terça-feira, 30 de outubro de 2007

Carlos Santana & Mana

Sérgio Cabral e a criminalização dos pobres

por jpereira - BrasilDeFato
Contribuidores: Mario Augusto Jakobskind

Quem viu as imagens do helicóptero atirando em supostos narcotraficantes imagina o que fazem em áreas pobres da cidade?

Quem viu as imagens do helicóptero atirando em supostos narcotraficantes imagina o que fazem em áreas pobres da cidade?



Mário Augusto Jakobskind


Sérgio Cabral, governador do Estado do Rio de Janeiro, é uma das figuras políticas da atualidade das mais nefastas. A todo o momento ele justifica a (visível) violência policial em áreas pobres desta cidade. A última desse senhor, que é um dos responsáveis pelo agravamento do quadro de violência na cidade do Rio de Janeiro, é dizer que os moradores de favelas, quando reclamam da ação policial, são pagos pelo tráfico. Ou seja, de antemão, a política de Estado que gera a truculência policial é justificada. Diariamente, os jornais eletrônicos mostram imagens de policiais subindo morros com suas metralhadoras em busca de traficantes. De antemão, qualquer cidadão que venha a morrer em um suposto confronto é traficante. Se for trabalhador, como volta e meia tem acontecido, não importa, as autoridades da área de segurança vão justificar a violência sob qualquer preço e condenar quem, das áreas pobres, denunciar a violência policial.

E quando isso acontecer, ou alguma entidade ilibada, como a Ordem dos Advogados do Brasil, seção RJ, criticar a ação policial, Cabral convoca o gaúcho José Mariano Beltrame, um cidadão do gênero acima de qualquer suspeita, para responder, sempre de forma arrogante e autoritária, como se o ideal de um Secretário de Segurança fosse impor respeito pelo medo e ameaças.

A área de segurança do Estado do Rio - que recebeu o apoio do ministro da Defesa, Nelson Jobim (*), o relator-falsificador de dispositivos da Constituinte, segundo o próprio admitiu, não usando o termo falsificador - está adotando uma política de confronto com os narcotraficantes por entender que essa é a melhor forma de combater a delinqüência. É o esquema Bope, Tropa de Elite (ou será da elite?) em ação, agora contemplado no cinema, que dá voto na classe média senso comum, a mesma que depois de ler Veja, O Globo e ver o Jornal Nacional, defende a matança indiscriminada. Na prática, embora não tenha coragem para afirmar, o que defendem é a filosofia do “pobre (bandido) bom é o pobre (bandido) morto", seguindo a lei do deus mercado, cujo único conceito de cidadania é o do consumidor.


Os vôos rasantes que Brizola proibia

Matança indiscriminada, é isso mesmo, ou será que alguém tem dúvidas a respeito? Quem viu as imagens nos telejornais da Globo na favela da Coréia de um helicóptero atirando em dois supostos narcotraficantes, mesmo admitindo-se que fossem narcotraficantes, completamente fora de combate, pode imaginar o que os agentes da lei andam aprontando nas áreas pobres da cidade de difícil acesso? Como nos velhos tempos da ditadura quando os homens da lei afirmavam, depois de matar opositores, que eles morreram em confronto. Até porque, vale sempre repetir, que a maioria dos que vivem em áreas pobres, não são traficantes, mas sim trabalhadores ou gente a procura de trabalho.

E quem não tem memória fraca lembra que o então governador Leonel Brizola, satanizado pela mídia conservadora e pelos mesmos setores senso comum que hoje aplaudem o Bope, proibia os vôos rasantes de helicópteros da polícia nos espaços das favelas. Agora, com Cabral e mesmo com outros governadores, essa prática passou a ser de rotina.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, depois das andanças de Sérgio Cabral pelo mundo, principalmente na Colômbia, radicalizou no confronto imaginando que a violência estatal vai acabar com a violência dos narcotraficantes. E, nessa guerra absurda, quem mais sofre é a população dos bairros pobres, que vive sobressaltada, tanto pela violência policial como a dos narcotraficantes pé-de-chinelos, pois os grandões, os da Vieira Souto, continuam fazendo das suas nos paraísos fiscais, lavando, traficando ou aprontando impunemente o que melhor lhes convém para aumentar os lucros.


