quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Não Existe Um Povo Brasileiro


Mário Maestri*


A cultura, língua, história, tradições, etc. luso-brasileiras não podem e não devem ser tidas como as únicas do Brasil. Isso constitui desrespeito e agressão às outras nacionalidades do país, sobretudo porque, sendo essa nação “um país típico de imigração”, “não existe”, no frigir dos ovos, “um povo brasileiro”, mas um “Estado brasileiro, no qual vivem diversos povos”, descendentes de lusitanos, de alemães, de italianos, de africanos, etc. O Brasil deve “servir de pátria” para “todos os povos” de sua terra.

O Estado brasileiro não deve assegurar privilégios, mas garantir a todas os grupos étnicos que constituem a comunidade nacional, “equivalentes e equiparados” direitos de língua, cultura, escola, etc. O reconhecimento ao ensino da história singular de cada comunidade constitui elemento fundamental, “porque somente então” cada uma delas “se reconhecerá como um fator que faz história, e saberá se libertar da sua posição de inferioridade [...].”

O monopólio político do “luso-brasileiro” deve dar lugar à representação dos diversos grupos étnicos, já “que nada há, neste mundo, que não tenha sido criado pelos homens – e mesmo que no momento pareça solidamente construído – nada há que não possa ser [...] reconstruído pelos mesmos.” “Brasilidade é e somente pode ser o sentimento de profunda união com o solo [...] e a nação brasileira, [...], sem nenhuma tendência de imperialismo étnico por parte de qualquer etnia isolada”, já que o Brasil deve “servir de pátria” “para todas as raças e todos os povos representados no país” e não apenas ao luso-descendente.

Essa proposta de democratização do Brasil, através de sua racialização, ou seja, do reconhecimento dos direitos de expressão, organização e representação singular dos diversos grupos étnicos que integram a comunidade nacional, que sintetizamos, foi apresentada, em Benneckenstein, em 19-22 de março de 1937, no 3º Congresso Anual do Círculo Teuto-Brasileiro de Trabalho de Berlim, na Alemanha nazista. [1]

Destaque-se que esse programa racista procuravam interpretar direitos democráticos efetivamente desrespeitados, sobretudo das comunidades rurais teuto-brasileiras do sul do Brasil, mantidas, mais ou menos, nos cem anos anteriores, com destaque para o período imperial, em inferioridade lingüística, cultural e política, apesar de importante contribuição à sociedade nacional.

A retórica racial nazista enfatizava, corretamente, o monopólio luso-brasileiro, absolutizando as aparências raciais e desconhecendo as essências sociais. Literalmente soterrava o fato de que o monopólio era exercido prioritariamente por classe dominante com luso-ascendência, e não por aquela comunidade como um todo. Essa interpretação racial da realidade social era imprescindível à conquista nazista do direito de representação dos teuto-brasileiros, no contexto de novas instituições nacionais que mantivessem a velha ordem classista, também em relação à comunidade explorada de origem alemã.

A retórica racista encobriu sempre a militância anti-social nazi-fascista. O poder fora entregue pelo capital, na Itália, ao fascismo, em 1922, e na Alemanha, ao nazismo, em 1933, para jugularem o movimento operário que assaltava a ordem capitalista, restaurando hegemonia e dominação fraturadas. No Brasil e no mundo, as propostas de racialização almejavam substituir os interesses comuns dos explorados por identidades fantasmagóricas de etnia, consolidando e não superando a opressão de classe.

O fato de que essa proposta impugnava a construção-consolidação de Estado-nação brasileiro, mesmo sob hegemonia das classes dominantes nacionais, então em fortalecimento, explica o comportamento contraditório dessas últimas, expresso pela ditadura de Getúlio Vargas – simpatia ideológica ao nazi-fascismo e repressão à sua organização e desenvolvimento no Brasil.

O programa de racialização nazi-fascista foi combatido pela política de nacionalização autoritária do Estado Novo [1937-45] e superadas com a derrota do Eixo, em 1945. Sobretudo, foi ultrapassado pela integração das comunidades de descendentes de italiano e alemães e com o fortalecimento do Estado-nação ensejado pelo empuxe nacional-desenvolvimentista. Nos dias atuais, também no Brasil, a mundialização capitalista enseja a retomada das propostas de racialização, como meio de fragilização do movimento social e dos vínculos nacionais dos Estados periféricos.

* Mário Maestri, 59, é historiador e professor do Curso e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF. E-mail: maestri@via-rs.net



IMPRENSA ALTERNATIVA



O Em Tempo é filho das primeiras experiências de imprensa alternativa que lutavam contra a ditadura. Distribuído de carro ou bicicleta pelos próprios colaboradores, em bancas de revistas que aceitassem colocá-lo à venda, o jornal teve circulação nacional, e foi referência para os setores de esquerda que tentavam sobreviver ao regime militar.

