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Derrota – Com um discurso que explora o fantasma do desemprego frente à chegada dos imigrantes e “a falta de segurança” causada por eles, a direta manipula com êxito os humores decepcionados dos setores populares.Depois de 18 anos de governos progressistas, o póst-fascista, Gianni Alemanno derrotou - neste último 28 de abril - o candidato do centro-esquerda a prefeito de Roma, com a diferença de quase 100.000 votos. Um alerta dramático, para toda a esquerda européia, que segundo o jornal britânico Independent não é apenas uma derrota eleitoral. É, antes de tudo, a evidência da ausência dos sindicatos no território, deixando desprotegidos os trabalhadores, diante de um processo de reformulação da sociedade que os “centros de excelências do capital” estão construindo, desde 1990, após a queda do Muro de Berlim. O ritual do saudosismo fascista nas escadas da Prefeitura de Roma não é uma casualidade eleitoral. É a repetição de vitórias que uma direita reacionária e racista obtém com o voto de trabalhadores decepcionados e populares amedrontados que, anteriormente, votavam os candidatos dos partidos de esquerda conforme as orientações dos sindicatos. Diante disso a questão é a seguinte: porquê os sindicatos não mobilizaram suas bases como antigamente? A verdade é que 80% dos sindicatos e centrais sindicais européias não exercem mais seu papel político no território, ao lado dos trabalhadores. No local do trabalho, os sindicatos se limitam em representar verticalmente as disputas contratuais, deixando de contextualizar a nova organização das linhas de produção que visam “robotizar” cada vez mais o trabalhador. “...De fato, um robô não sabe o que é a “autonomia política da classe operária”. Ele executa, apenas, tarefas produtivas, não pensa se as mesmas são ruins para o corpo humano, para o meio ambiente, não reage se o trabalho é alienante. O robô trabalha até ser substituído por outros mais multifuncionais....” Assim um panfleto distribuído na FIAT-Mirafiori de Torino pelos comitês da Rede 28 de Abril (fórum que reúne a esquerda na central CGIL) criticava o silencio da CGIL e da federação FIOM diante da nova investida da FIAT alertando os operários com o título:” Atenção, companheiro, os robôs não precisam de sindicato!!!” Crise de identidade Na União Européia os sindicatos estavam organizados em fortíssimas centrais sindicais, que desde 1945 sustentaram os ideários da esquerda — sejam eles social-democratas ou socialistas-reformistas ou abertamente anti-capitalistas . Os sindicatos metalúrgicos e químicos, italianos e os franceses, sempre representaram a vanguarda política do movimento sindical cuja força em unificar a classe operária era determinada por dois elementos centrais: 1) o estudo crítico das linhas de produção para contestar a condição de trabalho imposta pelo capital; 2) a organização e a representação sindical na fábrica e no território. Quando estas duas vertentes históricas foram substituídas com soluções ditadas pelo nascente verticalismo organizativo, os sindicatos e as centrais perderam sua identidade. Consequentemente, importantes setores do mundo do trabalho aceitaram as manipulações da direita e se sujeitaram às novas regras do World Class Manifacturing, isto é: garantir uma qualidade da produção “just in time” passando acima de ritmos de trabalho e das garantias da própria condição de trabalho. Um comportamento que se alastrou diante da pouca combatividade sindical quando explodiram as privatizações que, em muitos casos, foi determinada pela condescendência de suas lideranças com os governos neoliberais e pela incapacitadas de construir uma resposta alternativa. Migrantes Em 1971, o diretor de cinema italiano Elio Petri lançava o filme “A classe operária vai ao paraíso", no qual denunciava a mudança ideológica e organizativa da aguerrida central sindical CGIL (socialista-comunista) quando, em 1966 os centros de excelência do capital industrial começaram a introduzir sistemáticas mudanças estruturais no ciclo de produção do automóvel, chamado de “Processo de Reestruturação Tecnológica Industrial (PRTI)”. Na verdade, o PRTI ao introduzir as chamadas “ilhas automatizadas” na linha de produção pretendia romper a hegemonia política da dita “aristocracia operária” substituindo o operário especializado (sindicalizado e de esquerda) com o imigrante (nacional ou estrangeiro), na maior parte dos casos sem qualificação técnica e cultural e manipulado pelas entidades que haviam terciarizado seu emprego. Para quebrar a presencia militante de sindicalistas anti-capitalistas foram terciarizados os trabalhos que na fábrica eram considerados trabalhos inferiores e que as novas gerações de operários recusavam por ser mal pagos.. Assim, nas fábricas alemãs as funções de limpezas das linhas, recolha do lixo, transportes das peças etc. eram realizadas por imigrantes turcos que, hoje, na Alemanha somam os dois milhões. Na França, na Bélgica e na Hollanda foi os imigrantes árabes e africanos que passou a desempenhar a maioria das tarefas pesadas e sujas da produção industrial. A falta de consciência política, as contradições culturais deste pessoal imigrante e o ressurgimento do racismo provocaram a separação e a dissociação das atividades