quarta-feira, 7 de maio de 2008

Pola X

Pierre (Guillame Depardieu) vive com sua mãe (Catherine Deneuve) em um enorme castelo na Normandia à margem do rio Sena. Ele está noivo de Lucile, uma jovem que o adora. Mas Pierre é perseguido por um sonho de uma estranha mulher que o atrai de uma maneira inexplicável. No dia em que vai anunciar a data de seu casamento, a mulher dos seus sonhos aparece dizendo ser sua irmã Isabelle (Katerina Golubeva) a muito desaparecida. A princípio Pierre não quer acreditar, mas a pouco e pouco parece convencer-se e se apaixona perdidamente por ela. Revoltado com a situação de abandono que a irmã sofreu ao longo dos anos, Pierre abandona sua família, seus amigos e seu dinheiro e parte com isabelle para os subúrbios de Paris, onde vivem em desordenada e apaixonada miséria. Pola X é um filme intenso e emocionante, é o filme mais perturbador e belo de Leos Carax (Os Amantes de PontNeuf). Baseado na novela Pierre or The Ambiguities de Herman Melville, o filme quebra todos os limites do amor familiar e então prossegue para fazer o mesmo com a psiquê humana.

Gênero: Drama
Diretor: Leos Carax
Duração: 128 minutos
Ano de Lançamento: 1999
País de Origem: França
Idioma do Áudio: Francês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0152015/

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Tamanho: 704 Mb
Legendas: No torrent

créditos:makingoff - corisco

Elenco:

Guillaume Depardieu, Catherine Deneuve, Katerina Golubeva, Delphine Chuillot, Petruta Catana, Mihaella Silaghi, Laurent Lucas, Patachou

Premiação:

- Prêmio de Melhor Ator para Guillame Depardieu no Festival de Gijón, 1999
- Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, 1999

Curiosidades:

- A palavra "Pola" nasce das iniciais do título francês do romance de Melville - Pierre ou Les Ambiguïtés.
- O X do título representa o número de rascunhos que o roteiro passou até ser finalizado.

Crítica:

Eis um dos casos em que o DVD nos permite a (re)descoberta de uma referência cinematográfica tão chocantemente esquecida ou marginalizada. Tantas vezes usada de forma gratuita e mais ou menos pitoresca, a noção de filme maldito adequa-se a um objecto como Pola X (1999), de Leos Carax. Basta recordar o modo como a sua apresentação no Festival de Cannes (também em 1999) foi acompanhada por um coro de "desilusões", sobretudo da imprensa francesa, ancorado na ideia segundo a qual Carax estaria a renegar a sua condição de "discípulo" tardio da Nova Vaga, afirmada através de filmes como Boy Meets Girl (1984), Mauvais Sang (1986) e, sobretudo, Les Amants du Pont-Neuf (1991).
De facto, Carax não estava à procura de ilustrar nenhum "estatuto". Bem pelo contrário, ao fazer Pola X a partir de um romance publicado em 1852 — Pierre or the Ambiguities, de Herman Melville —, o seu trabalho consiste em algo mais do que a mera "transposição" para o presente: trata-se de colher em Melville as marcas de um drama em que amor e incesto se cruzam num labirinto que, em última instância, nos coloca face a uma fúria de viver sempre enredada com a nitidez da morte.
A história do jovem escritor cuja existência se transfigura com a descoberta de uma meia-irmã que a sua mãe recusa reconhecer evolui, assim, como uma tragédia que, paradoxalmente, nos seduz para as paisagens mais negras (e a oposição entre claridade e escuridão é um vector vital deste filme) da condição humana. Guillaume Depardieu e Catherine Deneuve são alguns dos actores de um filme que sempre enfrentou preconceitos e, em boa verdade, nunca foi visto pelas suas muitas e fascinantes singularidades.