Corrida desenfreada pela audiência

É isso aí. E no meio desse panorama lamentável, a mídia conservadora cumpre o seu papel, como uma espécie de guardiã do senso comum. Nesse turbilhão sangrento, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro queima a imagem da própria categoria ao incentivar e aplaudir a realização de um curso de segurança para “cobertura jornalística em área de risco”, ministrado por um instrutor militar com experiência no Afeganistão e Iraque. O conservador O Globo também aplaudiu a iniciativa conjunta do sindicato dos jornalistas e dos sindicatos patronais de jornais, rádios e TVs. Coisa boa não pode ser, até porque, trabalhador e patrão é igual a água e azeite, não combinam.

Ou seja, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro em vez de se posicionar contra a política de criminalização dos pobres embarca numa canoa furada para supostamente proteger os jornalistas que fazem reportagens nas chamadas áreas de risco. Cursos dessa natureza, ainda por cima ministrados por instrutor militar que não se identifica, segundo O Globo, por “questão de segurança”, dá, no mínimo, para desconfiar. Afinal, depois de circular no Afeganistão e no Iraque junto às tropas de ocupação, o tal instrutor, de nacionalidade inglesa, no mínimo teria contas a ajustar em um tribunal penal internacional, que o ocupante-mór daqueles dois países, os Estados Unidos, se recusa a reconhecer.

E, como se não bastasse, a prática dessa iniciativa não é só inócua, como também está associada à corrida desenfreada pelo ibope. E por que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro silencia diante da prática de repórteres em área de risco, estimulados por mega-empresários midiáticos atrás do lucro fácil, que usam como escudo a própria polícia e às vezes tiram fotos ou filmam no interior do Caveirão? Repórteres que na prática se espelham nos jornalistas estadunidenses que acompanhavam as tropas invasoras em cima dos tanques.

Por essas e muitas outras, inclusive na área de meio ambiente, que vale um outro comentário (não é mesmo secretário Carlos “eucalipto” Minc?), dá para afirmar em alto e bom som que o governo do Estado do Rio de Janeiro é um desastre sob todos os pontos de vista. Tem mais, a continuar a política de confronto como vem sendo colocada em prática pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, as perspectivas para a cidade do Rio são assustadoras. Quem conseguir viver, e não for vítima de bala perdida, verá.

Ah, sim: quem ainda se lembra das declarações de um oficial da PM, de charuto na boca dizendo que o maior sonho dele era combater no Iraque, claro, ao lado das tropas de ocupação que invadiram aquele país do Oriente Médio em busca de petróleo? O referido deve continuar a cumprir as missões de sempre, ou seja, atacar alvos nas áreas pobres do Rio de Janeiro. E, se bobear, daqui a pouco Beltrame, Sérgio Cabral e outros da cúpula estadual fluminense de segurança farão visitas relâmpagos ao Iraque aprender a lição de combate. Não será surpresa.



* Quando foi deputado federal e na Constituinte, Jobim introduziu na Constituição da República artigos que escreveu e não submeteu à votação do Parlamento. Um dos dispositivos é o que estabelece o princípio da independência entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Confessou a fraude e permanece impune. Segundo os professores Adriano Benayon e Pedro Dourado de Rezende, Jobim adicionou três incisos ao artigo 172 da Carta Magna, para proibir que os recursos destinados ao "serviço da dívida (isto é, ao pagamento de juros aos bancos) pudessem ser remanejados no Orçamento”. O estudo dos dois professores revelou que, com a falsificação, essa não confessada por Jobim, o serviço da dívida foi multiplicado, para gáudio do capital financeiro internacional. Dá para entender porque ele é tão badalado pela mídia conservadora.


