sexta-feira, 13 de julho de 2007

República Democrática do Congo
Um caso exemplar de pilhagem e submissão

Damien Millet [*]

e Eric Toussaint [**]

Alguém que queira compreender noções tão complexas como a pilhagem das riquezas de um país, a perda de soberania intolerável de um Estado e a noção de dívida odiosa, a República Democrática do Congo (RDC) é um caso exemplar. O modo como foi elaborado o orçamento de 2007 e as orientações tomadas pelo governo dirigido por Antoine Gizenga fornecem provas esmagadores daquilo que este Comité pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo e tantos outros movimentos sociais avançam há muitos anos.

O projecto de orçamento 2007 apresentado pelo governo à Assembleia Nacional foi marcado por uma orientação neoliberal estrita. Segundo o ministro congolês das Finanças, Athanase Matenda Kyelu, ele "estava conforme aos arranjos acordados com os serviços do FMI [1] ". Mantenhamos presente que o FMI é a ponta de lança da mundialização financeira, particularmente conhecida em todos os continentes junto às populações pobres devido devastações cometidas com as medidas anti-sociais que tem imposto há um quarto de século...

A Assembleia Nacional não entendeu assim! Em 14 de Junho último adoptou emendas que reviam o orçamento em alta, o que não agradava o FMI, que o fez sentir. Sempre segundo o ministro das Finanças, "o Conselho de Administração do FMI, que se reuniu segunda-feira 18 de Junho de 2007 para examinar o estado de avanço do programa de estabilização macroeconómicas acompanhado pelos serviços do FMI, exprimiu preocupações quanto à evolução do debate em curso no parlamento acerca do Projecto de Lei orçamental 2007 [...] as previsões das receitas e das despesas foram sensivelmente revista em alta, de modo que elas não correspondem mais ao quadro macroeconómico implícito na elaboração deste Orçamento 2007". Não se pode ser mais claro... O governo foi então encarregado de extinguir o incêndio intervindo neste sentido junto ao Senado. É assim que o governo se submete ao FMI e aos seus credores, exactamente como um escravo serve o seu mestre.

Dessa forma, em 23 de Junho os ministros congoleses das Finanças e do Orçamento transmitiram ao Senado a palavra do FMI. Como relatou o jornal congolês Le Potentiel, "Matenda Kyelu disse esperar do Senado correcções ao projecto de orçamento 2007, para responder nomeadamente às exigências dos parceiros externos, inclusive o Fundo Monetário Internacional [2] ". A manobra teve êxito: a 29 de Junho o Senado "corrigiu" o orçamento do Estado congolês. Mas o que contem este orçamento cuja tramitação parece ter tanta importância?

Em primeiro lugar, o montante total do orçamento é muito fraco: cerca de 2,4 mil milhões de dólares, ou seja, a mesma quantia que Estados Unidos gastam com a ocupação do Iraque em menos de duas semanas. Como então, nestas condições, reconstruir um país devastado por duas guerras que fizeram 3,5 milhões de mortos? Para comparação, a França, cuja população ronda os 60 milhões de habitante tal como a RDC, tem um orçamento de 520 mil milhões de dólares, ou seja, mais de 200 vezes do orçamento congolês, quando o subsolo da RDC é um "escândalo geológico" pois regurgita de riqueza minerais e a sua terra agrícola é muito fértil.

Outro elementos de comparação interessante: o orçamento da RDC ultrapassa por pouco o montante anual das despesas operacionais do FMI, que emprega apenas 2700 pessoas! O escândalo é patente: as riquezas congolesas não beneficiam o Estado nem as populações do país, mas a alguns próximos do poder e a empresas transnacionais a cujos interesses servem o FMI e as grandes potências.

Além disso, uma parte desmesurada – 50%! – dos recursos próprios da RDC vai para o serviço da dívida, cuja rubrica orçamental é muita claramente aumentada. Como declarou o primeiro-ministro congolês aquando da apresentação do orçamento: "Esta situação reduz assim a capacidade do governo para consagrar os seus recursos internos, desde 2007, à melhoria das condições de trabalho dos agentes e funcionários do Estado e particularmente aqueles da Polícia e do Exército e a reforçar sua capacidade financeira em benefício dos investimentos prioritários". Assim, entre realizar estes investimentos prioritários ou reembolsar credores ricos que açambarcam as riquezas nacionais, o governo, fortemente aconselhado pelo FMI, escolheu a segunda alternativa. Evidentemente, as despesas com a educação e a saúde são reduzidas de modo proporcional.

Em consequência, este projecto de orçamento impede deliberadamente a satisfação das necessidades fundamentais da população camponesa. E com isso viola vários textos fundamentais, quer seja a Declaração Universal dos Direitos Humanos ou o Preâmbulo da Constituição congolesa.