Crítica de João Lopes retirada do site: http://sound--vision.blogspot.com/2008/04/...-de-pola-x.html


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A Bolívia e o separatismo


O tempo passa e a América Latina ainda carrega, indelével, a marca da colônia. As elites brancas, por mais que ostentem um verniz de modernidade e cosmopolitismo, quando se vêem confrontadas com a possibilidade de ter o poder reduzido, reagem como reagiam os invasores do final do século XV e início do XVI: com violência, truculência, força bruta. Assim é agora na Bolívia, quando a nova Constituição arrebata dos que sempre sugaram as riquezas do estado para seu bel prazer, parte do poder.
Desde que um aymara assumiu a presidência do país e iniciou um processo de nacionalização das riquezas, até então entregues as multinacionais, o poder central vem sofrendo uma série de ataques por parte dos latifundiários e empresários do departamento de Santa Cruz, um dos mais ricos do país. A nacionalização do gás foi o estopim já no início do governo de Evo Morales e as propostas de retomada das minas e de outros setores estratégicos como a comunicação só tem feito acirrar o ódio dos ricos brancos, não só de Santa Cruz, mas de toda a Bolívia. E, na verdade, é esse o motivo da sanha separatista que assola o país, muito bem orquestrada e financiada por Washington, que não quer ver seus parceiros perderem terreno para o que consideram “um bando de índios”. Basta ver nas paredes de Santa Cruz as pichações que gritam o racismo sempre pronto a se expressar: “faça um bem a humanidade, mate um índio por dia”, dizem os muros.
Quem teve a sorte de conhecer a magnitude do centro cerimonial de Tihuanaco, a uns 70 quilômetros de La Paz, sabe o quanto esta frase racista é falsa. Os povos originários da Bolívia, que tem suas raízes desde há 11 mil anos, com uma história riquíssima que muitas vezes ultrapassa em esplendor a do tão conhecido Egito, são os depositários de uma proposta de organização da vida absolutamente atual nestes dias em que o planeta agoniza. Carregam, desde sua memória ancestral, a tradição da cooperação, da solidariedade, da comunhão, da repartição de riquezas. E mais, sabem muito bem que o seu espaço geográfico, ao qual chamam pátria, é o lugar onde sabem e querem viver, ainda que com todas as intempéries da vida no altiplano, na solidão da montanha.
Pois a terra dos Kolla, dos Tihuanaco, Inca, Guarani e Aymara foi um dia invadida por uma gente branca que embandeirava uma cruz. Um povo que em nome de um deus e um reino, matou, destruiu e violentou. Uma gente que, não contente em tomar as terras e as riquezas do povo originário, ainda hoje precisa submeter e depreciar. Primeiro, diziam que aqueles que ali tinham construído um império sequer tinham alma e, agora, passados 500 anos, ainda insistem na tese de que eles não têm capacidade para gerir seus próprios destinos.
Pois talvez fosse bom lembrar que não foram os povos originários que entregaram as riquezas bolivianas ao longo de todos esses anos nas rapinosas mãos estrangeiras. Foi a aristocracia criolla que sugou o guano, o estanho, a prata e agora o gás, sempre usando o povo autóctone como escravo ou mão-de-obra de segunda classe. Eram eles os que morriam nas minas de estanho ou nas cavernas de Potosí. Alguém até pode dizer que o rei do estanho, Patiño, era um aymara e foi um dos que mais usurpou o solo pátrio. Isso é fato, mas ele foi um entre milhões que logrou escapar do destino de escravo e, perdido no mundo branco, se contaminou pela maneira de viver daqueles que dominaram seu povo. A maioria originária vive sob a opressão.
Agora, quando a vida e a riqueza da Bolívia começam a voltar para as mãos do povo, essa pequena parcela racista e anti-nacional, de uma gente cuja única pátria reconhecida é a do capital, principia o processo de desestabilização. Sob o manto do racismo estão, mais que tudo, buscando preservar os recursos da natureza boliviana para as multinacionais, únicos chefes a quem prestam obediência. Não é por mais nada que provocam a cizânia em Santa Cruz e trabalham com a idéia de separação. Muito mais do que garantir esse estatuto, querem envolver as gentes numa guerra que paralise o país. Esse é o plano.
Há quase três séculos um aymara chamado Julián Apaza, conhecido mais tarde como Tupac Katari, conduziu as gentes originárias numa luta de libertação. Tal e qual Tupac Amaru, no Peru, ele não excluiu os brancos dos seus exércitos. Era uma luta para extirpar o jugo espanhol e todos os que queriam liberdade foram convocados. A generosidade aymara incluía os filhos dos invasores, certa de que era possível viver em paz, na liberdade. Mas, naqueles dias, os criollos traíram a causa do povo autóctone e ficaram do lado do poder colonial. Não é à toa que, hoje, toda essa histórica carga de promessas não cumpridas volta à tona, sempre fomentada pelo poder colonial, hoje representado pelos Estados Unidos.
De novo, como previu Tupac Katari, as gentes bolivianas se levantam e, de novo, há os que preferem se aliar com as forças estrangeiras. Essa é a queda de braço que se dá na Bolívia do século XXI. De um lado, os capachos do capital, com seus interesses mesquinhos e do outro, as gentes – originárias ou não – bolivianas que querem o controle das suas riquezas. Santa Cruz é o foco da nova guerra fomentada pelo império, cujo objetivo maior é dividir. Dividir para melhor dominar. Cabe ao povo da Bolívia não cair na armadilha do fundamentalismo, nem branco, nem originário. Mas, a luta pelo direito de compartilhar o poder, precisa ser travada. A Bolívia é de todos os que ali decidiram viver.


