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Créditos: BlogDoRodolfo
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
Cassen abordou, assim, as características de uma classe social de "super ricos", que são cada vez mais ricos e mais numerosos, uma riqueza que, por outro lado, fica concentrada nos países do Norte. Ressaltou o patrimônio desorbitado dessa capa superior, que aglutina a 9,5 milhões de ricos, no que apenas das 1.000 pessoas mais ricas do mundo se corresponde com a dívida pública de todos os páises em desenvolvimento.
O fundador da Attac quis indicar que estes ‘super ricos’ não são outros: os dirigentes das grandes corporações, que ganham 15.000 euros diários na França, e 430 vezes o salário médio dos trabalhadores de suas empresas nos Estados Unidos. Hoje em dia, afirmou, "o planeta está governado por una oligarquia que acumula lucros com uma voracidade digna dos ladrões do final do século XIX, a época do capitalismo selvagem dos Estados Unidos".
Desta forma, propôs a respeito uma nova divisão da riqueza: "diminuir os lucros da camada superior da sociedade e repartir o benefício para causas e problemas urgentes e imediatos."
Outro benefício que se deriva desta medida de repartição seria o que se limitaria aos efeitos da "rivalidade", explicou. Trouxe como exemplo a definição dos pobres disposta pelo Conselho da Europa, em 1984, segundo a qual são "pobres as pessoas com menos recursos (materiais, econômicos, sociais), que são debilitados, que estão excluídos dos modos de vida mínimos aceitáveis das sociedades".
Fonte: Clube Internacional de Prensa
www.clubinternacionaldeprensa.org
Pistolagem fardada agride trabalhadores a mando de latifundiário | | | |
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Denunciamos por meio desta o mais recente ato de violência contra o povo pobre do campo na região do Alto Paranaíba.
O suposto dono desta fazenda é o traficante Henrique Rodrigues, filho de José Pinheiro Rodrigues. Como tantas outras, apesar do histórico de trabalho escravo e das denúncias de tráfico de drogas que pesam sobre o latifundiário, a fazenda continua em seu nome e abandonada há anos sem produzir nada para a região.
Exigimos a imediata punição para o mandante latifundiário e para os pistoleiros fardados da PM de Monte Carmelo. Conclamamos as instituições, sindicatos, organizações de Direitos Humanos e demais organizações, bem como pessoas comprometidas e democratas que anseiam por uma nação justa e próspera, que se posicionem em defesa dos direitos das famílias da Fazenda Samambaia. Conclamamos todos a manifestarem seu repúdio a mais esta ação do latifúndio e de seu estado que cada dia mais revela seu caráter reacionário. Que uma grande mobilização nacional se una para deter a escalada fascista. O povo quer terra, não repressão! Terra para quem nela trabalha! Fonte: Liga dos Camponeses Pobres
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Defensor da Reforma Agrária sofre atentado no sul do estado | | | |
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No último sábado, dia 03/11, Bento Xavier (conhecido por Bentinho), morador de Airituba (Palmital), município de São José do Calçado, sofreu um atentado provocado pelo fazendeiro Walfrido Pereira Neto. Ele realizou disparos com arma de fogo contra Bentinho, que, felizmente, não foi atingido pelos disparos. Bentinho é um grande apoiador do MST na região sul do estado e já trabalhou como agrônomo, por muitos anos, em diversos assentamentos do movimento. Sua família é de pequenos agricultores e sempre contribuiu com a luta dos Sem Terra na região, inclusive cedendo espaço de suas terras para abrigar acampamentos do movimento.
Como uma das áreas do fazendeiro em questão foi desapropriada no ano de 2004 para a criação do assentamento Florestan Fernandes, que fica localizado no município de Guaçuí, porém muito próximo do município de São José do Calçado, criou-se uma perseguição contra Bentinho por parte do fazendeiro, que o considera como um dos responsáveis pela articulação dos trabalhadores Sem Terra na região.
Desde esse período, ocorreram diversas formas de perseguição a Bentinho, que culminou no atentado do fim de semana. Vale ressaltar que o fazendeiro utiliza parte das terras da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que fica nas proximidades do assentamento Florestan Fernandes. Essa área está sendo reivindicada pelo Movimento Sem Terra do ES para a criação de mais um assentamento, onde poderiam ser assentadas cerca de 80 famílias. Esse fato também contribuiu para que se intensificasse a perseguição do fazendeiro contra Bentinho.
