domingo, 14 de setembro de 2008

Matéria do Estadão....

Ex-militares confirmam torturas no Araguaia


Marcelo Auler


Dez ex-recrutas do Exército que participaram da Guerrilha do Araguaia entre 1972 e 1975 confirmaram, em depoimentos à Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a execução de guerrilheiros pelos militares, assim como a prática de tortura não apenas contra os inimigos, mas também de civis. Nos depoimentos, esses ex-soldados denunciaram ter sofrido maus-tratos e sevícias nos treinamentos recebidos.

Falaram ainda da cooptação de índios pelas Forças Armadas para localizar membros do PC do B na selva. Mas não esclareceram o maior mistério do caso: a localização dos corpos dos guerrilheiros mortos.

"Trata-se de um fato diferenciado, que é a confissão de agentes do próprio Estado", diz o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, sobre os documentos que a Ordem encaminhou, em março passado, ao Superior Tribunal Militar (STM). "Não são depoimentos de vítimas do ato, mas de quem confessa ter praticado, ainda que sob ordens, fatos graves. É uma diferença substancial. Daí porque a OAB reivindica que se apure a veracidade das declarações que, se verdadeiras, dão certo cunho de oficialidade ao que era negado."

Os depoimentos são de alguns dos 315 ex-soldados que ingressaram com 116 ações solicitando a reintegração às Forças Armadas no quadro da reserva remunerada. Alegam ter sofrido danos físicos e morais no combate à guerrilha, na região conhecida como Bico do Papagaio, no sul do Pará e, na época, norte de Goiás (hoje Tocantins). Das ações já protocoladas na Justiça Federal de Brasília, ao menos 275 são de sócios da Associação Brasileira dos Ex-combatentes da Guerrilha do Araguaia, segundo seu presidente, Dorimar Gomes Soares.

Ex-soldado, o hoje taxista Gomes Soares licenciou-se do cargo na associação para concorrer à Câmara Municipal de Marabá (PA) pelo PT. Ele explica a dificuldade para a localização dos corpos: "É uma questão que as Forças Armadas guardam a sete chaves. Fizeram muitas ações na região, que era uma mata selvagem e hoje a mata já não existe mais. Realizaram a operação limpeza, recolhendo cadáveres e ossadas."

Alguns dos ex-recrutas apontaram a Serra das Andorinhas, nas margens do Rio Araguaia, no sul do Pará, como local para onde os militares levaram os inimigos. A conselheira da OAB Herilda Balduíno, da Comissão de Direitos Humanos que ouviu os ex-soldados em 2006, lembra que essa versão da Serra das Andorinhas já circulava antes dos depoimentos.

BURACO

"O local onde foram jogados vários guerrilheiros ainda vivos era chamado de buraco grande da Serra das Andorinhas, de difícil acesso", afirma o ex-enfermeiro Adailton Vieira Bezerra. Ele fala em "pelo menos oito pessoas, incluindo uma guerrilheira grávida", atiradas nesse buraco. Alega ter sido informado disso "pelos mateiros, entre eles Arlindo da Silva, e também por sargentos e oficiais daquela base".

No alto escalão do governo há reservas sobre as informações dos ex-soldados, como explicou um ministro ao Estado: "Nos contatos deles conosco, de vez em quando, logo transparece um certo componente de troca: se ajudarmos nas indenizações, eles ajudam a localizar. Assim fica muito difícil. Uma autoridade pública tem de manter longa distância de qualquer coisa que cheire a chantagem", comenta, pedindo para não ser identificado.

O ex-secretário de Direitos Humanos Nilmário Miranda esteve no Araguaia com um desses ex-soldados e garante: "Não deixamos nada sem verificar, mas as informações deles eram imprecisas."

A conselheira Herilda alerta ser preciso encarar os depoimentos com precaução, por serem de quem reivindica compensação por seqüelas supostamente geradas na guerrilha. Mas, admite, as declarações "devem ter algum grau de sinceridade, pois eles estavam no palco das operações e presenciaram os fatos".

ÍNDIOS

O ex-soldado Eduardo Xavier dos Santos Oliveira revelou, por exemplo, que as Forças Armadas cooptaram indígenas para ajudar a localizar os guerrilheiros. Oliveira afirma que várias vezes conduziu para os helicópteros caixas que continham munições que eram distribuídas para os índios suruís. "Eles eram os melhores mateiros e recebiam por cada pessoa capturada entre 10 mil e 14 mil cruzeiros", conta. O livro Operação Araguaia, de Taís Morais e Eumano Silva, relata que, na busca pelos cadáveres, a Comissão de Desaparecidos Políticos, em 2005, encontrou na Reserva Indígena Suruí restos de pernas de duas pessoas, nove dentes e projéteis.

