, nunca. Esse anjo da cultura mundial, nasceu no Mindelo, Capital da ilha de São Vicente, Cabo Verde em 27 de agosto de 1941, passou os primeiros anos da sua vida cantando e encantando São Vicente com o seu talento, e somente em 1988, aos 47 anos de idade, ela gravou seu primeiro álbum, em Paris.

    Cesária Évora saltou para o palco mundial em 1992, aos 50 anos de idade, depois de apresentar seu quarto álbum, Miss Perfumado, em Paris, e depois dos shows subseqüentes, na cidade de Paris Theatre. Seis álbuns tinham referências Grammy, um prêmio que ela ganhou em 2004 (World Music, Voz d'Amor). Onze álbuns são apenas parte do seu legado, sendo o último Nha Sentimento (2009).

    Cesária Évora, ou "Cize" para seus amigos, havia nascido em uma família musical - seu pai Justiniano da Cruz tocava cavaquinho, viola e violino, seu irmão tocava saxofone e entre os amigos da família, estava o compositor cabo-verdiano, B. Leza. O instrumento da Cesária Évora, porém, foi sua alma, através da sua voz, e desde tenra idade ela cantou nas ruas, nas praças "para esquecer as coisas tristes" nas suas palavras. Mais tarde acrescentou como palcos abençoados, acariciados e honrados pela sua voz bares, hotéis, salas de concerto. Acrescentaram-se mas nunca substituíram os caminhos, as ruas e as praças que ela pisava sem sapatos, a Rainha da Morna não precisava.

    Sua interpretação da canção Sôdade dá asas a qualquer coração ou alma de qualquer geração de qualquer idade em qualquer lugar na Terra. Quem ouve a voz de Cesária Évora ouve uma alma a voar, ouve a história contada de milhares de anos de segredos africanos, ouve o espírito de Cabo Verde, o coração da África, a nobreza da Mulher.

    Quão feridos os corações da África, de Cabo Verde, do espaço CPLP hoje. Porém, o legado da Cesária Évora é tornar a tristeza em alegria. E que rico legado é esse…

    Timothy Bancroft-Hinchey
    Director e Chefe de redacção do PATRIALATINA
    Versão portuguesa
    Pravda.Ru

    domingo, 18 de dezembro de 2011

    quinta-feira, 17 de novembro de 2011

    Eric Clapton - Just One Night [Live] - 1979


    http://img853.imageshack.us/img853/7756/10justonenight.jpg

    DiscO 1
    1. "Tulsa Time" (Danny Flowers) – 4:00
    2. "Early In The Morning" (Traditional) – 7:11
    3. "Lay Down Sally" (Clapton, Marcy Levy, George Terry) – 5:35
    4. "Wonderful Tonight" (Clapton) – 4:42
    5. "If I Don't Be There By Morning" (Bob Dylan, Helena Springs) – 4:26
    6. "Worried Life Blues" (Big Maceo Merriweather) – 8:28
    7. "All Our Past Times" (Clapton, Rick Danko) – 5:00
    8. "After Midnight" (J.J. Cale) – 5:38

    DiscO 2
    1. "Double Trouble" (Otis Rush) – 8:17
    2. "Setting Me Up" (Mark Knopfler) – 4:35
    3. "Blues Power" (Clapton, Leon Russell) – 7:23
    4. "Rambling On My Mind" (Robert Johnson/Traditional) – 8:48
    5. "Cocaine" (J.J. Cale) – 7:39
    6. "Further on Up the Road" (Joe Medwick, Don Robey) – 7:17


    http://img862.imageshack.us/img862/8956/20055119.jpg 

    Eric Clapton: Guitar and vocals.
    Henry Spinetti: Drums.
    Chris Stainton: Keyboards.
    Albert Lee: Guitar, keyboard and vocals on "Setting Me Up".
    Dave Markee: Bass guitar.

    domingo, 23 de outubro de 2011

    Blind Lemon Jefferson - Classic Sides 2003

    créditos: BECO DO BLUES

    CD1
    01- I Want To Be Like Jesus In My Heart
    02- All I Want Is That Pure Religion
    03- Got The Blues
    04- Long Lonesome Blues
    05- Booster Blues
    06- Dry Southern Blues
    07- Black Horse Blues
    08- Corinna Blues
    09- Got The Blues
    10- Long Lonesome Blues
    11- Jack O' Diamond Blues
    12- Jack O' Diamond Blues
    13- Chock House Blues
    14- Beggin Back
    15- Old Rounders Blues
    16- Stocking Feet Blues
    17- That Black Snake Moan
    18- Wartime Blues
    19- Broke And Hungry
    20- Shuckin' Sugar Blues
    21- Booger Rooger Blues
    22- Rabbit Foot Blues
    23- Bad Luck Blues