Fonte: MST
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Curdos e o aliado improvável | | | |
Mateus Alves - CorreioDaCidadania | |
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O norte do Iraque, região de população majoritariamente curda e parte do virtual Curdistão, esteve sob relativa paz durante grande parte da guerra iniciada com a ocupação do país pela coalizão liderada pelo exército norte-americano em 2003.
Em dias recentes, porém, a região, fronteiriça com a Turquia, transformou-se em mais um hot spot iraquiano, assimilando a turbulência - e um pouco da violência - que toma conta do resto do país. Tropas turcas, aliado tradicional dos EUA, aglomeram-se na divisa entre os dois países para frear a ameaça do PKK - o partido nacionalista curdo, considerado ilegal e "terrorista" tanto pela nação otomana quanto pelos norte-americanos -, que ameaça transbordar a seus solos.
Os embates entre turcos e separatistas curdos datam de 1984, ano em que o PKK iniciou as suas atividades. Entre 14 e 19 milhões de curdos vivem na Turquia atualmente - muitos descontentes com as políticas de Ancara em relação à etnia, freqüentemente relegada à margem da sociedade no país. As regiões curdas estão entre as mais pobres de um país também majoritariamente pobre - e, além do alto desemprego, a população ainda sofre com a crueldade das intempéries no desértico leste turco, onde tanto invernos como verões são rigorosos.
Do outro lado da fronteira, o Curdistão iraquiano conta com um governo autônomo, responsável pela manutenção da segurança na região. O que incomoda Ancara, no entanto, é a conivência das autoridades locais com a presença de 3 mil militantes armados do PKK no norte do Iraque - e a possibilidade de avançarem as atividades guerrilheiras no lado turco.
Ancara já concentrou entre 100 e 140 mil homens de seu exército na região, e oficiais dizem que uma ação mais profunda no norte iraquiano pode ser realizada "a qualquer momento". Embora apenas a possibilidade de uma agressão já não agrade aos norte-americanos, por tratar-se de um golpe fatal à custosa estabilidade do Curdistão iraquiano, o fator mais preocupante é a possibilidade de os turcos contarem com um improvável aliado no combate ao PKK: o Irã.
Os aiatolás vêem com bons olhos o combate ao PKK, uma vez que a nação persa também possui uma grande população de etnia curda - cerca de 4 milhões. Em tempos recentes, denúncias de que os Estados Unidos têm fomentado movimentos separatistas como maneira de desestabilizar o governo iraniano estão se provando verídicas, e a Teerã pouco interessa o fortalecimento de um nacionalismo curdo interno.
Embora a situação dos curdos no Irã seja de relativa estabilidade após o reconhecimento de um "Curdistão iraniano" pelo ex-presidente Mohammed Khatami em 1997 - apesar de certo abalo em 1999, quando manifestantes pró-PKK sofreram imensa repressão ao exigirem liberdade para o líder curdo Abdullah Ocelan, pertencente ao partido nacionalista -, a invasão do Iraque pelas tropas da coalizão trouxe novos ânimos e anseios de autonomia que reverberaram não só no país, mas também nas comunidades curdas de seus países vizinhos.
Uma breve experiência de autonomia foi conquistada pelos curdos iranianos no início do século quando, com o apoio da União Soviética, nacionalistas criaram um Estado independente no noroeste iraniano, sob a liderança de Qazi Mohammad. A República de Mahabad durou, no entanto, pouco tempo, sendo reprimida pelo governo do Irã - que, na época, contava com o apoio de norte-americanos preocupados com o avanço das regiões sob a influência no Oriente Médio.
A independência na região de Mahabad não atingiu um ano de existência, sofrendo também com o declínio do suporte soviético. Para Teerã, no entanto, o ocorrido assemelha-se ao que poderá acontecer na Turquia caso ações mais drásticas não sejam tomadas, sendo a causa da necessariedade de um apoio às decisões turcas sobre o Curdistão - quaisquer sejam elas. Para os aiatolás, evitar o renascimento de um nacionalismo curdo no Irã é essencial e vital à integridade da Revolução Islâmica.
A união de forças entre os dois países, algo previamente inusitado, parece estar próxima. Caso se concretize, será um choque para os Estados Unidos e um reforço aos equívocos das políticas da Casa Branca para o Oriente Médio, responsáveis primárias pelo caos que aumenta a cada instante na região e que iria muito além dos piores pesadelos de Condoleezza Rice e George W. Bush caso o Irã se firme como força essencial à definição do futuro do Iraque.
Mateus Alves é jornalista. |