O conselheiro da OAB Nélio Machado, que estudou o caso, também defende cautela com as revelações. "Os depoimentos devem ser considerados por terem sido prestados de forma solene. O assunto nunca foi devidamente apurado, quer em relação à violência que provocou, quer em relação àqueles que de alguma forma foram vítimas de uma subordinação que praticamente inviabilizou a divergência, até mesmo no plano ético. Eles se achavam praticamente em estado de coação e sofreram seqüelas que não devem ser desconsideradas. Há muita dor dos dois lados."

O Judiciário a serviço das velhas oligarquias

Cristóvão Feil


Porto Alegre (RS) -
Hoje eu quero comentar com vocês sobre o Poder Judiciário no Brasil. As velhas oligarquias conservadoras do país foram, como todos sabemos, afastadas do poder executivo com a eleição de Lula - pelo menos, nominalmente. Pois essas mesmas oligarquias estão buscando novamente um lugar ao sol através do Poder Judiciário.


Como assim?, alguém pode perguntar. Pois eu digo: o Poder Judiciário no Brasil está sendo usado politicamente pelos conservadores para que eles imponham uma nova agenda ao país. Ou seja, o Judiciário está fazendo disputa política com o executivo.

Vamos a um caso concreto. Dias atrás, o Superior Tribunal de Justiça fez algo que pode desacreditar completamente as instituições, especialmente o próprio judiciário. Pois o STJ anulou as condenações de dois criminosos recentemente julgados. Tratam-se de dois empresários que foram acusados de cometerem 245 crimes. Eu disse, 245 crimes, e foram condenados respectivamente a 45 anos e 49 anos de prisão, cada um deles.

Os dois criminosos de colarinho branco foram beneficiados mesmo estando foragidos da Justiça. Mas o que mesmo alegou o STJ para que houvesse uma modificação tão drástica na vida desses dois criminosos? Eu vou contar.

Quando da instrução do processo, a polícia efetuou escutas telefônicas com a devida autorização judicial. As escutas duraram dois anos, mais ou menos, o tempo que a polícia levou para investigar os 245 crimes dos dois empresários. Pois agora o STJ anulou as provas colhidas nas escutas telefônicas justificando o absurdo com outro absurdo: de que os empresários tiveram suas privacidades invadidas pela Polícia Federal.

Vejam bem: os empresários cometem 245 crimes, são condenados a 45 e 49 anos respectivamente de prisão, agora estão soltos e o STJ acha que eles tiveram a privacidade violada. Ou seja, indiretamente o STJ está desmoralizando a investigação policial. As provas agora nada valem, mesmo que eles tenham cometido 245 crimes, inclusive o de subornar agentes da Receita Federal com altas propinas e o de terem remetido ilegalmente para o exterior cerca de R$ 21 mi, além de sonegação fiscal de R$ 60 mi e por aí vai a ficha criminosa dos dois empresários.

Vejam pois, meus queridos ouvintes, o perigo que isso representa. A anulação de provas feita por juízes do STJ abre um precedente muito perigoso, porque pode propiciar com que outros réus do colarinho branco também aleguem que tiveram suas privacidades violadas. Mas e os crimes que cometeram e que a polícia provou que cometeram? Por isso eu repito o que disse no início desse comentário: o Judiciário está exorbitando das suas funções para satisfazer réus das oligarquias endinheiradas, que se recusam a cumprir a lei e se negam ao julgamento justo como os demais cidadãos brasileiros.

Nós todos já sabíamos que no Brasil a Justiça praticamente só condena pobre e gente de pouca instrução. Mas agora, a coisa está indo muito além da conta e não sabemos aonde o Judiciário quer ir.

Pensem nisso, enquanto eu me despeço.

Até a próxima!


Cristóvão Feil é sociólogo e editor do blog Diário Gauche (www.diariogauche.blogspot.com)
Somos todos pós-modernos?




Frei Betto

A resposta é sim se comungamos essa angústia, essa frustração frente aos sonhos idílicos da modernidade. Quem diria que a revolução russa terminaria em gulags, a chinesa em capitalismo de Estado e tantos partidos de esquerda assumiriam o poder como o violinista que pega o instrumento com a esquerda e toca com a direita?

Nenhum sistema filosófico resiste, hoje, à mercantilização da sociedade: a arte virou moda; a moda, improviso; o improviso, esperteza. As transgressões já não são exceções, e sim regras. O avanço da tecnologia, da informatização, da robótica, a gloogletização da cultura, a telecelularização das relações humanas, a banalização da violência, são fatores que nos mergulham em atitudes e formas de pensar pessimistas e provocadoras, anárquicas e conservadoras.

Na pós-modernidade, o sistemático cede lugar ao fragmentário, o homogêneo ao plural, a teoria ao experimental. A razão delira, fantasia-se de cínica, baila ao ritmo dos jogos de linguagem. Nesse mar revolto, muitos se apegam às "irracionalidades" do passado, à religiosidade sem teologia, à xenofobia, ao consumismo desenfreado, às emoções sem perspectivas.