    CD2
    01- Black Snake Moan
    02- Match Box Blues
    03- Easy Rider Blues
    04- Match Box Blues
    05- Match Box Blues
    06- Rising High Water Blues
    07- Weary Dogs Blues
    08- Right Of Way Blues
    09- Teddy Bear Blues
    10- Teddy Bear Blues
    11- Black Snake Dream Blues
    12- Hot Dogs
    13- He Arose From The Dead
    14- Struck Sorrow Blues
    15- Rambler Blues
    16- Chinch Bug Blues
    17- Deceitful Brownskin Blues
    18- Sunshine Special
    19- Gone Dead On You Blues
    20- Where Shall I Be?
    21- See That My Grave's Kept Clean
    22- One Dime Blues
    23- Lonesome House Blues

    CD3
    01- Blind Lemon's Penitentiary Blues
    02- 'Lectric Chair Blues
    03- See That My Grave Is Kept Clean
    04- Lemon's Worried Blues
    05- Mean Jumper Blues
    06- Balky Mule Blues
    07- Change My Luck Blues
    08- Prison Cell Blues
    09- Lemon's Cannon Ball Moan
    10- Long Lastin' Love
    11- Piney Wood's Money Mama
    12- Low Down Mojo Blues
    13- Competition Bed Blues
    14- Lock Step Blues
    15- Hangman's Blues
    16- Sad News Blues
    17- How Long How Long
    18- Lockstep Blues
    19- Hangman's Blues
    20- Christmas Eve Blues
    21- Happy New Year Blues
    22- Maltese Cat Blues
    23- D B Blues

    CD4
    01- Eagle Eyed Mama
    02- Dynamite Blues
    03- Disgusted Blues
    04- Competition Bed Blues
    05- Sad News Blues
    06- Oil Well Blues
    07- Tin Cup Blues
    08- Big Night Blues
    09- Bed Spring Blues
    10- Saturday Night Spendor Blues
    11- That Black Snake Moan No- 2
    12- Peach Orchard Mama
    13- Big Night Blues
    14- Bed Spring Blues
    15- Yo Yo Blues
    16- Mosquito Man
    17- Southern Woman Blues
    18- Bakershop Blues
    19- Pneumonia Blues
    20- Long Distance Moan
    21- That Crawlin' Baby Blues
    22- Fence Breakin' Yellin' Blues
    23- Cat Man Blues
    24- The Cheaters Spell
    25- Bootin' Me 'Bout

    terça-feira, 11 de outubro de 2011

    John McLaughlin & The 4th Dimension - To the One - 2010

    Créditos: sitio do Loololoblog
     

    http://img855.imageshack.us/img855/1538/1281105145johnmclaughli.jpg
    1. "Discovery" 6:19
    2. "Special Beings" 8:38
    3. "The Fine Line" 7:43
    4. "Lost and Found" 4:26
    5. "Recovery" 6:21
    6. "To the One" 6:34
    Todas las canciones escritas por John McLaughlin

    http://img580.imageshack.us/img580/1568/johnmclaughlin.jpg

    John McLaughlin – guitar, producer
    Gary Husband - drums, keyboards, percussion
    Etienne Mbappé – bass
    Mark Mondesir – drums, percussion

    domingo, 25 de setembro de 2011

    A surpreendente arte de Joe Fenton


    Prepare-se para ficar de queixo caído.

    Joe Fenton é um artista contemporâneo formado pela Escola de Arte de Wimbledon, que trabalhou na indústria cinematográfica para empresas como Disney e Miramax, como designer e escultor. Mudou-se para Nova Iorque, onde recebeu seu primeiro contrato publicitário com a Simon & Schuster como ilustrador e escritor, escreveu dois livros e atualmente trabalha em um terceiro.
    Os trabalhos dele são feitos à mão, utilizando apenas grafite e tinta acrílica para finalização. Na maioria das vezes são em preto e branco, com muitos elementos detalhados minuciosamente, e abusando de contrastes e jogos de sombra e luz.
    O artista foi um dos vinte finalistas selecionados entre milhares de candidatos por todo EUA para se apresentar em 2010 no Miami Art Basel, na Flórida. A sua inspiração? Os primeiros surrealistas, Hieronymous Bosch e Pieter Bruegel. Ele também se inspira em ilustradores infantis como Arthur Rackham e Wayne Anderson, e aprecia a excelência gráfica de M.C. Escher.
    O resultado é um trabalho impressionante de tão impecável. Abaixo, você pode ver fotos do processo de trabalho na obra Solitude, que começou no ano passado e só terminou recentemente, todo trabalhado a lápis, guache e tinta acrílica.
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)
    (Foto: Joe Fenton / Site do Artista)

