sexta-feira, 2 de novembro de 2007

ATÉ QUANDO?

Eduardo Galeano (*)

Um país bombardeia dois países. A impunidade poderia ser assombrosa, se não fosse costumeira. Alguns tímidos protestos dizem que houve erros. Até quanto os horrores continuarão sendo chamados de erros?

Esta carnificina de civis começou a partir do seqüestro de um soldado. Até quando o seqüestro de um soldado israelense poderá justificar o seqüestro da soberania palestina?

Até quando o seqüestro de dois soldados israelenses poderá justificar o seqüestro de todo o Líbano?

E os 700 soldados libaneses que, desde que Israel foi expulso do Líbano em 2000, foram levados prisioneiros para Israel? Porque Israel nunca aceitou trocar prisioneiros de guerra?

A caça aos judeus foi, durante séculos, o esporte preferido dos europeus. Em Auschwitz desembocou um antigo rio de espantos, que havia atravessado toda a Europa. Até quando palestinos e outros árabes continuarão pagando por crimes que não cometeram?

O Hezbollah não existia quando Israel arrasou o Líbano em suas invasões anteriores. Até quando continuaremos acreditando no conto do agressor agredido, que pratica o terrorismo profissional de Estado porque tem direito de se defender do "terrorismo" civil amador?

Iraque, Afeganistão, Palestina, Líbano...

Até quando se poderá continuar exterminando países impunemente?

As torturas de Abu Ghraib, que despertaram certo mal-estar universal, nada têm de novo para nós, os latino-americanos. Nossos militares aprenderam essas técnicas de interrogatório na Escola das Américas, que agora perdeu o nome, mas não as manhas.

Até quando continuaremos aceitando que a tortura continue legitimando, como fez o Supremo Tribunal de Israel, em nome da legítima defesa da pátria?

Israel deixou de ouvir 46 recomendações da Assembléia Geral e de outros organismos das Nações Unidas.

Até quando o governo israelense continuará exercendo o privilégio de ser surdo?

As Nações Unidas recomendam, mas não decidem. Quando decidem, a Casa Branca impede que decidam, porque tem direito de veto. A Casa Branca vetou, no Conselho de Segurança, 40 resoluções que condenavam Israel.

Até quando as Nações Unidas continuarão atuando como se fossem outro nome dos Estados Unidos?

Desde que os palestinos foram desalojados de suas casas e despojados de suas terras, muito sangue correu.

Até quando continuará correndo sangue para que a força justifique o que o direito nega?

A história se repete, dia após dia, ano após ano, e um israelense morre para cada 10 árabes que morrem.

Até quando a vida de cada israelense continuará valendo 10 vezes mais?

Em proporção à população, os 50 mil civis, em sua maioria mulheres e crianças, mortos no Iraque equivalem a 800 mil norte-americanos.

Até quando continuaremos aceitando, como se fosse costume, a matança de iraquianos, em uma guerra cega que esqueceu seus pretextos?

Até quando continuará sendo normal que os vivos e os mortos sejam de primeira, segunda, terceira ou quarta categoria?

O Irã está desenvolvendo a energia nuclear? Bem, se está, é um direito seu, como de qualquer país que deseje acesso à modernidade científica. Argentina, Brasil, México e mais 60 países, no mínimo, estão tentando isso - sob boicote da meia dúzia de potências que não aceitam perder esse monopólio.

O Irã está também tentando desenvolver energia nuclear para uso militar, como fizeram há mais de meio século os EUA, Inglaterra, França, Rússia, China, Índia, Paquistão e Israel? Ninguém sabe ao certo, pairam no ar somente acusações veiculadas pelos EUA, nenhuma prova, ao menos até agora.

Mas até quando continuaremos acreditando que isso basta para provar que um país é um perigo para a humanidade? Pois a chamada comunidade internacional não se angustia em nada com o fato, reconhecido unanimente por todos os institutos ocidentais de estratégia militar, de que Israel já produziu e tem estocadas 250 bombas atômicas, embora seja um país que vive à beira de um ataque de nervos.

Quem maneja o perigosímetro universal? Terá sido o Irã o país que lançou as bombas atômicas em Hiroxima e Nagasaki?

Na era da globalização, o direito de pressão pode mais do que o direito de expressão.

