quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

GRANDE MÍDIA DESTACA FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2008

Por Renato Gianuca (*)

Ao contrário de algumas expectativas mais pessimistas, o Dia de Ação Global do Fórum Social Mundial (FSM) do sábado, dia 26 de janeiro de 2008, alcançou uma ótima cobertura na grande mídia corporativa brasileira. Em artigo publicado no site do Sindicato na véspera do evento, este repórter escrevia: “Quanto à repercussão na mídia, certamente o Dia de Ação Global irá enfrentar terríveis dificuldades nos meios de comunicação corporativos, sempre hostis às atividades centralizadas do FSM, seja em Porto Alegre, em Mumbai ou lá no Quênia”.

E agora, a surpresa: nada menos, nada mais que três milhões e 210 mil citações aparecem na Internet quando se busca o FSM 2008. E esse dado é apenas para as páginas em português. Lá se encontram as matérias da Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, jornal Extra (RJ), Diário do Pará, O Liberal, Correio Braziliense, Folha de Pernambuco, agências Estado, JB, Agência Brasil, portal Último Segundo, e texto do Jornal Nacional da TV Globo, até curiosidades como matéria em português do jornal russo Pravda, de Moscou.

Mas, afinal: o que terá acontecido nas redações de jornalões, rádios e televisões? O que se sabe, após alguns contatos: a realização dos fóruns, o dos ricos e poderosos em Davos, e o dos que lutam por mudanças – o FSM – está vinculada entre leitores, ouvintes e telespectadores. Então, falar em Davos na mídia é lembrar do Fórum Social Mundial, criado em Porto Alegre, em 2001, como um contraponto popular ao restrito evento lá na Suíça. Não foram uma ou duas, mas várias pessoas nas ruas e outros locais públicos que perguntavam aos jornalistas daqui de Porto Alegre: “Já começou o Fórum de Davos. E o Fórum Social Mundial 2008, onde será? E quando?”.

Vamos tentar explicar: quando o FSM no Quênia terminou, no final de janeiro de 2007, ficou decidido pelo comitê internacional do evento que em 2008 haveria um dia mundial de ação e mobilização, marcado para o dia 26 de janeiro, mesmo dia de encerramento do Fórum Econômico lá em Davos.

Um grande jornal, o Estadão paulista, chegou a publicar um editorial no ano passado sobre o Fórum do Quênia prevendo a 'agonia' do FSM. A exemplo de outros meios de comunicação, o vetusto jornalão de São Paulo só destacou o que chamou de aspectos 'folclóricos' do evento na África Oriental. E concluía: “Os participantes não se revelaram capazes sequer de se entender sobre o próximo encontro. Em 2008. O evento simplesmente não será realizado”.

Certamente, faltou maior mobilização dos dirigentes do FSM para destacar nos meios de comunicação corporativos – e através deles a todos os interessados – a realização do Dia de Ação Global. Daí derivou o desconhecimento, fora dos círculos de militantes mais mobilizados, do evento deste ano de 2008.

Os jornais de Porto Alegre e o FSM 2008


Enquanto a maioria dos meios de comunicação corporativos dos outros Estados pautou suas matérias sobre o FSM 2008 com uma certa neutralidade ideológica, como que para satisfazer a curiosidade de seu público leitor sobre o evento, a imprensa do Rio Grande do Sul apresentou um comportamento diferenciado. O tradicional Correio do Povo editou uma matéria de apresentação, longa e ilustrada com gráfico do mundo, na sexta-feira, véspera do evento. Nas edições de sábado, 26, e de domingo, 27 de janeiro, o FSM 2008 também ganhou destaque.

A manifestação coordenada pela CUT-RS, abrindo uma tribuna popular para reivindicar a volta do FSM a Porto Alegre no ano de 2010, mereceu inclusive um texto com uma foto colorida na capa da edição de domingo. O jornal O Sul apresentou várias pequenas menções nas colunas de alguns jornalistas locais e poucas notícias curtas. Já o Jornal do Comércio ignorou o evento.