Mário Augusto Jakobskind é jornalista.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

AL DI MEOLA - DISCOGRAFIA

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1976 - Elegant Gypsy

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1976 - Land Of The Midnight Sun

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1977 - Casino

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1979 - Splendido Hotel

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1981 - Electric Rendevous

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Tour De Force-Live (1982)

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1983 - Scenario

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Soaring Through A Dream (1985)

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Cielo e Terra (1985)

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1987 - Tirami Su

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1988 - Kiss My Axe

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1990 - World Sinfonia

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1993 - World Sinfonia - Heart Of Immigrant

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1994 - Orange And Blue

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The Rite Of Strings (1995)

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Acoustic Anthology (1995)

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Al Di Meola plays Piazzolla (1996)

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Winter Nights (1999)

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Anthology (2000) CD1 ; CD2

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The Grande Passion (2000)

Créditos: Krotzilla

CHARLIE PARKER - 1949-1954

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The Complete Charlie Parker on Verve [1949-1954] - 10 vol.

JEAN-LUC PONTY - AO VIVO

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1. Hypomode del Sol (Ponty) 12:45
2. People (Merrill, Styne) 7:53
3. California (Gruntz, Ponty) 9:42
4. Eighty-One (Carter) 12:20
5. Foosh (Duke) 7:54
6. Sara's Theme (Legrand) 3:41
7. Pamukkale (Dauner) 9:26
8. Cantaloupe Island (Hancock) 8:12

Jean-Luc Ponty: Electric violin
George Duke: Piano
John Heard: Bass
Al Cecchi: Drums

Jean-Luc Ponty - Live at Donte's (1969)

AVG Anti-Spyware



AVG Anti-Spyware
7.5.1.43 + CRACK e Serial

Copiado de: Omeck-Filmes

Mais Informações sobre o Programa

O AVG Anti-Spyware 7.5 é a nova versão do produto ideal para proteger o seu computador doméstico ou estação de trabalho de ameaças externas como trojans, spywares, dialers e jokers. É simples de instalar e operar, todas as atividades de e-mail e de arquivos são continuamente checadas para eliminar a ameaça de vírus. É extremamente rápido, confiável e consome pouquíssimos recursos do sistema

Características na nova versão:
Anti-Spyware com o mecanismo Ewido
Detecção de aplicativos potencialmente indesejados.
Suporte a Windows 64-bit;
Mais opções de configuração da proteção residente;
Melhorado suporte a deficientes visuais;
Atualizações em arquivos menores;
Suporte telefonico e via e-mail no brasil
Mais opções de varredura de e-mails, relatório de eventos e mais opções da área de teste do sistema.

1. Instale o programa e execute o .exe original
Depois clique no ícone da bandeja e
desabilite início com o Windows. Saia do programa.
2. Copie o crack no diretório do programa e
aplique. Renomeie avgas.exe para
_avgas.exe. Inicie _avgas.exe e ative
iniciar com Windows.

Tamanho: 13 MB
Formato: Rar
Idioma: Português
Link: BondFaro
Link Crack: RapidShare
Link Crack: Badongo
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Por que o Ocidente despreza o Islã

Nas simplificações grosseiras sobre o mundo árabe, a vítima oculta somos nós mesmos. Ao projetarmos sobre o outro nossa visão de atraso, intolerância e fundamentalismo, não enxergamos como estão sob ameaça os melhores valores de nossa civilização

Cláudio César Dutra de Souza,

Sílvia Ferabolli

LeMondeDiplomatique

Khaled Hosseini é um fenômeno editorial. Suas duas últimas publicações, O Caçador de Pipas e A Cidade do Sol, figuram nas listas dos mais vendidos nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil. A obra de Hosseini é lida por um público ávido por entender como vivem “os muçulmanos”. E ele parece cumprir muito bem o seu papel de (des)informar leigos pelo mundo sobre o que vem a ser o modus vivendi islâmico.

Talvez essa não tenha sido a intenção do autor. Em seus livros, ele parece ser muito claro em situar seus personagens no interior do Afeganistão, mas como o entendimento dos conceitos religiosos, étnicos e de identidade nacional que definem muçulmanos, árabes e afegãos não é o forte da maioria da população, acabam todos sendo identificados, sem distinção, como seguidores do Islã. Essa associação não é de todo incorreta, já que a maioria dos árabes são muçulmanos, assim como o são os afegãos. O grande problema é associar o Islã com os segmentos mais retrógrados e atrasados da sociedade afegã – algo como definir o cristianismo como a religião que queima mulheres e hereges em fogueiras, permite a escravidão e silencia frente aos horrores do holocausto.

