Ensaio fotográfico do britânico Carl Warner, com cenário feito de alimentos. Chamado de "foodscapes" - paisagens de alimentos -, os cenários sugerem cavernas, florestas, cachoeiras, mares, montanhas, tudo feito com frutas, legumes, queijos e massas.
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Ensaio fotográfico do britânico Carl Warner, com cenário feito de alimentos. Chamado de "foodscapes" - paisagens de alimentos -, os cenários sugerem cavernas, florestas, cachoeiras, mares, montanhas, tudo feito com frutas, legumes, queijos e massas.
DEPOIS DA SÉRVIA, GEORGIA PODE SER DESMEMBRADA
WASHINGTON - Kosovo declarou independência neste domingo. Sob protesto da Rússia, que é aliada da Sérvia. E com apoio dos Estados Unidos e da União Européia. Hoje a província abriga tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). E eu com isso, você vai dizer? Trata-se da repetição de uma fórmula antiga do colonialismo: promover a "independência" onde interessa, combatê-la onde não interessa, com claros objetivos políticos, econômicos e estratégicos.
Não faço juízo de valor. Vou dar informações a você que a mídia brasileira não dará, por falta de competência ou por reproduzir, sem crítica, o noticiário das agências internacionais. Olhem o mapa. A população de Kosovo é dividida: nela vivem sérvios e descendentes de albaneses. O argumento para apoiar a independência é de proteger a "minoria" de albaneses dentro da Sérvia. Como? Criando uma segunda Albânia.
Lembrem-se: estamos falando de uma região ainda não integrada plenamente à União Européia. Os balcãs permanecem campo de disputa geopolítica entre a Rússia e o Ocidente. Olhem a posição privilegiada da Albânia no mapa, na costa do mar Adriático. O país é um dos maiores aliados dos Estados Unidos no mundo, perdendo só para Israel.
O que existe em Kosovo, afinal, que interessa tanto assim a Washington? Uma grande base militar americana, chamada Campo Bondsteel, que ocupa 360 mil metros quadrados e inclui uma prisão. Quem construiu foi uma subsidiária da famosa Halliburton, empresa que já foi dirigida pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney.
Quem mais promove a independência de Kosovo? George Soros, o megainvestidor que prega a expansão da OTAN e dos interesses dos Estados Unidos na Europa Oriental. Soros financia o International Crisis Group (ICG). Quer criar condições para investimentos dentro de regras que beneficiem empresas ocidentais. O ICG abriga gente importante, como Wesley Clark - ex-comandante da OTAN -, Zbigniew Brzezinski - principal assessor de Barack Obama para política externa- e Joschka Fischer, ex-ministro das relações Exteriores da Alemanha.
A OTAN mantém em Kosovo a International Military Presence (IMP), que se atribuiu o mandato de desenvolver e treinar as forças de segurança de Kosovo. Como escreveu George Szamuely no site Counterpunch, Kosovo não terá autonomia completa para decidir sobre a cobrança de impostos, política externa ou de segurança. "A única coisa independente de Kosovo independente é que será independente da Sérvia", ele escreveu.
Para os americanos, segundo ele, "Kosovo não passa do território em volta de uma base militar gigante, um presença chave no Mediterrâneo em caso da Grécia e da Turquia não se mostrarem confiáveis".
A reação da Rússia tem a ver com isso. A Sérvia é o último país aliado dos russos nessa região estratégica. Por isso o governo de Vladimir Putin quer levar o caso às Nações Unidas, para impedir a independência de Kosovo. Ou seja, por trás da fachada estão em jogos as velhas "esferas de influência".
Vocês nunca verão os Estados Unidos apoiando a independência de Chiapas, no México, ou do país basco, na Espanha. Mas Washington apoiou a soberania do Panamá em relação à Colômbia (onde depois construiu o canal) e agora defende a "soberania, a liberdade, a democracia" e todos os outros adjetivos que você vai ler nos jornais e ver na televisão em relação a Kosovo. Hoje é Kosovo, amanhã pode ser a Bolívia, depois de amanhã...