terça-feira, 6 de maio de 2008

Assessor do deputado
Pedro Westphalen (PP) é preso

por Marco Aurélio Weissheimer - RS Urgente

Rogério Reis dos Santos, assessor do deputado estadual Pedro Westphalen (foto), do PP, e filho do prefeito de Taquari, Renato Baptista dos Santos, também do PP, foi preso quarta-feira, em Taquari, juntamente com outras sete pessoas, acusado de ligação com uma quadrilha envolvida com jogo ilegal, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e sonegação fiscal. Um policial militar e dois policiais civis também foram presos (seus nomes não foram divulgados). Entre os presos, estão também os proprietários de serviços de guinchos, onde foram encontradas máquinas caça-níqueis e material para a montagem desses equipamentos. Duas espingardas e um revólver também foram apreendidos.

Segundo a policia, os serviços de guincho eram usados como fachada para a fabricação de caça-níqueis. O grupo desarticulado seria responsável pela distribuição e gerenciamento de caça-níqueis em Taquari, Tabaí, Montenegro, Triunfo e em outras cidades do Vale do Sinos. Rogério Reis dos Santos foi preso preventivamente e encaminhado para o Presídio Estadual de Lajeado.

Ele é cargo de confiança no gabinete de Pedro Westphalen (foto) desde o dia 26 de dezembro de 2007. Até o final da tarde desta sexta-feira, o deputado ainda não havia se pronunciado sobre a prisão de seu assessor.


O ENCOURAÇADO POTEMKIN - 1925

O ENCOURAÇADO POTEMKIN - 1925
O Encouraçado Potemkin
(Bronenosets Potyomkin, 1925)

Gênero: Drama/Clássico
Tempo de Duração: 74 minutos
Ano de Lançamento (Rússia): 1925
Estúdio: Goskino / Mosfilm
Direção: Sergei Eisenstein
Roteiro: Nina Agadzhanova e Sergei Eisenstein
Produção: Jacob Bliokh
Música: Edmund Meisel
Fotografia: Vladimir Popov e Eduard Tisse
Direção de Arte: Vasili Rakhals
Edição: Sergei Eisenstein
RMVB Legendado
P/B
Créditos:F.A.R.R.A - Eudes Honorato



Elenco:
Aleksandr Antonov (Vakulinchuk)
Vladimir Barsky (Comandante Golikov)
Grigori Aleksandrov (Oficial Giliarovsky)
Mikhail Gomorov (Marujo)
Ivan Bobrov (Marujo)
Sergei Eisenstein (Cidadão de Odessa)
Julia Eisenstein (Cidadã de Odessa)