Para justificar a ocupação ilegal de terras palestinas, a guerra se chama paz. Os israelenses são patriotas e os palestinos são terroristas, e os terroristas semeiam o alarme universal.

Até quando os meios de comunicação continuarão sendo medos de comunicação?

Esta matança de agora, que não é a primeira nem será - temo - a última, ocorre em silêncio? O mundo está mudo, está surdo?

Até quando seguirão soando em sinos de madeira as vozes da indignação?

Até quanto nos conformaremos com essa linguagem infame da grande mídia que, simulando "objetividade" jornalística, nos informa sobre um combate nesta linguagem: tantos "terroristas" do Hisbollah foram aniquilados pelas forças "de defesa" de Israel.

Teremos todos nós nos transformados em estúpidos, a ponto de não percebermos que a forma da linguagem determina o conteúdo da "notícia”?

Estes bombardeios matam crianças: mais de um terço das vítimas, não menos da metade. Os que se atrevem a denunciar isto são acusados de anti-semitismo.

Até quando continuarão sendo anti-semitas os críticos dos crimes do terrorismo de Estado?

Até quando aceitaremos esta extorsão?

São anti-semitas os judeus horrorizados pelo que se faz em seu nome?

São anti-semitas os árabes, tão semitas como os judeus? Por acaso não há vozes árabes que defendem a pátria palestina e repudiam o manicômio fundamentalista?

Todos agem em nome de Deus, seja o Deus cristão, o Alá muçulmano ou o vingativo e momentaneamente triunfante Jeová judeu.

Como radical humanista que sou, nada quero com qualquer desses deuses nacionalistas e odiosos. O que não me impede de discernir que, em cada momento há um "deus" dos oprimidos e outro dos opressores.

Somos a única espécie animal especializada no extermínio mútuo. Destinamos US$ 2,5 bilhões, a cada dia, para os gastos militares, uma atividade econômica extremamente lucrativa aos capitalistas que a ela se dedicam.

A miséria e a guerra são filhas do mesmo pai: como todos os deuses cruéis, come os vivos e os mortos.

Até quanto continuaremos aceitando que este mundo enamorado da morte é nosso único mundo possível?

Até quando prolongaremos nossa postura cínica de "neutralidade", de não "tomar partido" ?

É o oprimido, malgrado seja um idiota fundamentalista religioso, igual ao fundamentalista opressor? São moralmente o mesmo? Que se matem entre si, é isso? Não temos mesmo de tomar partido?



(*) Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio, autor de As veias abertas da América Latina e Memórias do Fogo.
Grupo teatral apóia camelôs em Porto Alegre

Patrícia Benvenuti - Chasque


Porto Alegre (RS) - O grupo de Teatro Popular Oi Nóis Aqui Traveiz, da Terreira da Tribo, manifestou nesta quarta-feira (31) seu apoio aos trabalhadores informais em Porto Alegre. Vestidos de piratas, os integrantes do grupo realizaram uma manifestação artística no centro da cidade para protestar contra a retirada dos vendedores ambulantes das áreas centrais.

A integrante Carla Moura conta que o objetivo da manifestação é denunciar a injustiça cometida contra os trabalhadores. Para ela, os camelôs representam uma classe de trabalhadores que buscam alternativa em uma sociedade que não oferece condições dignas de emprego e assistência.

“As pessoas vêm batalhando pela sobrevivência, criando não só condições de alimentar sua própria família mas criando mercado para as pessoas que têm trabalho, mas com salários de fome que não conseguem consumir em loja. Então a questão do camelô, do produto pirata, é uma questão que precisa ser debatida mais profundamente. Por que, na verdade, é uma questão social que precisa ser resolvida urgentemente”, diz.

Carla também critica os abusos de violência cometidos pela Brigada Militar. Segundo ela, a repressão policial reflete os interesses de quem não deseja os camelôs no centro da cidade.

“A gente sabe que tipo de pressão existe nesse exato momento, até em função das vendas de natal e tudo mais, que está colocando a polícia em cima do trabalhador, criando uma situação de colocar o trabalhador como um bandido. O trabalhador tem que ser respeitado. E isso não é caso de polícia, isso é caso de política pública. E precisa ser visto urgentemente”, avalia.

A integrante do Oi Nóis Aqui Traveiz afirma ainda que a intenção do grupo é motivar uma discussão entre os próprios trabalhadores. De acordo com Carla, é preciso que eles se organizem para fazer suas reivindicações e lutar por seus direitos.