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WASHINGTON - Estados Unidos, França, Alemanha e Grã Bretanha reconheceram a independência de Kosovo nesta segunda-feira. Rússia, China e Espanha rejeitaram. Em Moscou o Parlamento aprovou moção apoiando dois enclaves separatistas da Georgia, Abkhazia e South Ossetia, que devem formalizar pedido de independência à Russia em algumas semanas. A China está preocupada com a independência de Taiwan e a Espanha teme o movimento separatista basco. Vou dar um pulinho no Departamento de Estado e ver se eles topam apoiar a criação da Grande Bauru.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Bubble - (Há-Buah)
Três jovens israelenses, Noam, vendedor de discos, Yali, gerente de Café, e Lulu, vendedora em loja de cosméticos, dividem um apartamento num bairro descolado de Tel Aviv, símbolo dessa "bolha", apelido dado à cidade. Nesse "casulo" quase desconectado da realidade dos territórios e dos conflitos políticos que agitam o país, eles levam uma vida comum, preferindo se concentrar em suas vidas amorosas.
Fonte: http://www.interfilmes.com/filme_18006_Bubble-(Ha.Buah).html
Créditos: makingOff - Distanásia
Gênero: Drama
Diretor: Eytan Fox
Duração: 117 minutos
País de Origem: Israel
Idioma do Áudio: Hebraico
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: XVID
Vídeo Bitrate: 724 Kbps
Áudio Codec: MP3
Áudio Bitrate: 111
Resolução: 496 x 272
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 690 Mb
Legendas: Em anexo
Ohad Knoller ... Noam
Alon Friedman ... Yelli
Daniela Virtzer ... Lulu
Yousef 'Joe' Sweid ... Ashraf
Miki Kam ... Lulu's Mother
Shredi Jabarin ... Gihad
Lior Ashkenazi ... Himself
Tzion Baruch ... Shaul
Oded Leopold ... Sharon
Dorin Munir ... Pregnant Woman
Zohar Liba ... Golan
Yael Zafrir ... Orna
Noa Barkai ... Ella
Yotam Ishay ... Chiki
Avital Barak ... Dana
The.Bubble.2006.Israel.DVDRIP.XVID.Freedom.Black_Metal-Yakuza.avi (690.02 Mb)
buah.ha._2006_.pob.1cd._3122208_.zip ( 36.34KB ) legendas
Jornal Oriente Médio Vivo - Edição 90
Está publicada a Edição nº 90 do jornal Oriente Médio Vivo.
Você pode baixar a mais nova edição, assim como todas as anteriores, no nosso website, no endereço:
http://www.orientemediovivo
Para um link direto de download da Edição nº 90, clique no seguinte endereço:
http://orientemediovivo.com.br
Nesta nova edição, as manchetes são:
- A linguagem da guerra da mídia
- Por que dissolver a Autoridade Palestina?
- Resistência Iraquiana - eventos da semana
Além disso, é claro, a continuação da História dos Conflitos (Parte 90), tratando da operação “Perna de Madeira”, conduzida por Israel em 1985.
Aproveitando esse momento, gostaria de convidá-los para o Fórum de Discussão do Oriente Médio Vivo, no endereço abaixo:
http://www.orientemediovivo
Agradecemos desde já pelo interesse e atenção.
Para qualquer outra informação, sugestão, crítica ou comentários, não hesite em entrar em contato conosco, através do e-mail:
contato@orientemediovivo.com
Mais uma vez, obrigado.
Cordialmente,
Humam al-Hamzah
Oriente Médio Vivo
http://www.orientemediovivo
Citizen Dog - (Mah Nakorn)
Pod é um rapaz sem sonhos que sai do campo para trabalhar em Bagcoc. Jin é uma camareira que carrega um misterioso livro branco que não consegue entender uma única palavra escrita no livro. O perdido Pod se apaixona por Jin, uma garota que sonha que um dia poderá decifrar o significado do livro.
