quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Kenny Burrell with Coleman Hawkins - Bluesy Burrell (1962)

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Kenny Burrell with Coleman Hawkins - Bluesy Burrell (1962)
MP3
320Kbps
With Cover Scans
RS.com: 82mb
Uploader:redbhiku


Personnel:
Kenny Burrell - guitar
Coleman Hawkins - tenor sax
Tommy Flanagan - piano
Major Holey - bass
Eddie Locke - drums
Ray Barretto - conga

Tracks:
1. Tres Palabras 6:43
2. No More 1:51
3. Guilty 4:16
4. Montono Blues 4:44
5. I Thought About You 4:39
6. Out Of This World 4:52
7. It's Getting Dark 6:53

Download Abaixo:
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LED ZEPPELIN (DISCOGRAFIA COMPLETA)



cheers
PARA OS AMANTES DO BOM E VELHO ROCK'N'ROLL!!!

Créditos: CavernaDown - Twister

LED ZEPPELIN I - 1969 (41MB)
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LED ZEPPELIN II - 1969 (38MB)
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LED ZEPPELIN III - 1970 (40MB)
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LED ZEPPELIN IV - 1971 (40MB)
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HOUSES OF THE HOLY - 1973 (90MB)
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PHYSICAL GRAFFITI DISC 1 - 1975 (41MB)
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PHYSICAL GRAFFITI DISC 2 - 1975 (65MB)
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PRESENCE - 1976 (80MB)
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THE SONG REMAINS THE SAME - 1976 (90MB)
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CODA - 1982 (68MB)
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IN THROUGH THE OUT DOOR - 1979 (76MB)
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OTTAWA SUNSHINE (28MB)
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HOW THE WEST WAS WON - LIVE - CD 1 - 2003 (51MB)
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HOW THE WEST WAS WON - LIVE - CD 2 - 2003 (73MB)
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HOW THE WEST WAS WON - LIVE - CD3 - 2003 (43MB)
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Governo Uribe aposta na repressão e na guerra


Depois de quase uma semana de negociações, informações desencontradas e tensão política, foi suspensa a Operação Emmanuel, na qual as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas-Exército Popular (Farc-EP) libertariam três prisioneiros que se encontram em seu poder. Agora não se sabe por quanto tempo ficará adiado o início da troca humanitária de prisioneiros entre a guerrilha e o governo colombianos.

Por José Reinaldo Carvalho*


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, continua exibindo otimismo, diz que se trata de uma suspensão temporária, sugere que a operação mude de forma, transfigure-se, sofra variações. Por via das dúvidas, manteve em Villavicencio, enquanto o governo colombiano permitir, os helicópteros disponibilizados para o resgate. Mas ficou mais distante o êxito da Operação Emmanuel, como a troca humanitária de prisioneiros e mais distante ainda o início de um efetivo diálogo entre o governo e as forças insurgentes visando à paz.

O anúncio de que ainda não pôde ser concretizado o gesto de boa vontade das Farc-EP frustrou os prisioneiros e suas famílias, como também o presidente venezuelano Hugo Chávez, que tomou as iniciativas políticas pertinentes, conduziu os entendimentos e criou todas as condições diplomáticas e materiais necessárias ao êxito da operação e as delegações internacionais representativas de governos estrangeiros, de que faziam parte também a senadora colombiana Piedad Córdoba, líder em seu país dos esforços pela troca humanitária de prisioneiros e o cineasta norte-americano Oliver Stone, que pretendia filmar o acontecimento como simbólico de uma mudança de situação na Colômbia. Frustraram-se as expectativas de todos os amantes da democracia e da paz no continente latino-americano, os movimentos pelos direitos humanos, de solidariedade e lutadores por uma solução democrática, justa e duradoura para o conflito que há cerca de cinco décadas marca a vida política e social na Colômbia.

A mídia, sempre pressurosa na defesa de posições reacionárias, baralha as cartas e difunde mentiras, atribuindo a responsabilidade pelo malogro da Operação Emmanuel à guerrilha colombiana. E numa demonstração de sua mesquinhez e de que nem de longe seu interesse é a libertação dos prisioneiros, cinicamente festeja “mais um fracasso de Hugo Chávez” como fez o vetusto O Estado de S. Paulo em sua edição de 1º de janeiro.