    Ainda dá para conferir o vídeo de The Lullaby, outra obra de Fenton:


    Curtiu? Você pode ver mais sobre o trabalho de Joe Fenton (e até comprar obras) pelo site dele.

    domingo, 18 de setembro de 2011

    Wes Montgomery - The Incredible Jazz Guitar of - 1960



    wesmontgomeryincredible.jpg (400×396)
    1. "Airegin" (Sonny Rollins) – 4:26
    2. "D-Natural Blues" (Wes Montgomery) – 5:23
    3. "Polka Dots and Moonbeams" (Burke, VanHeusen) – 4:44
    4. "Four on Six" (Montgomery) – 6:15
    5. "West Coast Blues" (Montgomery) – 7:26
    6. "In Your Own Sweet Way" (Dave Brubeck) – 4:53
    7. "Mr. Walker" (Montgomery) – 4:33
    8. "Gone With the Wind" (Magidson, Wrubel) – 6:24
    41a0skapcfl.jpg (300×300)

    Wes Montgomery- electric guitar
    Tommy Flanagan - piano
    Percy Heath - bass
    Albert Heath - drums

    Música Cigana - Djelen (viagem) - Nova Consciência

    Flamenco - o canto dos camponeses, ou dos camponeses sem terra


    Hoje vou dar uma folga aos leitores.

    Vou falar da maravilhosa música de origem árabe, o flamenco.

    Para quem não sabe ainda, o flamenco é uma palavra árabe que possui dois significados, dependendo da região.

    No Marrocos, significa o canto dos camponeses - fallah-mangu.

    Nos demais países de língua árabe, seu significado muda para - Fallah-min-ghair-ard, camponês-sem-terra.

    É claro que depois o flamenco sofreu influência cigana e mudou um pouco a coreografia.

    Mas isso só valoriza sua origem.

    Não vou me alongar mais porque o flamenco é para ser visto e ouvido e, porque não?, participado.

    Portanto, assista abaixo um pequeno trecho original do flamenco, que ainda se dança nos países árabes.
     

    sexta-feira, 16 de setembro de 2011

    Miles Davis - Birdland 1951 (2004)

    Créditos: LOOOLOBLOG


    http://img508.imageshack.us/img508/8721/0000016193350.jpg

    Canciones tomadas de las retransmisiones radiofónicas desde el club Birdland de Nueva York en las fechas indicadas.
    Salud!

    Move (2 de Junio , 1951)
    Half Nelson (2 de Junio 2, 1951)
    Down (2 de Junio 2, 1951)
    Out Of The Blue (17 de Febrero , 1951)
    Half Nelson (17 de Febrero , 1951)
    Tempus Fugit (17 Febrero , 1951)
    Move (17 Febrero, 1951)
    Move (29 Septiembre 29, 1951)
    The Squirrel (29 de Septiembre , 1951)
    Lady Bird (29 de Septiembre, 1951)
     http://img508.imageshack.us/img508/5010/miles8.jpg

    Miles Davis - Trompeta
    Sonny Rollins - Saxo Tenor
    Big Nick Nicholas - Saxo Tenor
    J.J. Johnson - Trombón
    Kenny Drew - Piano
    Billy Taylor - Piano
    Charles Mingus - Piano
    Tommy Potter - Bajo
    Art Blakey - Batería

    quarta-feira, 7 de setembro de 2011

    Paco de Lucía - 3 (Atualizado)

    Créditos: loooloblog


    img100/7247/pacodelucia1987sirocofrvo8.jpg

    1 La cañada
    2 Mi niño Curro
    3 La barrosa
    4 Caña de azúcar
    5 El pañuelo
    6 Callejón del muro
    7 Casilda
    8 Gloria al niño Ricardo




    img100/3850/zyryabrl3.jpg

    Soniquete (Bulerías)
    Tío Sabas (Tarantas)
    Chick
    Compadres
    Zyryab
    Canción de amor
    Playa del Carmen (Rumba)
    Almonte (Fandangos de Huelva)





    img392/7153/712991286a2860233721b23it2.jpg

    quinta-feira, 11 de agosto de 2011

    sábado, 6 de agosto de 2011