Em seu Orientalismo, Edward Said mostrou como a representação literária dos povos orientais, especialmente dos muçulmanos, como bárbaros, primitivos, violentos, decadentes e irracionais legitimou os interesses dos grandes poderes da era colonial. No pós-11 de setembro, a mídia de massas retoma o projeto orientalista e passa a demonizar os muçulmanos com vistas a iniciar um novo ciclo histórico de dominação e subjugação, agora comandado pelos Estados Unidos. Árabes, afegãos, paquistaneses, indonésios, indianos, enfim, qualquer indivíduo que ostente um turbante ou véu na cabeça, ou que pelo menos pareça alguém que usaria esse tipo de vestimenta, é quase que automaticamente definido como fanático, fundamentalista, atrasado e, a palavra do momento, terrorista. O entendimento do cidadão médio, filtrado por aquilo que deve ser mostrado, constrói um Islã wahabista, pleno de explosivos Osamas e reprimidas mulheres sob véus; um povo que corta mãos de ladrões, apedreja condenados até a morte e proíbe, tal como os talibãs, qualquer forma de prazer e diversão. Não é a toa que temos O Livreiro de Cabul, Mulheres de Cabul, qualquer coisa de Cabul vira best-seller e abastece o imaginário de milhões de cidadãos no Ocidente que se horrorizam e se deliciam com esse tipo de representação do “muçulmano”.

Uma época na qual a racionalidade parece estar em extinção

Além de servir às práticas de dominação política, militar e cultural norte-americana, essas projeções do “outro” também servem para reforçar a nossa suposta normalidade em face de um contraponto tão bizarro. Gostamos de nos imaginar como filhos da modernidade, livres de superstições e paixões primitivas que um dia fizeram parte da nossa história, mas que hoje, enfim, libertos, avançamos em direção a uma liberdade nunca dantes sonhada, liberdade essa que foi duramente atacada em 11 de setembro de 2001 pelos fanáticos de Allah.

Mas, sejamos pragmáticos: o que o mundo livre tem a ver com dois prédios destruídos em Nova York ou o que eles simbolizavam? Ficamos menos livres a partir daquele momento? Estamos sendo ameaçados? A resposta, se é que existe apenas uma, seria que, efetivamente, uma parte do mundo está menos “livre”, mas isso diz respeito àqueles poucos que gozam dessa liberdade tão duramente conquistada através de séculos de exploração colonial, invasões e desrespeito à soberania de inúmeros povos, que agora se insurgem de uma forma desagradável para quem pensava que a história havia chegado ao seu fim com o triunfo do capitalismo liberal. Não estaríamos nos focando excessivamente no chamado “fanatismo religioso” muçulmano e esquecendo que vivemos em uma época no qual a racionalidade parece estar em extinção? Fanáticos islâmicos versus fanáticos judeus e suas intermináveis políticas fratricidas; fanáticos católicos irlandeses e norte-americanos; fanáticos amishes; um renascido em Cristo na Casa Branca e um Papa de passado duvidoso, tão ou mais fundamentalista em sua leitura tendenciosa do mundo contemporâneo quanto o mais caricato dos Aiatolás.

Fanáticos os temos para todos os gostos, com a diferença, alguém notará, que “os nossos” não explodem. Ledo engano. Norte-americanos e israelenses explodem a tudo e a todos que ousem ir contra os seus “interesses de Estado”. Os Estados Unidos “previnem” e Israel “se defende”, exatamente do quê? Sim, dos bárbaros, fanáticos e torpes muçulmanos cuja diversão e meta suprema são a de destruir a cultura e a liberdade democrática do Ocidente e, neste ínterim, vão todos à mesma vala comum, do intelectual muçulmano (sim, eles existem!), à mãe de família árabe chegando ao talibã mais raivoso, passando pelos casseurs franceses e suas demais ramificações européias – e contra todos eles é lançado o anátema de terroristas ou fanáticos muçulmanos, em uma das mais absurdas e brutais demonstrações de racismo, ignorância e manipulação midiática da atualidade.