A suspensão da operação Emmanuel deve-se única e exclusivamente à atitude traiçoeira de Uribe Vélez. O presidente colombiano deu sinal verde para a realização do resgate com a intermediação venezuelana, mas nada fez para desmilitarizar a área. A falta de garantias foi determinante para o recuo das Farc-EP. Numa carta tornada pública pelo presidente Chávez, os guerrilheiros explicam a impossibilidade de entregar os prisioneiros por não haver garantias de segurança. O exército revolucionário foi claro em sua decisão de não colocar em risco a vida dos prisioneiros nem dos guerrilheiros. No pronunciamento que fez em Villavicencio, o presidente da Colômbia referiu-se à “redução das operações militares”, quando é óbvio que para o êxito de uma operação tão delicada o necessário é a desmilitarização da área. A Agência Noticiosa Nova Colômbia (www.anncol-brasil.blogspot.com) reproduz notícia publicada no jornal argentino La Nación em 31 de dezembro de 2007: “Ontem inclusive o alto comissário para a paz na Colômbia, Luis Restrepo, havia comunicado ao ex-presidente Nestor Kirchner e a Marco Aurélio Garcia, assessor do governo brasileiro, que não podia garantir a segurança dos reféns nem a deles mesmos para a prevista incursão na selva”.

Isto explica a dureza das críticas de Chávez ao presidente colombiano, em linguagem que pode ultrapassar os cânones do protocolo diplomático mas que em nada lhe retira a razão: “Ele (Uribe) foi (a Villavicencio) lançar uma bomba sobre o processo humanitário e deve assumir sua responsabilidade perante o mundo como presidente da Colômbia, porque não tenho a menor dúvida de que é seu governo e suas ações que estão tentando abortar o procedimento” (www.aporrea.org).

Do episódio fica evidente que as Farc-EP constituem uma força política que atua com critérios políticos. A disponibilidade do seu comando para a troca humanitária de prisioneiros, o diálogo e a busca de uma solução política para o conflito armado põe por terra tese do imperialismo estadunidense e seus lacaios na Colômbia e em toda a América Latina de que se trata de uma organização “narcoterrorista”.

Também vem à tona que o governo de Uribe Vélez não quer a paz, sua aposta é a escalada militar, seu objetivo não é pôr fim ao conflito como expressão de uma conquista democrática da luta do povo colombiano, mas pura e simplesmente a aniquilação da guerrilha, contando com apoio político, logístico, financeiro e militar do imperialismo estadunidense. Sem dúvida fracassará. A Colômbia quer e merece a paz e a conquistará. Não a paz desonrosa resultante de uma capitulação ou da vitória militar dos seus opressores, mas a paz justa e democrática. Os fatos evidenciam que esta paz pressupõe a substituição do regime das classes dominantes e da dominação imperialista, do que é expressão o governo reacionário de Uribe Vélez.

Merece destaque também, numa leitura política mais ampla, o fortalecimento da idéia da integração e da solidariedade entre os países latino-americanos, materializada na mediação conduzida pelo presidente venezuelano - que ratifica sua liderança e demonstra qualidades de estadista internacionalista - e na mobilização de uma representativa delegação internacional, da qual fez parte também o governo brasileiro.

*Secretário de Relações Internacionais do PCdoB

Ciro Monteiro - A Bossa de Sempre (1966)








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Créditos: UmQueTenha

A BOSSA DE SEMPRE

Ciro Monteiro

RCA/CAMDEN CALB-5008
1966

As datas entre parêntesis ao lado dos nomes das músicas indicam a data original de gravação.

01 - Se Acaso Você Chegasse (19/7/1938) Felisberto Martins/Lupicínio Rodrigues
02 - Dinheiro Não É Semente (28/3/1941) Felisberto Martins/Mutt
03 - Oh! Seu Oscar (12/9/1939) Ataulfo Alves/Wilson Batista
04 - Linda Yayá (14/8/1940) Ernani Alvarenga/Jardel Noronha
05 - A Mulher Que Eu Gosto (28/3/1941) Cyro de Souza/Wilson Batista
06 - Rosinha (9/1/1941) Heber de Bôscoli/Mário Martins
Part. Especial: Orlando Silva/Sílvio Caldas
07 - Beijo Na Boca (18/3/1940) Augusto Garcez/Cyro de Souza
08 - Quem Gostar De Mim (8/7/1940) Dunga (Waldemar de Abreu)
09 - Você Quis Saber Da Minha Vida (14/8/1940) Kid Pepe/Paulo Actis
10 - Tua Beleza (12/9/1939) Raul Marques/Waldemar Silva
11 - A Mulher Faz O Homem (20/11/1940) Ataulfo Alves/Roberto Martins
12 - Vida Apertada (11/9/1940) Cyro de Souza

