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quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Dois séculos de conquistas estão sendo jogados no lixo"



A Carta Maior reproduz a entrevista concedida ao jornalista Jaume Barberà e destaca alguns trechos da fala de Galeano:

 Em entrevista à Televisão da Catalunha, o escritor uruguaio Eduardo Galeano fala sobre as mobilizações que levaram milhares de jovens para as ruas de diversas cidades espanholas nos últimos dias. "Esse é um dos dramas do nosso tempo. Dois séculos de lutas operárias que conquistaram direitos muito importantes para a classe trabalhadora, estão sendo jogados na lata de lixo por governos que obedecem à uma tecnocracia que se julga eleita pelos deuses para governar o mundo. É uma espécie de governo dos governos, como este senhor que agora parece que se dedica a violar camareiras, mas antes violava países e era aplaudido por isso".


Em entrevista ao programa "Singulars", da Televisão da Catalunha (TV3), o escritor uruguaio Eduardo Galeano fala sobre as manifestações dos últimos dias que levaram milhares de jovens para as ruas de diversas cidades espanholas. Galeano esteve em Madri e pode presenciar ao vivo as mobilizações na Porta do Sol. Disponibilizamos abaixo a entrevista concedida ao jornalista Jaume Barberà e destacamos alguns trechos da fala de Galeano:

Untitled from Rebelión on Vimeo.
"Há hoje em quase toda a América Latina um problema visível e preocupante que é o divórcio entre os jovens, as novas gerações, e o sistema político, o sistema de partidos vigente. Eu não reduziria a política à atividade dos partidos, por que ela vai muito mais além, mas isso é preocupante mesmo assim".

"Nas últimas eleições chilenas, por exemplo, 2 milhões de jovens não votaram. E não votaram porque não se deram ao trabalho de fazer o registro eleitoral. Suponho que a maioria não fez o registro por que não acredita nisso. E me parece que isso não é culpa dos jovens. Neste sentido, gostei muito de ter presenciado essas manifestações que tive oportunidade de ver na Porta do Sol".

"Um dos lemas que ouvi era 'com causa e sem casa', o que é muito revelador da situação atual. Muitos daqueles jovens ficaram sem casa e sem trabalho. Isso deve ser levado em conta. Esse é um dos dramas do nosso tempo. Dois séculos de lutas operárias que conquistaram direitos muito importantes para a classe trabalhadora, estão sendo jogados na lata de lixo por governos que obedecem à uma tecnocracia que se julga eleita pelos deuses para governar o mundo".

"É uma espécie de governo dos governos, como este senhor que agora parece que se dedica a violar camareiras, mas antes violava países e era aplaudido por isso. É essa estrutura de poder, muitas vezes invisível, que de fato manda. Por isso, quando se consegue aglutinar vozes capazes de dizer 'basta' a primeira coisa a fazer é ouvi-las com respeito, sem desqualificá-las de antemão e saber esperar. Esses jovens não parecem esperar ordens de ninguém. Agem espontaneamente, aliando razão à emoção. Como vai acabar isso? Não sei. Talvez acabe logo, talvez não. Vamos ver".

"O mundo está preso em um sistema de valores que coloca o êxito acima de todas as virtudes. Ele é uma fonte de virtudes. Em troca, condena o fracasso. Perder é o único pecado para o qual, no mundo de hoje, não há redenção. Estamos condenados a ganhar ou ganhar. Os dois homens mais justos da história da humanidade, Sócrates e Jesus, morreram condenados pela Justiça. Os mais justos foram condenados pela Justiça. E nos deixaram coisas muito importantes como amor e coragem".

domingo, 22 de maio de 2011

Homenagem aos manifestantes da Marcha pela Liberdade de Expressão, em SP

Por Gerivaldo Neiva, Juiz de direito, em seu blog


Malandragem dá um tempo
Letra : Popular P. / Moacir Bombeiro / Adelzonilton – Intérprete: Bezerra da Silva

Vou apertar
Mas não vou acender agora
Vou apertar
Mas não vou acender agora
Eh! Se segura malandro
Prá fazer a cabeça tem hora
Se segura malandro
Prá fazer a cabeça tem hora...

Eh, você não está vendo
Que a boca tá assim de corujão
Tem dedo de seta adoidado
Todos eles afim
De entregar os irmãos
Malandragem dá um tempo
Deixa essa pá de sujeira ir embora
É por isso que eu vou apertar
Mas não vou acender agora...ihhhhh!

É que o 281 foi afastado
O 16 e o 12 no lugar ficou
E uma muvuca de espertos demais
Deu mole e o bicho pegou
Quando os home da lei grampeia
Coro come a toda hora
É por isso que eu vou apertar
Mas não vou acender agora...ihhhhh!

É que o 281 foi afastado
O 16 e o 12 no lugar ficou
E uma muvuca de espertos demais
Deu mole e o bicho pegou
Quando os home da lei grampeia
O coro come toda hora
É por isso que eu vou apertar
Mas não vou acender agora...ihhhh!

domingo, 3 de abril de 2011

Filme Russo

Arca Russa
(Russkiy kovcheg)
Arca Russa
 
Créditos: Makingoff
Poster
Sinopse
Um museu como um ser vivo, uma entidade que respira e tem personalidade própria. Sokúrov empresta alma ao colossal palacete do Hermitage, em São Petersburgo, um dos maiores museus do mundo. Arca Russa foi filmado em um único plano-seqüência, sem cortes, que dura 97 minutos e atravessa 35 salas do museu, transformando a tela de cinema em um quadro vivo por onde desfilam personagens importantes da história da Rússia: Pedro, o Grande; Catarina, a Grande; Catarina II, Nicolau e Alexandra.

Simbiose perfeita de cinema, história e artes plásticas, Arca Russa é uma experiência visual única e inesquecível.
Screenshots (clique na imagem para ver em tamanho real)

Elenco
Informações sobre o filme
Informações sobre o release
Sergei Dontsov, Mariya Kuznetsova, Leonid Mozgovoy, Mikhail Piotrovsky, David Giorgobiani, Aleksandr Chaban, Lev Yeliseyev, Oleg Khmelnitsky, Alla Osipenko, Artyom Strelnikov, Tamara Kurenkova, Gênero: Drama / Fantasia
Diretor: Aleksandr Sokurov
Duração: 99 minutos
Ano de Lançamento: 2002
País de Origem: Russia
Idioma do Áudio: Russo
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0318034/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: DivX 5
Vídeo Bitrate: 1591 Kbps
Áudio Codec: AC3
Áudio Bitrate: 448 kbps CBR 48 KHz
Resolução: 640 x 352
Aspect Ratio: 1.818
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 1.362 GiB
Legendas: Em anexo
Premiações
- Indicado à Palma de Ouro em Cannes. outros prêmios aqui.
Crítica
`A Rússia é como um teatro`, diz alguém em certo momento de Arca Russa, uma surpreendente produção dirigida por Aleksandr Sokurov – e esta afirmação certamente encontra reflexo no próprio filme. Rodado inteiramente em um único plano-seqüência (ou seja: sem corte algum ao longo de seus 96 minutos), Arca Russa leva o espectador a um fascinante passeio através de 35 salas do Museu Hermitage, em São Petersburgo, recriando, através de elaboradas encenações, diversos momentos da história russa entre os séculos XVII e XX.