sindicais. Um processo que, após a queda do Muro de Berlim, inundou a União Européia com imigrantes do Leste Europeu que foram empregados massivamente nas indústrias e nas lojas (mesmo se clandestinos) para romper – do ponto de vista político e salarial - o último bastião de controle social das centrais sindicais. Assim, em pouquíssimo tempo, os cinturões suburbanos começaram a hospedar uma variedade de imigrantes árabes, africanos, latino-americanos, asiáticos e sobretudo do Leste Europeu criando uma realidade multicultural que sindicatos e partidos da esquerda reformista não conseguiram entender e, sobretudo, organizar. Um atraso que a nova burguesia neoliberal e a direita logo exploraram, começando a agitar o fenômeno da concorrência salarial da emigração clandestina para sensibilizar o voto dos trabalhadores ameaçados de desemprego, enquanto, em outro território, a direita e a mídia levantavam a bandeira da “falta de segurança” em função dos crimes cometidos por uma nova delinqüência representada por imigrantes. Miragem pelo Poder É neste conturbado cenário dos anos 90 que o sindicalismo europeu introduz uma importante mudança estratégica quando as principais centrais sindicais européias (a DGB da Alemanha, a CGT francesa e a CGIL italiana) fizeram a opção pelo poder, que, na prática, implicava o abandono ideológico da terminologia da esquerda (fim do conceito de luta de classe, socialismo etc.), e das vacilantes temáticas da social-democracia. No seu lugar, entrava a lógica americanizante da AFL-CIO, com a participação ou co-gestão de áreas do poder que induz os sindicalistas europeus a aceitar a inserção no social-neoliberalismo achando que para os trabalhadores esta é a única saída em um mundo cada vez mais globalizado. Uma miragem política que, indiretamente, abriu o caminho a Sarcozy e Berlusconi, visto que a centro-esquerda foi incapaz em administrar o Estado, em termos neoliberais, e, ao mesmo tempo, não conseguiu criar uma hegemonia “progressista” na sociedade, tanto que as centrais sindicais perderam a ligação política com o território social. A lógica de um sindicalismo americanizante produziu a verticalização dos sindicatos que eliminaram o delegado das bases e as comissões internas de fábricas. No seu lugar, entrou um funcionário nomeado pela direção do sindicato para garantir em cada fábrica a burocrática renovação contratual nacional. Porém a atrelagem de sindicatos e centrais a governos de centro-esquerda fez com que a negociação contratual nacional caísse no vazio, sobretudo, quando os governos não queriam exacerbar os industriais ou poupar sua reservas. Por exemplo, na Itália a renovação contratual dos servidores públicos sumiu da agenda sindical logo após a posse do Governo Prodi, enquanto os metalúrgicos esperam sua renovação contratual desde novembro de 2006. Além disso, sindicatos e governo de centro-esquerda não conseguiram criar um sistema de controle para a TV pública capaz de responder às manipulações grosseiras da “grande” mídia ou de defender o próprio governo de centro-esquerda. Ataque final Enquanto partidos de esquerda, de centro-esquerdas e centrais sindicais, italianas e francesas sonhavam em se perpetuar no poder, a direita trabalhava os humores decepcionados dos setores populares manipulando as aspirações do mundo do trabalho para formular, após a vitória de Sarcozy, na França, e agora de Berlusconi, na Itália, aquilo que será o novo inferno neoliberal dos trabalhadores europeus. De fato, se do lado dos trabalhadores temos centrais sindicais claudicantes, interessadas em sobreviver com sua estrutura profissionalizada, que a própria direita chama de “casta”, do outro, temos uma liderança industrial arrogante por ter conseguido quebrar o custo político da força de trabalho e cada vez mais desejosa de impor ao governo de direita suas regras no capitulo Capital versus Trabalho. De fato, segundo o administrado geral da FIAT, Sergio Marchionne “...os novos procedimentos fabris e de organização da qualidade na fábrica não vão contra o sindicato mas sem o sindicato...” Procedimentos que são: a) fim da greve que deve ser referendada por todos os trabalhadores, caso contrário é declarada ilegal. b) efetiva introdução de “Banco de Horas” alimentados com horas de trabalho extraordinárias devolvidas sob formas de acumulo de férias não pagas; c) aumento das horas extraordinárias até 4 por dia sem taxação governamental; d) definitiva revisão dos atuais modelos de pensão; e) fim das negociações contratuais nacionais com base os parâmetros da OIT, optando por negociações descentralizadas ou até em cada unidade fabril; f) desvinculação do sindicato das linhas de produção; g) reforma sindical para definir os limites do mandato dos delegados e a transparência financeira nas contas de sindicatos e centrais. Agora, para o trabalhador europeu o problema é saber se este é o primeiro ou o último andar do inferno neoliberal. (em BRASIL DE FATO – Edição 271 – 08/14 de Maio de 2008) Achille Lollo é jornalista italiano e diretor do filme-documentário “AMÉRICA LATINA: Desenvolvimento ou Mercado?” em www.portalpopular.org.br
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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 10 de maio de 2008
Os sindicatos europeus a deriva....