[música cubana] BUENA VISTA SOCIAL CLUB




Buena Vista Social Club é o nome de um disco gravado em 1996, pelo produtor musical Ry Cooder, envolvendo músicos cubanos de vanguarda, que haviam, em grande parte, caído no ostracismo.

O nome se deve a uma antiga casa de shows cubana, que já havia deixado de existir nos anos 50.

A idéia do produtor musical era reunir em um disco os maiores artistas cubanos, como se formasse um grupo que, na verdade, nunca havia existido concretamente - os artistas, em geral, tinham suas próprias carreiras, ou tocaram em épocas diferentes.

Envolveram-se no projeto os músicos Ibrahim Ferrer (cantor), Compay Segundo, (cantor e tresero), Rubén González (pianista), Eliades Ochoa (violonista), Omara Portuondo (cantora), Barbarito Torres (alaúde cubano), Juan de Marcos González, Manuel "Puntillita" Licea, Orlando "Cachaito" López, Manuel "Guajiro" Mirabal, Amadito "Tito" Valdés e Pio Leyva.

O disco é objeto de documentário homônimo, de 1998, dirigido pelo alemão Wim Wenders.
fonte: wikipédia, a enciclopédia livre.

Créditos: Forum - Renatchka


LINK:

http://rapidshare.com/files/79404849/Buena_Vista_Social_Club_-_Buena_Vista_Social_Club__1997_.rar

TRACKS:

1. Chan Chan
2. De Camino A La Vereda
3. El Cuarto De Tula
4. Pueblo Nuevo
5. Dos Gardenias
6. Y Tu Que Has Hecho
7. Veinte Anos
8. El Carretero
9. Candela
10. Amor De Loca Juventud
11. Orgullecida
12. Murmullo
13. Buena Vista Social Club
14. La Bayamesa

PRA OUVIR TRECHOS:

http://www.amazon.com/Buena-Vista-Social-Club-Cooder/dp/B000005J56


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esse cd é bom demais, as músicas são dançantes, Omara Portuondo canta lindamente! Wink vale a pena!!!!

EASY RIDER: SEM DESTINO - 1969




Formato: RMVB
Áudio: Inglês
Legendas: Português/BR
Tempo: 1:31:42s
Tamanho: 344mb ( 4 Partes )
Servidor: Rapidshare
Créditos: Forum - Eudes Honorato


P.S: Primeira contribuição de muitas (Eu espero!!)

Sinopse:
Dois membros da contra-cultura hippie no final dos anos 60 saem de Los Angeles e atravessam o país até Nova Orleans.
Na viagem, encaram o espírito da liberdade, mas também muito preconceito.
Na Primavera de 1999, Easy Rider completou 30 anos. Toda pessoa que já sentiu o vento no rosto não fica imune ao mencionar ou ouvir o nome deste filme, é impossível ter paixão pelo motociclismo e não viajar por segundos pensando naquelas duas motos que cruzaram os Estados Unidos e os corações de milhões de motociclistas de 15 a 70 anos.

A Produção:

A gênese para o filme Sem Destino começou com uma fotografia. Peter Fonda conta: "Eu me lembro o dia em que apareci com a idéia para Sem Destino, 27 de setembro de 1967. Estava olhando uma fotografia minha e de Bruce Dern em frente a uma motocicleta. Nós parecíamos grandes, numa imagem 18x24, em contra-luz, de forma que ninguém poderia dizer que éramos nós. E isso me deu um estalo, para fazer este filme".
Fonda chamou seu amigo Dennis Hopper e disse a ele sua idéia de dois jovens experimentando a "liberdade total" enquanto cruzavam o país de motocicleta. Hopper, no cinema desde Juventude Transviada (1955), estava pensando em abandonar a profissão de ator para se tornar professor de teatro. Fonda mudou a cabeça de Hopper, oferecendo-lhe a oportunidade de dirigir o filme.
Para financiar o projeto, Hopper pediu a seu amigo Jack Nicholson para apresentá-lo a Bert Schneider, um dos sócios da BBS Productions, uma companhia independente que lançava seus projetos pela Columbia Pictures. A BBS concordou em colocar 400 mil dólares para fazer Sem Destino.
A produção começou com locações em Nova Orleans, em 23 de fevereiro de 1968. Juntando-se a Hopper e Fonda estavam Karen Black e a futura coreógrafa e cantora Toni Basil. Apesar de Rip Torn ter sido originalmente escolhido para fazer o papel do advogado alcoólatra George Hanson, ele acabou deixando a produção antes do início das filmagens. Jack Nicholson - que a BBS havia enviado a Nova Orleans no cargo de produtor executivo - concordou em fazer o papel. Sua atuação o transformou num astro.