Créditos:MakingOff - Billy
Gênero: Comédia / Romance
Diretor: Wisit Sasanatieng
Duração: 94 minutos
Ano de Lançamento: 2004
País de Origem: Tailândia
Idioma do Áudio: Tailandês
IMDB: http://us.imdb.com/title/tt0444778/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Tamanho: 698 Mb
Legendas: No torrent
No início da segunda etapa da crise global
A corte de admiradores do capitalismo global, que ao longo dos últimos anos nos encheu com suas reiterações sobre a solidez do sistema, hoje está em pleno recuo tático; seus integrantes já não negam a crise, mas tentam diminuir seu caráter dramático e reduzir suas raízes e extensão. A análise é do economista argentino, Jorge Benstein.
A recessão já se instalou no centro do Império; agora, o debate gira em torno da sua profundidade, duração e alcance mundial. A corte de admiradores de direita ou progressistas do capitalismo global, que ao longo dos últimos anos nos encheu com suas reiterações sobre a solidez do sistema, hoje está em pleno recuo tático; seus integrantes já não negam a crise, mas tentam diminuir seu caráter dramático e reduzir suas raízes e extensão. Alguns deles ensaiam explicações anedóticas, outros dizem tratar-se de uma "crise cíclica" —que é o mesmo que dizer passageira— e a maior parte deles refugia-se na explicação simplista que reduz o fenômeno a uma grande perturbação financeira combinada com um surto pessimista dos consumidores norte-americanos, provocado pelos devedores inadimplentes dos Estados Unidos (aqueles que não pagam seus créditos imobiliários) e por aqueles que deram a eles empréstimos generosos demais.
Segundo esse pessoal, os problemas serão superados em breve, graças às intervenções da Reserva Federal, da Casa Branca e das autoridades políticas e monetárias das outras grandes potências. O mítico estandarte do poder invencível dos amos do sistema ainda flameja nas alturas, mesmo que esteja ficando esfiapado rapidamente, no ritmo das trovoadas globais.
Crédito, consumo e dívidas
Uma vez que a crise está circunscrita ao estouro da "bolha imobiliária" norte-americana e aos seus impactos colaterais nos Estados Unidos e no resto do mundo, a "solução" parece clara: estimular os consumidores e investidores, aumentar o gasto público e injetar liqüidez no mercado.
É isso que estão fazendo agora o governo Bush e a Reserva Federal: o presidente acabou de promover uma redução de impostos e um gasto público recorde para 2009 — que chega a mais de 3 trilhões de dólares — e que, portanto, vai gerar um déficit fiscal gigantesco; ou seja, que a dívida pública logo vai superar os 10 trilhões de dólares. É claro que Bush faz tudo isso sempre a partir da direita: as reduções fiscais beneficiam basicamente os ricos e a classe média alta, o aumento do gasto público vai privilegiar as Forças Armadas, que terão o maior orçamento de toda a história dos EUA: o gasto militar total dos Estados Unidos chegou, em 2008, a quase 1,2 trilhões de dólares (se somamos as verbas do Departamento de Defesa e as dos outros setores do Estado), segundo o projeto de orçamento enviado ao Parlamento por Bush, em 2009 essa cifra será muito mais alta. Por sua vez, a Reserva Federal reduz ainda mais a taxa de juros.
O que eles estão fazendo agora é uma espécie de repetição, em condições infinitamente mais graves, do que já fizeram em 2001. Eles não têm nenhum roteiro diferente. Só que naquela época a dívida pública norte-americana chegava a 5,7 trilhões de dólares e agora está muito próxima de 9,2 trilhões e se somarmos a isso o resto do endividamento dos setores públicos e privados chegaremos aos 50 trilhões de dólares (equivalente ao Produto Bruto Mundial). E ainda é preciso acrescentar a acumulação de déficit fiscais e comerciais e um volume de gastos militares totais que em 2009 poderia chegar a representar 10% do PIB norte-americano.
Em 2001 a situação era difícil, mas havia margens econômicas e políticas que permitiram que o Poder (mediante auto-atentado terrorista) saísse da recessão acelerando as tendências dominantes do sistema: hipertrofia especulativa, concentração de renda, consumismo (com forte queda da poupança pessoal), crescimento das dívidas públicas e privadas e keynesianismo militar. Todos esses aspectos foram ficando exarcebados ao extremo nos últimos sete anos, as aventuras coloniais na área euro-asiática terminaram num impasse (o aparato militar aparece agora como uma pesada máquina, tão sofisticada e cara quanto incompetente) enquanto o Estado e a população estão afogados em dívidas.