Tomadas longas não são novidade alguma na história do Cinema, é verdade: bem antes de Sokurov, o neo-realismo italiano se notabilizou pela utilização deste recurso, que também aparece em filmes como A Marca da Maldade, no qual Orson Welles deslumbra o público com a tensa abertura sem cortes; Festim Diabólico, que Alfred Hitchcock dividiu em oito takes de dez minutos cada; além de Os Bons Companheiros, de Martin Scorsese; Boogie Nights e Magnólia, de Paul Thomas Anderson; e, é claro, O Jogador, de Robert Altman; entre diversos outros. E, vale lembrar, o recente Time Code (de Mike Figgis) tinha como chamariz o fato de utilizar 4 câmeras digitais para contar, também sem cortes, várias histórias que se entrecruzavam.

Ainda assim, o feito de Sokurov pode ser considerado inovador: ao contrário de Figgis, que trabalhou com elenco pequeno e diálogos improvisados, Arca Russa envolveu a coordenação de cerca de 2.000 atores e figurantes, tendo que driblar a complexa geografia do Hermitage, onde foi rodado: ao longo da projeção, a câmera percorre estreitos corredores, sobe escadas em caracol, atravessa um pátio coberto de neve e mergulha no meio de uma multidão de dançarinos – e tudo isso sem jamais perder a marcação previamente estabelecida, já que sempre consegue encontrar o ator certo no momento de sua fala. E, ao contrário do que poderíamos esperar, Arca Russa não é um filme de enquadramentos e movimentos rígidos: em certo momento, por exemplo, a câmera percorre um palco e `salta` sobre a orquestra, flutuando como um fantasma (algo apropriado, como explicarei adiante). Além disso, o diretor de fotografia – e operador da steadicam – Tilman Büttner consegue evitar ser surpreendido por qualquer reflexo, o que é notável, se considerarmos a abundância deste tipo de superfície no museu. É, portanto, fácil imaginar que a produção do filme tenha representado um verdadeiro inferno logístico para todos os envolvidos.

Porém, Arca Russa não impressiona apenas por sua proeza técnica - sua narrativa também se beneficia da estrutura planejada por Sokurov: à medida em que passeamos pelo Hermitage, os séculos passam diante de nossos olhos, promovendo encontros com figuras como Pedro, o Grande, Catarina II (em dois momentos bem distintos de sua vida) e com a trágica família de Nicholas e Alexandra Romanov. Mas o cineasta vai além, permitindo que o tempo assuma uma fluidez ainda maior a partir do momento em que as eras começam a se `cruzar`, como no instante em que o Fantasma que serve como guia para o espectador passa por uma freira que, mais tarde, será vista `perseguindo` a princesa Anastácia (há, ainda, um outro personagem misterioso e melancólico que `atravessa` os séculos e cujo significado não consegui decifrar – ainda).

Apesar disso, conhecer a história russa não é pré-requisito para aproveitar o filme, já que várias passagens possuem significado claro: a terrível sala na qual o Fantasma encontra um carpinteiro construindo caixões é, por exemplo, uma referência inequívoca ao massacre ocorrido durante a Revolução Bolchevique; e a melancolia deste mesmo Espectro ao final do Grande Baile que encerra Arca Russa é um indicativo claro do que está por vir (aliás, sua recusa em sair do salão e acompanhar os demais convidados é comovente).

Produzido com o apoio do próprio Hermitage (um dos diretores da instituição faz uma ponta interpretando a si mesmo), Arca Russa é uma produção riquíssima, impressionando graças ao seus belíssimos figurinos, `objetos de cena` e, é claro, ao seu cenário – todo o Museu. E como esquecer os momentos finais da projeção, que leva o espectador a descer uma longa escadaria em meio a centenas de figurantes até chegar a uma paisagem sombria e pouco promissora?

Não sei se o filme retrata uma curiosa viagem no tempo ou se é protagonizado por fantasmas: estamos testemunhando episódios da vida de todas aquelas célebres figuras ou apenas nos encontramos com espíritos que habitam o Hermitage? A resposta para esta dúvida pode ser difícil de ser encontrada (embora seja relevante, no mínimo, como curiosidade), mas ao menos uma coisa é certa: Arca Russa já entrou para a História do Cinema como uma obra inesquecível.

Pablo Villaça
Fonte: Cinema em Cena
Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.

A legenda e o torrent do filme podem ser obtidas via email: turcoluis@gmail.com

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Esse é o nosso povo...

Impressionante a capacidade mostrada por John Lennon da Silva, dançarino de street dance em uma brilhante coreografia, feita por ele mesmo. E ainda tem gente daqui que despreza nossos jovens pobres, somente atribuindo a eles a desgraça das drogas, roubos e dos assassinatos.
É de emocionar!

Maria Gadú TUDO DIFERENTE

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Deus, o Mundo Social e nós...

A todos os lutadores e lutadoras das causas socias que buscam nas ações coletivas melhorar a qualidade de vida e minimizar os arbíttrios e abusos cometidos por aqueles que detem o poder economico e escravizam a humanidade despossuida.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Será que Jobim tem medo da "volta do cipó de aroeira"?

Homenageando Geraldo Vandré que no festival de 1967 já prenunciava a "volta do cipó de aroeira  no lombo de quem mandou dar". Eis o medo que a turma fascista do PIG(globo,militares torturadores,band,sbt,veja,folha de SP,etc) tem com a revisão da Lei da Anistia, proclamada por todos os brasileiros e as organizações mundiais dos direitos humanos.Assistam e percebam o medo que a música causa.





sábado, 13 de novembro de 2010

A CRIADA HANYO - 1960 - KI-YOUNG KIM


A CRIADA HANYO
1960
KI-YOUNG KIM


SINOPSE:
Thriller que conta a história de um professor de piano rígido e moralista que um belo dia sucumbe aos encantos de sua empregada doméstica. E o que podia ser apenas um mau passo na vida desse homem, acaba se tornando um drama que arrasta toda a família, com consequências realmente assustadoras para todos.