A Honra de ser Inseto | | |
www.enlace.org.br O mundo burguês, capitalista – mundo sem amor -, roído pelas insanáveis contradições que lhe são inerentes, vai sendo compelido a retirar de sua atmosfera espiritual os derradeiros vestígios de oxigênio vivificante, capazes de garantir a sobre vivência da pessoa humana. E, nesta medida, produz o tipo aberrante, Gregório Samsa, o protagonista de A metamorfose, de Kafka, cuja asfixia progressiva acaba por transformá-lo em inseto. O gradativo enforcamento da pessoa, na figura do pequeno caixeiro-viajante, não se processa, contudo, impunemente. Há um momento em que o condenado estertora. Este estertor, como um clarão, é capaz por instantes de sacudir o mundo, de subverter os pilares da ordem e de lançar por terra a arrogância do bezerro de ouro, expondo a nudez de sua miséria. Gregório Samsa, de repente, burlando os planos de seus algozes, se transforma num inseto. Sua metamorfose nos clarifica e comove, de maneira exemplar, por ser ela uma terrível denúncia, um grito de autenticidade em meio a um mundo inautêntico, incapaz pelo menos de ter consciência de sua hipocrisia. Gregório Samsa tomba vítima da ordem social burguesa que o anula, uma vez que – submisso até a abjeção – é radicalmente incapaz de lutar para transformá-la. A ordem familiar e social em que vive – e morre – assassinou sua fisionomia originária, triturou-lhe a liberdade, mastigou seus músculos e nervos, poluiu a graça de sua rosa e, por fim, vomitou-o, transmudado em inseto. Sobre seus ossos chupados, usufruídos, lucrados, a dura carapaça quitinosa-saliva sem remorso. A grandeza da metamorfose de Gregório Samsa reside no fato de não ter ele pretendido ocultá-la, quer aos próprios olhos, quer aos olhos dos outros. Embora aprisionado em seu quarto – a família não o suportava em sua nova e repugnante condição -, Gregório Samsa conservou-se fiel à sua forma de inseto. Mortalmente atingido na mais íntima substância de sua própria identidade e, assim envilecido e degradado, teve a coragem de confessar-se como tal. Gregório Samsa é um alienado que, no ato de sê-lo, assume sua alienação e a esgota, exprimindo-a toda, ao mesmo tempo que desmascara as forças alienantes que o esmagam. Desta forma, Gregório Samsa é um alienado que se desaliena através da coragem de proclamar-se alienado, pagando o preço de sua alienação. Além disso, assumindo-se como vitimado, destruído, insetizado, revela o caixeiro-viajante uma vocação de integridade pessoal que, vulnerada em sua última raiz, deságua no desastre existencial. A desumanização que pode ser assim descrita: Gregório Samsa, sendo um produto alienado de uma sociedade alienante e alienada, ao mesmo tempo que encarna essa alienação, a denuncia, transcendendo-a no instante mesmo de sua decisão de encarná-la. Gregório Samsa não consegue viver como pessoa, numa estrutura social que nega a pessoa. E não o consegue justamente por ser uma pessoa, por ter a vocação da pessoa. Ao transformar-se em inseto, Gregório Samsa assume, por um lado, e integralmente, a alienação a que a sociedade o compele. Ele mesmo se destrói como pessoa, aceitando o veredicto alienante do mundo metálico em que vive. Insetizar-se é alienar-se até a derradeira fibra do próprio ser personal. Mas, por outro lado, insetizar-se é dizer – Basta! – a uma estrutura social que, alienando-nos, exige de nós que sejamos, não apenas alienados, mas totalmente insensíveis e inconscientes com respeito à distorção alenadora que nos impõe. Gregório Samsa, através de sua metamorfose, leva às últimas conseqüências a aberração alienadora que o deforma. Ele sai de si, sem apelo, transforma-se vivencialmente em inseto e, como tal, passa a existir numa comunidade de insetos existenciais que, alienando-se da própria alienação que os vitima, compram a este preço o direito de fingir a pessoa que não são. Gregório Samsa, com unha implacável, raspa a ferrugem dos hábitos psicológicos e sociais sob os quais jazia sepultado e, debaixo dela, aponta par ao cadáver da pessoa sacrificada – inseto no assoalho. Por isso, por ter-se tornado exemplar no vigor de uma denúncia que a todos atinge, é ele estigmatizado, marginalizado pelos outros, que em torno dele estendem um cordão sanitário para torná-lo invisível. Gregório Samsa é expulso do contexto social em que vive exatamente por retratá-lo com fidelidade excessiva. A carga de verdade que carrega sobre sua carapaça de inseto é brutal e