E coube ao jornal Zero Hora o tom menor e mesquinho, bizarro até, com uma notícia na edição 15.491 de sábado, 26 de janeiro, com o título insólito: “Brigada Militar suspeita de invasões em dia de protesto do Fórum Social”. O jornalão da RBS é conhecido por suas posições de repúdio total aos movimentos sociais. Nesta linha editorial, parece que vale tudo, inclusive 'fabricar' esta notícia absolutamente inverídica e baseada em fontes mais do que comprometidas.

Leiam só este trecho: “a Brigada Militar monitora os passos do MST no Estado, em razão de suspeitas de preparação de invasões a propriedades, plantações e laboratórios de multinacionais como Monsanto, Syngenta e Aracruz Celulose. (...) Conforme nota publicada ontem no site da revista Veja, as invasões não estão confirmadas, mas foram detectadas pelo serviço de inteligência de uma das empresas”, diz Zero Hora.

Nada dessas invasões previstas por ZH aconteceu. O evento pacífico, com uma centena de militantes de organizações sindicais, estudantis e políticas, saiu do Palácio Piratini, abriu a tribuna popular na Esquina Popular e seguiu até o Largo Glênio Peres, em frente à Prefeitura de Porto Alegre, despertando a curiosidade dos populares. Durante a passeata, o jornalista alemão Gerhard Dilger comentou com o jornalista gaúcho José Weis, da Comissão de Ética do Sindicato do RS: “Acho que o FSM só voltará a Porto Alegre quando o PT assumir de novo a Prefeitura”.

É possível. Mas um fato concreto: a capital de todos os gaúchos recebeu, a partir do FSM 2001, um destaque internacional. E agora é lembrada, no mundo todo, como o berço do Fórum Social Mundial. No imaginário popular, o FSM, para o bem ou para o mal, está vinculado ao fórum de Davos. E para onde quer que se viaje, basta mencionar Porto Alegre para ouvir a pergunta curiosa dos estrangeiros: “E o Fórum Social, como vai?”.

(*) Renato Gianuca, membro da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Cronicamente Inviável

Um professor inconformista, cuja pesquisa o impele a visitar lugares prováveis (Rio de Janeiro, Bahia) e improváveis (Rondônia), é um dos fios condutores da história em que atuam um migrante do Paraná de origem polonesa, uma gerente de restaurante fino, que também pratica a caridade com os índios, o tráfico de órgãos humanos e o comércio em torno da adoção de crianças recém-nascidas, e um bando de burgueses que se defendem como podem na selva da cidade.

Trata-se de um fábula moral, feita com a serena contemplação dos sábios e a urgente impertinência das crianças, sobre o absurdo da vida brasileira, que engendrou uma sociedade estruturalmente injusta e incompetente. Sérgio Bianchi não precisa do álibi, de que se serviram os moralistas do passado, de deslocar o território da fábula para um país exótico e irreal, dando-lhe no entanto suficientes contornos próximos para cada um reconhecer a si e aos seus. As coisas são ditas sem peias, numa linguagem crua e levemente irônica.
Créditos: makingOff - Eriol
Gênero:
Drama
Diretor: Sergio Bianchi
Duração: 102 minutos
Ano de Lançamento: 2000
País de Origem: Brasil
Idioma do Áudio: Português
IMDB: http://imdb.com/title/tt0212897/

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 830 Kbps
Áudio Codec: MP3
Áudio Bitrate: 114
Resolução: 480x368
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 23.976 FPS

Tamanho: 700 Mb
Legendas: No torrent


- Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil, na categoria de Melhor Filme.

- Ganhou o 3º Prêmio HBO de Cinema.

- Algumas semanas antes de estrear nos cinemas brasileiros, Cronicamente Inviável foi exibido no canal de TV a cabo HBO.

- Apesar de ter sido lançado em pouquíssimas salas no Rio de Janeiro e em São Paulo, Cronicamente Inviável foi um grande sucesso dentro do circuito de arte, tendo levado aos cinemas mais de 30 mil pessoas.

Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.

