Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 24 de março de 2007
Literatura Islâmica
Literatura Islâmica - biblioteca virtual
Leitura à distância
Educação à distância foi, é, sempre será a leitura. Leitura no papiro, na tela do computador, diante da TV, teleitura, leitura ouvinte de quem ensina à distância, leitura que vê longe.
O leitor está distante porque está próximo da Grécia antiga, da França medieval, da Ásia incompreensível, da África sangrenta; está próximo de tudo aquilo que é viver fora de si, entre povos extintos, sob céus estrelados cuja configuração nunca mais se repetirá, a não ser na releitura.
A distância do texto traduzido. A distância do livro censurado, queimado, contrabandeado, copiado sob o peso do medo. A distância da obra cujo autor sofreu para pensar e criar, e esse sofrimento se perdeu para sempre; mas, para sempre, ficou inscrito na escrita. A distância que aproxima o leitor de tudo o que ele não é, não sabe… e por vezes não anseia.
Ler é distanciar-se dos problemas reais, da conta de luz a pagar, da tragédia presente, e reaproximar-se de tudo isso pela via da consciência, da lucidez, da clarividência. Ler é ir longe, em direção ao que não se toca, para penetrar fundo naquilo que nos tocou viver.
O leitor cai no abismo da leitura, não há como localizá-lo, foi tragado pelos pesadelos de Kafka, pelos sonhos de Lewis Carrol, pelos devaneios de Cervantes, pelas visões de Dante. Onde está você, leitor distante? Em que distância você se perdeu e se encontrou?
A única disciplina é a leitura, o único professor é o livro, o único diploma é a vontade de reler.
Leitura, porta entreaberta para todas as distâncias. O leitor absorto, alheio, distraído, atento ao que ninguém percebe acontecer em sua imaginação, em sua mente hipnotizada.
O livro é o controle remoto com que trocamos os canais. Vamos de uma época a outra, de uma cultura a outra, de um coração a outro, de um drama a outro, num piscar de olhos, olhos arregalados.
A leitura nos afasta do aqui-agora, leva-nos para o além, o além-fronteira, o além-mar, o além-mundo. E é indo para tão longe daqui que o leitor caminha por dentro do livro, para fora do livro. Para dentro da vida.
* Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor
Colaboração de Marco Antonio Vargas de Lima
Jogo do século?
Para tanto, a cidade e a equipe estão num grau elevado de motivação, pois vencer o campeão do mundo, ainda que o colorado venha com um time misto, se configurará como um feito histórico para o atual momento que vive a equipe do Guarany de Bagé.
O Internacional virá com um time misto porque na próxima quarta-feira terá um jogo decisivo contra o Velez da Argentina, onde nem o empate servirá as suas pretensões de classificação à próxima fase da Copa Libertadores da América, onde é o atual campeão, mas que realiza este ano uma campanha sofrível, obtendo apenas uma vitória e duas derrotas em três jogos disputados.
Por tudo isso, o jogo de amanhã se configura como um evento sem sombra de dúvidas dos mais interessante. E que vença o melhor!
quinta-feira, 22 de março de 2007
Nova variante de peste bubônica preocupa cientistas
A bactéria 'Yersinia pestis' causa a peste bubônica |
Os pesquisadores do departamento de Agricultura dos Estados Unidos analisaram uma amostra da bactéria Yersinia pestis, que causa a doença, encontrada em um adolescente em Madagascar.
Testes revelaram que a bactéria é resistente a oito tipos diferentes de antibióticos que poderiam ser usados em tratamentos contra a peste.
Em artigo publicado na revista médica Journal Public Library of Science One, os cientistas disseram que a descoberta dessa variante de peste está causando grande preocupação nas comunidades da área de saúde por causa de seu potencial de disseminação entre a população.
A peste bubônica, também conhecida como peste negra, matou milhões de pessoas na Europa durante a Idade Média, no século 14. A doença dizimou cerca de um terço da população do continente.
Ameaça
“A resistência a antibióticos na Yersinia pestis é rara, mas constitui uma séria ameaça à saúde pública e à biodefesa internacional.”
“A variante resistente da Y. pestis pode ter um enorme impacto na saúde humana, complicando o controle de epidemias e levando a altas taxas de mortalidade”, disseram os cientistas.
A peste normalmente é transmitida aos seres humanos por ratos ou pulgas. Mas a doença pode ser também passada entre humanos através da inalação de partículas contaminadas emitidas por espirro ou tosse.