explosiva demais para que possam suportá-la. Gregório Samsa, bandeira da inconsciência de todos, resumo da doença do mundo, foi crucificado em silêncio e, em silêncio, é enterrado vivo. Imperioso se torna evitá-lo, voltar-lhe as costas, já que ele representa, na carne, o pesadelo que os outros nem ao menos ousam sonhar. Gregório Samsa, portanto, no mais alto ponto de sua doença existencial, ao perder a condição humana, consegue fazer desta perda uma desesperada afirmação de humanidade. Sua metamorfose decorre sob o signo da contradição e da espada. Ela é, ao mesmo tempo, perdição e fome de salvação, silêncio e protesto, cumplicidade enlouquecida de denúncia viril. Existe um analogia, embora imperfeita e incompleta, entre o significado existencial da metamorfose de Gregório Samsa e a dialética da situação do proletariado, dentro da sociedade moderna. O proletariado, gerado nas tripas da ordem capitalista, ao mesmo tempo que compõe a sociedade burguesa, como uma secreção dela, está à margem da burguesia e a transcende, constituindo-se na força desalienante por excelência, que irá lutar pela transformação humanizadora de todo o organismo social. O proletariado padece da alienação que lhe é imposta pela ordem capitalista, encarna-a, mas, ao tomar consciência dela, assume-a e passa a representar o seu contrário, isto é, um esforço social de desalienação. O proletariado, como classe, nega a negação que o vulnera e, com isto, representa o fator positivo por excelência de transformação do mundo. A metamorfose de Gregório Samsa só não chega a simbolizar a degradação coisificadora – ou insetizadora – do proletariado, que a ela é condenado pelo regime capitalista, por ser o caixeiro-viajante, em sentido etimológico, um desclassificado, desvinculado de qualquer classe, sem nenhuma possibilidade de fazer da consciência de sua alienação um instrumento de fraternidade e de esperança. Gregório Samsa, ao insetirzar-se, comete um ato terrorista de desespero individual. Seu protesto, carente de dimensão comunitária, o torna definitivamente emurado em si mesmo, sem mãos para encontrar o companheiro com o qual irmanar-se, numa luta compartilhada. É esta diferença essencial entre Gregório Samsa e o proletariado, no regime capitalista. O primeiro é um terrorista cuja ação se esgota na explosão da bomba que o explode. Ao destruir-se, confessa o caixeiro-viajante sua impossibilidade de modificar o mundo. Ele o destrói, simbolicamente, através de sua própria destruição e, desta forma, proclama a impossibilidade radical de construir-se como pessoa, construindo ao mesmo tempo um mundo humano. Gregório Samsa encarna a desumanidade crua e bruta das forças alienantes que, no regime capitalista, atentam contra a dignidade da pessoa. Esmagado, denuncia este esmagamento e, através dele, testemunha o peso impiedoso da máquina que o achatou. Roubando de sua condição humana, revela através da metamorfose que o vitima o assassinato geral da pessoa, no mundo em que vivemos. Dá-se em espetáculo, como inseto, expõe cruamente sua abjeção, deixa que ela grite por si mesma. Às forças que o negam, como pessoa, recusa-se ele, de repente, a obedecer – assumindo a negação que o nega. Sua desobediência ganha, entretanto, a forma contraditória de uma adesão ensandecida. Gregório Samsa desobedece por excesso de obediência. Submete-se, totalmente, às forças que o alienam e, ao afogar-se nelas, dá-lhes uma vitória de tal maneira radical que as desmascara e anula. Na medida em que se transforma em inseto, deixa o caixeiro-viajante de ser o escravo-coisa talhado à imagem e semelhança dos interesses do mercado capitalista. Tais interesses exigem da pessoa que se destrua em seu centro, sem contudo abrir mão de sua aparência de pessoa. O regime capitalista, para prosperar, precisa de insetos apenas simbólicos, de pessoas cuja metamorfose alienadora não chegue ao ponto de nelas destruir, visceralmente, a mecânica da condição humana. Tal regime exige que sejam preservados os ritos formais da pessoa, embora a estes nada venha a corresponder de vivo, original e profundo. A pessoa tem que manter-se utilizável e “livre” para dirigir-se, ao menos, até à fábrica, e lá marcadejar sua força de trabalho, conservando músculos e nervos que lhe permitam servir ao proprietário. Se esta margem de utilitariedade e de “liberdade” é respeitada, tudo o mais pode levar a breca. A rebelião de Gregório Samsa consiste em que ele se transformou