Download via Torrent:
Arquivo anexado Cronicamente_Invi_vel.torrent ( 28.07KB ) Downloads: 378





Os candidatos à casa branca e a política internacional : a Palestina



Luiz Eça

Os pré-candidatos à Casa Branca do partido Democrata, e até alguns republicanos, não têm poupado críticas à política internacional de George Bush. Mas a verdade é que, particularmente no Oriente Médio, hoje o principal “front” externo dos Estados Unidos, o novo presidente, seja quem for, continuará atrás dos objetivos atuais: o controle e a exploração do petróleo da região – a defesa incondicional de Israel –, a guerra sem tréguas contra os movimentos islâmicos, terroristas ou não, e a destruição de qualquer potência emergente fora de sua área de influência.

Analisando o que cada um diz, vemos que as críticas são de forma, não de conteúdo. O que pode mudar é a troca das pressões militares, do uso da força e das violações do direito internacional pela diplomacia, a pressão econômica e a promoção da imagem dos Estados Unidos.

Em vez da violência, marca dos tempos de Bush, teríamos o respeito às normas da boa convivência entre as nações. Em termos, porém. Sempre que os objetivos americanos forem seriamente ameaçados, Gengis Khan entrará em ação. E aí, bolas para o direito internacional.

Começamos hoje a publicar uma série de artigos, analisando as posições dos principais candidatos à sucessão de Bush em matéria de política externa. O primeiro foca a Palestina. Nas semanas seguintes, os temas serão o Iraque, o Irã e, por fim, a América Latina, onde o presidente Chávez e seus aliados Morales, Kirchner e Correa deverão seguir dando trabalho à diplomacia yankee.

Palestina: quem é mais pró-Israel?

O Haaretz, um dos principais jornais israelenses, criou um ranking dos candidatos à Casa Branca, classificados com notas de 0 a 10 de acordo com a intensidade do seu apoio aos interesses de Israel.

Todos os principais presidenciáveis foram aprovados com nota acima de 5, mas o Haaretz considerou Rudy Giuliani “o melhor para Israel”, atribuindo-lhe um 8,37. Pesaram nesta escolha frases como “Israel é o único amigo absolutamente confiável dos Estados Unidos” e fatos como a expulsão de Arafat de um concerto no Lincoln Center.

Giuliani desistiu de sua candidatura, mas Hilary, com 7,62 pontos e o segundo lugar no ranking, o substitui à altura nas preferências de Telavive. Ela própria diz por quê: “Minha posição por mais de 20 anos tem sido fazer de tudo para apoiar Israel”. Recorda-se que, já em 1995, procurou convencer o então presidente Clinton a vetar uma resolução da ONU condenando violências de Israel contra os árabes. Falando ao Senado, em outubro de 2000, exigiu que o governo americano cortasse toda a ajuda aos palestinos caso eles declarassem unilateralmente sua independência – com o que, aliás, não estariam fazendo mais do que obedecer à ONU.

Mais recentemente, ela protestou quando a Corte Internacional de Justiça condenou o muro de Sharon por usurpar territórios palestinos. E a invasão do Líbano, que causou a morte de 1.200 civis, contou com seu entusiástico apoio, que se estendeu à oposição do governo Bush ao cessar fogo da ONU, para dar tempo a que os invasores matassem mais soldados do Hisbolá.

Como Giuliani, Hillary também tem frases encomiásticas muito do agrado dos políticos judaicos: “Israel é um farol, indicando o que a democracia pode e deve significar”.

Não é de se admirar que, ao se candidatar ao Senado, tenha recebido financiamentos dos lobbies israelenses que excederam largamente as doações aos demais candidatos (dado da Comissão Eleitoral Federal dos EUA).

Também considerado confiável, John McCain é o terceiro no ranking do Haaretz, com nota 7,12. Para ele, “não pode haver paz admissível entre Israel e o palestinos até que estes reconheçam Israel, repudiem o uso de violência, reconheçam acordos anteriores e reformem suas instituições”. Curiosamente, MCain não exige reciprocidade de Israel, que pode continuar com sua política de “matança seletiva” de adversários do Hamas e sua rejeição a uma Palestina independente, com as fronteiras de antes de o exército israelense ocupar o país.

Para deixar claro até onde vai seu comprometimento com a causa israelense, McCain disse: “A América precisa fornecer a Israel todos os equipamentos militares e a tecnologia que o país requer para se defender, acima e além do que estamos fornecendo agora”. É dose, considerando a péssima situação financeira dos Estados Unidos, hoje.