Sinopse:
Em 1905, na Rússia czarista, aconteceu um levante que pressagiou a Revolução de 1917. Tudo começou no navio de guerra Potemkin quando os marinheiros estavam cansados de serem maltratados, sendo que até carne estragada lhes era dada com o médico de bordo insistindo que ela era perfeitamente comestível.
Alguns marinheiros se recusam em comer esta carne, então os oficiais do navio ordenam a execução deles. A tensão aumenta e, gradativamente, a situação sai cada vez mais do controle. Logo depois dos gatilhos serem apertados Vakulinchuk (Aleksandr Antonov), um marinheiro, grita para os soldados e pede para eles pensarem e decidirem se estão com os oficiais ou com os marinheiros. Os soldados hesitam e então abaixam suas armas. Louco de ódio, um oficial tenta agarrar um dos rifles e provoca uma revolta no navio, na qual o marinheiro é morto. Mas isto seria apenas o início de uma grande tragédia.



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Urgência da solidariedade à Bolívia





Altamiro Borges

De todas as experiências progressistas na América Latina, decorrentes das vitórias eleitorais de forças mais à esquerda, a que atualmente corre maior risco de retrocesso é a da Bolívia. Segundo inúmeros analistas, a nação vizinha está à beira de uma guerra civil. A oligarquia racista, que até hoje não engoliu a histórica eleição do líder camponês e indígena Evo Morales, está apostando as suas fichas na divisão do país, num movimento separatista de caráter fascistóide. O "referendo da autonomia" no rico departamento de Santa Cruz, em 4 de maio, pode ser o estopim do confronto.

Numa iniciativa ilegal, contrária à Constituição e à unidade territorial, Rubén Costa, governador do estado e líder dos separatistas, alardeia que o referendo será o primeiro passo para a cisão do país. Outros três departamentos (Pando, Tarija e Beni) pretendem trilhar o mesmo rumo. Desde a posse de Evo Morales, em janeiro de 2006, a burguesia boliviana orquestra este golpe, que visa separar a parte oriental, "Media Luna", mais industrializada e rica em recursos naturais, da parte ocidental – mais pobre e com predomínio da população indígena. Para impor a divisão, ela conta com o apoio escancarado dos EUA e recruta mercenários para um previsível confronto armado.

O embaixador separatista

A ação intervencionista do presidente-terrorista George Bush é aberta. Numa nítida provocação, ele nomeou como embaixador na Bolívia o temível Philip Goldberg. Este agente do imperialismo ficou famoso pelas ações de estímulo ao separatismo nos Bálcãs, na chamada "Missão Kosovo". Como denuncia Stella Calloni, no texto "Contra-insurgência y golpismo", "Goldberg é conhecido como especialista em agudizar conflitos étnicos e raciais e por sua intervenção e experiência nas lutas étnicas desde a Bósnia até a separação da ex-Iugoslávia". Seu passado "diplomático" inclui ainda o golpe do Haiti que derrubou Jean Aristides e a militarização do Plano Colômbia.

Para ela, "não há dúvidas de que as mãos de Goldberg estão por trás do processo separatista em Santa Cruz de la Sierra", iniciado logo após a posse de Morales e que já resultou em sabotagens e mortes. "Quando chegou à Bolívia, os empresários croatas de Santa Cruz (seus velhos amigos) conformaram o movimento ‘Nação Camba’. Um dos principais líderes do movimento, com laços empresariais no Chile, Branco Marinkovic, é o maior promotor das medidas de desestabilização, com influência no restante da Media Luna", e tem sólidos vínculos com o embaixador ianque.

Manobras militares na região

No ano passado, na 17ª Cumbre Iberoamericana, no Chile, o presidente Evo Morales exibiu aos chefes de Estado várias fotos do embaixador Goldberg sorrindo ao lado do mafioso e paramilitar colombiano Jairo Vanegas. Até funcionários da embaixada dos EUA em La Paz revelaram que George Bush encarou a vitória de Morales como "ameaça à segurança da região" devido ao seu "populismo radical" e aos vínculos com Hugo Chávez e Fidel Castro. O ex-secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, chegou a declarar que "a Bolívia agora faz parte do eixo do mal".

