As autoridades regionais da localidade peruana de Cuzco, que contam com o apoio dos comerciantes e sindicatos locais, dizem que a lei teria um efeito negativo sobre o ingresso regional e sobre a preservação dos monumentos incas.
Milhares de manifestantes paralisaram esta quinta-feira a capital turística, Cuzco (a 1000 km ao sul de Lima), durante uma protesta contra os futuros desenvolvimentos urbanísticos projetados para as regiões vizinhas às ruínas incas.
Durante os protestos que durara, 24 horas, os manifestantes bloquearam estradas principais que obrigaram a suspender várias excursões e o serviço de trens entre Cuzco e Macchu Picchu.
Os grupos de manifestantes tomaram o controle de várias das principais ruas da cidade, que foram bloqueadas com pedras e pneus queimados.
A pesar de tudo, não se apresentaram enfrentamentos com a policia, que resguarda a cidades, sobretudo no aeroporto internacional “Velas Astete”, que também é protegido por um contingente do Exército Peruano.
A empresa PeruRail, que controla o trem que faz o trajeto da cidade inca de Macchu Picchu, suspendeu seus serviços para assegurar a integridade dos turistas que visitam a antiga capital do Império Inca.
A Lei de Promoção do Desenvolvimento Sustentável de Serviços Turísticos nos Bens Imóveis Integrantes do Patrimônio Cultural da Nação foi revogada pela maioria dos votos na Comissão Permanente do Congresso Peruano.
Essa lei flexibiliza a concessão de licenças ao setor privado em regiões adjacentes a santuários arqueológicos e centros históricos com o propósito de construir infra-estruturas hoteleiras e obriga aos município a conceder as mesmas de forma imediata.
Mas em Cuzco as pessoas guardam profundas suspeitas com respeito ao governo central, e muitos, incluídas as autoridades regionais, argumentam que tal aval só conseguirá que inversores estrangeiros se tornem ricos às custas do patrimônio local.
De qualquer modo, na primeira das duas votações, o Congresso rejeitou o projeto de lei.
O presidente regional de Cuzco, Hugo González, disse que o protesto – convocada para acompanhar a jornada de votação – era necessária para garantir que a normativa não se aprovasse na segunda instancia.
Mas a Ministra de Turismo de Peru, Mercedes Aráoz, assegura que a lei pretendia promover a inversão e que a manifestação foi resultado de um mal-entendido.
Por enquanto os vizinhos de tão importante região turística sul-americana, se encontram à expectativa do que seja ou não aprovado no Congresso e ameaçam em seguir tomando ações de rua em defesa dos seus direitos.
TeleSUR-Bbc-Afp/rf-RN
Versão em Português: Jole de Melo, Cordeiro, Rio de Janeiro.