A recessão norte-americana é mais uma crise de dívida do que uma depressão causada pela retração do consumo; a primeira é o fundamento da segunda. A super dívida estatal chegou a um ponto tal que sua expansão entrou no círculo vicioso que entrelaça de modo perverso as emissões de título públicos e os dólares cada vez mais desvalorizados, a alternativa estaria em que o Estado reduzisse seus gastos e/ou aumentasse a arrecadação fiscal, o que poderia afundar a economia em uma recessão ainda mais profunda.
Por sua vez, a população de média e baixa renda tem sofrido as conseqüências do congelamento (e para um importante setor, até a queda) dos seus salários reais, a renda familiar média é, atualmente, menor que no ano 2000. Quando a "bolha imobiliária" começou a se formar, com uma avalanche de créditos baratos, ao mesmo tempo se estava restringindo a solvência a médio prazo de uma grande massa de devedores e a serpente neoliberal acabou mordendo o próprio rabo: em meados de 2006 o mercado imobiliário estava saturado, os preços de imóveis começaram a cair e, em 2007, explodiu a inadimplência. O que veio a seguir é bem conhecido.
Nos anos em que estava no auge, o tema do iminente esgotamento do crescimento da economia norte-americana, sobrecarregada por dívidas, foi abertamente ignorado ou negado por jornalistas, especialistas, grandes empresários e dirigentes políticos dessa superpotência. Os negócios iam bem e quem teria ousado, nesse período, dizer que os grandes lucros da época seriam a base de um próximo desastre? Os poucos que ousaram foram marginalizados e ridicularizados, apontados como catastrofistas, pessoas amargas ou amantes dos terremotos.
Mas se a direita pretende fazer mais da mesma coisa, os progressistas imperais não vão muito mais longe. Joseph Stiglitz, uma das vozes desse setor, acabou de propor uma variação “popular” do remédio, também orientada para a reabilitação do consumo aumentando o gasto público e, consequentemente, o déficit fiscal e a dívida. Segundo essa proposta, os beneficiários não seriam os militares e os ricos, mas os desempregados, os programas de desenvolvimento de infra-estrutura, do setor educacional, da saúde, de economia de energia e de redução da contaminação ambiental. A aspirina progressista (incompatível com o atual sistema de poder dos EUA) e a repetição conservadora não passam de pequenos band-aids impotentes diante de uma realidade desbordante.
Recessão e inflação
Agora que a recessão chegou ao centro da economia mundial, suas autoridades entram em pânico, percebem que suas ações são ineficazes ou, inclusive, contraproducentes. As medidas anti-recessão, como os cortes fiscais que estão em curso, as drásticas quedas nas taxas de juro ou o aumento do gasto público, certamente trarão mais déficit e dívidas e, caso cheguem a ter algum sucesso, mesmo que seja medíocre, trarão um aumento da inflação. Em ambos os casos, darão impulso à desvalorização internacional do dólar. A recessão e a inflação chegam juntas porque a crise financeira converge com a crise energética que faz subir o preço do petróleo, puxando para cima um amplo leque de matérias-primas. Os custos de produção aumentam não só quando a economia mundial cresce, fazendo aumentar a demanda por esses produtos, mas também quando ela fica parada, ou mesmo quando sofre quedas. Isso ocorre porque a extração de petróleo no mundo está chegando ao seu nível máximo e, logo atrás dela, as de outros recursos energéticos não renováveis, como o carvão e o urânio, que seguirão o mesmo caminho a mais longo prazo, mas bem antes de meados do século XXI. E, como já sabemos, a substituição do petróleo pelos biocombustíveis leva a um rápido encarecimento generalizado da produção agrícola, especialmente de alimentos.