Para os pós-modernos a história findou, o lazer se reduz ao hedonismo, a filosofia a um conjunto de perguntas sem respostas. O que importa é a novidade. Já não se percebe a distinção entre urgente e importante, acidental e essencial, valores e oportunidades, efêmero e permanente.

A estética se faz esteticismo; importa o adorno, a moldura, e não a profundidade ou o conteúdo. O pós-moderno é refém da exteriorização e dos estereótipos. Para ele, o agora é mais importante que o depois.

Para o pós-moderno, a razão vira racionalização, já não há pensamento crítico; ele prefere, neste mundo conflitivo, ser espectador e não protagonista, observador e não participante, público e não ator.

O pós-moderno duvida de tudo. É cartesianamente ortodoxo. Por isso não crê em algo ou em alguém. Distancia-se da razão crítica criticando-a. Como a serpente Uroboros, ele morde a própria cauda. E se refugia no individualismo narcísico. Basta-se a si mesmo, indiferente à dimensão social da existência.

O pós-moderno tudo desconstrói. Seus postulados são ambíguos, desprovidos de raízes, invertebrados, sensitivos e apáticos. Ao jornalismo, prefere o shownalismo.

O discurso pós-moderno é labiríntico, descarta paradigmas e grandes narrativas, e em sua bagagem cultural coloca no mesmo patamar Portinari e Felipe Massa; Guimarães Rosa e Paulo Coelho; Chico Buarque e Zeca Pagodinho.

O pós-modernismo não tem memória, abomina o ritual, o litúrgico, o mistério. Como considera toda paixão inútil, nem ri nem chora. Não há amor, há empatias. Sua visão de mundo deriva de cada subjetividade.

A ética da pós-modernidade detesta princípios universais. É a ética de ocasião, oportunidade, conveniência. Camaleônica, adapta-se a cada situação.

A pós-modernidade transforma a realidade em ficção e nos remete à caverna de Platão, onde nossas sombras têm mais importância que o nosso ser e as nossas imagens que a existência real.

Frei Betto é escritor, autor de "Calendário do Poder" (Rocco), entre outros livros.


Do Blog do Azenha

VIÚVA DE PAULO FREIRE ESCREVE CARTA DE REPÚDIO À REVISTA VEJA


CONCEIÇÃO LEMES

Na edição de 20 de agosto a revista Veja publicou a reportagem O que estão ensinando a ele? De autoria de Monica Weinberg e Camila Pereira, ela foi baseada em pesquisa sobre qualidade do ensino no Brasil. Lá pelas tantas há o seguinte trecho:

"Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade. Paulo Freire 29 x 6 Einstein. Só isso já seria evidência suficiente de que se está diante de uma distorção gigantesca das prioridades educacionais dos senhores docentes, de uma deformação no espaço-tempo tão poderosa, que talvez ajude a explicar o fato de eles viverem no passado".

Curiosamente, entre os especialistas consultados está o filósofo Roberto Romano, professor da Unicamp. Ele é o autor de um artigo publicado na Folha, em 1990, cujo título é Ceausescu no Ibirapuera. Sem citar o Paulo Freire, ele fala do Paulo Freire. É uma tática de agredir sem assumir. Na época Paulo, era secretário de Educação da prefeita Luiza Erundina.

Diante disso a viúva de Paulo Freire, Nita, escreveu a seguinte carta de repúdio:

"Como educadora, historiadora, ex-professora da PUC e da Cátedra Paulo Freire e viúva do maior educador brasileiro PAULO FREIRE -- e um dos maiores de toda a história da humanidade --, quero registrar minha mais profunda indignação e repúdio ao tipo de jornalismo, que, a cada semana a revista VEJA oferece às pessoas ingênuas ou mal intencionadas de nosso país. Não a leio por princípio, mas ouço comentários sobre sua postura danosa através do jornalismo crítico. Não proclama sua opção em favor dos poderosos e endinheirados da direita, mas , camufladamente, age em nome do reacionarismo desta.

Esta vem sendo a constante desta revista desde longa data: enodoar pessoas as quais todos nós brasileiros deveríamos nos orgulhar. Paulo, que dedicou seus 75 anos de vida lutando por um Brasil melhor, mais bonito e mais justo, não é o único alvo deles. Nem esta é a primeira vez que o atacam. Quando da morte de meu marido, em 1997, o obituário da revista em questão não lamentou a sua morte, como fizeram todos os outros órgãos da imprensa escrita, falada e televisiva do mundo, apenas reproduziu parte de críticas anteriores a ele feitas.