CartaMaior

PORTO ALEGRE – Filho da experiência do jornal Movimento e precursor do boletim da Democracia Socialista, corrente do Partido dos Trabalhadores, o jornal Em Tempo marcou época com capas memoráveis e denúncias contra a ditadura. O deputado estadual do Rio Grande do Sul e dirigente petista Raul Pont organizou, na capital gaúcha, um reencontro dos fundadores do jornal na década de 70. “Hoje nós vamos repartir os dividendos dos acionistas do Em Tempo”, comentou Pont, com a lista dos primeiros colaboradores do jornal em mãos.

“Brizola não é mais aquele”. “Gramsci na crista da onda”. “Transas de Roberto Carlos”. “Discutindo o eurocomunismo”. “Mais um operário sofre violência em Minas”. As manchetes do primeiro número do jornal Em Tempo, de 23 de janeiro de 1978, são uma boa bússola do que a esquerda pensava na época e do conteúdo que recheou o jornal nas décadas seguintes.

O Em Tempo é filho das primeiras experiências de imprensa alternativa que demarcavam espaço contra a ditadura. Distribuído de carro ou bicicleta pelos próprios colaboradores, em bancas de revistas que aceitassem colocá-lo à venda, o jornal teve circulação nacional, e foi referência para os setores de esquerda que tentavam sobreviver ao regime militar.

A matéria principal, da mesma primeira edição, intitulada “Racha no poder”, começa assim:

“Transformado pelas circunstâncias numa real dissidência burguesa que claramente contesta os planos de continuísmo no Planalto através da nomeação do general Figueiredo para a Presidência da República, o senador Magalhães Pinto reúne a cada dia que passa um número maior de adesões e já até estabeleceu o seu plano: rachar, numa primeira etapa, a convenção da Arena e em seguida conquistar o apoio do MDB, apresentando-se como o ‘candidato de União Nacional’”.

A ilustração é de Chico Caruso e a matéria segue nas páginas 4 e 5 com “ampla cobertura sobre Magalhães e a conjuntura”.

“A idéia e o projeto do jornal, apesar de oportunos e necessários, não garantiam uma coesão entre os responsáveis por consolidar sucursais, bem como os compromissos decorrentes da sustentação material do projeto. Desde a escolha do nome e a chegada das primeiras edições às ruas, a frente do jornal era um permanente tensionamento. O peso desigual das várias sucursais tornava a disputa editorial e a orientação de cada artigo ou matéria uma disputa de táticas e estratégias entre seus protagonistas”, analisa Pont.

As principais sucursais estavam baseadas em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre e foram as equipes destas capitais que mantiveram o projeto e o engajamento editorial do jornal. Daí, para a contribuição decisiva na defesa da construção do PT foi um pulo, até o jornal se tornar a principal expressão de uma das correntes internas do partido, a Democracia Socialista. Segundo Pont, “a democracia interna, a definição pela perspectiva socialista e a luta e apoio à organização da classe trabalhadora fizeram com que a identificação editorial do Em Tempo com o movimento pró-PT fosse total.

Os primeiros passos do PT determinaram uma coesão mais firme e decidida da linha editorial do jornal. O projeto petista não aglutinava toda a esquerda brasileira, o que fez com que a frente jornalística do Em Tempo sofresse novas defecções e, num determinado momento, o próprio projeto esteve prestes a desaparecer”. A dificuldade de realizar e distribuir um jornal e as divergências políticas de linha editorial foram os grandes motivos para a redução de sucursais e pela troca de periodicidade do jornal, de semanal para mensal.

A história do periódico começa, na verdade, em 1977, com o número zero que seguiu costurando a História com cada matéria. Na edição que circulou entre 20 de fevereiro e 6 de março de 78, “Luta pela Anistia em todos os cantos” é a manchete. “Propondo-se a lutar, em todos os cantos, pela anistia ampla, geral e irrestrita, foi lançado no último dia 14, no Rio de Janeiro, o Comitê Brasileiro Pró-Anistia”.

Logo abaixo, em letras grandes: “Brasileiros no exílio. Existem atualmente cerca de 200 presos políticos no Brasil, além de 12 mil brasileiros exilados (incluindo familiares)".

E ainda: 4.582 cassados e 3.783 aposentados pelo AI-5 e demais atos de exceção”. “Todos de volta até o natal”, é a última frase da capa da publicação. No número 6, a manchete pergunta: “14 anos de regime militar! Até quando?”.

Em maio do mesmo ano, “A grande greve do ABC”, ocupa toda a primeira página do Em Tempo, com fotos de fábricas da região paulista. Em julho, foi publicada a lista de policiais e militares acusados por tortura. A capa acusa: “Presos denunciam 233 torturadores”.

“Foi assim, ainda, na luta pela anistia, no apoio à construção da CUT e na defesa das Diretas Já, as grandes manifestações populares que deram ao PT a vanguarda da luta pela democracia. Estivemos, também, no processo de defesa da Assembléia Constituinte, livre e soberana, como bandeira globalizadora na superação do regime militar, e na denúncia dos limites do Congresso Constituinte. O internacionalismo, bandeira tão cara aos socialistas, sempre encontrou no Em Tempo um veículo para sua difusão”, resume Pont.



Fotos: Eduardo Seidl

E a luta continua...