Em síntese, as autoridades norte-americanas sabem que se tentarem reverter a recessão reanimando o mercado estarão dando fôlego à inflação e à queda do dólar, o que, cedo ou tarde, trará mais recessão; mas também sabem que se tentarem conter a inflação esfriando a economia, a recessão vai se aprofundar: um beco sem saída.
Alguns especialistas, por enquanto discretos, começam a alimentar ilusões com a possibilidade de uma paralisação prolongada mas ordenada, sem explosões sociais nem crises institucionais graves. O modelo para isto seria o Japão dos anos 1990, mas eles esquecem que se tratava de uma potência de segunda ordem que contou, nesse momento, com duas tábuas de salvação externas que ajudaram a suavizar a aterrissagem: em primeiro lugar, as "bolhas" de prosperidade do leste da Ásia, que deram fôlego ao Japão até a crise de 1997, e, principalmente, os Estados Unidos, seu principal cliente comercial, cujo mercado absorveu exportações e investimentos japoneses. Mas os Estados Unidos é um país grande demais, não existe uma tábua de salvação externa à sua medida. O resto do mundo vinha amortecendo seus desajustes fiscais e comerciais, acumulando montanhas de papeis dolarizados que a cada dia valem menos, mas essa capacidade está quase esgotada.
A ilusão do descolamento
Na última reunião de Davos houve muita discussão em torno do possível "descolamento" entre os Estados Unidos e as outras potências industriais que, deste modo, ficariam distanciadas do naufrágio do seu irmão maior.
Até hoje, a globalização era apresentada pela propaganda neoliberal como uma rede da qual ninguém podia escapar. Agora, sem maiores explicações, dizem o contrário: pelo visto, a rede global permite que uma ampla variedade de países fujam do desastre. Dirigentes e comunicadores de algumas economias desenvolvidas incluem seus países na lista de sobreviventes e inclusive em muitos países periféricos as mídias locais tentam tranqüilizar suas populações explicando que, graças ao nível das suas reservas (em dólares), à natureza das suas exportações, à sua localização geográfica ou a outra benção do destino, essa nação não será afetada pela recessão norte-americana (ou será muito pouco).
Mas acontece que — para desgraça dos neoliberais— os neoliberais tinham razão: as interdependências econômicas mundiais são tão densas que, como estamos comprovando todos os dias, não há maneira de "descolar" as sacudidas norte-americanas (bancárias, da bolsa, etc.) do funcionamento financeiro internacional. A "bolha imobiliária" norte-americana foi a vanguarda de uma variada série de outras bolhas parecidas em diversos lugares do planeta, países como Espanha, Inglaterra, Holanda, Austrália, Irlanda e Nova Zelândia fizeram parte ativa desta festa. Na Espanha, a bolha já começou a murchar: recentemente, Carlos March, cabeça de um dos grupos financeiros decisivos desse país, declarou que “a crise imobiliária (espanhola) vai durar muito tempo, pelo menos três anos". Por outro lado, numerosos bancos europeus e asiáticos estão sendo atingidos pela desvalorização de títulos norte-americanos atrelados a dívidas hipotecárias de alto risco, que compraram por atacado em pleno auge especulativo. A recessão norte-americana já afeta o Japão, intimamente associado à superpotência nos níveis comercial, financeiro, político-militar, etc. O Japão e os EUA compram o grosso das exportações industriais da China e são a coluna vertebral da sua prosperidade econômica, a qual, por outro lado, acumula mais de 1,4 trilhões de dólares e papéis dolarizados em suas reservas e também tem suas próprias bolhas (da bolsa, imobiliária, etc.).
Muito mais fortes são as inter-relações entre a União Européia e os Estados Unidos... o que não impediu o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, de declarar (no início de fevereiro de 2008 e sem mexer um só músculo da cara) que “na Europa não há risco de recessão, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos”.
* Economista argentino, professor na Universidade de Buenos Aires. É autor, entre outros livros, de "Capitalismo senil, a grande crise da economia global".
Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores
Cronopiando – Por Koldo Campos Sagaseta
Leio em El País[1] que "Um atentado mata em Damasco um alto dirigente de Hezbolá…" e me pergunto se será um erro do redator que ninguém corrigiu ou se para El País determinados atentados não precisam de sujeito. Ou o que dá na mesma, um terrorista que atente. Porque da leitura da manchete e a notícia o que se desprende é que são os próprios atentados os que atentam.