Como se em nossa sociedade as mulheres vivessem em integridade absoluta

O modo como as mulheres muçulmanas são tratadas constitui-se em um escândalo, como se em nossas sociedades as mulheres vivessem em um patamar de integridade absoluto e não fossem estupradas, agredidas e mortas, não bastando isso, ganhassem menos, mesmo trabalhando mais do que os homens, e ainda tendo de se submeter a todo o tipo de tratamento estético, cirúrgico e dietético que já ceifaram a vida de milhares de fêmeas modernas – mortes nas mesas cirúrgicas de lipoaspiração; morte por distúrbios alimentares como bulimia e anorexia; morte por intoxicação de produtos químicos fortíssimos que visam alisar, afinar, reduzir, rejuvenescer e infantilizar cabelos, corpos e mentes.

Durante a guerra da Bósnia, dentre as tantas atrocidades perpetradas contra o povo muçulmano, talvez a pior tenha sido aquela cometida contra suas mulheres. Segundo Tadeusz Mazowiecki, investigador de Direitos Humanos da ONU, que se afastou do cargo em protesto contra a impotência da organização frente aos horrores da guerra, a "limpeza étnica" não foi resultado de ações militares, mas o objetivo principal do conflito. Os sérvios, na sua maioria cristãos ortodoxos, usaram o estupro sistemático como arma de terror para obrigar a população não-sérvia a deixar a região. Mais de 20 mil muçulmanas foram violentadas. Houve casos de mulheres inválidas torturadas com tesoura e cacos de vidro antes de serem mortas. Algumas mulheres escaparam da morte, mas não da humilhação. Quando se viram grávidas de seus estupradores, o bom Papa João Paulo II exortou-as piedosamente a não abortarem essas inocentes vidas, sob ameaça de excomunhão e de uma ida sem retorno para um lugar bem quente no outro mundo...

Aliás, a igreja católica não flexibiliza a proibição do aborto em casos de estupro, nem em casos de fetos anencéfalos e muito menos se a gravidez trouxer risco de vida à mãe. Efetivamente, o cristianismo representado pelo Vaticano não se constitui em nenhum exemplo de tratamento às mulheres que o faça estar em posição de tecer críticas ao Islã. Da mesma forma que não pode endossar a falácia de que o Corão exorta a violência, o genocídio e a usurpação e que a expansão islâmica se fez através da morte, da chacina e do roubo (a propósito: você já leu o Corão?). É necessário recordar que a expansão do cristianismo foi forjada no aço das espadas e à custa de milhões de vidas perdidas e, apesar da recomendação de amor ao próximo dos evangelhos canônicos, a imagem que parece ter sido desenvolvida pelo apologista Paulo de Tarso foi a do Cristo da Espada, o que expulsou os vendilhões do templo a chibatadas, um discurso bem mais palatável para um agonizante e bélico império Romano recém convertido por razões bem mais políticas do que de fé (a propósito: você realmente conhece a história do cristianismo?).

Hanna Arendt já denunciava lobby sionista e superfaturamento do Holocausto

Quanto aos judeus, se foram perseguidos também foram perseguidores e, como “povo eleito” foram intolerantes contra os “não eleitos”, vide a vergonhosa política israelense em relação aos palestinos, confinados em bantustões, segregados, marginalizados e humilhados em nome da proteção dos cidadãos de Israel – mas quem protegerá os palestinos do terrorismo de Estado israelense? (a propósito: você lê jornais?) Na década de 1960, Hanna Arendt já denunciava o lobby da comunidade sionista norte-americana em prol de Israel, o superfaturamento do Holocausto e a participação dos conselhos judaicos na eliminação de seu próprio povo na Alemanha nazista, o que lhe rendeu censuras e ameaças, semelhantes àquelas que Norman Finkelstein recebeu ao publicar A Indústria do Holocausto na década de 1990, denunciando o devir persecutório dos perseguidos além de uma série de outras distorções políticas e ideológicas que infelizmente fazem sofrer não apenas o povo palestino como igualmente a população judaica e israelense, à mercê da manipulação de sua própria história e de seu sofrimento por uma pequena elite religiosa.