Algumas imagens:



O fim de uma era na esquerda brasileira


Leonardo Sakamoto


Postei, originalmente, o texto abaixo neste blog no dia 06 de junho. A pedido de leitores, resgato-o neste espaço para dar um pequena contribuição à reflexão nesta virada do ano. Após um 2007 de discussões sobre transposição do Velho Chico no Nordeste e licitação de hidrelétricas na Amazônia, além de (mais) frustrações políticas pelo país, acho que ele continua atual.


Não sei se todos se deram conta, mas estamos vivendo tempos interessantes – para usar a expressão do professor Hobsbawn – no que diz respeito ao “ser” de esquerda no Brasil. Um período de mudanças em que um dos efeitos é a falta de entendimento entre grupos que, teoricamente, defendem o mesmo objetivo. A questão ambiental é um dos palcos principais dessa batalha, em que a razão tem sido morta e enterrada – principalmente pelo grupo que está no poder.

Tivemos três grandes ciclos da esquerda no país durante o século 20. Grosso modo, o primeiro deles, anarquista, foi fomentado pelos imigrantes europeus que vieram trabalhar na então nascente indústria paulista e difundiram seus ideais. O segundo, com os movimentos comunistas e socialistas, da intentona à resistência à ditadura militar dos anos de chumbo. O terceiro veio com o processo de redemocratização do país e a liberdade de organização civil e tem um forte tom partidário.

Ou seja, a esquerda durante o século 20 variou de acordo com a relação que firmava com o Estado. Do anarquismo, que não acreditava que ele fosse fundamental para o desenvolvimento da sociedade, passando pelo comunismo, que defendeu a necessidade de destruir o Estado para depois reconstruí-lo sob a direção do proletariado, até o “petismo” em que a esquerda acreditou que seria possível tomar o Estado dentro das regras do jogo da classe dominante, ou seja através da disputa político-eleitoral.

Veio o século 21 e uma das poucas certezas que tenho é que o paradigma do sistema político representantivo está em grave crise por não ter conseguido dar respostas satisfatórias à sociedade. Bem pelo contrário, apesar de ser uma importante arena de discussão, ele não foi capaz de alterar o status quo. Apenas lançou migalhas através de pequenas concessões, mantendo a estrutura da mesma maneira e a população sob controle. O Estado, assim como há 100 anos, continua servindo aos interesses de alguns privilegiados detentores dos meios de produção. E a maioria das disputas relevantes no seio do Estado são eminentemente intra-classe, no caso a elite.

Os atores desse terceiro ciclo da esquerda, que tem seu cerne no petismo, fracassaram em sua idéia original de mudar o Estado por dentro. Grande parte do PT (deixando claro que há notáveis exceções) adotou práticas que ele mesmo abominava. Bem, todos conhecem a história.

Onde está a força da esquerda hoje? Nos movimentos sociais e nos grupos de base. Ou seja, atores que dialogam com o Estado, mas que estão fora dele, atuando na transformação da sociedade pelo lado de fora. Creio que isso deve-se à desilusão com a política partidária tradicional, à incapacidade dessa velha esquerda em dar alternativas para os jovens e ao fortalecimento de grupos que nunca adentraram no sistema partidário por não acreditarem em sua natureza ou por serem dele alijados.

O mais importante grupo político hoje no país, concordando ou não com seu modus operandi, é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que através da luta pela reforma agrária tenta alterar o modelo de desenvolvimento econômico. Ou seja, faz política.