Indiferente a tais argumentos, o FMI e seus cúmplices locais construíram um orçamento cuja finalidade é "dar todas as oportunidades à RDC de garantir sua marcha vitoriosa para o ponto de culminação da iniciativa PPTE" (Países Pobres Muito Endividados) [3] . Iniciativa cuja finalidade não é senão impor à RDC medidas económicas muito impopulares, como a redução dos orçamentos sociais, a supressão das subvenções aos produtos de primeira necessidade, privatizações, a abertura das fronteiras e uma fiscalidade que agrava as desigualdades. É assim que um governo pode deliciar-se em estar à testa de um Estado muito pobre e muito endividado...

A magra anulação de dívida que disso resultará permitirá dissimular que a iniciativa PPTE é uma vasta operação de branqueamento das antigas dívidas odiosas contraída pelo ditador Mobutu, para a sua fortuna pessoal, com a cumplicidade dos diferentes credores que foram amplamente pagos em contra-partida. Esta dívida jamais beneficiou as populações e ela é por isso uma dívida odiosa que não tem de ser reembolsada. Tanto as instituições internacionais (FMI e Banco Mundial sobretudo) como os responsáveis congoleses por este endividamento, como o actual presidente do Senado e antigo primeiro-ministro de Mobutu, Léon Kengo wa Dondo, devem prestar contas ao povo congolês. Uma auditoria da dívida congolesa, conduzida pelos movimentos sociais da RDC, a fim de basear no direito o repúdio da dívida, é doravante obrigatória.
Notas:
[1] Ver o artigo "Budget 2007: FMI s'inquiète, le gouvernement pour une révision" no jornal congolês L'Avenir de 23/Junho/2007, http://www.groupelavenir.net/spip.php?article12122
[2] "Budget 2007, cap sur le point d'achèvement", Le Potentiel, 23/Junho/2007, http://fr.allafrica.com/stories/200706230194.html
[3] Ver Le Potentiel de 23 de Junho.

[*] Presidente do CADTM França (Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, autor de L'Afrique sans dette .
[**] Presidente do CADTM Bélgica, autor de Banco Mundial, el golpe de Estado permanente, El viejo Topo, Mataró, 2007.

Este artigo encontra-se em: resistir.info

Biodiversidade afetada por monocultivos e modificações genéticas

quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Recém-contratado, Magal pode trocar Inter por futebol árabe


Porto Alegre (RS) - Contratado pelo Internacional há menos de dois meses, o volante Magal já está próximo de deixar o Beira-Rio. Especula-se no Rio Grande do Sul que o jogador tem uma proposta do futebol árabe e deve aceitar pelo aspecto financeiro.

Vale lembrar que Magal se destacou no Campeonato Paulista, atuando pelo Guaratinguetá. No entanto, o Inter deve lucrar com a negociação, já que alugou os direitos federativos do jogador quando fechou sua contratação.

Enquanto não define sua situação, Magal é dúvida para a partida contra o América-RN, no sábado, pois ainda sente dores musculares.

Contusão – Sem atuar pelo Inter nos últimos jogos por contusão na panturrilha, o ala Elder Granja voltou a sentir dores no local no treinamento desta quarta-feira e deve ficar de fora do jogo em Natal. Segundo Granja, a decisão é por precaução para que a lesão não se agrave.

“Senti um desconforto, porque estou há muito tempo parado e o campo encharcado também ajudou. Acho difícil atuar no próximo jogo, mas é mais por precaução, para preservar. Já estava programado que eu não jogaria se sentisse alguma dor, para não prejudicar o trabalho”, explicou o ala.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Onda de frio na América do Sul deixa numerosas vítimas

O inusual frio polar que afeta boa parte da América do Sul causou a morte de nove pessoas na Argentina e seis no Chile, além de centenas de evacuados, caminhos bloqueados pela neve e hospitais lotados em vários países da região, informou a AFP.

Na Argentina, que, na segunda-feira, 9, viu surpreendida cair neve em Buenos Aires pela primeira vez em 89 anos, morreram nove pessoas, desde o fim de semana; entretanto, em San Luis, foram evacuadas cerca de 1.400 pessoas. O governo provincial decretou feriado administrativo a terça-feira 10 e quarta-feira 11 pelas dificuldades no transporte público.

A inusual massa de ar polar que cobre todo o território obrigou as autoridades a pedirem prudência no uso da eletricidade e do gás, em meio a uma crise energética que levou a aumentar as importações do Brasil, Paraguai e Bolívia, e limitar as exportações para o Chile.

No vizinho Chile, seis pessoas morreram em diversas localidades do sul, onde as temperaturas atingiram 18 graus negativos, enquanto na capital, Santiago, os termómetros bateram o recorde de 4,4 graus negativos, o que significa, segundo informações, um aumento das doenças respiratórias, especialmente em crian­ças e idosos, e teme-se pelo colapso das instalações devido ao grande número de pacientes.

Os serviços de emergência dos hospitais, também se esgotaram no Uruguai, onde nevou na cidade de Nova Palmira (sudoeste).

Secos & Molhados - 1973


The Beatles - 1963 - Please Please Me

The Beatles - Please Please Me

Jethro Tull - 1984 - Under Wraps

Jethro Tull - Under Wraps

Janis Joplin - 1968 - Cheap Thrills

Copiado de: matecouro.blogspot.com