Noutra ação provocativa, tropas ianques realizam exercícios militares no vizinho Paraguai desde fins de 2005, quando já era certa a vitória do líder indígena. "Forças especiais dos EUA atuam na fronteira comum em manobras dissimuladas de ação cívica, uma velha tática contra-insurgente", alerta a autora. Os Esquadrões Operativos Adiantados (EOA) contam com forte estrutura no país vizinho, inclusive uma pista aérea de 3,8 mil metros na base de Mariscal Estigarribia, construída na época do ditador Alfredo Stroessner. A chegada de Fernando Lugo à presidência do Paraguai ameaça anular estes acordos militares, o que poderia precipitar uma aventura militar na Bolívia.

Grupos fascistas e mercenários

Desesperada com as mudanças graduais promovidas pelo governo Morales, mas animada com o apoio aberto dos EUA, a oligarquia racista se arma para o confronto. Manfred Reis, ex-militar na ditadura de Hugo Banzer e influente autonomista de Cochabamba, organizou grupos de jovens fascistas responsáveis por violentos confrontos que resultaram em mortos e feridos. Atualmente, ele está refugiado em Santa Cruz. Em novembro de 2006, a agência de notícias Erbol informou que um grupo de empresários viajou a Espanha para contratar mercenários. Donos de empresas de "segurança" confirmaram o rentável negócio. Um deles disse que agenciou 650 "combatentes, antigos membros de unidades de elite, que já estão operando nas zonas limítrofes da Bolívia".

Os golpistas também contam com a milionária ajuda da Usaid e da NED, órgãos dos EUA que financiam organizações não-governamentais de oposição a Morales. O serviço de inteligência do governo provou recentemente a doação de milhões de dólares para líderes separatistas, grêmios estudantis e jornalistas na campanha contra a Constituinte. O financiamento garantiu os "paros cívicos" e os bloqueios violentos de estradas. Em 2007, o consulado da Venezuela e a residência de um médico cubano foram alvos de atentados e uma funcionária da embaixada dos EUA foi detida com armas e munição. Neste processo, "os meios de comunicação são os protagonistas da contra-insurgência, incentivando o confronto interno e a intervenção externa", afirma Calloni.

Internacionalismo ativo e pressão

A manobra separatista da oligarquia boliviana, que deve adquirir nova dinâmica com o referendo de maio em Santa Cruz, tem recebido críticas de todos os lados. Até a Organização dos Estados Americanos (OEA), famosa por seu passado servil aos EUA, condenou o golpismo. Numa sessão extraordinária em Washington, em 26 de abril, a OEA apoiou a institucionalidade democrática e conclamou ao diálogo os governantes da Media Luna. Intelectuais e lideranças políticas, sociais e religiosas – entre elas, Pérez Esquivel, Noam Chomsky, Eduardo Galeano e os brasileiros Frei Betto, Oscar Niemeyer e Fernando Morais – também divulgaram um manifesto de solidariedade:

"O processo de mudança na Bolívia corre o risco de ser brutalmente interrompido. A ascensão ao poder de um presidente indígena e seus programas sociais e de recuperação dos recursos naturais enfrentam desde o primeiro momento as conspirações oligárquicas e a ingerência imperial. Nos dias mais recentes, a escalada conspirativa alcançou seus graus máximos. As ações subversivas e anticonstitucionais com que os grupos oligárquicos pretendem dividir a nação boliviana refletem a mentalidade fascista e elitista destes setores... Diante desta situação, queremos expressar nosso respaldo ao presidente Evo Morales. Ao mesmo tempo, rechaçamos o estatuto autonômico de Santa Cruz por seu caráter inconstitucional e por atentar contra a unidade de uma nação da nossa América".