Pode ser o Islã hoje um retrato daquilo que o Ocidente foi antes do advento das luzes, momento em que a religião possuía um efetivo poder político e transcendental sobre corações e mentes e que unia os cidadãos em verdadeiras comunidades, ao contrário de hoje, quando a idéia de Deus segue o princípio narcisista-individualista de nossos tempos? Irá o Islã, algum dia, secularizar-se e seus líderes religiosos tornarem-se uma espécie de fantoches nostálgicos como é o Papa na atualidade? Qualquer que seja o cenário a se desenhar no futuro próximo, ainda teremos muitos anos de teocracias e líderes espirituais de diversos matizes a explorar questões políticas e atuar sobre os excluídos da globalização sob a mediação do discurso religioso – mas o Islã não está sozinho no monopólio do irracionalismo! Essa exclusividade é real apenas no contexto rasamente etnográfico dos “romances de burca”, e é uma pena que a leitura desses livros outorgue a um número cada vez mais expressivo de pessoas viciadas em best-sellers o direito de julgar 1,3 bilhões de muçulmanos tendo como ferramenta analítica, única e exclusivamente, esses mal escritos recortes tendenciosos da realidade.

Passivamente assistimos ao preocupante desmonte de uma série de mitos fundadores da chamada civilização ocidental. Rasgamos a declaração universal dos direitos do homem, herança da revolução francesa, e parece que estamos em vias de reverter os processos de descolonização do pós-guerra, em uma retomada de práticas extrativistas, desrespeito a soberanias nacionais e tentativas de imposição de valores que visam aniquilar as diferenças e promover a intolerância ou algum suposto choque de civilizações. Não aceitar a confusão entre os conceitos de resistência e terrorismo; entender que as mulheres muçulmanas, na sua maioria, não vivem cobertas por burcas, mas são advogadas, engenheiras, médicas, cineastas, jornalistas e professoras com ativa participação em suas sociedades; e ousar duvidar do que nos é informado pelas agências de notícias e intelectuais de diversos matizes — comprometidos com seus governos e seus próprios preconceitos, agindo em uníssono a fim de que tenhamos medo daqueles que ousam contestar a posição vassala que lhes cabe no latifúndio mundial — é condição necessária para que possamos promover um verdadeiro diálogo entre o Islã e o mundo tributário do Ocidente que, para ser realmente livre, precisa aprender a conhecer, compreender e respeitar as diferenças culturais.

TEMPOS MODERNOS



Tamanho: 472 MB
Duração: 1h23
Host: Rapidshare
Idioma: Inglês com legendas embutidas
Formato: RMVB
Copiado de: RapaduraAzucarada - Luis Alves

Grande clássico de Chaplin, coloca o personagem Carlitos (em sua última aparição no cinema) tentando sobreviver no mundo moderno e industrializado, e enfrentando o fantasma do desemprego e os problemas fiscais que mudaram as vidas de muitos estadunidenses durante a Grande Depressão. A esperança parece nascer em seu coração quando ele conhece uma bela jovem com quem dividirá as poucas alegrias e as dificuldades deste novo mundo.





Partes
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domingo, 28 de outubro de 2007

Jô Soares passa dos limites em entrevista racista e pedófila


Renato Rovai, editor da revista Fórum, publicou nesta sexta-feira (26) em seu blog um texto no qual critica o apresentador Jô Soares, da Rede Globo, por conduzir de modo inadequado uma entrevista realizada nesta semana.