Mit Romney, o quarto colocado, com 6,5, também tem se derramado em protestos de amizade ao governo de Telavive. Em 2006, ele deixou a AIPAC, principal lobby pró-Israel dos Estados Unidos, encantada quando, como governador de Massachussets, negou proteção policial ao ex-presidente do Irã, Khatami. Foi excesso de sabujice ou de ignorância. Khatami, um moderado, visitava os Estados Unidos buscando um diálogo pela paz entre os dois países.

O ex-pastor batista, Huckabee, vem logo depois. Lotado de preconceitos anti-islâmicos, ele se mostra mais sionista e radical do que os próprios fundamentalistas judaicos ao propor que o futuro estado palestino não se localize na Cisjordânia (que ele considera parte de Israel), mas em um país árabe. É demais para o pessoal do Haaretz! Eles sabem que idéias assim podem lhes ser simpáticas, mas trariam problemas explosivos. Daí, o quarto lugar e o 6 de Huckabee.

Barack Obama passa raspando neste exame, em último lugar, com meros 5. Mereceria classificação melhor, levando-se em conta seus últimos pronunciamentos.

Em visita a Israel, ele rotulou o então primeiro-ministro Sharon de “absolutamente importante e construtivo” para o processo de paz. Invasão do Líbano, bombardeios de Gaza e total assistência militar a Israel têm seu apoio. Além disso, co-patrocinou o Ato Anti-Terrorismo Palestino de 2006, que conclama a comunidade internacional a evitar contatos e financiamentos para o governo do Hamas, “até que ele reconheça Israel, renuncie à violência e desarme-se”. Enquanto isso, faz vistas grossas aos “assassinatos seletivos” de palestinos, à sistemática recusa dos governos de Israel de reconhecer o Estado palestino nos limites definidos pela ONU e ao bloqueio da faixa de Gaza, um ato de violência sem precedentes contra a população árabe.

Apesar de um apoio tão amplo, os israelenses não esquecem que, até eleger-se senador, Obama foi ativo nos movimentos em favor do povo palestino. De lá para cá, vem pendendo sempre para o lado de Israel. É verdade que, ainda no ano passado, ele deu uma “escorregada”.

Ao proclamar que o direito de retorno dos palestinos não poderia ameaçar a integridade do Estado judeu, afirmou que “Israel tem de reconhecer que o Estado palestino precisa ser coeso e capaz de funcionar”. Ora, um Estado palestino emasculado por colônias judaicas espalhadas pelo país, como quer o governo israelense, jamais será “coeso e capaz de funcionar”.

Por essa e por outras, os demais candidatos são mais bem pontuados.

Eleito, McCain deve continuar a linha de Bush de apoio total ao governo de Telavive. Por ser “o mais liberal dos conservadores”, talvez ele faça algumas pressões pontuais para suavizar abusos. Tendo uma longa e estreita associação aos lobbies judaicos americanos e uma atuação pró-Israel sem senões, Hilary não será diferente. Ganhando Romney, o mais “georgista” dos candidatos”, ou Huckabee, o cruzado anti-islâmico, nada deverá mudar.

Mas e Obama?

Será que sua declaração a favor de um “Estado palestino coeso e capaz” ainda vale?

O voto judaico é importantíssimo, talvez essencial nas prévias do Estado de Nova Iorque. Parece que Obama tem isso bem presente, pois, no decorrer da campanha, seu comprometimento com as teses israelense é cada vez maior.

Luiz Eça é jornalista.

Jean Luc Ponty - Storytelling

http://i24.photobucket.com/albums/c32/padera/ponty.jpg


Tracks: (Separate Flac Files) 244 mb

Uploader: Padera

1. In The Fast Lane
2. Tender Memories
3. Spring Episode
4. Pastoral Harmony
5. The Story Teller
6. The Amazon Forest
7. After The Storm
8. A Journey's End
8. Chopin Prelude
No.20 (with violin Improvisation)

Downloads abaixo:

Part 1
Part 2
Part 3

O disse-que-disse da TV Globo

O ano de 2008 ainda não conta dois meses e já vemos o aparato informativo redobrar seus esforços para intensficar uma ofensiva que tem dois alvos claros: a sua própria credibilidade e o governo Lula.