A grave situação boliviana, que coloca em perigo a própria onda progressista na América Latina, exige a solidariedade ativa de todos os setores democráticos e populares do continente e do mundo. É urgente denunciar a trama separatista e golpista da oligarquia, apoiada pelos EUA, nas bases dos trabalhadores, no parlamento e na mídia progressista. É necessário pressionar a OEA e o governo Lula para que adotem posições mais ativas diante deste risco de retrocesso na região.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB e autor do livro recém-lançado "Sindicalismo, resistência e alternativas" (Editora Anita Garibaldi).

Déficit habitacional no campo é de dois milhões de famílias

Adital


O déficit habitacional brasileiro é de mais de 7,5 milhões de moradias. No campo, são cerca de dois milhões de famílias sem casa e dessas 80% têm renda de até 3 salários mínimos. Para que o governo implemente uma política de habitação que diminuía esse déficit, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) está, hoje (05), mobilizado em 10 estados.

Desde a manhã, agricultores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Rondônia estão nas ruas protestando. Em Brasília, a movimentação também começou pela manhã, com uma reunião entre representantes do MPA e o vice-presidente da Caixa Econômica Federal.

Pela tarde, houve uma reunião no Ministério das Cidades. Para amanhã e quarta-feira, estão programadas reuniões com a Casa Civil, com o Ministro das Cidades e, novamente, com o vice-presidente da Caixa. A reivindicação dos agricultores é para que o governo aumente o volume de recursos destinado à moradia no campo.

Para esse ano, os recursos liberados não dariam para construir 20 mil casas, enquanto o MPA pede a disponibilidade de recursos para a construção imediata de 200 mil unidades habitacionais. De acordo com a integrante da Direção Nacional do MPA, Maria Costa, é preciso aumentar os subsídios governamentais e diminuir a burocracia.

Além disso, o governo precisa repensar as formas de pagamento, já que todos os financiamentos prevêem parcelas mensais, e, na grande maioria das vezes, o rendimento dos trabalhadores do campo é anual, pois vem com a safra. "Só que trabalha com coentro, cebolinha e leite tem renda mensal, o resto tem renda anual", disse Maria. Assim, a proposta dos trabalhadores é de financiamentos com parcelas semestrais, ou anuais.

A política nacional de habitação deve ainda ser uma "política social estratégica para conter o êxodo rural, manter a juventude no campo e repovoar as comunidades camponesas, aplicando, em escala crescente, tecnologias de bioconstrução", disse o MPA, em nota. Ela tem que mudar as condições de vida no campo e fazer do meio rural um lugar bom para se viver.

O MPA está desenvolvendo projetos experimentais de bioconstrução em todo o país. Com isso, os custos das moradias seriam barateados, além de serem utilizados materiais ecologicamente menos agressivos. São usados materiais encontrados na própria região, o que anula ainda o custo com transporte.

O projeto propõe a troca de cimento queimado por cimento prensado, o uso da permacultura (um sistema de planejamento para a criação de ambientes humanos sustentáveis), a construção de casas de taipa - que permitem uma sensação técnica melhor -, só que com materiais de mais qualidade que os usados nas casas de taipa atuais.

Alimentação: Se não têm arroz, que comam batata


Por Thalif Deen.

IPS.

Nações Unidas – Quando multidões de camponeses famintos se queixavam da escassez de pão na França do século XVII, a reina Maria Antonieta lançou um comentário hoje célebre: “Que comam bolo”.

Os historiadores polemizam sobre essa declaração de aparência cruel. Alguns alegam que foi mal citada ou mal traduzida.

Porém, não houve ambigüidade nas declarações atribuídas ao comandante do exército de Bangladesh e chefe do governo interino, general Moeen U. Ahmed, quem recomendou aos seus compatriotas que, se não têm arroz, deveriam comer batatas.

Enquanto a crise alimentaria continua expandindo-se por todas as nações em desenvolvimento, o preço do alimento básico dos perto de 150 milhões de habitantes de Bangladesh aumenta: só em março se encareceu em 87 por cento, segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Bangladesh, que espera produzir uns oito milhões de toneladas de batatas este ano – foram cinco milhões em 2007 -, tem sido pragmática, ao passar de um alimento básico a outro.