Os pesquisadores temem que a bactéria possa ser usada por extremistas em atentados biológicos, já que pode ser facilmente disseminada através do ar.
Segundo os cientistas, a bactéria pode ter se tornado resistente depois de trocar genes com bactérias comumente encontradas em alimentos, como a salmonela e E. coli. Essa troca pode ter acontecido quando pulgas que carregavam a peste morderam ratos infectados com as outras bactérias.
Pequenos surtos de peste bubônica continuam acontecendo em diferentes partes do mundo, mas a doença vem sendo controlada com o uso de antibióticos, já que não existe uma vacina.
Em 2005, a República Democrática do Congo teve o pior surto da doença nos últimos 50 anos, com mais de 60 mortos.
Os sintomas da peste bubônica incluem febre alta, mal-estar e o aparecimento de protuberâncias azuladas na pele, os bubos, que são gânglios linfáticos inchados por causa da infecção.
Caso não seja tratada, a taxa de mortalidade pela peste bubônica pode chegar a 75%.
Já a peste pneumônica – que ocorre quando a bactéria da doença afeta o pulmão – tem um alto índice de mortalidade e é “invariavelmente” fatal se não for tratada, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
Fonte:BBC
quarta-feira, 21 de março de 2007
Internacional deve anunciar duas contratações
O Internacional tem praticamente garantidos dois reforços - o zagueiro Antônio Carlos e o lateral-esquerdo Jorge Luís -, mas corre contra o tempo para contratar também um apoiador até esta sexta-feira, dia do encerramento das inscrições de jogadores contratados fora do país.
Em Vacaria, onde o Inter aguardava o jogo da noite desta quarta-feira, contra o Glória, pelo Campeonato Gaúcho, o vice de futebol Giovanni Luigi passou a tarde no telefone. Ele recebeu as notícias, por parte de empresários, de que Antônio Carlos, Ajjacio (FRA), já desembarcara no Rio de Janeiro e que o empréstimo de Jorge Luís, do Braga (POR), já estava concretizado.
O Ajaccio, da Segunda Divisão da França, receberá 1 milhão de euros (cerca de R$ 2,7 milhões) pela cessão dos direitos de Antônio Carlos em quatro parcelas de 250 mil euros (cerca de R$ 691 mil). A maior parte do dinheiro para a contratação do zagueiro de 23 anos revelado pelo Fluminense sairá de investidores. O jogador é esperado nesta quinta-feira em Porto Alegre, e será inscrito na segunda fase da Copa Libertadores, se o Inter conseguir classificação.
A pretensão dos dirigentes de contratar um apoiador é antiga. Desde o início do ano, quando concluíram que Pinga, contratado em 2006 do Treviso (ITA), por 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 4,1 milhões) não era o substituto que eles procuravam para Tinga. Desde então, tentaram duas vezes a contratação de Rosinei, do Corinthians, mas o Timão recusou as propostas.
terça-feira, 20 de março de 2007
Contra o pessimismo
Entra governo, sai governo, as leis do mercado parecem dominar irreversivelmente o mundo, o estilo de vida norte-americano devasta espaços nunca antes alcançados – seja na China ou na periferia das grandes metrópoles do sul do mundo –, a Europa consolida uma hegemonia conservadora, parece não surgir um bloco de forças que se enfrente aos poder imperial dos EUA.
Tudo parece empurrar-nos para o pessimismo. A crise da URSS não deu lugar a um socialismo superador dos problemas desse modelo e, ao contrário, disseminou o neoliberalismo nas terras de Lênin. O capitalismo abandonou seu modelo keynesiano por um modelo de extensão inaudita da mercantilização de todos os rincões do mundo. Podemos perguntar-nos se vivemos um período de derrotas e retrocessos tão grandes como o que se viveu a partir dos anos 20, caracterizado por contra-revoluções de massas e por derrotas estratégicas dos projetos revolucionários.
Nos anos 20, diante da ascensão fulminante do fascismo e do nazismo e da consolidação do stalinismo nos partidos comunistas, Adorno e seus companheiros da Escola de Frankfurt aderiram a um pessisimo melancólico. Aprofundaram suas análises sobre as raízes da virada conservadora no mundo, dando especial destaque às tendências autoritárias na personalidade das pessoas. Wilhelm Reich concentrava essa tendência na impotência da pequena burguesia, enquanto Lênin havia apontado para a aparição e consolidação de uma aristocracia operária no seio da classe trabalhadora dos países centrais do capitalismo.