A imprensa brasileira, tal como o diabo, pode ser melhor apreciada nos detalhes. Em pequenas trucagens, direcionamento de coberturas e editorialização de textos que não disfarçam seus propósitos, a marcha batida continua. O ano de 2008 ainda não conta dois meses e já vemos o aparato informativo redobrar seus esforços para intensificar uma ofensiva que tem dois alvos claros: a sua própria credibilidade e o governo Lula. Se há paradoxo, ele é secundário para uma mídia opera na lógica dos fins que justificam os meios.

A cobertura dada pela TV Globo ao depoimento do publicitário Marcos Valério, acusado de ser o principal operador daquilo que a imprensa chama de "o esquema do mensalão", merece um breve registro sobre o tipo de jornalismo praticado pela emissora da família Marinho.

Estamos diante de um noticiário que, objetivando reforçar axiomas, abre espaço para temas repisados, subtraindo qualquer coisa que contrarie a coerência interna das premissas construídas para "explicar" crises políticas recentes. É o reforço necessário para reiterar o dogma da "infalibilidade global".

Trata-se de um jogo de espelho que, confundindo o leitor/telespectador, busca colonizar o seu imaginário através de representações simplificadoras. É o que chamamos de persuasão pelo reducionismo. Um procedimento que tem marcado a prática narrativa do campo informativo de tal forma que, aos profissionais mais jovens, já afeitos à ideologia do jornalismo de mercado, soa com "operação técnica" admissível.

Em seu clássico Ideologia e técnica da notícia, Nilson Lage chama a atenção para dois aspectos constitutivos básicos que não devem ser esquecidos quando se busca uma definição correta da produção noticiosa: a) "uma organização relativamente estável, ou componente lógico"; e, b) "elementos escolhidos, segundo critérios de valor essencialmente cambiáveis, que se organizam na notícia - o componente ideológico".

O telejornalismo global ilustra bem como se dá a seleção de elementos e como eles conformam proposições seqüenciadas pelos interesses políticos do veículo. Mostra, com clareza cristalina, a que estão sujeitos os que já foram condenados pelo tribunal midiático, sem qualquer direito a apelação em colunas ou editoriais.

Interrogado pela Justiça Federal, em Belo Horizonte, Marcos Valério disse, como registra a Folha de S.Paulo (2/2), que "que nunca conversou sobre empréstimos com o ex-presidente do PT, José Genoíno, nem tratou do tema com Dirceu, cuja trajetória política disse respeitar e admirar". Não está em questão a credibilidade ou não do depoente, mas o objeto do fato noticiado.

Preferindo omitir esse trecho do depoimento, o Jornal Nacional de sexta-feira (1/2), informa que "segundo Marcos Valério, o ex-secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, disse a ele que o ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, sabia dos empréstimos ao PT". Mas, tal como destaca o ex-ministro em seu blog, a edição se esqueceu de um dado crucial: Sílvio Pereira nega que tenha dito qualquer coisa.

O "disse-que-disse" e a supressão de algo favorável a um desafeto político não constam das boas regras de cobertura jornalística. Corroboram mais ainda a tese que aponta para a crescente partidarização da imprensa, com destaque para a emissora hegemônica e monopolista.

É sempre bom destacar que o contexto da notícia se dá em lugar, espaço e tempo definidos. Relatos que prescindem de exigência de demonstração têm sentido no campo religioso. Quando se trata de jornalismo, é procedimento ideológico tosco. E de eficácia duvidosa. Temos um longo ano pela frente. A militância das redações não precisa de manuais.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil e Observatório da Imprensa.

Grande Caê!

SEMPRE ESCORPIONINA

Louva o amanhecer

Incerta sobre o pôr-do-sol

Navega firme pela vida

Independente, segura, mulher

Nauseada às vezes

Harmoniza-se no agito

Ama-se, tem-se, tem!

Memoriza nosso jeito fácil

Espera uma resposta simples

Não se deixa ludibriar por poemas

Garota firme sabe o que quer

Adiciona, deleta , tem quando quer

Realiza-se nas amizades

Dona de si

Atrai quem quer.