LEGENDAS PT/BR EXCLUSIVAS


MAIS UMA PARCERIA ENTRE OS BLOGS: CINE-CULT-CLASSIC E Don't Panic!

SOBRE:
Esta obra-prima deKim Ki-young realizada em 1960 deve ser vista na primeira oportunidade possível - se você tiver a sorte. Este conto moral em preto e branco é uma comédia de humor negro puro, um conto quase exagerado de um respeitável professor de música, cuja vida é complicada, por uma aluna que se apaixona por ele. O tom não é diferente de um drama deliciosamente escabroso .A empregada quase tem prazer em mostrar a erosão gradual da moralidade e da corrosividade do pecado. As falas, estranhas, algumas manuscritas, apenas contribuem para a atmosfera. E prepare-se para um final que vai deixar você de queixo caído por alguns dias. O filme é um milagre.

Começando com um olhar realista da Coréia do Sul em 1960 centrado em uma família em ascensão, a trama se volta para um conto histérico e expressionista, de pecado corrosivo e decepção. A transformação do romance de uma noite chuvosa em uma grandiosa erradicação moral é uma das voltas mais impressionantes de atmosfera que eu já vi em um filme. Igualmente surpreendente é a sua visão das mudanças dos personagens, dramaticamente, à medida que são confrontados com este inferno. A atriz que interpretou a empregada, Lee Eun-calço, cumpriu seu papél tão bem, que ela não conseguia mais encontrar trabalho depois desse filme. Expectadores literalmente gritavam por sua morte nas primeiras exibições! Ver este filme só por ela, já vai fazer você não se arrepender!

Não é de se adimirar que um crítico chamou o diretor Kim de"Douglas Sirk com ácido" . Enquanto o público ocidental pode rir de algumas situações exageradamente melodramáticas, este filme, no entanto, é muito selvagem para os anos 60, e consegue ser chocante e inesquecível. (Tem também uma das grandes cenas de morte já apresentadas pelo cinema).

O DIRETOR KI-YOUNG KIM:
A primeira expressão, madura, do estilo de Kim Ki-young estava em seu “A Criada” (1960), que apresentou uma personagem femme fatale poderosa. É amplamente considerado um dos melhores filmes coreanos de todos os tempos. Depois de uma "Idade de Ouro" durante os anos 1960, a década de 1970 foi um ponto baixo na história do cinema coreano por causa da censura governamental e uma diminuição do interesse público. No entanto, trabalhando independentemente, Kim produziu algumas de suas mais excêntricas criações cinematográficas nesta época. Filmes como Mulher Inseto (1972) e Iodo (1977) foram sucesso na época e muito influente nas gerações mais novas de cineastas sul-coreanos, tanto em sua época de lançamento, como em sua redescoberta anos mais tarde. Na década de 1980, a popularidade de Kim entrou em declínio, e sua produção diminuiu na segunda metade da década. Negligenciado pelo mainstream durante a maior parte dos anos 90, Kim se tornou uma figura de culto em fóruns de cinema sul-coreano na Internet no início de 1990. A atenção internacional em seu trabalho foi estimulado por uma retrospectiva da carreira em 1997 no “Pusan International Film Festival”. Filmes de Kim, anteriormente pouco conhecidos ou completamente desconhecidos fora da Coréia do Sul, mostraram entusiasmo e ganhou novas audiências no Japão, nos Estados Unidos, na Alemanha, na França e outros lugares. Ele estava preparando um filme para sua volta, quando juntamente com sua esposa foram mortos em um incêndio em 1998. O Festival Internacional de Berlim deu a Kim uma retrospectiva póstuma em 1998, e a Cinemateca Francesa selecionou 18 filmes de Kim, alguns recém-redescobertos e restaurados, em 2006. Através dos esforços do Conselho de Cinema Coreano (KOFIC), filmes anteriormente perdidos de Kim Ki-young continuam à ser redescobertos e restaurados. Muitos dos atuais proeminentes cineastas sul coreanos, incluindo diretores como Im Sang-soo, Kim Ki-duk, Joon-ho Bong e Park Chan-wook, alegam a influência de Kim Ki-young em suas carreiras.


ELENCO:
Eun-shim Lee
Jeung-nyeo Ju
Jin Kyu Kim
Sung-kee Ahn
Aeng-ran Eom
Seok-je Kang
Seon-ae Ko
Jeong-ok Na

FICHA:

Título Original: Hanyo
País De Origem: Coréia do Sul
Ano De Lançamento: 1960
Gênero: Terror / Drama / Thriller
Duração: 1h 51Min
Idioma: Coreano

DADOS DO ARQUIVO:

Qualidade: DVDRip
Formato: AVI
Tamanho: 1.20 GB
Legenda: Português/BR (Separadas)
Servidor: Megaupload

LINKS PARA DOWNLOAD:

1- http://www.megaupload.com/?d=G7S7U5NG
2- http://www.megaupload.com/?d=RXOWDYOW
3- http://www.megaupload.com/?d=PF7H5LQV
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domingo, 7 de novembro de 2010

Fiódor Dostoiévski

 


