Elis Regina
A Pimentinha está cada vez mais viva
O Blog amigo http://elisdiscografia.blogspot.com/ esta disponibilizando a discografia desta que é a maior de todas,não deixem de baixar os discos pois oportunidade como essa não aparece a todo instante. A baixinha abusada, responsável por incendiar, ou melhor, apimentar, a música popular brasileira e cativar uma legião fiel de fãs, inclusive de novas gerações, hoje brilha em outro plano. Mas ainda é uma estrela. Essa mulher de mente afiada e propósitos firmes inscreveu sua voz na história da MPB. Vinte anos depois da sua morte, Elis Regina Carvalho Costa, a Elis Regina, ainda é referência para quem está começando e sucesso garantido nas emissoras de rádio. A toda hora CDs são relançados e suas músicas regravadas por companheiros e novos talentos, até estrangeiros, que também a têm como uma estrela guia. De índole explosiva foi muitas vezes denominada de arrogante e antipática. Mas Elis tinha sempre a resposta pronta para disparar às críticas. "Cara feia para mim é bode. Sou mais ardida que pimenta". Porém, Elis era polêmica somente fora dos palcos e da intimidade. As pessoas que conhecem a dona de uma técnica e sensibilidade vocal incomparável, seja como mito ou cidadã, não poupam elogios superlativos. "É impressionante o domínio que tinha com sua voz, sabendo explorar ao máximo todas as nuances de uma melodia, fosse singela ou complicada", comentou Gê Tock, músico de Tietê. "Admiro-a pela voz cortante feito lâmina, pelo extremo bom gosto de escolha de seu repertório e, principalmente, por lançar novos compositores", acrescentou o fã José Roberto Saccon, também de Tietê.A gaúcha de um metro e meio que desembarcou em São Paulo para se aperfeiçoar imortalizou inúmeras canções. Músicas compostas por uma geração, que atualmente é celebridade. A "Pimentinha", apelido carinhoso que ganhou de Vinícius de Moraes por causa de sua personalidade forte e efusiva, apresentou ao Brasil Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil, João Bosco, Ivan Lins, Joyce, Guilherme Arantes e Rita Lee. Compositores que buscavam através de letras contundentes os mesmo ideais de Elis: transformar seu canto em uma mensagem conscientizadora, crítica e ao mesmo tempo otimista. "Ela trouxe o que há de bom à música popular brasileira. Primeiramente nos presenteou com seu talento, um dom que recebeu das mãos de Deus. Trouxe garra, vontade de luta. Modernizou a música com sua arte de cantar bem todos os ritmos", defendeu Jair Rodrigues, cantor e amigo, que inclui "Arrastão" no repertório do seu próximo disco.
A hélice de Elis
Ao lado de Rodrigues, Elis viveu os primeiros impactos da fama. Em 1965, no mesmo ano que venceu o 1º Festival da Música Popular Brasileira, interpretando "Arrastão" (Vinícius de Moraes e Edu Lobo), conseguiu arrastar o Brasil ao som de sua bossa. No mesmo ano, a cantora estreou o programa "O Fino na Bossa", na Rede Record. Em parceria com Jair Rodrigues, Elis comandou o musical por dois anos. Com o companheiro ainda gravou "Dois na Bossa", uma coleção de três volumes. Depois de romperem os laços profissionais, ficou a amizade que agora se transformou em saudades. Jair Rodrigues se refere à Elis Regina, a jovem que em início de carreira o procurou para pedir um autógrafo, como mito, ainda, insubstituível. "Ela continua com o título de melhor cantora do país. Já pode ter nascido alguém melhor que Elis, mas ainda não apareceu. A "Pimentinha" adquiriu uma forma única de cantar, mesmo imitando, no início de carreira, Angela Maria e Dalva de Oliveira. Até ganhou o apelido de Hélice, por causa do jeito que girava os braços ao interpretar", comentou Rodrigues acrescentando que o estilo inovador da cantora só deu certo por ser sincero. "Nada nela era falso. Só 'Falso Brilhante'", brincou.
Apesar de apontar talentos próximos ao de Elis, como Clara Nunes, Gal Costa, Alcione e Luciana Mello, Jair Rodrigues discorda do título de melhor cantora, atribuído a Cássia Eller, no final do ano passado. "Ela tinha todas as ferramentas para chegar lá, mas tinha muito que aprender", afirmou. O cantor, que recentemente teve seu maior sucesso, "Deixa que Digam", considerado o primeiro rap brasileiro, também criticou a vulnerabilidade mercadológica da música popular brasileira contemporânea. "Hoje todo mundo quer virar cantor. As pessoas saem do 'Big Brother' e 'Casa dos Artistas", dizendo que já têm contrato com gravadora e que vai lançar um disco. Gravar um disco não é brincadeira", opinou. Como cantaria Elis, "porque está cada vez mais down o high society".
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Feijão Tropeiro