A matéria publicada no n. 2074, de 20/08/08, conta, lamentavelmente com o apoio do filósofo Roberto Romano que escreve sobre ética, certamente em favor da ética do mercado, contra a ética da vida criada por Paulo. Esta não é, aliás, sua primeira investida sobre alguém que é conhecido no mundo por sua conduta ética verdadeiramente humanista.

Inadmissivelmente, a matéria é elaborada por duas mulheres, que, certamente para se sentirem e serem parceiras do “filósofo” e aceitas pelos neoliberais desvirtuam o papel do feminino na sociedade brasileira atual. Com linguagem grosseira, rasteira e irresponsável, elas se filiam à mesma linha de opção política do primeiro, falam em favor da ética do mercado, que tem como premissa miserabilizar os mais pobres e os mais fracos do mundo, embora para desgosto deles, estamos conseguindo, no Brasil, superar esse sonho macabro reacionário.

Superação realizada não só pela política federal de extinção da pobreza, mas , sobretudo pelo trabalho de meu marido – na qual esta política de distribuição da renda se baseou - que demonstrou ao mundo que todos e todas somos sujeitos da história e não apenas objeto dela. Nas 12 páginas, nas quais proliferam um civismo às avessas e a má apreensão da realidade, os participantes e as autoras da matéria dão continuidade às práticas autoritárias, fascistas, retrógradas da cata às bruxas dos anos 50 e da ótica de subversão encontrada em todo ato humanista no nefasto período da Ditadura Militar.

Para satisfazer parte da elite inescrupulosa e de uma classe média brasileira medíocre que tem a Veja como seu “Norte” e “Bíblia”, esta matéria revela quase tão somente temerem as idéias de um homem humilde, que conheceu a fome dos nordestinos, e que na sua altivez e dignidade restaurou a esperança no Brasil. Apavorada com o que Paulo plantou, com sacrifício e inteligência, a Veja quer torná-lo insignificante e os e as que a fazem vendendo a sua força de trabalho, pensam que podem a qualquer custo, eliminar do espaço escolar o que há de mais importante na educação das crianças, jovens e adultos: o pensar e a formação da cidadania de todas as pessoas de nosso país, independentemente de sua classe social, etnia, gênero, idade ou religião.

Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de concluir que os pais, alunos e educadores escutaram a voz de Paulo, a validando e praticando. Portanto, a sociedade brasileira está no caminho certo para a construção da autêntica democracia. Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de proclamar que Paulo Freire Vive!

São Paulo, 11 de setembro de 2008
Ana Maria Araújo Freire".


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MP descobre esquema de fraude na Cultura











O Ministério Público do Rio Grande do Sul revelou, na manhã desta sexta-feira, a existência de um esquema de fraude contra a Lei de Incentivo à Cultura no Estado, que pode ter desviado pelo menos R$ 3 milhões, segundo estimativa divulgada pelo blog Direto da Fonte, do jornalista Giovani Grizotti. Com o apoio de policiais e auditores da Secretaria da Fazenda, o MP cumpriu 13 mandados de busca e apreensão. Segundo o procurador-geral de Justiça, Mauro Henrique Renner, um grupo de produtores culturais estaria fraudando documentos para conseguir patrocínio a eventos culturais. Até mesmo a assinatura da secretária estadual da Cultura, Mônica Leal, teria sido falsificada, informou o procurador. As duas últimas edições do Festival “Porto Alegre em Dança” são os principais objetos de investigação do MP.

A produtora F&F é uma das empresas suspeitas de falsificar guias autorizando empresas a patrocinar eventos culturais. Em entrevista à rádio Gaúcha, a secretária estadual da Cultura, Mônica Leal, disse que recebeu a denúncia e encaminhou ao Ministério Público. Segundo a secretária, a assinatura dela foi falsificada, assim como a de outros dois ex-secretários da Cultura (Victor Hugo e Roque Jacoby). Ela admitiu que a fraude envolve outros eventos, além do Porto Alegre em Dança, mas não quis identificar quais seriam. O procurador Mauro Renner disse que a fraude pode chegar a R$ 4 milhões. Segundo ele, estabeleceu-se uma organização para praticar a fraude. “Essa ação ainda é embrionária. Teremos um desdobramento muito forte. Há indícios muito fortes de falcatruas”, disse Renner, que também preferiu não identificar por enquanto quais projetos e eventos estariam sob investigação.

Johnny Hodges - The Complete Verve Small Group Sessions

http://i33.tinypic.com/2l9pcb5.jpg


Johnny Hodges - The Complete Verve Small Group Sessions (1956-1961)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Golpistas de Santa Cruz e o Governo Evo






Milícia da UJC em ação: porretes e caminhonetes

Direita paramilitar boliviana parte para ação fora-da-lei


Milícia da UJC em ação: porretes e caminhonetes

Como denunciou o Partido Comunista Boliviano (PCB) – uma lúcida e conseqüente força revolucionária no atual processo – está em macha “um golpe de Estado civil” para derrubar Evo e pôr fim à experiência da chamada Revolução Democrática e Cultural boliviana.