verdadeiramente num inseto e, com este ato de terrorismo, rompeu as regras do jogo social, destruindo-as por tê-las levado às últimas conseqüências. Ao transmudar-se em inseto, encarnando até à loucura as forças sociais que o alienavam, deixou o caixeiro-viajante de servi-las, para delas compor um retrato monstruoso e fiel. Gregório Samsa, até o momento de sua metamorfose, era uma pessoa que padecia de um câncer psicológico, social e existencial. A partir de sua transformação em inseto, passou a ser o próprio câncer, liquidou-se com pessoa, através desse ato de desespero, desobedecer e acusar. Gregório Samsa, desclassificado, marginalizado e solitário, cometeu um suicídio personal para, com isto, desmascarar o crônico homicídio institucionalizado de que vinha sendo vítima. De um tal homicídio tornara-se ele masoquisticamente co-responsável, na medida em que, anulado como pessoa, fazia deste anulamento consentido uma forma de melhor servir aos seus algozes. Ao converter-se em inseto, deixou Gregório Samsa de estar conivente com a ordem social e psicológica que o negava em sua pessoalidade, e o instrumento desta ruptura foi, exatamente, a aceitação radical da negação que o corrompia em sua essência. Assumindo-se como inseto, responsabilizou-se o caixeiro-viajante por sua destruição pessoal, tomou dela consciência plena e dramática e, assim, foi capaz de transfigurá-la em decisão de combate. Antes da metamorfose, Gregório Samsa, apesar de existencialmente insetizado, conservava sua fachada de pessoa na justa medida para deixar-se explorar e usar. Ao transformar-se em inseto, publicou de maneira terrível sua condição de vítima e, desta forma, configurou e denunciou o crime longo e minucioso que contra ele se vinha cometendo. Pressionado cronicamente no sentido de sua insetização, Gregório Samsa, num instante crucial de escolha, decidiu não mais nadar contra a corrente, fingindo a pessoa que não era apenas para cumprir, como cúmplice, o jogo inumano e ambíguo ao qual se submetera. De repente, aceitou ser inseto – isto é, submergiu na corrente alienadora que o afogava – mas, ao mesmo tempo, transcendeu tal corrente, tansformou-se carnalmente em inseto, sem valia nenhuma e sem nenhuma possibilidade de tornar-se, para quem quer que fosse, produtor de mais-valia. Desistindo de ser pessoa, Gregório Samsa conseguiu fazer de sua capitulação esquizofrênica um derradeiro e grande grito de pessoa. Incapaz de opor-se à falência existencial que lhe era imposta, resolveu a ela identificar-se e, de tal forma o fez, que essa identificar-se e, de tal forma o fez, que essa identificação passou a significar luta, condenação, denúncia, protesto. Deixando de alienar-se de sua própria alienação, desfraldando-a toda para expô-la, Gregório Samsa acusou e desonrou as estruturas sociais que o destruíam, através de um pseudoconformismo ensandecido. Pela destruição de si, como pessoa, conseguiu uma última e desesperada afirmação de pessoalidade. Anarquista solitário e humílimo, desumanizou-se, sem remissão – através da metamorfose – para com este gesto terrorista desmascarar a inumanidade do mundo em que vivia – e em que vivemos. (Texto retirado do Livro de Hélio Pellegrino, publicado pela editora Rocco em 1988, intitulado: A Burrice do Demônio). |
Brigada Militar oprime famílias sem terra no RS
“Fizeram processo de revista, humilharam todos. Separaram homens, mulheres e adolescentes, cortaram todos os barracos, jogaram nossa comida fora, botaram terra dentro das nossas coisas, misturaram tudo”, diz a integrante do MST Luciana da Rosa, do acampamento em São Gabriel; área já está negociada com o Incra para virar acampamento
Nesta quinta-feira (08), cerca de 750 policiais da Brigada Militar entraram no acampamento do Movimento Sem Terra (MST) na Fazenda São Paulo II, no município de São Gabriel. Os policiais cumpriam um mandado de busca e apreensão pedido pela própria Brigada Militar e concedido pelo Juizado do município.
De acordo com o subcomandante, Coronel Paulo Mendes, o mandado foi solicitado à polícia pela comunidade, que se sentia insegura com a presença do MST na região. Emissoras de rádio de São Gabriel noticiavam durante o dia que os fazendeiros haviam pedido a revista dos sem-terra. "Eu estou preocupado com a população ordeira aqui, que se sente ameaçada pelo MST. Foi através da população aqui, que nós pedimos o mandado e estamos executando, essa é a maior preocupação da Brigada”, diz.