Essa foi a segunda intervenção que o grupo apresentou no centro. A primeira ocorreu há mais de uma semana, no momento em que os camelôs eram abordados pela polícia.

Há cerca de duas semanas, a Secretaria da Produção Indústria e Comércio (Smic) firmou uma parceria com a Brigada Militar contra a pirataria no cento de Porto Alegre. Até agora, cerca de 300 vendedores ambulantes já foram retirados das principais vias da capital.

Quase metade da população infantil respira ar contaminado por fumaça de cigarro

quarta-feira, 31 de outubro de 2007



175 milhões de crianças serão afetadas por desastres naturais

Adital


Das aproximadamente 350 milhões de pessoas que serão afetadas por desastres naturais a cada ano durante a próxima década, 175 milhões serão crianças. Isto é o que estima a organização Save the Children, no seu informe intitulado "Um futuro de catástrofes? O impacto da mudança climática na infância", com o qual pretende medir os impactos do fenômeno nesta parcela da população.

Segundo o relatório, a exposição à mudança climática terá efeitos negativos para a saúde de milhões de pessoas, especialmente a daquelas com menor capacidade
de adaptação, como a infância. Atualmente, a média anual de pessoas afetadas pelos desastres naturais é de 250 milhões, mas o número deve crescer. Entre 2005 e 2006, estes fenômenos cresceram cerca de 15% e, ainda que nem todos se derivaram de mudança climática, os que geraram 98% dos danificados, tinham vinculação direta com o aumento geral das temperaturas.

Em três anos, a estimativa das Nações Unidas é que haverá, em todo o mundo, 50 milhões de "desabrigados meio-ambientais", a maioria crianças e mulheres. Além disso, a falta de água potável e a contaminação existente dará lugar à propagação de doenças entre a população. Milhares de menores de cinco anos morrem a cada ano em todo o mundo por causa da água e do saneamento insalubre, da contaminação do ar em exteriores e interiores e do paludismo. Muitos desenvolvem problemas crônicos relacionados com o meio ambiente, desde alergias até deficiência mental ou física.

A estimativa é que a porcentagem da população mundial exposta à malária, uma das maiores causas de morte entre os menores de 5 anos, crescerá entre 45% e 65% nos próximos 100 anos devido à mudança climática. Apesar de somente 10% da população mundial ser de crianças menores de cinco anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) assegura que esse grupo é o que sofre 40% das enfermidades relacionadas com o meio ambiente.

De acordo com a Save the Children, a cada 15 segundos morre uma criança por falta de acesso à água potável e 40 milhões sofrem má nutrição extrema. Com as mudanças climáticas, o quadro será ainda mais grave. A organização lembra que "mais alarmante é que as crianças desnutridas, que por si são especialmente vulneráveis às infecções, estarão mais expostos a enfermidades que transmitem os mosquitos, como a malária e a dengue, devido ao aumento das inundações, o aquecimento e as mudanças nos períodos de chuvas".

Os efeitos do aquecimento, entretanto, não serão percebidos de igual forma em todo
o mundo. A mudança climática causará os maiores danos e afetará em maior medida as crianças de países em desenvolvimento. Segundo o informe, as crianças do continente asiático serão os mais afetados pelo aumento de desastres naturais relacionados com a mudança climática, por causa do grau de vulnerabilidade do continente a estes desastres. Entre 1996 e 2005, mais de dois terços das pessoas que perderam a vida por causa de desastres naturais viviam na Ásia.

Na segunda parte do Quarto Informe de Avaliação do Painel Internacional sobre
a Mudança Climática (IPCC), intitulado "Impactos, adaptação e vulnerabilidades", no qual são apresentados os efeitos de acordo com a região, os países em desenvolvimento aparecem como os mais vulneráveis às mudanças climáticas. "A saúde, a segurança e o sustento familiar das crianças destas comunidades estão ameaçadas. Também, a mudança climática coloca em perigo o desenvolvimento sustentável, aprofundando potencialmente a pobreza infantil e aumentando sua vulnerabilidade a sofrer abusos, exploração ou desabrigo forçado", explica o informe.