A diferença entre a crítica realista das condições concretas que a esquerda tinha de enfrentar, bloqueada melancolicamente pelo pessimismo e a responsabilidade de buscar alternativas, de decifrar os espaços de acumulação de forças que pudessem reverter, é o que diferencia os enfoque de Adorno e de Gramsci.
Este notabilizou-se pela frase “pessimismo da razão, otimismo da vontade”. Mas não se tratava apenas de agregar um estado de espírito de esperança – de “otimismo” – a uma situação sem saída, em que o bloqueio interno à esquerda – do stalinismo – e externo – dos fascismos – condenava a esquerda à imobilidade ou às visões de denúncia e de testemunha.
Assumindo-se não como intelectual revolucionário – ao estilo dos que seriam chamados de “marxistas ocidentais” –, mas com a responsabilidade de dirigente revolucionário ao estilo das gerações anteriores dele, que necessariamente envolviam a capacidade intelectual de elaboração (Nova: Ver: Anderson, Perry, “Considerações sobre o marxismo ocidental”, Boitempo Editorial, São Paulo, 2004). Responsabilidade que obrigava a captar a realidade concreta, incluindo suas contradições, essenciais para definir os elos mais fortes e mais fracos de cada campo, para poder desembocar nos espaços mais favoráveis à acumulação de forças a fim de reverter as condições desfavoráveis.
As análises que não desembocam nessa direção terão deixado de captar as contradições vivas da realidade, tendendo a se manter em visões descritivas, com os riscos do funcionalismo. Costumam destacar aspectos da realidade e absolutizá-los, ou pelo menos tirá-los de contexto e, principalmente, não dando conta da totalidade do fenômeno, com a contradição como seu motor.
A crítica, simplesmente, não remete à prática, resigna-se a uma visão externa ao objeto analisado. A crítica sempre foi, para o marxismo, para a dialética, uma forma de limpeza de campo de concepções que refletem de forma parcial ou completamente equivocada a realidade, não para deter-se aí, mas para incorporar seus elementos de verdade, negá-los nas suas inverdades e poder, assim, estar em condições de superá-las.
A crítica sem a prática superadora correspondente leva à inação, ao pessimismo, à desmobilização e, no limite, à desmoralização.
Agro-combustíveis versus soberania alimentar
por Sílvia Ribeiro
O Mali, que em Fevereiro de 2007 abrigou o Fórum Mundial de Soberania Alimentar "Nyéléni" , é um dos dez países mais pobres do mundo, se se medir em dinheiro. Entretanto, o país tem recursos como ouro e algodão – do qual é um dos principais produtores do continente –, mas a herança colonial e as imposições da Organização Mundial do Comércio, do FMI e do Banco Mundial afundaram a sua população na miséria. Ainda assim, o Mali continua a ser um país rico. Não por esses recursos, muito vulneráveis a mudanças tecnológicas e de mercado e sim por outros tesouros: 80 por cento da população continua a exercer quotidianamente a complexa sabedoria de cuidar e produzir, em formas diversas e locais, seus alimentos e remédios e os dos seus animais, a fibra dos seus vestidos e tecidos e os materiais para as suas habitações, apesar de climas de calor intenso e de seca e das múltiplas camadas de dominação externa.
Por essa riqueza de contrastes, o Mali foi um cenário adequado para que mais de 500 delegados de 118 países e de diversos movimentos sociais – camponeses, trabalhadores sem terra, migrantes, mulheres, pastores, pescadores artesanais, consumidores, ecologistas, indígenas – encontraram-se para avançar análises e estratégias comuns em direcção à soberania alimentar, concebida como o direito e a capacidade dos povos, a partir das suas bases, de produzir sustentavelmente e de forma diversa e adequada a suas culturas, alimentos de qualidade, suficientes e acessíveis a todos.
Apesar das dificuldades para chegar ao Mali, à debilidade ou falta de presença real de alguns movimentos importantes no tema – como os indígenas – e a contradição de fazer uma reunião global para discutir um tema que necessariamente nasce e se realiza na diversidade local, o encontro foi um marco importante, sobretudo como germe da colaboração entre movimentos, tanto para a construção como para a resistência.
Entre os movimentos ali presentes existem os conhecimentos, experiências, e em vários casos colaborações de redes locais e/ou que se enlaçam a nível internacional, em temas como a resistência contra os tratados de livre comércio, os transgenicos, a privatização de conhecimentos, sementes, terras e água, a devastação de solos, zonas pesqueiras e de pastoreio tradicional, a migração forçada e criminalizada, a imposição de normas legais para impedir que os pequenos produtores possam chegar aos mercados e outras. Nyéléni foi uma oportunidade para refazer mapas, reafirmar e fortalecer acções comuns e construir novas.