A ação dos policiais iniciou por volta das 9 horas da manhã. No entanto, a Brigada Militar estava cercando o local desde às 6 horas. Na revista policial, foram apreendidos foices, facões, facas de cozinha e artefatos caseiros. A integrante do MST, Luciana da Rosa, conta que as famílias foram humilhadas pelos policiais.
“Foram cercando até renderem todas as famílias, onde fizeram processo de revista, de identificação, de humilhação de todos, separaram homens, mulheres e adolescentes, e fizeram a revista em todo o acampamento, cortaram todos os barracos, jogaram nossa comida fora, botaram terra dentro das nossas coisas, misturaram tudo”, diz.
O Coronel Mendes afirmou que a advogada do MST, Cláudia Ávila, esteve presente desde o início da ação policial. No entanto, integrantes do movimento afirmam que a advogada não pôde falar com as famílias do acampamento e ficou afastada no momento em que as famílias eram revistadas.
Reforma agrária
Luciana questiona a ação policial, uma vez que a área em São Gabriel já foi negociada pelo Incra para assentamento da reforma agrária. Ela afirma que não existe nada para ser apreendido no acampamento, a não ser as ferramentas do agricultor que vive no campo. Para Luciana, os ruralistas da região não aceitam que o MST tenha ocupado um grande latifúndio de mais de 13 mil hectares que não produz e que está endividado.
“O MST entrou em São Gabriel para ficar, dessa vez, tanto que uma área já está conquistada e já é um assentamento da reforma agrária. Nós não vamos sair daqui. Dessa vez, viemos pra ficar e os grandes latifúndios de São Gabriel vão virar grandes assentamentos da reforma agrária para produzir e não disputar com a celulose a terra e não entregar para os estrangeiros a terra brasileira”, explica.
Em protesto à repressão policial na Fazenda São Paulo II, o MST bloqueou 13 rodovias durante toda a quinta-feira, nas localidades de Piratini, Nova Santa Rita, Santana do Livramento, São Luiz Gonzaga, Arroio Grande, Julio de Castilhos, Lagoa Vermelha, Charqueadas, Hulha Negra, Pontão, Gramado dos Loureiros, Encruzilhada do Sul e Viamão.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Formato: RMVB
Duração: 16 min
Tamanho: 87 MB
Filme mudo, sem legendas
Servidor: Rapidshare
Créditos: F.A.R.R.A - dylan dog
LINK: http://rapidshare.com/files/88935645/Un_Chien_Andalou_-_Bunuel_Luis__1929_.rar.html
Direção: Luis Buñuel
Roteiro: Luis Buñuel, Salvador Dalí
Elenco: Simone Mareuil, Pierre Batcheff
Música: Richard Wagner
Roteiro: http://www.pco.org.br/livraria/programacao/ciclobunuel/roteiro.htm?target=
John Coltrane Quartet - Ballads (1962)
Faixas:
1. Say It (Over and Over Again)
2. You Don't Know What Love Is
3. Too Young to Go Steady
4. All or Nothing at All
5. I Wish I Knew
6. What's New?
7. It's Easy to Remember
8. Nancy (With the Laughing Face)
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quarta-feira, 7 de maio de 2008
A FOME INFAME
Transnacionais de alimentos lucram com aumento da fome
A fome no mundo é a nova grande fonte de lucros do grande capital financeiro e os lucros aumentam na mesma proporção que a fome. Nos últimos meses, os meses do aumento da fome, os lucros da maior empresa de sementes e de cereais aumentaram 83%. Ou seja, a fome de lucros da Cargill alimenta-se da fome de milhões de seres humanos. A análise é de Boaventura de Sousa Santos.
Tendo prometido erradicar a fome do mundo no espaço de vinte anos, confrontamo-nos hoje com uma situação pior do que a que existia há quarenta anos. Cerca de um sexto da humanidade passa fome; segundo o Banco Mundial, 33 países estão à beira de uma crise alimentar grave; mesmo nos países mais desenvolvidos os bancos alimentares estão a perder as suas reservas; e voltaram as revoltas da fome que em alguns países já causaram mortes. Entretanto, a ajuda alimentar da ONU está hoje a comprar a 780 dólares a tonelada de alimentos que no passado mês de março comprava a 460 dólares.
A opinião pública está a ser sistematicamente desinformada sobre esta matéria para que se não dê conta do que se está a passar. É que o que se está a passar é explosivo e pode ser resumido do seguinte modo: a fome do mundo é a nova grande fonte de lucros do grande capital financeiro e os lucros aumentam na mesma proporção que a fome.