A mudanças se darão principalmente nas paisagens locais. "Na América Latina, a savana substituirá as selvas tropicais do leste do Amazonas, as áreas semi-áridas serão desertos e se perderá uma parte importante da biodiversidade. Também, os
bancos de peixes, os corais e a água potável serão muito reduzidas até a metade deste século", estima o IPCC.

Dados da OMS, mostram que 86% das águas residuais urbanas da América Latina e Caribe e 65% das da Ásia chegam sem tratamento aos rios, lagos e mares. Isto é especialmente alarmante se levamos em conta que um grande número de vírus e bactérias causadoras de enfermidades como diarréia, cólera, disenteria, febre tifóide, helmintíases e tracoma seguem junto à água, a qual é bebida por crianças e adultos.

No informe, a organização recomenda que os países ricos e industrializados reduzam suas emissões de carbono em 80% para 2050 e cheguem a um acordo para limitar o aquecimento global a não mais de 2 graus centígrados mediante a assinatura de um novo tratado baseado no protocolo de Kyoto. Segundo o documento, muitos países, incluindo Índia, Sri Lanka, Peru e Panamá, estão aprovando leis para incorporar o programa de Redução de Risco em Desastres (RRD), nas políticas nacionais e vários países doadores têm desenvolvido políticas para assegurar a integração da RRD em seu trabalho com países em desenvolvimento.

Empresas abusam da confiança de seus clientes

Charlie Parker - Yardbird Suite (1997)


(Gravações feitas entre 1946 e 1949)
Créditos: Looloblog

Disco 1


Groovin' high 2:40
All the Things You Are 2:47
Dizzy Atmosphere 2:47
Salt Peanuts 3:15
Shaw 'Nuff 2:59
Hot House 3:09
Now's the time 3:16
Ko Ko 2:54
Moose the Mooche 2:55
Yarbird Suite 2:57
Ornithology 3:00
Cool Blues 3:09
Relaxin' at Camarillo 3:07
Donna Lee 2:34
Chasing the Bird 2:45
Dewey Square 3:10
Bird of Paradise 3:13
The Hymn 2:34
Embraceable You 3:25
Klactoveedsedstene 3:05


Disco 2

Scrapple From the Apple 2:59
Out of Nowhere 4:05
Don't Blame Me 2:49
Quasimodo 2:54
Klaunstance 2:48
Parker's Mood 3:04
Bloomdido 3:27
Star Eyes 3:34
She Rote 3:08
My Little Suede Shoes 3:06
Confirmation 3:01
Blue 'n' Boogie 7:20
Round Midnight 3:47
Night in Tunisia 5:15
Just Friends 2:35
What is This Thing Called Love 2:26
East of The Sun 3:34
Laura 3:27


terça-feira, 30 de outubro de 2007

TROPA DE ELITE E AS ELITES



Laerte Braga

A revista VEJA, porta voz da FIESP e máfias especializadas em sonegação, lavagem de dinheiro, com atuação voltada ao me engana que eu gosto, publica na capa de sua última edição que o filme TROPA DE ELITE faz sucesso "por tratar bandido como bandido" e por deixar claro que o viciado em droga é um ser anti-social.