Fiódor Mijailovich Dostoiévski nasceu na cidade de Moscou em 30 de novembro de 1821. Seu pai, Mijail Andreievich, era médico militar, e no ano do nascimento de Dostoiévski deixou o exército e foi destinado a um hospital da cidade. A família viveu nos aposentos que o hospital destinava aos familiares dos médicos e, por isso, Dostoiévski e seus irmãos cresceram afastados e não podiam brincar com as demais crianças. Sua mãe, María Fiodorovna, teve seis filhos, mas sempre demonstrou maior afeição ao frágil Dostoiévski. Se seu pai foi um homem rígido, autoritário, avaro, alcoolico, ela, sua mãe, era quieta, doce e se resignava diante dos ataques verbais do marido. Como é natural, Dostoiévski tomou partido em defesa da mãe e sem saber como, dia a dia crescia um sentimento de aversão pela figura do pai.
Em 1837, Dostoiévski teve o primeiro vislumbre do que iria persegui-lo durante toda a vida: morre sua mãe e seu pai se entrega à bebida de maneira quase frenética, o que agravou a cobiça que sofreria em sua juventude. Foi então que ele e seu irmão Mijail, poucos anos mais velho, foram enviados à São Petersburgo para ingressar na Escola de Engenheiros Militares. 
Mijail Andreievich sempre foi um irmão pedante e cruel. Descarregava sua raiva em seus camponeses, além de chicoteá-los e humilhá-los, o que desconcertava os servos, que não tinham como escapar das agressões de seu patrão. Ninguém sabia o que o incomodava mais. Se os servos não faziam reverências, chicoteava-os. Se tiravam o chapéu, também chicoteava-os, porque dizia que tiravam o chapéu para ficarem doentes e não trabalharem depois. Segundo se conta, esta situação chegou a tal ponto, que os camponeses se organizaram e o assassinaram em uma emboscada: o amarraram, colocaram álcool em sua boca e o amordaçaram para que ficasse sufocado. Logo um deles pegou em suas genitais e apertou até sua morte. Outra história narra que 
Mijail morreu de causas naturais, mas que um fazendeiro vizinho inventou sua própria história a cerca da rebelião, de modo a rebaixar o preço do imóvel que era de Mijail. Independente de qual seja a história verdadeira, Dostoiévski ficou sabendo da morte de seu irmão quando estava na Escola de Engenheiros. No mês anterior à morte de seu irmão, havia escrito uma carta à seu pai pedindo, em tom irritado, mais dinheiro. Os dias foram passando sem nenhuma resposta de seu pai, o que irritou ainda mais Dostoiévski, que passou a amaldiçoá-lo pela sua avareza e incompreensão. Quando soube da morte de seu irmão, que o crime praticado pelos mujiks recaia sobre ele, e segundo contou em várias entrevistas, desde o princípio assumiu que deveria limpar esse assassinato, muito embora ele não houvesse cometido crime algum, como se por um dever, inteligível apenas para ele, tinha absorvido as responsabilidades dos verdadeiros assassinos. Sigmund Freud analisou estes trechos para escrever seu famoso artigo Dostoiévski e o parricídio
Um possível traço deste misterioso sentimento de culpa pode ser encontrado na insistência com que Dostoiévski cultiva a alegria de seus personagens antes de castigá-los com uma desgraça inesperada e injusta. Elege o dia em que estão em plena forma, em que florescem suas esperanças, para desfechar o golpe de misericórdia. Em Memórias do Subsolo, por exemplo, o protagonista faz você se perguntar "por que alguém iria querer fazer de seus defeitos, a fonte de orgulho e vaidade?". "Quando mais capaz me sentia de compreender os pormenores do todo o belo e o sublime", afirma em uma passagem, "perdia toda consciência e começava a cometer atos reprováveis... atos que todo mundo comete, mas eu sabia que cometeria no instante em que mais claramente compreendia que não devia cometê-lo. Quando mais admirava o belo, mais profundamente me afundava na lama e mais se desenvolvia em mim a faculdade de enlamear-me". Em Os irmãos Karamázov, para citar outro exemplo, é em pleno delírio amoroso que prendem Dimitri. Ele é acusado de assassinar seu pai, e por mais que proteste contra a comissão investigadora, todas as provas parecem estar contra ele. 
Em 1843, Fiódor Mijailovich Dostoiévski acaba seus estudos, adquire o grau militar de sub-tenente e se incorpora à Direção Geral de Engenheiros, em São Petersburgo. Durante esses anos traduziria Eugenia Grandet, de Honoré de Balzac, como mostra de admiração pelo grande escritor francês, que havia passado uma temporada em São Petersburgo. No ano de 1844 deixa o exército e começa a escrever Gente Pobre, novela que lhe dará seus primeiros êxitos de crítica. Nesta mesma época começa a contrair algumas dívidas e a sofrer seus primeiros ataques epilépticos. As novelas que escreve posteriormente Niétochka Niezvânova, Noites Brancas, O marido ciumento e A mulher de outro, não têm o êxito da primeira e recebem críticas muito negativas, o que deixa Dostoiévski em profunda depressão. É nesta época que entrará em contato com os chamados grupos "radicais" ou "utópicos", que fundamentam suas ideias na busca pela liberdade do homem. 
A polícia czarista vigiava de perto esses grupos "radicais", e em 23 de abril de 1849, o jovem Dostoiévski é preso e encarcerado por conspiração contra o Czar Nicolau I. No dia 16 de novembro do mesmo ano é condenado à morte por atividades anti-governamentais e vinculação ao grupo "radical" chamado Círculo Petrachevski. Em 22 de dezembro, junto com outros presos é levado ao pátio da prisão para ser fuzilado. Não sabia o que estava acontecendo, um medo agudo apertou seu estômago. Por um instante que não se pode medir em minutos, Dostoiévski teve que ficar de frente ao pelotão e escutar os disparos com os olhos vendados. Pensava que o disparo seguinte seria para ele, mas sua pena havia sido trocada por cinco anos de trabalhos forçados em Omsk, Sibéria, e o comandante queria apenas amedrontá-lo. É possível imaginá-lo alí, frente ao pelotão de fuzilamento, com os olhos vendados, evocando a morte de seu pai. 
Dostoiévski foi solto no ano de 1854 e se reincorpora ao exército. A partir de sua liberdade, abandonará seus pensamentos radicais e se converterá em um homem conservador e extremamente religioso. Por essa época começa a escrever Memórias da casa dos mortos, baseando-se em suas experiências como prisioneiro. 

Traduzido a partir de revistadelauniversidad.unam.mx

Principais obras
1846 - Bednye lyudi (Бедные люди); Em Português: Gente Pobre
1846 - Bednye lyudi (Бедные люди); Em Português: O duplo
1849 - Netochka Nezvanova (Неточка Незванова); Em português: Niérochka Niezvânova
1848 - Belye nochi (Белые ночи); Em Português: Noites Brancas
1861 - Unijennye i oskorblennye (Униженные и оскорбленные); Em Português: Humilhados e ofendidos
1862 - Zapiski iz mertvogo doma (Записки из мертвого дома); Em Português: Memórias da casa dos mortos
1864 - Zapiski iz podpolya (Записки из подполья); Em Português: Notas do subsolo
1866 - Prestuplenie i nakazanie (Преступление и наказание); Em Português: Crime e castigo
1867 - Igrok (Игрок); Em Português: O jogador
1869 - Idiot (Идиот); Em Português: O idiota
1870 - Vechnyj muzh (Вечный муж); Em Português: O eterno marido
1872 - Besy (Бесы); Em Português: Os demônios
1863 – Ziminie Zamietki o lietnikh vpyetchatleniiakh (Зимние заметки о летних впечатлениях); Em Português: notas de inverno sobre impressões de verão. 
1881 - Brat'ya Karamazovy (Братья Карамазовы); Em Português: Os irmãos Karamázov.