Nos últimos meses, criou-se o que alguns chamaram de “empate catastrófico”. As forças da mudança buscavam efetivar a aprovação da nova Constituição boliviana, de caráter democrático e popular, antineoliberal. Enquanto as de direita tentavam aprovar os chamados “Estatutos autonômicos”. As duas propostas são antagônicas em seu conteúdo e representativas de projetos opostos de país.


Mas em 10 de agosto o povo foi chamado a dirimir o contencioso, através do referendo para revogar ou confirmar o mandato do presidente Evo Morales e de oito dos nove prefeitos (governadores) bolivianos. E deu seu veredito: Evo foi ratificado em 95 das 112 provincias do país. Nacionalmente, recebeu 67,41% dos votos, mais ainda que os 53,3% que elegeram Evo presidente em 2005. Sua votação cresceu em oito dos nove departamentos – após 30 meses de governo. Além disso, foram ratificados os dois governadores do MAS (Oruro e Potosi) e revogados dois dos governadores oposicionistas.


Já na celebração da vitória, Evo fez um chamado à conciliação e à unidade. Num gesto inédito, cogitou um acordo que juntasse aspectos da nova Constituição proposta com os Estatutos autonômicos. Mas de nada adiantaram os gestos do presidente boliviano.


Numa inversão da lógica política, a oposição não apenas ignorou os apelos conciliatórios do presidente como decidiu radicalizar suas posições. Acuada pelo voto popular de mais de dois terços dos bolivianos pró-Evo, a direita boliviana – entrincheirada no mal chamado Conalde (Conselho Nacional Democrático), que reúne cinco Departamentos bolivianos e os chamados Comitês Cívicos – decidiu intensificar ações golpistas.


A radicalização da oposição


O método da oposição para a radicalização tem sido a conformação de bandos violentos, a partir do recrutamento de lúmpens e delinqüentes para conformar milícias paramilitares, como por exemplo a União “da Juventude” Cruzenha (a UJC de Santa Cruz). Armada de enormes porretes e circulando em caminhonetes, a UJC dedica-se a ocupar e destruir instalações públicas e postos de arrecadação tributária do governo central, bloquear estradas e postos de fronteira. Chega a atacar fisicamente pobres e camponeses com feições de indígenas das terras altas bolivianas.


Dentre os slogans que animam essas milícias, está: “Terminemos com os 'collas', raça maldita”. ''Collas'' são os indigenas e mestiços com origem no altiplano e que se espalharam por todo o país, dedicando-se em geral a tarefas agrícolas e ao trabalho de vendedor de rua.


A Embaixada dos EUA está envolvida diretamente na formação destes grupos, segundo denunciou Evo Morales. Patrocina política e materialmente essas milícias, através da Usaid (Agência Norte-americana para o Desenvolvimento Internacional, na tradução do inglês).


“Tenho informações de algumas autoridades, especialmente do Departamento de Santa Cruz, de que há pessoas que trabalham para a embaixada americana e organizam esses grupos”, disse o presidente no último domingo. O embaixador estadunidense, Philip Goldberg – o mesmo que, como embaixador dos EUA na ex-Iugoslávia, operou a crise de Kosovo, há dez anos – circula intensamente pelos departamentos dominados pela oposição, distribuindo apoio político e financeiro.


Numa tentativa de desmoralizar o presidente e forçar uma repressão estatal, as milícias da direita passaram a impedir a própria mobilidade de Evo Morales pelo território boliviano. No último dia 27, em Riberalta (Beni), um desses grupos ocupou o aeroporto da cidade, forçando o presidente boliviano a cruzar o Rio Mamoré de barco até Guajará-Mirim, em Rondônia, para só então voltar a La Paz. Noutro episodio, em 5 de agosto no sul do país, em Tarija, as milícias tomaram o aeroporto e impediram o desembarque dos presidentes Cristina Kirchner (Argentina) e Hugo Chávez (Venezuela), para assinar acordos de cooperação.


A direita se empenha também em regionalizar a crise. Nos últimos dias, as ameaças são as de bloquear a venda de gás a Brasil e Argentina, através da ocupação de instalações da estatal boliviana YPFB.


Seria algo grave: 75% do gás importado pelo Brasil junto à Bolívia abastece a industria paulista. Também foram bloqueados postos de fronteira, como os de San Matias e San Vicente – na divisa de Santa Cruz com o Mato Grosso do Sul – e outro em Beni, perto de Guajará-Mirim, em Rondônia.