Essa história de "bandido como bandido" depende. O BOPE (Batalhão de Operações Especiais) que inspirou o filme é responsável por mortes de inocentes, balas perdidas, prisões arbitrárias, o poder de vida e morte conferido a um certo Nascimento, num país onde a pena de morte não existe.
O que VEJA faz é jogar com o medo (compreensível) das pessoas em relação ao crime organizado e, sobretudo, ao desorganizado. Que bandido é bandido ninguém tem dúvidas. O xis da questão é que não há diferença entre Beira-mar e o dono do banco Itaú, ou Paulo Maluf, ou Fernando Henrique Cardoso, ou José Serra, ou Aécio Neves, ou o Pastinha cá embaixo que exige silêncio sobre certas coisas para não complicar outras tantas e assim por diante.
Mas...
Paulo Maluf é deputado, Olavo Setúbal cobra taxas e juros escorchantes e anuncia na GLOBO, na VEJA, frauda, sonega e anuncia na FOLHA. Fernando Henrique tem mania de querer dizer o que o Brasil precisa depois de ter loteado e vendido o País. José Serra monta esquema com verbas públicas para ser presidente da República. Aécio Neves tentou um contrato com a miss Brasil, chegou a fazer (a moça declarou ontem que não quer ver a figura nem pintado) e Pastinha (tem o original e um monte deles em efeito cascata) joga com reputação de gente séria na mentira das tacadas encaçapadas da hipocrisia do "eu sou sério". Pra fora. Pra dentro é podre.
A maior parte das vítimas de balas perdidas, conclusão a partir de laudos periciais, morreu de disparos da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Na cabeça de um Nascimento da vida atirar a esmo num morro qualquer do Rio é combater o tráfico e livrar a cidade de bandidos.
A grande e imensa maioria das pessoas que mora em favelas o faz por absoluta ausência de políticas públicas de moradia, saúde, educação, falta de emprego, num Estado privatizado e que aceita que um empresário como Ermírio de Moraes fale em progresso na GLOBO, enquanto é condenado na Europa inteira por crimes contra o ambiente e populações indígenas e quilombolas.
Que o viciado em drogas, o que compra drogas para consumo, é um ser anti-social ninguém tem dúvidas. Mas quem compra drogas?
A GLOBO exibiu o documentário "FALCÃO, OS MENINOS DO TRÁFICO", e na segunda-feira seguinte as pessoas se mostravam compungidas, traumatizadas com a realidade de meninos de 9, 10 e 11 anos que puxavam carrinhos por barbantes nos morros do Rio, com metralhadoras às costas, ou pistolas 45 enfiadas na cintura, enquanto mães choravam e admitiam a impossibilidade de vida diferente nos morros.
Os meninos eram e são apenas meninos. Há cerca de cinco anos o ex-presidente Garcia Mesa, general boliviano, foi preso em São Paulo e levado para seu país. Acusação? Tráfico de drogas.
A mídia tenta associar as FARC (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas), que controlam um terço do território daquele país (O ELN – Exército de Libertação Nacional controla um quarto a noroeste do país), ao tráfico de drogas.
Um relatório do FBI (Federal Bureau of Investigation) do governo do Texas (ex-Estados Unidos) aponta o atual presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, aliado de Bush, como um dos principais políticos da Colômbia ligados ao narco/tráfico. Sua campanha foi financiada pelo narco/tráfico.
O tráfico de drogas, tanto quanto o drogado, que, no caso do Rio, está em Ipanema, Lagoa ou, em São Paulo, nos Jardins, nos condomínios fechados que atiram ovos podres e assaltam empregadas domésticas, se valem dessa hipocrisia, à medida que causam, ao sistema, mal menor que a contestação política daqueles que lutam por terra contra a entrega do solo brasileiro às multinacionais dos transgênicos. Ou por políticas de habitação, saúde, educação.
Não se trata de generalizar em relação às elites. Claro que não. Elites aqui são uma categoria que se apropriou do Estado e faz do Brasil uma espécie de roça de cana onde a escravidão ainda permanece disfarçada sob outros rótulos.
Não é empresário dono da padaria, do restaurante da esquina, nada disso. É exatamente o que representam GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO, a hipócrita disputa de Edir Macedo com a família Marinho, ou qualquer bandido como Renan Calheiros e sua troupe de vacas mágicas ou senadores que buscam avidamente o leite das crianças nas propinas nossas e no voto secreto de cada dia.
O País está se desmanchando por aí. Acaba em pizza e na PLAYBOY, do mesmo grupo que edita VEJA.
Eu me recordo que à época da ditadura militar Luís Carlos Prestes chegou a Moscou e paralelamente à atividade política foi trabalhar na empresa estatal que construía barragens, ferrovias e rodovias. Prestes era engenheiro. E me recordo de um exilado, desses comunistas que à época se chamava de festivo, esquerda festiva, reclamando dos horários de trabalho.