NOTAS DO SUBSOLO (Notes from underground), 1995
Legendado, Gary Walkow


Formato: AVI (VHS-Rip)
Áudio: inglês
LEGENDA EXCLUSIVA: português
Duração: 86 min.
Tamanho: 691 mb
Servidor: Megaupload (3 partes)
 

LINKS

SINOPSE
 
Adaptado do livro do escritor russo Fiódor Dostoiévski, Henry Czerny interpreta o homem do subsolo. Cheio de ódio a si mesmo,ele mantém um diário em vídeo, onde discute suas próprias deficiências, assim como as deficiências da sociedade contemporânea. Sua amargura transborda em um jantar acompanhado de seus velhos amigos de faculdade. Depois de ser humilhado por seus amigos no jantar, ele decide ir para um bordel, onde conhece Liza, uma jovem prostituta.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

KEOMA - 1976


Título Original: Keoma
Título em inglês: Django Rides Again
Direção: Enzo G. Castellari
Roteiro: George Eastman, Enzo G. Castellari, Nico Ducci, Mino Roli e Joshua Sinclair (diálogos)
Gênero: Ação/Drama/Faroeste
Origem: Itália
Ano de Lançamento: 1976
Música: Guido de Angelis, Maurizio de Angelis
Fotografia: Aiace Parolin
Créditos da postagem:  acullen, no cine gratuito
http://www.imdb.com/title/tt0074740/ - 7.1/10


Sinopse:
Ao final da Guerra Civil Americana, Keoma, um pistoleiro mestiço, cansado de fazer da morte um meio de vida, retorna para aquilo que um dia costumava ser seu lar. Encontra sua cidade natal totalmente destruída pela peste e sob o comando de um homem chamado Caldwell. Seus meio-irmãos Butch, Sam e Lenny trabalham para Caldwell e Keoma se vê sozinho contra todos.


Informações do Arquivo:

Formato: avi
Qualidade: DVDRip
Áudio: Inglês
Legendas: Português/BR
Duração: 97 min
Cor
Tamanho: 682 MB em 3 partes


DOWNLOAD:
AVI 682MB em 3 partes, legendado PT/BR:

http://www.megaupload.com/?d=3H5IY6QT
http://www.megaupload.com/?d=59V6N1TN
http://www.megaupload.com/?d=IM8Y2Q26

SENHA PARA DESCOMPACTAR: acullen


TRILHA SONORA ORIGINAL DE 1976
Composer(s): Guido De Angelis e Maurizio De Angelis
Released in: 1976, Italy

Track listing
1. Keoma (instrumental) (04:43)
2. In front of my desperation (02:06) - canta Guy
3. Dusty banjo (part one) (00:42)
4. Keoma (harmonica) (01:38)
5. Piano and beer (01:25)
6. In front of my desperation (instrumental) (03:08)
7. Waiting (instrumental) (01:05)
8. Dusty banjo (part two) (01:25)
9. Keoma (04:45) - canta Sybil & Guy

DOWNLOAD 18 MB
http://www.megaupload.com/?d=QE47AE3N

** não tem senha **


Elenco :
Franco Nero - Keoma
William Berger - William Shannon
Olga Karlatos - Lisa
Orso Maria Guerrini - Butch Shannon
Gabriella Giacobbe - The Witch
Antonio Marsina - Lenny Shannon
Joshua Sinclair - Sam Shannon
Donald O'Brien - Caldwell
Leonardo Scavino - Doctor
Wolfango Soldati - Confederate Soldier
Victoria Zinny - Brothel Owner
Alfio Caltabiano - Member of Caldwell's Gang
Woody Strode - George


Por que me ajuda? Todos temos o direito de nascer.

A guerra? Não sei bem.
Acho que, logo que massacramos aqueles índios, achamos que deveríamos fazer algo generoso. Então demos a liberdade aos negros.
Assim, nos sentíamos bem para voltar a acabar com os índios.

Ele não pode morrer! E sabe por quê? Porque ele é livre.



Keoma é um filme que fala de legalidade, preconceitos, princípios de família e valores, com uma trilha sonora incrível e um elenco de primeira linha. Clássico do "western espaguetti", o filme é de propriedade ímpar: locação, atuação, trilha, etc., excepcionais.
O diretor, Enzo Castellari, saudado por Quentin Tarantino na utilização do título The Inglorious Bastards (1978), e que já levou até personagens shakespearianos para os saloons (Johnny Hamlet, 1968), se superou em Keoma, encabeçado pelo solitário personagem de Franco Nero.






O WESTERN, QUEM DIRIA, JÁ FOI REVOLUCIONÁRIO E CONTESTADOR...
Por Celso Lungaretti, jornalista e escritor
Fonte: http://www.jornalorebate.com.br/site/



Muitos dos que hoje se deslumbram com as estilizações de duelos e a extraordinária trilha musical de “Kill Bill” (Kill Bill: Vol. 1, 2003, e Kill Bill: Vol.2, 2004, d. Quentin Tarantino), ignoram que as primeiras inspiraram-se diretamente nas coreografias dos filmes do diretor Sergio Leone, enquanto várias músicas foram compostas há quatro décadas atrás, por Ennio Morricone, para os bangue-bangues italianos. É que Quentin Tarantino estava prestando um comovido tributo a esses dois mestres, que devem ter-lhe inspirado sonhos e brincadeiras nos seus tempos de menino.

Nascido em meados da década de 1960, o spaghetti-western lavou a alma de todos nós que gostávamos dos bangue-bangues, mas não da caretice dos norte-americanos.

Teve surpreendente sucesso nas bilheterias: "O Dólar Furado" ( Un Dollaro Bucato, 1965, d. Giorgio Ferroni), p. ex., chegou a ficar em cartaz por cerca de um ano num cinema de São Paulo. Isto se deveu não só a ter ocupado um espaço vazio, já que os norte-americanos haviam deixado de fazer westerns, como também a haver trazido um novo enfoque e uma nova moldura para o gênero.

Tirando obras de exceção como "Matar ou Morrer" (High Noon, 1952, d. Fred Zinneman), "Sem Lei e Sem Alma" (Gunfight at O.K. Corral, 1957, d. John Sturges), "O Matador" (The Gunfighter, 1950, d. Henry King), "Estigma da Crueldade" (The Bravados, 1958, d. Henry King) e "Rastros do Ódio" (The Searchers, 1956, d. John Ford), os faroestes made in USA de até então tinham o insuportável defeito de tentarem nos impingir aquela ladainha da luta eterna do Bem contra o Mal -- um tédio!

O mocinho não fumava, não bebia, não praguejava e nem trepava. A mocinha era recatada donzela. O xerife, pachorrento mas digno. Os índios, selvagens bestiais que tinham de ser tirados do caminho para não atrapalharem o progresso. Os mexicanos, beberrões subumanos.

Mesmo no mato, conduzindo boiada, o mocinho tinha a decência de manter-se sempre limpo e escanhoado. Bah!