Aqui, chama a atenção o cínico silêncio dos grandes grupos de comunicação no Brasil, os mesmos que fizeram um escândalo quando da nacionalização do gás boliviano em 2006 – alguns articulistas mais exaltados pediram tropas brasileiras na Bolívia. Mas desta vez se calam, mesmo diante das ameaças de corte no fluxo de gás ao Brasil, num apoio tácito à oposição de direita na Bolívia.


Também chamam a atenção as provocações das milícias paramilitares às Forças Armadas. Na última sexta-feira (5), em Cobija (Pando), elas sequestraram um pequeno avião militar, aprisionando por algumas horas um general. Em Trinidad, capital de Beni, há a ameaça de invasão de um quartel do exército. No mesmo departamento a oposição “exige” a saída do comandante militar da região. Em Santa Cruz, forças paramilitares chegaram ao extremo de cercar por todo um dia o Quartel da Polícia. O objetivo dessas provocações parece claro: provocar uma reação que gere muitos cadáveres visando desestabilizar o governo Evo.


Um golpe civil em marcha


É urgente a solidariedade ativa das forças progressistas ao povo boliviano e ao governo Evo. Da mesma forma, os governos progressistas da América Latina precisam urgentemente dar novos e claros sinais de repúdio à regionalização do conflito e a qualquer tentativa de separatismo.


O conflito na Bolívia possui os sintomas de um radicalizado e agudo conflito de classes. Não se trata, ao contrário do que do que faz parecer a grande mídia, de um conflito regional. Dados empíricos do referendo de agosto deixam claro que, mesmo nos departamento governados pela oposição, é enorme o apoio ao presidente. Em Santa Cruz, por exemplo, a votação favorável a Evo beirou os 40% dos votos. As bandeiras e o discurso da oposição, para além de “perfumarias”, são abertamente anticomunistas e neoliberais, além de racistas.


Está na ordem do dia a solidariedade ao povo boliviano, ao governo Evo Morales, ao Movimento ao Socialismo (MAS), ao Partido Comunista Boliviano e às demais forças progressistas do país. A derrocada do governo Evo, grande objetivo da direita boliviana, representaria um duro revés na luta por fazer avançar a tendência democrática, progressista e antiimperialista que ascende na América Latina.


* Membro da Comissão de Relações Internacionais do PCdoB, foi observador internacional no referendo de 10 de agosto passado

Fonte: www.vermelho.org
Créditos: ProfessorEdney

Cooperifa: leia o livro, veja o filme e ouça o disco

Série de obras artísticas celebra os saraus que ajudaram a construir o conceito de cultura periférica — e o mundo de iniciativas que está surgindo a partir deles. Trabalhos ressaltam opinião da jornalista Eliane Brum: "A Cooperifa é um abalo sísmico a partir de uma esquina de quebrada"

Eleilson Leite


O Sarau da Cooperifa, que acontece todas as quartas-feiras no Bar do Zé Batidão, Chácara Santana, periferia da Zona Sul de São Paulo, não pára de surpreender. Não bastasse a ousadia de sua existência e longevidade (comemora sete anos neste inverno), esses poetas acabam de ter sua história registrada em livro e filme documentário. Sergio Vaz, criador e criatura deste Sarau, lançou, no dia 20 de agosto, o livro Cooperifa – Antropofagia Periférica, dentro da Coleção Tramas Urbanas, da Editora Aeroplano, do Rio de Janeiro.

Já o filme, Povo Lindo, Povo Inteligente – O Sarau da Cooperifa, lançado no dia 1º de setembro, no Cinesesc, foi dirigido por Sergio Gagliardi e Maurício Falcão, numa produção da DGT Filmes. As duas obras somam-se ao CD Sarau da Cooperifa, lançado em 2006 pelo Itaú Cultural, que reproduziu em estúdio a magia da poesia declamada por 26 poetas cooperiféricos. Este CD, por sua vez, foi precedido pela coletânea Rastilho de Pólvora, lançada no finalzinho de 2005, com o apoio da mesma instituição. Esgotada há muito tempo, essa coletânea já está com os originais prontos para lançamento de um segundo volume.

Sergio Vaz escreveu um livro de memória, uma autobiografia poética. Ele parte de sua infância, a vida na periferia, a escola, futebol, os primeiros bailes, o trampo no bar de seu pai, o mesmo bar do Zé Batidão. Então, a adolescência inocente encontra-se com a adulto insurgente. Veja. Depois de serem despejados do Garajão, bar no Taboão da Serra onde o Sarau firmou-se nos dois primeiros anos, Vaz não teve dúvida: Zé Batidão. O atual proprietário do bar comprou o estabelecimento do pai do Sergio Vaz ainda na década de 1990, e lá o poeta fez alguns eventos no início de sua carreira literária, anterior à Cooperifa — inclusive o lançamento de seu terceiro livro, Pensamentos Vadios. O Zé acolheu os poetas e até viabilizou um transporte para a galera vir do Taboão. Não saíram mais de lá. Essa e outras histórias, contadas no livro, ganham imagem no filme.