E não é só a luta pela terra. A incapacidade do sistema representativo de gerar respostas satisfatórias levou também ao fortalecimento da luta da sociedade civil em outras frentes, como trabalho, comunicação, direitos humanos e meio ambiente. Ressalte-se, apenas, que sociedade civil não é a mesma coisa que organizações não-governamentais, pois, a despeito das ONGs comprometidas com mudanças estruturais, muitas delas são de ordem cosmética e apenas reforçam as condições atuais.

O interessante é que esse quarto ciclo de esquerda, dos movimentos e da sociedade civil organizada ou não, tem muito a ver com o primeiro, lá no início do século 20. Ao questionar o papel do Estado e agir por conta própria, adota nuances de anarquismo. Alguns podem falar que o que chamo de nuances de anarquismo seria, na verdade, um processo de aprofundamento do Estado mínimo em que o governo se exime de suas responsabilidades entregando ao mercado a gestão da sociedade.

Há de se ter cuidado com isso e não confundir programas como “Amigos da Escola” – que, na verdade, são mais daquelas migalhas que falei acima – de um processo sério de organização popular pela transformação da realidade social, econômica, cultural, política. Mas essa separação é fácil de ser feita, basta verificar quais são os impactos da ação de determinado grupo. Se elas não se encaixam em um panorama maior, de transformação real, e limitam-se à sua pontualidade, estamos falando de migalhas.

Por exemplo, ocupações como a da Reitoria da USP pelos estudantes, de terras improdutivas pelos sem-terra ou de prédios abandonados por sem-teto têm um objetivo muito maior do que apenas obter concessões de curto prazo. Elas não servem apenas para tapar as goteiras das salas de aula, desapropriar uma fazenda ou destinar um prédio aos sem-teto. Os problemas enfrentados pelos movimentos envolvidos nesses atos políticos não são pontuais, mas sim decorrência de um modelo de desenvolvimento que enquanto explora o trabalho, concentra a renda e favorece classes de abastados, deprecia a coisa pública (quando ela não se encaixa em seus interesses) ou a privatiza (quando ela se encaixa). Ou seja, as ocupações são uma disputa de poder feita simultaneamente em âmbito local e global que, no horizonte histórico, poderá resultar na manutenção da pilhagem econômica, social e cultural da grande maioria da sociedade ou levar à implantação de um novo modelo – mais humano e democrático.

O problema é que toda mudança leva a um enfrentamento. No caso da questão ambiental, por exemplo, há uma disputa sendo travada entre pessoas da velha e da nova esquerda via mídia. O discurso de que o desenvolvimento é a peça-chave para a conquista da soberania (o que concordo) e que, portanto deve ser obtido a todo o custo (o que discordo) tem sido usado por pessoas que foram comunistas, tornaram-se petistas e hoje fazem coro cego ao PAC do governo federal. Mantém viva a parte ruim do pensamento do genial Celso Furtado que, na prática, significa que é necessário sacrificar peões para ganhar o jogo.

Do outro lado, os movimentos sociais e ONGs sérias que atuam nesse campo defendem que o crescimento não pode ser um rolo compressor passando por cima de pessoas e do meio ambiente. Por suas ações, que impedem um laissez-faire generalizado, são taxados de entreguistas e de fazerem o jogo do capital internacional. Nas últimas semanas, presenciamos isso nas críticas levantadas contra o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que ocupou a hidrelétrica de Tucuruí, ou nos impropérios lançados às comunidades que protestaram contra as obras de transposição de parte das águas do São Francisco.

É claro que os países do centro querem que nós arquemos com o ônus da preservação do planeta. O mercado de carbono, na prática, é isso: compra-se créditos de terceiros (que vão adotar práticas ou projetos que absorvam carbono da atmosfera) para que se possa poluir. Ao mesmo tempo que isso acontece, esses países se beneficiarão do alargamento da já grande distância de desenvolvimento entre o centro e a periferia.

Mas o atual modelo, gestado no seio do capitalismo, e em plena vigência no Brasil tem um potencial destruidor muito grande, além de ser extremamente concentrador. Ou seja, o resultado da pilhagem dos recursos naturais e do trabalho humano, mantendo o padrão adotado até aqui, continuará nas mãos de poucos, sejam eles brasileiros ou estrangeiros. Não faz sentido defender algo que também está nos afundando.