O western italiano surgiu meio por acaso. A indústria cinematográfica italiana conseguira nos anos anteriores faturar uma boa grana com filmes épicos e mitológicos. Hércules, Maciste, Ursus, Golias, fundação de Roma, guerra de Tróia, etc. O filão, entretanto, estava esgotando-se e a Cinecittà saiu à cata de um novo produto.

Sergio Leone, então com 34 anos, tinha começado a carreira no neo-realismo italiano (como assistente de direção e diretor de segunda unidade), mas não conseguira alçar-se à direção. Era difícil abrir um espaço entre mestres como Vittorio De Sica, Lucchino Visconti, Pier Paolo Pasolini, Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, etc.

Então, entre atuar eternamente à sombra dos medalhões do cinema de arte e mostrar seu trabalho no cinema dito comercial, escolheu a segunda opção. Depois de dirigir os épicos “Os Últimos Dias de Pompéia” (Gli Ultimi Giorni di Pompei, 1959, creditado, entretanto, a Mario Bonnard) e “O Colosso de Rodes” (Il Colosso di Rodi, 1961, d. Sergio Leone), teve a sorte de estar no lugar certo, no momento exato, para dar o pontapé de partida num novo ciclo.

Adaptou para o Oeste a história de “Yojimbo” (Yojimbo, 1961), um filme de Akira Kurosawa sobre samurai que açula a discórdia entre dois senhores feudais para prestar-lhes serviço alternadamente, sem que percebam seu jogo duplo. O que Leone fez em “Por Um Punhado de Dólares” ((Per un Pugno di Dollari, 1964), basicamente, foi mudar a ambientação e colocar um pistoleiro caça-prêmios no lugar do samurai.

O protagonista também teve aí seu grande golpe de sorte. Clint Eastwood não emplacara em Hollywood como mocinho, ficando relegado a papéis secundários em séries de TV e a filminhos classe “B” e “C”. Leone percebeu nele um bom anti-herói. Compôs seu personagem (o “Estranho Sem Nome”) com barba rala, chapéu sobre os olhos, charuto na boca, fala arrastada e um poncho. Com isto, acabou alçando-o ao estrelato e fazendo jus à homenagem que depois Eastwood lhe prestaria, ao dedicar-lhe sua obra-prima “Os Imperdoáveis” (Unforgiven, 1992, d. Clint Eastwood).

O que diferenciou o western italiano foi exatamente ter sido feito por cineastas bem diferentes dos tarefeiros hollywoodescos (os ditos “artesãos”, que se limitavam ao feijão-com-arroz artístico que lhes garantisse o dito cujo gastronômico).

Damiano Damiani, Carlo Lizzani e Sergio Corbucci eram outros talentos com a cabeça feita pelo cinema de arte, assim como o superlativo roteirista Sergio Donatti (aliás, até o grande diretor Bernardo Bertolucci chegou a desenvolver uma história para western). Então, não se limitaram a realizar filmes com muita ação e nenhuma vida inteligente; fizeram questão de deixar sua marca, passando mensagens cifradas, dando toques, propondo outra abordagem para o western.

Em vez de um palco em que o Bem vence sempre o Mal, o bangue-bangue italiano mostrou o velho Oeste como uma terra de ninguém, primitiva e selvagem, em que todos perseguem seus objetivos como podem. Evidentemente, há muito mais verossimilhança nesse enfoque do que no norte-americano. O Oeste do século 19 seria algo como o garimpo de Serra Pelada no seu apogeu. Um grotão selvagem e sem lei.

Em vez do herói, o western italiano consagrou o anti-herói: barbudo, desgrenhado, com roupas sinistras, muitas vezes um caça-prêmios, quase sempre um mau-caráter. No fundo, só se diferencia dos bandidos por agir sozinho enquanto os outros atuam em bando.

Lembrem-se: era a década de 1960, quando havia um imenso desencanto com a ordem estabelecida. Rebeldes eram tudo que queríamos ver Não suportávamos mais os heroizinhos c.d.f. de Hollywood. Os Djangos, Sabatas e Sartanas nos cativaram à primeira vista (o único mocinho nos moldes estadunidenses era o bonitão Ringo, de “O Dólar Furado”, interpretado por Giuliano Gemma).

E, enquanto os poderosos viraram vilãos, os índios e os peões mexicanos passaram a ser mostrados como vítimas e heróis. Afinal, vários cineastas italianos tinham inclinações revolucionárias, mas não havia nada revolucionário para destacar nos EUA do século 19. A solução foi transferir a ação para o efervescente México, como em "Quando Explode a Vingança" (Giù la Testa, 1971, d. Sergio Leone), "Gringo" (El Chuncho, Quién Sabe?, 1967, d. Damiano Damiani), "Reze a Deus e Cave Sua Sepultura" (Violenza al Sole, 1968, d. Florestano Vancini), "Réquiem Para Matar" (Requiescant, 1967, d. Carlo Lizzani), "Companheiros" (Vamos a Matar, Compañeros, 1970, d. Sergio Corbucci) e "O Dia da Desforra" (La Resa dei Conti, 1966, d. Sergio Sollima).

Toques esquerdistas, sim, eles podiam inserir em filmes ambientados nos EUA:

o próprio "Django" (Django, 1966, d. Sergio Corbucci), no qual os vilãos são visivelmente inspirados na Ku-Klux-Khan;
"Quando os Brutos Se Defrontam" (Faccia a Faccia, 1967, d. Sergio Sollima), reflexão sobre a gênese de líderes oportunistas;
"O Especialista" (Gli Specialisti, 1969, d. Sergio Corbucci), que coloca jovens rebeldes (referência às barricadas francesas de 1968) em ação no Oeste;
"O Vingador Silencioso" (Il Grande Silenzio, 1968, d. Sergio Corbucci), denunciando o massacre de Johnson Country, quando centenas de imigrantes eslavos foram dizimados pelos barões de gado do Wyoming – o mesmo episódio histórico que foi depois retratado em "O Portal do Paraíso" (Heaven's Gate, 1980, d. Michael Cimino);
e o extraordinário "Três Homens em Conflito" (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo, 1966, d. Sergio Leone), com algumas das mais marcantes seqüências antibelicistas do cinema.
Uma última característica notável foi libertar a trilha musical da tirania do country. Não mais o que realmente existia nos EUA do século retrasado, como violões, violinos, banjos, gaitas e sanfonas, mas também flauta, saxofone, órgão, sintetizadores, castanholas -- tudo que se harmonizasse com o clima daquela seqüência, pouco importando se tais instrumentos eram encontrados ou não no velho Oeste. Para completar, o uso criativo de sinos, caixas de música, assobios e outros achados. Morricone é, com certeza, o melhor criador de trilhas musicais de todos os tempos.