Confira abaixo a íntegra do texto, no qual Rovai tacha a entrevista realizada pelo humorista de racista e pedófila:


“Acabo de receber um e-mail que originalmente foi postado por Vilma Piedade do Movimento de Mulheres Negras do Rio de Janeiro. Ela envia o link de um recente programa do Jô Soares onde ele entrevista um sujeito que atende pelo nome de Rui Moraes e Castro. O tal foi no Jô sabe para quê? Para explicar a relação do penteado das mulheres negras de Angola com as suas vaginas.


Entre outras coisas o tal mostra um corte de cabelo, que segundo ele foi armado com bosta de boi e fala que aquela mulher quer mostrar que está ‘mais apertada’. E diz, em resumo, o seguinte: ‘como o negro começa sua relação sexual com seis, sete anos e essa mulher já tem 20, 21 anos ela está velha, acabada, larga. Então ela fez uma operação no clitóris a sangue frio, com uma faca de sapateiro, e fica mais fechada. Com esse cabelo ela está dizendo ao homem que voltou a ficar fechada e que vai dar tanto gozo ao homem como uma garota de sete ou oito anos...’.


Sabe o que o Jô fez, divertiu-se a beça com a história. E continuou a entrevista com preconceitos e histórias horrorosas assim por mais uns cinco minutos.


Estou indo lavar o rosto para me acalmar e não escrever o que estou com vontade. Sugiro ao movimento negro e a outras organizações do movimento social que tomem uma medida exemplar contra isso. É preciso ir à Justiça pedir punição ao Jô, ao seu programa e ao entrevistado que atentaram nessa entrevista contra uma série de artigos da Constituição.


Também peço àqueles que vierem a comentar que façam como eu e, mesmo com vontade, evitem os palavrões e os ataques pessoais. Terei de editar comentários desse tipo. Passem esse vídeo para o maior número de pessoas. E daqui a Fórum já se coloca à disposição para qualquer movimento solicitando punição ao Programa Jô Soares pelos preconceitos emitidos e por fazer alusão à pedofilia.


Isso não é censura. É a regra do jogo. Não é permitido ao concessionário de sinal televisivo ou de rádio a divulgação de informação ou programação que incentive o preconceito de cor, raça ou credo. Quanto mais falar em atos sexuais prazerosos com meninas de sete ou oito anos.”


Fonte: Blog do Rovai

Ruralistas ignoram Estado Democrático de Direito



Mateus Alves - CorreioDaCidadania

O conflito em Santa Tereza do Oeste, no estado do Paraná, entre a milícia da empresa NF Segurança e militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da Via Campesina, é a mais recente demonstração da total ignorância da existência de um Estado Democrático de Direito no Brasil por ruralistas, que continuam utilizando a violência rotineiramente.

O assassinato do sem terra Valmir Mota de Oliveira, também conhecido como Keno, ocorreu após a reocupação das terras utilizadas pela transnacional Syngenta Seeds para o plantio de sementes transgênicas experimentais. Na manhã do dia 21 de outubro, cerca de 150 agricultores tomaram a área – cujas funções têm sua legalidade contestada devido à proximidade ao Parque Nacional do Iguaçú - e renderam os seguranças da NF, cujas armas foram retiradas.

A reação da milícia da NF ocorreu às 13h30 do mesmo dia, quando um ônibus estacionou em frente à ocupação e cerca de 40 pessoas armadas desceram do veículo atirando contra os ocupantes. Keno, de 42 anos, foi atingido no peito por dois tiros; outros seis sem terra foram gravemente feridos.

De acordo com as testemunhas, a milícia tinha a intenção de assassinar os líderes dos movimentos sociais presentes no local. Uma denúncia anônima, feita dias antes, avisava de “uma armadilha que estava sendo preparada pela UDR (União Democrática Ruralista)”.

Conseguiram escapar com vida da ação paramilitar Celso Ribeiro Barbosa e Célia Lourenço, que, juntamente com Keno, eram os líderes sem-terra almejados pela milícia.

Paramilitares ilegais

Contratada pela Syngenta Seeds para proteger os campos experimentais, a NF Segurança atuava de forma ilegal na região, sendo inclusive alvo de uma ação da Polícia Federal ocorrida em outubro, quando foram apreendidas armas e munições ilegais na sede da empresa.