Como se resolve esse enfrentamento? Na minha opinião, não se resolve. O problema entre a velha e a nova esquerda está no contexto histórico em que seus atores foram formados. Não adianta mostrar fatos novos ou uma nova luz para a interpretação da realidade, há grupos que fecham e não abrem com o padrão de desenvolvimento forjado na ditadura – paradoxalmente a mesma ditadura que os torturou. A meu ver a solução se dará através de renovação geracional, ou seja, os mais antigos se retirando com a idade para dar lugar aos mais novos. É triste que seja assim, mas tendo em vista os últimos embates, não acredito em conciliação possível.

Tudo o que foi discorrido aqui, é claro, diz respeito à esquerda internamente. Agora, como diria o professor Garrincha, falta combinar com o inimigo. Porque a história mostra que apesar da esquerda ter capacidade de influenciar a realidade no país, ela não foi capaz de transformá-la. E a menos que algum dos novos ciclos traga respostas para romper com a estrutura atual, continuaremos vendo eles se repetirem nos fracassos. Para a alegria da direita.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

UM ESTRANHO NO NINHO - 1975
Um Estranho No Ninho
(One Flew Over the Cuckoo's Nest)

Ano de Produção: 1975
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Duração: 129 minutos
Diretor: Milos Forman
Roterista: Lawrence Hauben, Bo Goldman
Fotografia: Haskell Wexler, William Fraker, Bill Butler
Música: Jack Nitzsche
Áudio: Inglês
RMVB Legendado
Cor

Créditos:Forum - Eudes Honorato



Elenco:
Jack Nicholson...Louise Fletcher...William Redfield...Michael Berryman...
Peter Brocco...Dean R. Brooks...Alonzo Brown...Scatman Crothers...
Mwako Cumbuka...Danny DeVito...William Duell...Josip Elic...
Lan Fendors...Nathan George...

Sinopse:
McMurphy não cumpriu a lei. Mais velho, ele namora uma menina de 15 anos. Por isso, e obrigado a cumprir pena de alguns meses numa
detenção. Não igual àquelas de pena máxima. Em uma prisão-fazenda. Com uma boa lábia e uma grande astúcia, McMurphy consegue convencer os guardas de que não é uma pessoa normal e que tem problemas mentais.
Quando McMurphy, primeiramente aliviado de estar livre da prisão, chega ao manicômio, percebe que os pacientes não são "necessariamente" loucos, mas marginais sociais. Com o tempo, aprenderam a ser e a agir como tais. E McMurphy decide assumir a missão de provar que os pacientes estão normais e podem ser aceitos novamente na sociedade.
Então, ele começa a desenvolver atividades recreativas com seus novos
amigos. Jogos de carta, futebol, dinâmica de grupo. Tudo vai ser válido
para ele. E não só. Todo o grupo começa a sentir a importância de McMurphy lá dentro. Agora, ele não é um malfeitor que namorou uma garota menor de idade. Ele é um homem respeitado e admirado por todos.
Para a enfermeira-chefe Rached (Louise Fletcher), McMurphy é um paciente desregrado e que só vive perturbando a rotina do hospital. Ela o despreza pela dificuldade que ele tem de respeitar as normas do lugar.



Links Rapidshare em cinco partes:
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Frei Betto * Adital

Uma pergunta que sempre me fazem: por que a data do Carnaval é alterada todo ano e quais os critérios? Este ano o domingo de Carnaval caiu em 18 de fevereiro; em 2008, será dia 3 do mesmo mês. Mudam também as datas da Semana Santa, de Corpus Christi de outras efemérides litúrgicas.

Nosso calendário gregoriano é solar, ou seja, regido pela translação da Terra em torno da estrela que nos ilumina. O calendário litúrgico é lunar, espelha-se nas fases da Lua.

A Páscoa é festa central da liturgia, tanto judaica (os hebreus libertos da escravidão no Egito) quanto cristã (a ressurreição de Jesus). Páscoa significa "passagem" (da opressão à libertação ou da morte à vida plena).

É sempre comemorada pelos judeus na primeira lua cheia do mês de Nisan. Este mês do calendário judaico corresponde ao período entre 22 de março e 25 de abril.