Prestes lhe disse mais ou menos o seguinte: "camarada, você achou que a União Soviética fosse o que? Um país de vagabundos? Aqui se trabalha e muito. As diferenças são outras."
O cara voltou, renegou o socialismo e permaneceu freqüentando os bares da vida.
Nem pretendo com isso afirmar uma verdade absoluta. Tão somente mostrar a hipocrisia e a que interesses servem publicações como VEJA.
TROPA DE ELITE é um atestado da falência do Estado. Da conivência do Estado com a violência, a barbárie. O que VEJA está pretendendo fazer e vai continuar junto com GLOBO, FOLHA, ESTADÃO, etc, etc, é apenas vender a idéia que se não for assim as portas dos condomínios fechados serão arrombadas e os jovens que assaltaram e espancaram a moça na Barra da Tijuca não são criminosos. Roubaram dinheiro e celular para comprar drogas.
Ou alguém acha que Boninho, o diretor do BBB (Big Brother Brasil) e agora do programa Ana Maria Braga, quando decide quem é ou não vagabunda e "marca" com ovos podres está se divertindo ou reproduzindo o modelo global de vida?
Os caras estão é tirando alma, a consciência e o caráter das pessoas, tentando transformar a todos numa legião de zumbis que não pensa, não fala, não ouve e não vê.
E acha que tudo se resolve engolindo sapos e aceitando o mundo irreal que chamam de real.
TROPA DE ELITE, isso a GLOBO e nem VEJA mostram, nem FOLHA, está sendo exibido na Europa (onde a elite gosta de esfalfar-se) e comentado como a reprodução da violência diária do País, o Brasil, a partir dos governos. Do Estado. A GLOBO não vai mostrar nunca as muitas organizações internacionais e governos (governos sim) que se indignaram e se indignam com o poder do tal Nascimento.
Não difere muito do que matou o brasileiro Jean Charles em Londres. É que aqui nossas autoridades são como que macaquitas das autoridades de lá, ou de boa parte de lá. Bush, então, deita e rola nesse modelo.
O Afeganistão é um dos maiores produtores de ópio do mundo. O tráfico é controlado, entre outros, por generais paquistaneses sustentados pelo Texas com o pretexto de combater bin Laden. A produção dobrou depois da invasão texana.
A droga em proporções alarmantes de consumo chegou ao Iraque através de traficantes marines do Texas, na invasão daquele país. Uma das primeiras providências do governo de Bush foi, além da tortura mostrada ao mundo inteiro nas prisões de Bagdá, distribuir filmes pornôs no país para quebrar a resistência dos iraquianos e iraquianas ao american way life.
Ele exporta isso para cá todo dia. Sejam os filmes, ou os milhos transgênicos que a Justiça continua a proibir por colocar em risco a saúde pública.
TROPA DE ELITE é um escárnio ao mostrar que bandido é bandido na ótica de VEJA e ignorar que qualquer FHC da vida é bandido na ótica de qualquer ética que se queira examinar ou analisar o ex-presidente. Ele e muitos.
É o modelo moço, moça. Está falido. Podre. Não adianta calçar sapatos de marca, ou vestir-se segundo os cânones da moda. Ou achar que o irreal/anormal é real/normal.
Não é não, está tudo pelo avesso. Pena que você continue sem entender bulhufas desse assunto e achando que eleição vai resolver. Que trabalhar é viver em paz. E que essa gente acha que existe diferença entre qualquer você cá embaixo, no horário que for, e os vagabundos/vagabundas do Boninho.
Tem não. A "análise sociológica e psicológica" –rs- de VEJA. Os conselhos do FANTÁSTICO, a falta de ranhuras na pista de Congonhas que provocou orgasmos múltiplos em William Bonner contra o governo Lula (até que se descobrisse que o problema era o avião da TAM e aí culpar o piloto), tudo isso é a droga disseminada em forma de vida.
Abra o olho companheiro/a. Na União Soviética o regime de trabalho era de 48 horas semanais.
Nunca é demais lembrar que bin Laden é produto da CIA na luta contra os soviéticos, na década de 80, no Afeganistão. E que o terrorista (é terrorista sim, como Bush) é engenheiro e responsável pelo programa de construção de aeroportos, rodovias e ferrovias no Sudão, em parceria com empreiteiras norte-americanas (texanas), até que os negócios, os cifrões desandassem. Até então era aliado, como o resto da família continua sendo aliada.
Não existem seres humanos nessa história meus camaradas. Somos apenas números para os BOPES da vida que são apenas a face visível da barbárie dessa gente.
__________
> Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.
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Kazumi Watanabe & Al Dimeola

The Guitar Trio - 1996





01 - La estiba
02 - Beyond the mirage
03 - Midsummer night
04 - Manha de carnaval
05 - Letter from india
06 - Espiritu
07 - Le monastere dans les montagnes
08 - Azzura
09 - Cardeosa


The Guitar Trio: SPAIN (Chick Corea) - Video