A fome no mundo não é um fenômeno novo. Ficaram famosas na Europa as revoltas da fome (com o saque dos comerciantes e a imposição da distribuição gratuita do pão) desde a Idade Média até ao século XIX. O que é novo na fome do século XXI diz respeito às suas causas e ao modo como as principais são ocultadas. A opinião pública tem sido informada que o surto da fome está ligado à escassez de produtos agrícolas, e que esta se deve às más colheitas provocadas pelo aquecimento global e às alterações climáticas; ao aumento de consumo de cereais na Índia e na China; ao aumento dos custos dos transportes devido à subida do petróleo; à crescente reserva de terra agrícola para produção dos agro-combustíveis.
Todas estas causas têm contribuído para o problema, mas não são suficientes para explicar que o preço da tonelada do arroz tenha triplicado desde o início de 2007. Estes aumentos especulativos, tal como os do preço do petróleo, resultam de o capital financeiro (bancos, fundos de pensões, fundos hedge [de alto risco e rendimento]) ter começado a investir fortemente nos mercados internacionais de produtos agrícolas depois da crise do investimento no sector imobiliário.
Em articulação com as grandes empresas que controlam o mercado de sementes e a distribuição mundial de cereais, o capital financeiro investe no mercado de futuros na expectativa de que os preços continuarão a subir, e, ao fazê-lo, reforça essa expectativa. Quanto mais altos forem os preços, mais fome haverá no mundo, maiores serão os lucros das empresas e os retornos dos investimentos financeiros.
Nos últimos meses, os meses do aumento da fome, os lucros da maior empresa de sementes e de cereais aumentaram 83%. Ou seja, a fome de lucros da Cargill alimenta-se da fome de milhões de seres humanos.
O escândalo do enriquecimento de alguns à custa da fome e subnutrição de milhões já não pode ser disfarçado com as “generosas” ajudas alimentares. Tais ajudas são uma fraude que encobre outra maior: as políticas econômicas neoliberais que há trinta anos têm vindo a forçar os países do terceiro mundo a deixar de produzir os produtos agrícolas necessários para alimentar as suas próprias populações e a concentrar-se em produtos de exportação, com os quais ganharão divisas que lhes permitirão importar produtos agrícolas... dos países mais desenvolvidos.
Quem tenha dúvidas sobre esta fraude que compare a recente “generosidade” dos EUA na ajuda alimentar com o seu consistente voto na ONU contra o direito à alimentação reconhecido por todos os outros países.
O terrorismo foi o primeiro grande aviso de que se não pode impunemente continuar a destruir ou a pilhar a riqueza de alguns países para benefício exclusivo de um pequeno grupo de países mais poderosos. A fome e a revolta que acarreta parece ser o segundo aviso. Para lhes responder eficazmente será preciso pôr termo à globalização neoliberal, tal como a conhecemos.
O capitalismo global tem de voltar a sujeitar-se a regras que não as que ele próprio estabelece para seu benefício. Deve ser exigida uma moratória imediata nas negociações sobre produtos agrícolas em curso na Organização Mundial do Comércio. Os cidadãos têm de começar a privilegiar os mercados locais, recusar nos supermercados os produtos que vêm de longe, exigir do Estado e dos municípios que criem incentivos à produção agrícola local, exigir da União Europeia e das agências nacionais para a segurança alimentar que entendam que a agricultura e a alimentação industriais não são o remédio contra a insegurança alimentar. Bem pelo contrário.
Pola X
Gênero: Drama
Diretor: Leos Carax
Duração: 128 minutos
Ano de Lançamento: 1999
País de Origem: França
Idioma do Áudio: Francês
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0152015/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Tamanho: 704 Mb
Legendas: No torrent
créditos:makingoff - corisco
Elenco:
Guillaume Depardieu, Catherine Deneuve, Katerina Golubeva, Delphine Chuillot, Petruta Catana, Mihaella Silaghi, Laurent Lucas, Patachou
Premiação:
- Prêmio de Melhor Ator para Guillame Depardieu no Festival de Gijón, 1999
- Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, 1999
Curiosidades:
- A palavra "Pola" nasce das iniciais do título francês do romance de Melville - Pierre ou Les Ambiguïtés.
- O X do título representa o número de rascunhos que o roteiro passou até ser finalizado.
Crítica:
Eis um dos casos em que o DVD nos permite a (re)descoberta de uma referência cinematográfica tão chocantemente esquecida ou marginalizada. Tantas vezes usada de forma gratuita e mais ou menos pitoresca, a noção de filme maldito adequa-se a um objecto como Pola X (1999), de Leos Carax. Basta recordar o modo como a sua apresentação no Festival de Cannes (também em 1999) foi acompanhada por um coro de "desilusões", sobretudo da imprensa francesa, ancorado na ideia segundo a qual Carax estaria a renegar a sua condição de "discípulo" tardio da Nova Vaga, afirmada através de filmes como Boy Meets Girl (1984), Mauvais Sang (1986) e, sobretudo, Les Amants du Pont-Neuf (1991).