Para evitar confusão com a festa judaica de mesmo nome, a Igreja adotou o domingo seguinte ao da Páscoa judaica como o da celebração da ressurreição de Jesus. Para nós que vivemos no hemisfério Sul, o domingo de Páscoa é, portanto, aquele que se segue à primeira lua cheia do outono. Neste ano, 8 de abril; em 2008, 23 de março.

E como se determina a data do Carnaval? Esta é uma festa originariamente religiosa. Carnaval significa "festa da carne", ou seja, período prévio à Quaresma - que se inicia na Quarta-Feira de Cinzas -, e no qual os cristãos se fartavam de carne, já que, outrora, a Igreja exigia-lhes dela se abster no decorrer dos quarenta dias seguintes.

O domingo de Carnaval é sempre o sétimo antes da Páscoa cristã. A quinta-feira de Corpus Christi é sempre a primeira depois do domingo da Santíssima Trindade, comemorado 57 dias depois da Páscoa.

Assim, o domingo da Páscoa é a data de referência das demais festas litúrgicas chamadas móveis, pois há as imóveis, como o Natal, comemorado invariavelmente a 25 de dezembro, não importa o dia da semana em que caia.

A política não é tudo, mas em tudo há política. Disso o calendário é um bom exemplo. Outrora o mês de julho era chamado de quintilis, quinto mês do calendário romano, que se iniciava em março. Agosto era o sextilis, o sexto. Os nomes dos meses seguintes ainda guardam ressonância daquele calendário: setembro (sétimo), outubro (oito), novembro (nove) e dezembro (dez).

O imperador Júlio César (100 a.C. - 44 a.C.) decidiu batizar o mês de seu nascimento, quintilis, com o próprio nome: Julho. Sucedido no trono pelo imperador Caio Júlio César Octaviano Augusto (63 a.C - 14 d.C.), este achou por bem merecer honra equivalente a de seu antecessor e, assim, trocou o nome de sextilis para agosto.

Havia, porém, uma pequena diferença: julho possui 31 dias e, agosto, na época, apenas 30, conforme a alternância dos meses. Como vontade de rei é lei, arrancou-se um dia de fevereiro, de modo a tornar agosto igual a julho em número de dias. Se Júlio César nasceu a 13 de julho, Otávio Augusto, por coincidência, morreu a 19 de agosto.

Todos os povos que seguem um calendário anual celebram a chegada do ano-novo, denominada, entre nós, réveillon, do verbo francês réveiller, que significa "despertar". Foi o imperador Júlio César que, no ano 46 a.C., decretou o 1º de janeiro como primeiro dia do ano-novo. Celebrava-se na data a festa de Jano, deus dos portões, dotado de duas faces, uma virada para frente, outra para trás. De Jano se originou janeiro.

Os nomes dos dias da semana se originam, em português, da classificação de Martinho de Dume, bispo de Braga, Portugal, no século VI. Ele denominou, em latim, os dias da Semana Santa como aqueles nos quais não se devia trabalhar: feria secunda (segundo dia de feriado ou férias), feria tertia etc. Feria resultou na corruptela feira.

O imperador Constantino (280-337), convertido ao cristianismo, já havia denominado Dies Dominica, "dia do Senhor", domingo, o primeiro dia da semana. No sétimo dia foi mantido a nome judaico, sábado, que vem do hebreu shabbat.

Outros idiomas latinos conservam os nomes pagãos dos dias, concernentes aos planetas, como é o caso do francês, do italiano e do espanhol. Na língua de Cervantes segunda-feira é lunes, de Lua; terça, martes, de Marte etc.

Todas essas convenções e denominações estão calcadas em dois fenômenos inelutáveis: em sua dança cabrocha em torno do mestre-sala, o Sol, a Terra conhece quatro estações, e não apenas a Estação Primeira de Mangueira: verão, outono, inverno e primavera. E nós, a infância, a adolescência, a juventude, as idades adulta e idosa, ainda que, hoje, muitos insistam em perpetuar a terceira fase e encarem a velhice como vergonhosa fatalidade da qual tentam escapar camuflando-a sob os recursos da bioplastia. Ignoram que juventude é estado de espírito, e nada mais feio do que, num corpo esbelto, uma alma enrugada.

Feliz Ano-Novo, queridos leitores e leitoras!

[Autor de "A arte de semear estrelas" (Rocco), entre outros livros].


* Frei dominicano. Escritor.

Moyseis Marques - Moyseis Marques (2007)




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