Carlos Costa

Jethro Tull - Minstrel In The Gallery - 1975

Minstrel In The Gallery - 1975

http://pagesperso-orange.fr/religionnaire/artistes/jethro_tull/art/minstrel_in_the_gallery.jpg

1. Minstrel In The Gallery
2. Cold Wind To Valhalla
3. Black Satin Dancer
4. Requiem
5. One White Duck/0 10th = Nothing At All
6. Baker St. Muse:
a) Pig-Me And The Whore
b) Nice Little Tune
c) Crash-Barrier Waltzer
d) Mother England reverie

7. Grace

Pistas extra:

8. Summerday Sands
9. March The Mad Scientist
10. Pan Dance
11. Minstrel In The Gallery - (live)
12. Cold Wind To Valhalla - (live)


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Ian Anderson (flute, electric guitar, vocals)
Martin Barre (electric guitar)
Barriemore Barlow (drums, percussion)
Jeffrey Hammond-Hammond (bass, string bass)
John Evans (piano, organ)

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Créditos: looloblog

Downloads abaixo:

parte um
parte dois

Aline(anfitriã), Tania, Tarso e estêvão

Retornando...

Enfim chegamos das pequenas férias na Praia do Cassino, em Rio Grande-Rs. Ficamos hospedados na belíssima residência da AMIGA Aline Cruz, que como anfitriã foi fantástica(valeu o carinho Aline).Comi bastante camarão e filé de linguado(no cassino custavam R$8,00 e R$12,00 o kilo, respectivamente).Lamentável apenas o vento frio, o tempo chuvoso e a falta de moral e ética(para não dizer semvergonhice mesmo) dos donos de muitos bares da praia que vendiam, às claras, bebidas alcóolicas para menores de idade.Presenciei um caso numa loja de conveniência de um posto de combustível, onde uma menina de 10 anos havia comprado uma caixa de cerveja.Quando questionei a vendedora ela disse que era uma prática normal nessa praia. tentei ligar para o Conselho Tutelar, mas não fui atendido, falei com uma policial da brigada militar que não me deu atenção, depois de mais três tentativas e ameaças de minha parte de que iria chamar a imprensa, o chefe do policiamento dirigiu-se até o posto onde fez apenas uma advertência ao proprietário, mesmo que na entrada do estabelecimento tivesse passado por ele duas menores com latas de cerveja aberta, numa clara intenção de proteger a ganância exploradora de empresários salafrários que não respeitam a vida de menores e suas consequencias do alcoolismo que são evidentes nas estradas gauchas, onde ocorrem muitos acidentes e mortes pelo consumo de álcool. mas enfim, é nova forma de governar de nosso estado, onde Segurança pública, Educação e Saúde não vale um tostão.pena!

Um fato positivo, mas individual meu, depois de assistir aos documentários: A carne é Fraca e Terráqueos, virei vegetariano, não consumindo mais carne.Recomendo a todos que assistam e se preparem para se enojar com a falta de humanidade daqueles que usam os animais para lucrarem, contaminando o meio-ambiente, principalmente os lençóis hidricos, e a nossa saúde corporal pelo excesso de porcarias que ingerimos junto com a carne.

Continuaremos publicando nesse blog tudo que encontrarmos na Net que possibilite a maioria um acesso democrático e socializador à cultura, seja ela de cinema, música, política ou do cotidiano. Repetimos que continuaremos fazendo isso de forma gratuita com a única intenção de fazer um contra ponto à midía manipuladora.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008


AMIGOS(AS), ESTAREMOS DE RECESSO ATÉ 07/02...ATÉ LÁ BOAS FÉRIAS A TODOS(AS)...VOLTAREMOS....

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

JATENE, A FEBRE AMARELA E O FIM DA CPMF: "PERVERSO"

ADIB D. JATENE

NO PERÍODO em que estive à frente do Ministério da Saúde, tomei conhecimento da importância da relação entre dengue e febre amarela silvestre e o eventual risco da reurbanização desta última.

Desde 1942, não ocorreu nenhum caso de febre amarela urbana. Entretanto, persiste, e é impossível eliminar, sua forma silvestre.