Generoso, Sergio Vaz dá nome a todos e todas que fazem a história da Cooperifa. Não passavam de quinze, na primeira noite, ainda em Taboão da Serra. Já eram multidão quando o sarau aportou na periferia sul de São Paulo

Centrado na figura de Sergio Vaz, o livro não deixa de registrar a participação dos que estavam junto dele. Generoso que é, o poeta dá nome a todos e todas que fizeram e fazem a história da Cooperifa. Na primeira noite do recital de poesia, ele dá a escalação do time. Não passava de 15 pessoas. Quando o sarau aportou no Zé Batidão, a lista de nomes era infindável, e ocupa quase uma página do livro. Estão quase todos lá, segundo Vaz, que já não confia tanto na lembrança. O livro é saboroso. É daquelas obras que a gente lamenta quando chegam ao fim, como a de um amigo que nos fazia uma boa companhia e de repente se foi. Vaz escreve poesia em prosa. Para quem tem o prazer de conhecê-lo, é como se estivéssemos ouvindo tudo pessoalmente. Ele só não registra bem as datas deixando a mim, historiador de formação, um tanto aflito.

O documentário aborda o Sarau a partir do depoimento de alguns de seus freqüentadores. As câmeras partem do cotidiano de cada um, seja em suas casas, seja no trabalho; persegue o poeta até a Cooperifa e registra o êxtase que é, para um autor, declamar um poema diante de uma platéia sedenta, atenta e rigorosa. Cada poesia provoca uma avalanche de aplausos. Captadas com enorme sensibilidade, as imagens do filme Povo Lindo, Povo Inteligente revelam a fúria, a doçura, a alegria, o escárnio, a paixão e todos os sentimentos que afloram em quem declama e em quem ouve a poesia. É muito bonito.

Um desavisado ficaria surpreso ao ver qualquer dos protagonistas do filme declamandos poema num Sarau. Estão lá a Rose (musa da Cooperifa), falando de sua relação com a poesia da mesa do escritório onde trabalha como secretária. Ela, que no começo não se arriscava nos versos, foi se soltando e se envolveu tanto com a literatura que voltou a estudar. Rose relata com especial encanto o dia em que anunciou que ficaria afastada dos encontros poéticos, por causa das aulas. O Sarau da Cooperifa transforma vidas.

Assim como o filme, o livro do Vaz traz diversos poemas transcritos — dele e de muitos poetas. São obras impregnadas pelo objeto de observação: a poesia e a memória. A lembrança é um fio que não tem fim, um novelo perpétuo

Jairo Barbosa, taxista de profissão, hoje educador na Fundação Casa, também dá seu depoimento, no sentido da mudança de perspectiva que teve ao começar a freqüentar o Sarau. Já o "seu" Lourival, aposentado que fez 70 anos em 2008, conta o quanto se delicia com o ato de declamar sua poesia. Casulo é outra figura. O cara é funileiro, tem um fusca customizado, para usar um termo na moda, chega no sarau com uma leveza de espírito cativante e manda uma poema de crítica social contundente sem perder a ternura. É bola num canto e goleiro no outro; o povo vai ao delírio.

Assim como o filme, o livro do Vaz traz diversos poemas transcritos — dele e de muitos poetas. São obras documentais, porém impregnadas pelo objeto de observação: a poesia e a memória. A lembrança é um fio que não tem fim, um novelo perpétuo, uma história puxa a outra. Quando nos damos conta, estamos tão envolvidos que nos sentimos parte do lemos ou vemos. Sergio Vaz, Maurício Falcão e Sergio Gagliardi conseguiram o que queriam. Juntaram memória e literatura numa sinergia perfeita e envolvente.

É certo que nada supera a realidade. Portanto, leiam o livro, vejam o filme, ouçam o CD, mas não deixem de ir à Cooperifa. Lá a gente entende o que a jornalista Eliane Brum diz em mágicas palavras, no seu depoimento no livro do Sergio Vaz: “Não é sempre que a gente testemunha a história em curso, percebe o instante exato em que o mundo balança. A Cooperifa é isso, um abalo sísmico a partir de uma esquina de quebrada”. Não é sempre que um movimento cultural consegue a façanha de produzir tanto. E a Cooperifa é uma árvore frondosa de abundantes frutos. Muitos outros movimentos começaram a partir dela ou dela se serviram para se afirmarem.

A idéia contemporânea de cultura de periferia deve muito à Cooperifa. Felizmente isso está registrado, graças à generosidade de pessoas e instituições que se juntam ao movimento para fortalecer sua autonomia e não para se apropriar ou tutelar. Assim acontece com a DGT, Editora Aeroplano, Itaú Cultural, Sesc, Global Editora, Ação Educativa, Casa das Rosas, ASSAOC, prefeituras de Taboão da Serra e Suzano — entre outras instituições públicas e privadas, com ou sem fins lucrativos. A Cooperifa, graças principalmente à liderança e capacidade de negociação de Sergio Vaz, consegue agregar apoiadores que se tornam parceiros, que depois se tornam amigos e que, enfim, se tornam parte do movimento.