FILMES INESQUECÍVEIS

"Quando Explode a Vingança" está entre os melhores filmes do Leone. É, na verdade, o segundo da trilogia "era uma vez", que inclui “Era Uma Vez No Oeste” (C'Era Uma Volta il West, 1968, d. Sergio Leone) e “Era Uma Vez Na América” (Once Upon a Time in América, 1984, d. Sergio Leone). Deveria ter-se chamado "Era Uma Vez A Revolução", mas acabou com um título que em italiano significa "abaixe a cabeça" e, nos EUA, "abaixe-se, otário".

Na visão do Leone, os verdadeiros heróis da revolução são os anônimos homens do povo, enquanto os líderes acabam sempre traindo a causa -- seja no México (o médico interpretado por Romolo Valli) ou na Irlanda (o dirigente do IRA que é amigo do John/James Coburn).

Foi feito em 1971, quando os movimentos revolucionários pipocavam na Itália, radicalizando-se progressivamente. Parece expressar o desencanto do Leone com o Partido Comunista Italiano e ser um alerta de que as Brigadas Vermelhas e congêneres teriam destino trágico.

Um lance interessante é mostrar de forma totalmente desumanizada o comandante das forças contra-revolucionárias: ele é visto escovando repulsivamente os dentes, chupando um ovo, olhando pelo binóculo. Leone não lhe concede sequer a dignidade da fala. De sua forma sutil, expressa o desprezo absoluto que tinha pela direita troglodita.

Outra grande sacada do Leone é ressaltar que a História nunca fixa a versão correta dos fatos. A frase que o Irlandês sempre repete, sobre "os grandes e gloriosos heróis da revolução", é um primor de sarcasmo.

* * *

"Três Homens em Conflito" foi, claramente, o divisor de águas na carreira de Sergio Leone, o momento em que ele mostrou ser muito mais do que um (brilhante) artesão.

"Por um Punhado de Dólares" introduziu a figura do anti-herói no centro da trama; a amoralidade básica dos tipos e das situações; a apresentação criativa dos letreiros iniciais, com o uso de animação; a nova concepção musical que Morricone trouxe para os westerns; e um dos personagens mais emblemáticos do bangue-bangue à italiana, o pistoleiro oportunista interpretado por Clint Eastwood.

Em "Por Uns Dólares a Mais" (Per Qualche Dollaro in Più, 1965, d. Sergio Leone), todas essas características foram desenvolvidas e aprimoradas. É um filme muito melhor do que o anterior, mas, paradoxalmente, não apresentou novidades significativas. A única que vale a pena citar é a colocação de dois personagens em destaque, em vez de um. A partir daí, os filmes de Leone trariam sempre essa dupla de anti-heróis ocupando o espaço dos antigos mocinhos. Depois dos personagens interpretados por Clint Eastwood/Lee Van Cleef em “Por Uns Dólares a Mais”, tivemos Charles Bronson/Jason Robards (“Era Uma Vez no Oeste”), Rod Steiger/James Coburn (“Quando Explode a Vingança”) e Robert De Niro/James Woods (“Era Uma Vez na América”).

"Três Homens em Conflito" foi a obra em que Leone definiu e afirmou seu estilo, embutindo no cinema de ação discussões mais profundas, sem prejuízo do entretenimento propriamente dito. É um tipo de obra em camadas. De acordo com sua sensibilidade, o espectador pode se divertir apenas com o básico ou captar os muitos toques subjacentes.

E é grandiosa a crítica que Leone fez ao belicismo, com algumas das seqüências mais comoventes que o cinema já apresentou: o oficial bêbado sem coragem para destruir a ponte, a orquestra do campo de prisioneiros tocando para abafar os ruídos da tortura, o jovem soldado agonizante a quem o Estranho Sem Nome dá seu charuto.

Nos três filmes seguintes ele dissecaria a lenda (vinganças) e a realidade (construção da ferrovia) no Velho Oeste, as verdades e mentiras de uma revolução e a transição da época glamourosa do aventureirismo para a hegemonia insípida das grandes organizações. Foi o cineasta que conseguiu ir mais longe na proposta de mesclar entretenimento e reflexão, saindo-se tão bem nas bilheterias quanto em termos de qualidade cinematográfica.

* * *

“Keoma” (Keoma, 1976, d. Enzo G. Castellari) foi o canto do cisne do western italiano. E encerrou o ciclo com extrema dignidade. Trata-se daquela única obra-prima que, às vezes, um diretor convencional faz na vida, como que para provar que tinha talento para vôos maiores.

O subtexto é riquíssimo:

a briga entre os quatro irmãos remete, evidentemente, a Freud e suas teorias sobre a horda primitiva;
o nascimento da criança num estábulo é um paralelo bíblico, assim como a crucificação do herói;
a presença da velha índia nos momentos culminantes do filme vem da mitologia grega, ela é um tipo de deusa do destino;
o herói errante em busca de um desígnio que justifique sua vida também tem inspiração mitológica;
a peste se constituiu num elemento bíblico e mitológico ao mesmo tempo, além de estabelecer uma ponte com o escritor Albert Camus ("A Peste", "O Estrangeiro"), cujas obras são uma óbvia referência no delineamento do personagem principal;
finalmente, Castellari reverencia seus mitos cinematográficos -- Keoma é filho de Shane, o herói protagonizado por Alan Ladd em "Os Brutos Também Amam" (Shane, 1953, d. George Stevens), enquanto a presença de Woody Strode no elenco constitui uma homenagem a John Ford, de quem o negro era um dos atores prediletos.
E não foi só Castellari quem se superou, atingindo uma qualidade de que ninguém o suporia capaz. A dupla de compositores Guido e Maurizio de Angelis fez uma trilha musical extraordinária, capaz de rivalizar com as melhores de Morricone. O contraste do baixo com a soprano chega a nos arrepiar, as letras se casam maravilhosamente com o filme.

Em suma: trata-se de um clássico ainda não reconhecido.

sábado, 10 de julho de 2010

A CASA SINISTRA - 1932 - JAMES WHALE

A CASA SINISTRA
1932
JAMES WHALE




SINOPSE
Em busca de abrigo para fugir de uma tempestade, um casal de viajantes é acolhido na velha mansão da estranha família Femm.









JAMES WHALE



O cinema clássico de horror deve muito a James Whale. O britânico entregou alguns dos mais fantásticos filmes da Universal; sem ele não teríamos a imagem que aprendemos a admirar de Boris Karloff como o monstro de Frankenstein, nem a visão diabólica do Dr. Pretorius em A NOIVA DE FRANKENSTEIN ou mesmo a primazia na técnica de O HOMEM INVISÍVEL.