Embora a transnacional negue ter dado qualquer ordem para a retomada da área ocupada, a prática de violência por milícias ligadas à empresa de segurança contratada pela Syngenta já havia sido denunciada pelos trabalhadores rurais (clique aqui para ver o documento com as diversas denúncias) em audiência pública com membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal na capital Curitiba, realizada poucos dias antes da tragédia em Santa Tereza.

A Sociedade Rural do Oeste (SRO) e o Movimento dos Produtores Rurais (MPR), associações ruralistas lideradas pelo fazendeiro Alessandro Meneghel, são citadas como fomentadores de milícias armadas na região oeste do Paraná, um dos principais focos de conflito agrário no país.

"Os ruralistas cometeram diversas agressões contra agricultores na região, como o fechamento de estradas no ano passado, ameaças por telefone e a invasão do assentamento vizinho às áreas da Syngenta", diz a advogada da ONG Terra de Direitos, Gisele Cassano.

De acordo com a advogada, a criação do MPR teve como principal intuito a arrecadação de fundos para a contratação de seguranças para garantir a reintegração de posse em terras ocupadas na região.

A utilização de milícias em ações contra a população constitui grave afronta à Constituição Federal, que, por meio de seu artigo 5º, inciso XVII, proíbe a formação de grupos paramilitares. No entanto, durante a audiência com a CDH da Câmara, os ruralistas já afirmavam que iriam contratar empresas de segurança para remover ocupações em áreas improdutivas no Paraná.

Ataque a princípios democráticos

A formação de milícias não tem sido o único instrumento antidemocrático utilizado por ruralistas no embate que travam contra instituições e organizações progressistas no Brasil.

No mês de agosto, ativistas do Greenpeace, da OPAN (Operação Amazônia Nativa) e dois jornalistas franceses foram impedidos de chegar às áreas indígenas em Juína, no Mato Grosso, pelo prefeito da cidade, Hilton Campos (PP), levado ao cargo devido ao apoio que possui entre os fazendeiros da região.

Assim como no Paraná, a expansão do agronegócio sobre terras ilegais ocorre freqüentemente em Juína. Os alvos dos fazendeiros, no entanto, são os indígenas Enawenê-Nawê, que reivindicam seus direitos sobre terras ainda não demarcadas.

A truculência dos fazendeiros com os ativistas e jornalistas, cercados no hotel onde estavam e levados a uma audiência na Câmara Municipal da cidade, está registrada em um documentário intitulado "Amazônia, uma região de poucos" (clique aqui para assistir).

Nos depoimentos dos fazendeiros e políticos de Juiná, são amplas as provas de que a democracia ainda dista de certas regiões do país, onde se minam, facilmente, o direito de ir e vir e o direito à liberdade de imprensa, garantidos na Carta de 1988. Algo ainda mais estarrecedor – e inconcebível em qualquer democracia - se dá em certo momento durante a audiência com o prefeito da cidade mato-grossense, quando um discursante declara que "os índios são nossos".

Reações

As reações da sociedade frente à escalada da violência e da destruição dos princípios democráticos nas regiões de conflito agrário parecem ter, hoje, uma celeridade maior do que em anos anteriores e lideranças proeminentes no campo político não tardaram a demonstrar preocupações com os ocorridos.

Logo após os acontecimentos no Paraná, uma frente parlamentar – composta principalmente por políticos pró-reforma agrária - se reuniu com Tarso Genro, ministro da Justiça, para pedir providências em relação aos crimes cometidos pelas milícias ruralistas.

De acordo com o deputado federal Adão Pretto (PT/RS), um dos participantes do encontro com o ministro, o resultado da reunião foi positivo e um relatório das ações paramilitares no oeste do Paraná deverá ser preparado em breve, assim como uma denúncia oficial para que o ministério tome as providências cabíveis.

"Genro ainda prometeu disponibilizar a Polícia Federal para o caso", relatou Pretto. No Paraná, também já se iniciam as investigações, cujas conclusões deverão apontar os reais motivos e os devidos culpados por tamanhas agressões às instituições democráticas do Brasil.