É por essa razão que o Ministério da Saúde vem vacinando sistematicamente toda a população das áreas de risco, onde há ocorrência de casos humanos, adquiridos sempre nas áreas de mata. Já vacinamos, nos últimos 12 anos, mais de 60 milhões de pessoas.

Nas matas, existe alta concentração de mosquito transmissor e animais, principalmente macacos, portadores do vírus. Daí o risco de pessoas não vacinadas incursionarem em regiões com alta concentração de mosquito, onde alguns estão contaminados e, por isso, são capazes de transmitir a doença. Assinale-se que, nos últimos 12 anos, tivemos 349 casos confirmados, com 161 óbitos, todos adquiridos por pessoas não vacinadas que freqüentaram áreas de mata.

A incidência desses casos variou de ano a ano. Tivemos anos com apenas três casos, enquanto em outros, como 1999, 2000 e 2003, ocorreram, respectivamente, 76, 85 e 64 casos, com mortes de 29, 40 e 23 pacientes.

Por que com essas três centenas e meia de casos, em doze anos, não tivemos transmissão urbana, já que, nas cidades, existe o Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela?

As razões são três: em primeiro lugar, o número de doentes com febre amarela silvestre no mesmo espaço urbano e ao mesmo tempo é muito pequeno, o que reduz significativamente a chance de infectar o mosquito Aedes aegypti; em segundo lugar, é preciso alta concentração de mosquito, ao redor de 40% de infestação, o que corresponde a 40 habitações em cada 100 com a presença do mosquito, segundo a OMS, para que seja possível a transmissão da febre amarela; e em terceiro lugar, porque temos altos índices de cobertura vacinal na área endêmica, portanto, sem susceptíveis em número suficiente para sustentar uma transmissão.

A concentração do Aedes aegypti nas cidades brasileiras onde ocorre a dengue não ultrapassa, em média, 5 domicílios infestados em cada 100, suficiente para transmitir a dengue devido ao número alto de doentes, mas absolutamente insuficiente para transmitir a febre amarela urbana.

Os que retornam às cidades afetados pela febre amarela silvestre são hospitalizados e têm desenlace, seja para cura, seja para óbito, em prazo relativamente curto.
Não há, portanto, nenhuma razão para vacinar as pessoas que não residem em área endêmica nem pretendem adentrar a mata dessas áreas.

Vi na televisão pessoas que sempre residiram na cidade de São Paulo e que não pretendem viajar desesperadas, em filas para se vacinarem, alegando que tinham direito. Certamente não tinham necessidade e se expõem aos efeitos adversos de uma vacina com vírus vivo.

Nos últimos quatro anos, foram registrados pelo sistema de informação de efeitos adversos pós-vacinação 478 casos (muito mais que os 349 casos de febre amarela registrados em 12 anos), desde reações simples até exantemas generalizados, febre alta e, em dois casos, meningite.

Em relação à vacina contra a febre amarela, a Fiocruz é, praticamente, a única produtora em todo o mundo.

Há só um outro laboratório privado no exterior, produzindo cerca de 5 milhões de doses por ano, enquanto a produção da Fiocruz é o dobro.

A corrida pela vacina por pessoas que não precisam dela reduz sua disponibilidade para os que efetivamente têm necessidade.

Diante da imunização da quase totalidade da população de áreas de risco, o que vem sendo feita há décadas, as recomendações do Ministério da Saúde são suficientes, ratificadas por especialistas e pela própria OMS, para garantir que o país não corre risco de reintrodução de febre amarela urbana, o que seria catastrófico.

Em um país em que freqüentemente se busca desmoralizar iniciativas governamentais, disseminando desconfiança na palavra oficial, que se preserve a seriedade com que são tratados assuntos como a febre amarela.

Nunca é demais ressaltar a luta por recursos para o setor, seriamente afetada pela decisão - inegavelmente democrática, mas, sem dúvida, perversa - que permitiu retirar R$ 40 bilhões destinados a atender a população de baixa renda e entregá-los a empresas e parcelas da população mais bem aquinhoadas, causando sério risco ao esquema financeiro para o setor.