Dono de um requintado estilo a frente de seu tempo e de um trabalho de câmera fluído e único - pesadamente influenciado pelo impressionismo alemão - sua polêmica vida particular é tão interessante como sua vida profissional, portanto, Whale merece um olhar mais profundo que você terá a oportunidade de conferir nesta grande jornada por sua fugaz e brilhante carreira.LEIA A CRITICA NA ÍNTEGRA NESSE SITIO





ELENCO
Boris Karloff
Melvyn Douglas
Charles Laughton
Lilian Bond
Ernest Thesiger
Eva Moore
Raymond Massey
Gloria Stuart
Elspeth Dudgeon
Brember Wills

FICHA:

Título Original: The Old Dark House
País De Origem: EUA
Ano De Lançamento: 1932
Gênero: Terror
Duração: 1h 12Min
Idioma: Inglês

DADOS DO ARQUIVO:

Qualidade: DVDRip
Formato: AVI
Tamanho: 698 MB
Legenda: Português/BR (Separadas)
Servidor: Megaupload

LINKS PARA DOWNLOAD:

1- http://www.megaupload.com/?d=RXU9HCJ9
2- http://www.megaupload.com/?d=EPDZ3H70
3- http://www.megaupload.com/?d=JY83BALH
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sábado, 19 de junho de 2010

Uma singela homenagem a Saramago...

A Carne é Fraca - 2005

 A Carne é Fraca" mostra os bastidores das fazendas industriais que quase nunca chegam ao conhecimento do grande público, assim como as conseqüências que o ato corriqueiro de comer carne tem para a saúde, para o sofrimento dos animais e para o meio ambiente. Um dos pontos fracos deste documentário é que muito dos depoimentos apresentados são repetições de lugares-comuns sentimentais e argumentos pouco sofisticados. Com algumas exceções, como é o caso dos depoimentos da filósofa Sônia Felipe, há muito amadorismo e pouco conhecimento dos argumentos apresentados na área. Mas apesar desses defeitos ainda estamos falando de um filme bastante informativo, que merece nossa atenção.Os Créditos do filme ficam a cargo do sitio Laranja Psicodélica...




SINOPSE
O documentário tenta traçar um panorama geral do consumo da carne animal nas refeições, como também suas implicações diretas e indiretas para o meio ambiente e para a nossa saúde. Para isso, eles vão aos pastos, matadouros, frigoríficos, mercados e restaurantes, tentando acompanhar o bife do momento em que ele nasce até a hora em que ele é engolido por um satisfeito esfomeado. O objetivo do vídeo não é transformar as pessoas em vegetarianos, mas sim apresentar uma faceta da realidade que a grande massa desconhece sobre a maneira como tratamos os animais com crueldade.

DADOS DO ARQUIVO
Diretor: Denise Gonçalves
Áudio: Português
Duração: 54 min.
Qualidade: DVDRip (AVI)
Tamanho: 389 MB
Servidor: Uploading (4 partes)

LINKS
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Massacre na flotilha de ajuda a Gaza...

Quer saber como foi o covarde ataque de Israel à Frota Humanitária? Assista ao vídeo de 1h feito por quem estava lá


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terça-feira, 8 de junho de 2010

Belissimo filme iraniano....

Tartarugas podem Voar
(Lakposhtha Hâm Parvaz Mikonand )

Crianças mutiladas ganham a vida desarmando minas terrestres que vendem a um intermediário, que, por sua vez, ganha a vida vendendo as minas à ONU. É essa a imagem da luta pela sobrevivência num campo de refugiados curdos pouco antes da invasão americana do Iraque, documentada no filme Tartarugas Podem Voar.

Um acampamento de refugiados curdos no limite entre Irã e Iraque é comandado pelo garoto Satélite. Em meio a muito sofrimento, descaso e uma situação precária, o grupo segue a liderança do menino e acompanha notícias da iminente ocupação das tropas norte-americanas no Iraque.

Neste cenário, surge a jovem Agrin, uma menina de 14 anos que chega acompanhada do irmão. Ariscos, eles não conseguem se relacionar com o restante das pessoas e passam por um momento muito difícil, pois tiveram os pais mortos. Quando resolvem sair do campo de refugiados, os soldados dos Estados Unidos chegam à fronteira. 

O longa-metragem foi vencedor do Hugo de Prata do Festival Internacional de Cinema de Chicago, além de ter sido premiado nos festivais de cinema de Berlim, San Sebastian e México. 

O filme pode atrair um público atento simplesmente por seu tema e pela maneira como reafirma a capacidade humana de sobreviver à crueldade extrema.

O campo de refugiados parece um lugar saído do inferno. Numa paisagem árida e rochosa, as barracas são montadas entre crateras, tanques de guerra destruídos e cartuchos de munição.

Mais estranho ainda é que em meio à imundície e à miséria geral, se vêem peças de equipamento de alta tecnologia. 


Quem desejar o Torrent do filme entre em contato por email...

Soran Ebrahim (Satellite)
Avaz Latif (Agrin)
Saddam Hossein Feysal (Pashow)
Hiresh Feysal Rahman (Hengov)
Abdol Rahman Karim (Riga)
Ajil Zibari (Shirkooh) 
Gênero: Drama
Diretor: Bahman Ghobadi
Duração: 95 minutos
Ano de Lançamento: 2004
País de Origem: Irã / Iraque
Idioma do Áudio: Árabe
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0424227/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Tamanho: 699 Mb
Legendas: No torrent

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Cidadão Boilesen (2009)



Do Blog DocVerdade


(Brasil, 2009, 92min - Direção: Chaim Litewski)
Finalmente na Web!
 
Estivemos presentes no festival "É Tudo Verdade", no CCBB em Brasília, e vimos o ganhador do prêmio de melhor documentário nacional - "Cidadão Boilesen", que conta o envolvimento da classe empresarial brasileira com o pior dos anos de chumbo da ditadura Brasileira.
Henning Boilesen, figura representativa na alta roda paulistana, carismático, presidente do grupo Ultra (Ultragás) participou ativamente (inclusive presencialmente) na OBAN (Operação Bandeirante) que visava aniquiliar qualquer forma de pensamento que discordasse da ditadura.
O filme mostra que ele, assim como empresários da Camargo Correa, Folha de São Paulo, entre muitos outros, financiaram a repressão, que torturou e assassinou estudantes, professores e militantes de esquerda no Brasil.
Boilesen, diferentemente de quase todos, foi punido, sendo assassinado pelos militantes do MRT e ALN.

Um documentário excepcional e imperdível.
(Sinopse original do docverdade)


Torrent

Agradecemos a Diego P. pela indicação do Link do torrent