A AMEAÇA DOS AGRO-COMBUSTÍVEIS
Dentre estas últimas surgiu com força a denúncia das ameaças representadas pelos agro-combustíveis, mal chamados “biocombustíveis”. Delegados das Américas, da Ásia e da África contribuíram com seus conhecimentos para armar o quebra-cabeças desta nova armadilha, bem como a construção de uma ampla frente de resistência à mesma.
Ao contrário do que afirmam os seus promotores, como os Estados Unidos e a União Europeia, que seriam uma resposta ambientalmente amigável frente à mudança climática provocada pelos combustíveis derivados do petróleo, esta nova onda de monocultivos industriais não amenizará nenhum dos problemas existentes e criará outros novos.
Ainda que a quantidade de biodiesel ou bioetanol que se pode obter varie com o tipo de cultivo, necessitam-se enormes extensões de terra cultivável para produzi-los. Com a quantidade de cereais que se precisam para encher o reservatório de uma camioneta pode-se alimentar uma pessoa um ano inteiro. Além disso, a maior parte da energia produzida consome-se no cultivo e no processamento – em petróleo, agrotóxicos, regadio, maquinaria, transporte, refinação. Segundo as condições e o cultivo, pode inclusive dar saldo negativo. Se se incluírem na equação a destruição de ecosistemas como florestas e campos, o ou facto de que as refinarias de etanol e as plantas de processamento de celulose são uma fonte de contaminação do ambiente e da saúde dos habitantes próximos, o saldo é definitivamente negativo. Ironicamente, as indústrias argumentam que os cultivos normais não rendem os suficiente, e tentam justificar cultivos e árvores transgénicas – para produzir etanol a partir de celulose –, que acrescentariam outra gama de ameaças.
As indústrias e governos do Norte precisam que a produção seja nos países do Sul, em parte porque não dispõem de terra ou não querem usá-la para isto, e porque assumem que nesses países os problemas ambientais são obviados por governos ávidos de “investimento” estrangeiro e de promover a agricultura intensiva de exportação, em prejuízo dos sistemas locais integrais que constituíam a sua própria soberania alimentar. As instituições financeiras internacionais (Banco Mundial, Banco Inter-americano) já anunciam que “apoiarão” esta conversão, metendo na armadilha pequenos e médios produtores e aumentando as dívidas externas dos países.
Há claramente um projecto geopolítico dos Estados Unidos para diminuir sua dependência dos países petrolíferos e, além disso, um interesse próprio das empresas que estão por trás desta nova devastação agrícola: para as indústrias que controlam os agro-combustíveis (grandes distribuidores de cereais como a Cargill, ADM e Bunge, produtores de sementes transgénicas como a Syngenta, DuPont, Monsanto, Bayer, Bow e as automotoras), tudo são lucros: recebem subsídios directos ou indirectos, leis a seu favor e uma extensão significativa das terras e agricultores dedicados a produzir as matérias-primas que necessitam, ao preço que definem, e cada vez mais controlarão ao aumentar a competição entre países.
Os agro-combustíveis constituem assim um projecto de recolonização imperial, num novo assalto das indústrias transnacionais às economias camponesas e à soberania alimentar.
Fonte: Resistir.info
segunda-feira, 19 de março de 2007
domingo, 18 de março de 2007
Se dependesse do Abel, não sei não....
Fernandão comemora o gol Foto: Site oficial do Inter /foto: Marcelo Campos |
O jogo ficou indefinido até o final. O Juventude esteve sempre vivo e pressionou o Inter em boa parte do segundo tempo. Mas desta vez o time de Abel Braga estava compacto, as mudanças deram bom resultado. Vargas confirmou tudo o que se esperava e foi o melhor em campo. Pato de volta fez boa partida e o garoto Ji-Paraná foi muito bem. Fernandão voltou a marcar e a vitória reapareceu. Tudo passou pelo meio-campo. O Inter melhorou pela sua recomposição tática, o que fez crescer também o desempenho técnico dos jogadores. É a recuperação de um modelo vencedor, bem diferente da proposta tática de Buenos Aires. E ATENÇÃO ... os dirigentes do Inter precisam mobilizar até mesmo a CBF para liberar Vargas da seleção colombiana para que ele possa estar em campo no jogo decisivo contra o Vélez pela Libertadores no Beira-Rio.