O rancho dos soldados bengalis inclui agora 125 gramas de batatas diárias, “independentemente do seu cargo”, disse o general Ahmed, no almoço com diretores de jornais em Dhaka no mês passado.

Segundo o jornal da capital, Daily Star, o menu incluiu, nessa ocasião, batatas fritas, sopa de batatas, batatas com espinafres, pudim de batatas e outros pratos com esse tubérculo.

Um jornalista disse que os cozinheiros do exército, ao fim de um dia estafante na cozinha, tinham ficado sem receitas.
Coincidentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) comemora o “Ano Internacional da Batata”, em uma tentativa de “aumentar a consciência sobre a importância” deste produto “como alimento nas nações em desenvolvimento”.
Bangladesh, localizado pela ONU entre os 50 países menos adiantados do mundo, sofreu duas severas enchentes e um ciclone que destruíram arredor de três milhões de toneladas de grãos no ano passado.
O governo desse país tenta conter os efeitos de uma epidemia de fome de alcance planetário. “O preço dos alimentos, em pronunciada ascensão, converteu-se em uma real crise mundial”, disse semanas atrás à imprensa o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon.
A diretora executiva do PMA, Josette Sheeran, disse que os habitantes dos países industrializados gastam apenas entre 15 % e 18 % dos seus ingressos por lar em alimentos, o que melhora sua capacidade de afrontar os desastres e as subidas de preços.

Por outro lado, os lares do mundo em desenvolvimento gastam, na média, arredor de 70% de seus ingressos em alimentos.

Sheeran disse que os elevados preços dos alimentos estão “criando o maior desafio que o PMA afrontou em seus 45 anos de história, um tsunami silencioso que ameaça com sumir na fome a mais de 100 milhões de pessoas de cada continente”.
O PMA, que proporciona assistência alimentária direta, possui um orçamento central de entre 3.100 e 4.300 milhões de dólares anuais. Até agora, só arrecadou 1.000 milhões.

“E, naturalmente, esta soma de 4.300 milhões de dólares não leva em conta o novo rosto da fome”, disse a porta-voz do PMA, Bettina Luescher.

“Também necessitaremos uma quantidade ainda indeterminada para começar a fazer frente ao novo rosto da fome: o que sofrerão quem podiam remediar-se quando o pão estava em 30 centavos a fatia, mas hoje não, pois custa 60 centavos”, observou.

A secretaria geral disse que a ONU está muito preocupada, como todos os outros membros da comunidade internacional. “Devemos atuar imediatamente de modo concertado”, disse Ban.

O Conselho Econômico e Social da ONU tem programada uma reunião sobre segurança alimentária a meados de maio, e depois uma cúpula patrocinada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) que se realizará de 3 a 5 de junho em Roma.

A crise alimentaria também estará na agenda da cúpula do Grupo dos Oito (G-8) países mais poderosos que terá lugar em julho no Japão.

Consultado sobre como deveria abordar o foro mundial a crise alimentaria, o secretário geral disse à imprensa: “No curto prazo, devemos abordar todas as crises humanitárias, que têm impactado aos mais pobres dos pobres do mundo, porque 100 milhões de pessoas foram conduzidas a esta crise de fome adicional”.

Ban disse que o mês passado convocou o Grupo Diretivo da África para os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio. Na reunião, disse: “Adotamos várias recomendações importantes, que aprovamos como uma das iniciativas para tentar lançar a revolução verde africana”.

Este assunto se discutirá em profundidade com todas as agências, os chefes de agências, fundos e programas da ONU, assim como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, disse Ban.

“Depois tentaremos ver que tipo de ações imediatas e ao longo prazo podemos adotar como parte de uma iniciativa liderada pela ONU”, assinalou. (FIN).

Versão em português: Raul Fitipaldi de América Latina Palavra Viva.

domingo, 4 de maio de 2008

É CAMPEÃO....É CAMPEÃO....É CAMPEÃO....

É CAMPEÃO....

MASSACRE NO BEIRA-RIO....

COLORADO 8 X 1 EX-TÔCA...