Persisto, mesmo assim, na leitura da manchete e por fim encontro o que procurava, "…e um dos terroristas mais procurados pelos EUA" esse sujeito que explicara o atentado, esse terrorista que o levara à prática, só que, neste caso, o único terrorista a quem El País faz referencia em sua manchete, é a vítima do atentado. De forma que, poderia inferir-se, um atentado mata um terrorista.
A notícia, bastante extensa graças aos generosos aportes dos arquivos israelenses e estadunidenses, mencionava em 5 ocasiões a palavra terrorista, além da que aparecia na manchete, mas sempre para definir a vítima do "atentado". Se era um dos terroristas mais procurados pelos Estados Unidos, também era um dos terroristas mais perigosos para Israel. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, McCormack, "era um assassino a sangue frio, um assassino de massas e um terrorista responsável da perda de incontáveis vidas inocentes". Israel, por sua parte, declarava não ter nada a ver com o "atentado" e acusava a "grupos terroristas" de difamar seu bom nome. A quinta oportunidade em que o jornal aludia ao termo terrorista era para falar do grupo terrorista que tinha dirigido a vítima do atentado.
Qualquer leitor poderia coincidir, após conhecer a novelesca biografia da vítima do atentado oferecida pelo jornal, com a sentença que oferecia o Departamento de Estado dos Estados Unidos de que "o mundo é um lugar melhor sem ele", ponto de vista que já expressaram em outras ocasiões que, deveriam considerá-lo, tem o mesmo peso e razão que o expressado pelos que decidiram que o mundo era um lugar melhor sem torres gêmeas.
Imad Mughniyah morreu quando explodiu um carro bomba no interior de um estacionamento em una zona residencial da capital síria, mas obviamente neste caso o carro bomba não era terrorista, também não era a ação, nem seus autores, nem os que os que assinalam os objetivos ou os justificam nos meios de comunicação, nem seus acobertados, nem os que estão no umbral ou se mexem no entorno.
O único terrorista era a vítima do atentado.
Sorte que amanhã, os editoriais bempensantes voltarão a condenar a violência, na espera que outro atentado cobre vida própria, se torne sujeito e predicado, e decida atentar por atentar.
[1] El País: jornal espanhol.
Versão em português: Tali Feld Gleiser de América Latina Palavra Viva.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Parece "besteira", mas.....
Tem quem torça o nariz e não coma de jeito nenhum, mas os grãos integrais, além deessenciais para o bom funcionamento do organismo, podem ser muito saborosos.
Cada vez mais presentes nos supermercados, eles podem ser consumidos em forma de arroz, farinha, farelo e até massas, que já vêm prontas.
O importante é de alguma forma incluí-los no cardápio.
“Os grãos integrais são ótimas fontes de vitaminas e minerais como ferro, selênio e manganês, fundamentais para o crescimento”, diz a nutricionista Silvia Helena Marangoni dos Reis, coordenadora de comunicação do Conselho Regional dos Nutricionistas 3a. região. “O ideal é ingerir de duas a três porções por dia”, completa.
Como não passam por processos de industrialização, os grãos integrais são ricos em fibras e melhoram o funcionamento do intestino. Facilitam também a absorção de outros nutrientes e previnem alguns tipos de cânceres, como o de reto e o de colo do útero.
As vantagens não param por aí: produtos integrais melhoram a resposta glicêmica em diabéticos e são menos calóricos do que os industrializados - o pão de centeio integral, por exemplo, tem 232 calorias em 100 g contra 269 do pão francês. Por que então não comê-los? “Algumas pessoas reclamam do paladar, mas você pode usar ervas para destacar o sabor. Uma boa opção é aromatizar o arroz integral com salsinha, manjericão ou açafrão”, aconselha Silvia.
Outra dica é acrescentar aveia e farelos em frutas e sucos ou tomate e hortaliças em massas integrais. Seu organismo, com certeza, agradece.