De facto, Carax não estava à procura de ilustrar nenhum "estatuto". Bem pelo contrário, ao fazer Pola X a partir de um romance publicado em 1852 — Pierre or the Ambiguities, de Herman Melville —, o seu trabalho consiste em algo mais do que a mera "transposição" para o presente: trata-se de colher em Melville as marcas de um drama em que amor e incesto se cruzam num labirinto que, em última instância, nos coloca face a uma fúria de viver sempre enredada com a nitidez da morte.
A história do jovem escritor cuja existência se transfigura com a descoberta de uma meia-irmã que a sua mãe recusa reconhecer evolui, assim, como uma tragédia que, paradoxalmente, nos seduz para as paisagens mais negras (e a oposição entre claridade e escuridão é um vector vital deste filme) da condição humana. Guillaume Depardieu e Catherine Deneuve são alguns dos actores de um filme que sempre enfrentou preconceitos e, em boa verdade, nunca foi visto pelas suas muitas e fascinantes singularidades.
Crítica de João Lopes retirada do site: http://sound--vision.blogspot.com/2008/04/...-de-pola-x.html
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A Bolívia e o separatismo O tempo passa e a América Latina ainda carrega, indelével, a marca da colônia. As elites brancas, por mais que ostentem um verniz de modernidade e cosmopolitismo, quando se vêem confrontadas com a possibilidade de ter o poder reduzido, reagem como reagiam os invasores do final do século XV e início do XVI: com violência, truculência, força bruta. Assim é agora na Bolívia, quando a nova Constituição arrebata dos que sempre sugaram as riquezas do estado para seu bel prazer, parte do poder. |
terça-feira, 6 de maio de 2008
Pedro Westphalen (PP) é preso
por Marco Aurélio Weissheimer - RS Urgente
Rogério Reis dos Santos, assessor do deputado estadual Pedro Westphalen (foto), do PP, e filho do prefeito de Taquari, Renato Baptista dos Santos, também do PP, foi preso quarta-feira, em Taquari, juntamente com outras sete pessoas, acusado de ligação com uma quadrilha envolvida com jogo ilegal, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e sonegação fiscal. Um policial militar e dois policiais civis também foram presos (seus nomes não foram divulgados). Entre os presos, estão também os proprietários de serviços de guinchos, onde foram encontradas máquinas caça-níqueis e material para a montagem desses equipamentos. Duas espingardas e um revólver também foram apreendidos.
Segundo a policia, os serviços de guincho eram usados como fachada para a fabricação de caça-níqueis. O grupo desarticulado seria responsável pela distribuição e gerenciamento de caça-níqueis em Taquari, Tabaí, Montenegro, Triunfo e em outras cidades do Vale do Sinos. Rogério Reis dos Santos foi preso preventivamente e encaminhado para o Presídio Estadual de Lajeado.
Ele é cargo de confiança no gabinete de Pedro Westphalen (foto) desde o dia 26 de dezembro de 2007. Até o final da tarde desta sexta-feira, o deputado ainda não havia se pronunciado sobre a prisão de seu assessor.
O ENCOURAÇADO POTEMKIN - 1925
O Encouraçado Potemkin
(Bronenosets Potyomkin, 1925)
Gênero: Drama/Clássico
Tempo de Duração: 74 minutos
Ano de Lançamento (Rússia): 1925
Estúdio: Goskino / Mosfilm
Direção: Sergei Eisenstein
Roteiro: Nina Agadzhanova e Sergei Eisenstein
Produção: Jacob Bliokh
Música: Edmund Meisel
Fotografia: Vladimir Popov e Eduard Tisse
Direção de Arte: Vasili Rakhals
Edição: Sergei Eisenstein
RMVB Legendado
P/B
Créditos:F.A.R.R.A - Eudes Honorato
Elenco:
Aleksandr Antonov (Vakulinchuk)
Vladimir Barsky (Comandante Golikov)
Grigori Aleksandrov (Oficial Giliarovsky)
Mikhail Gomorov (Marujo)
Ivan Bobrov (Marujo)
Sergei Eisenstein (Cidadão de Odessa)
Julia Eisenstein (Cidadã de Odessa)
Sinopse:
Alguns marinheiros se recusam em comer esta carne, então os oficiais do navio ordenam a execução deles. A tensão aumenta e, gradativamente, a situação sai cada vez mais do controle. Logo depois dos gatilhos serem apertados Vakulinchuk (Aleksandr Antonov), um marinheiro, grita para os soldados e pede para eles pensarem e decidirem se estão com os oficiais ou com os marinheiros. Os soldados hesitam e então abaixam suas armas. Louco de ódio, um oficial tenta agarrar um dos rifles e provoca uma revolta no navio, na qual o marinheiro é morto. Mas isto seria apenas o início de uma grande tragédia.
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