A Cooperifa concede, desde 2005, um simpático prêmio no final do ano a todos os que contribuíram para uma periferia melhor. Quando a Ação Educativa recebeu pela primeira vez a homenagem, dissemos lá que os prêmios servem para distinguir as pessoas — ou seja, colocá-las em outro plano, acima dos demais. O Prêmio Cooperifa, não. Ele serve para colocar a gente no mesmo nível dos demais, fazendo parte de um grupo onde ninguém é mais que ninguém, uma família. E a família Cooperifa não para de crescer. O livro e filme que acabam de sair vão servir para agregar mais e mais gente e fortalecer ainda mais esse movimento. Preparem-se. Vem muito mais por aí. Sergio Vaz e sua trupe são muito abusados.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

INTERTEXTUALIDADE

No interior do instigante mundo das palavras



A compreensão da importância da linguagem verbal para o ser humano tornou-se ainda mais profunda com a descoberta de que, quando produzimos um texto, oral ou escrito, outras pessoas se manifestam através de nós, embora nem sempre tenhamos consciência disto. Isto acontece porque todo texto incorpora necessariamente outros textos já produzidos antes. É um fenômeno tão constante a presença de um texto em outro texto que ele, sozinho, sustenta uma área específica de pesquisas, o da intertextualidade. Nesta área, há um consenso na admissão de quando dizemos algo verbalmente “colocamos em cena”, algo já dito por outra pessoa, ainda que ela possa ser citada, com ou sem identificação, apenas para permitir a discordância dela.

O filósofo russo da linguagem Mikhail Bakhfin afirma: todo texto se constrói como um mosaico de citações. Ele acrescenta: “Todo texto é absorção e transformação de outro texto”.

Aquelas palavras que consideramos nossas, na verdade, estão entremeadas de palavras de outras pessoas.Com elas “fundimos a nossa própria voz”, diz Lucy Schimiti,numa monografia de mestrado em que ela estudou o tema “Memória e criação – a produção de intertextualidade” na obra do compositor e poeta Caetano Veloso.

No entanto, nunca há repetição pura, quando um texto é inserido em outro, lembra a própria Schimiti. O texto incorporado ganha nossas possibilidades de interpretação porque aparece num contexto dentro do qual se relaciona com outros textos. E este contexto novo, diferente do original, faz o texto incorporado dizer algo que antes não dizia. Os estudiosos de intertextualidade perceberam que na paráfrase – a re-escritura de um texto original com novas palavras sem modificação de seu sentido-, há um tipo de incorporação, no qual surge um efeito convergente do segundo texto, em relação do primeiro. Enquanto que na ironia – a imitação, na maioria das vezes, cômica, de um texto literário, na qual se emprega o recurso do deboche – se produz um texto parecido com o original, mas com sentido diferente. Nela, assim, surge um efeito divergente.


A grande questão colocada pela área da intertextualidade é a do momento em que, naquilo que dizemos verbalmente, ocorre com a incorporação de algo já dito por outra pessoa. A produção de um texto – sabemos – envolve aspectos fundamentais da nossa individualidade, pois, resulta de um processo complexo, composto de diversas fases, no qual o uso das palavras sobre determinado assunto só ocorre após uma etapa de experiências perceptivas ligadas àquele assunto e outra etapa, com algum tipo de reflexão sobre estas experiências.

Assim, diante das pesquisas realizadas pelos estudiosos da incorporação de um texto por outro, temos de nos perguntar: o que outras pessoas disseram afeta a percepção que temos de algo? Se afetar, esta influência em nosso modo de perceber se estende ao nosso modo de pensar sobre aquilo?É por isto que dizemos em nossos textos, o que outras pessoas já disseram antes?

E sobretudo, temos de nos perguntar: o quanto há das outras pessoas naquilo que somos:

Estas perguntas nos remetem diretamente para o interior do instigante Mundo das Palavras.



Texto de : Oswaldo Coimbra, jornalista, escritor, pesquisador, e professor de Expressão Verbal e Redação Jornalística. Autor de “O texto da Reportagem Impressa”(Editora Ática)

Pos-doutorado em Jornalismo na ECA/USP


Créditos: jimihendrixforever

Para Saber Mais Sobre Intertextualidade : CLICK


GENESIS

Official web site, click na foto!
Genesis-band-r08.jpg
photo:www.starpulse.com

Foxtrot [1972]


Inside





DOWNLOAD

by: retoko

Créditos: jimihendrixforever