Gordinhos e despreparados


















As medidas que o governo Yeda anunciou para aumentar o sempre deficiente efetivo da Brigada Militar não passam pela chamada de homens e mulheres concursados e treinados para o policiamento ostensivo. Ao contrário, como bem aponta o experiente jornalista da área policial, Wanderley Soares em sua coluna no jornal O Sul, Yeda optou por gordinhos e despreparados, ou seja, vai chamar 700 PMs aposentados e abrir a possibilidade de contratação de até 1.500 jovens que recém cumpriram o serviço militar. Os aposentados que quiserem voltar à ativa, terão o acréscimo de um salário mínimo regional aos seus proventos e os miliquinhos, por serem temporários, não terão vínculos permanente com a corporação. Os primeiros, por estarem em sua maioria fora de forma, não poderão atuar sozinhos. Os outros, por não terem passado por treinamento específico completo, também não. Por estas razões, convém não formar duplas com um aposentado e um temporário já que o serviço efetivo, a priori, será precário.

Para compensar a debilidade das medidas, Yeda cedeu o Palácio Piratini para que o new-secretário de Segurança Edson Goularte fizesse o anúncio. O evento foi montado com pompa sobre o tema "apresentação de projetos destinados a ampliar o efetivo da Brigada Militar" mas o que se viu foi uma tentativa de transformar em solução o que não passa de um remendo.

Detalhe: coube ao secretário Goularte iniciar a exposição mas logo teve a cena roubada pelo comandante-geral da Brigada, coronel Paulo Roberto Mendes. Certo é que não havia muito para dizer".

Wanderley, que qualificou Mendes como "onipresente", sentenciou: "O clamor da sociedade é por um salto qualificado em toda a estrutura da segurança pública. Digamos que isso não seja possível. Há décadas que esse discurso vem sendo repetido, não obstante seja bem diferente em período eleitoral. Não sendo possível o novo, que seria o salto qualificado, apela-se para os remendos, para as improvisações. Também é possível entender. Só não é possível entender que os remendos, as improvisações, recebam duas ou mais demãos para parecerem coisa nova". Enquanto isso no Presídio Central, no Instituto Psiquiátrico Forense... (Maneco)

Ilustração: Hupper

Kay Lyra - Influência do Jazz (2005)




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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Confissão de um terrorista!

Mahmud Darwish

Ocuparam minha pátria
Expulsaram meu povo
Anularam minha identidade
E me chamaram de terrorista

Confiscaram minha propriedade
Arrancaram meu pomar
Demoliram minha casa
E me chamaram de terrorista

Legislaram leis fascistas
Praticaram odiada apartheid
Destruíram, dividiram, humilharam
E me chamaram de terrorista

Assassinaram minhas alegrias,
Seqüestraram minhas esperanças,
Algemaram meus sonhos,
Quando recusei todas as barbáries

Eles...mataram um terrorista!

Créditos: Bourdoukan

"ELES VIVEM"

SERÃO OS NEOLIBERAIS ALIENS?

"Eles Vivem" figura entre os trabalhos mais inspirados do diretor John Carpenter e vai agradar qualquer um que goste de ficção científica e de filmes engajados politicamente.

- por André Lux, crítico-spam

"Eles Vivem" é um dos melhores filmes que o diretor John Carpenter produziu até hoje. O roteiro, escrito pelo próprio Carpenter (sob pseudônimo) baseado num conto de Ray Nelson, é bastante engenhoso e tira máximo proveito de todas as situações inusitadas providas pela trama sempre interessante e pertinente.

Operário desempregado (o lutador Roddy Piper, canastrão perfeito para o papel) descobre uma conspiração alienígena para dominar a mente de todos os humanos por meio de mensagens subliminares escondidas em sinais de TV. Tudo para transformar a Terra num planeta quente e poluído, habitat perfeito para eles. E ainda contam com a ajuda de vários humanos, que trocam a sobrevivência da espécie por dinheiro...

O que torna o filme ainda mais saboroso é a maneira pela qual ele toma conhecimento desse terrível fato: óculos escuros que, ao serem usados, deixam tudo preto-e-branco e o fazem "ver" o que realmente está acontecendo no mundo. Suas primeiras surpresas vêm quando olha para os outdoors só para ver, ao invés dos anúncios normais, palavras como "consuma", "assista TV" "não pense" ou "obedeça". Em seguida olha para uma nota de um dólar a qual, vista pelos óculos, diz "esse é o seu deus".

E não é só isso: ao olhar para algumas pessoas enquanto está sob efeito dos óculos, o protagonista vê a verdadeira natureza dos alienígenas que se escondem sob uma fachada humana também graças ao mesmo sinal subliminar. Garanto que depois de ver "Eles Vivem", você nunca mais vai se achar louco ao perguntar se tipos como Donald Trump, Daniel Dantas, a dona da Daslu ou outra figura bisonha da nossa dita "elite" não seriam de outro planeta, tamanho o grau de insensibilidade e desumanização que demonstram...

"Permaneça Adormecido" e "Obedeça". Não é a Veja?


Será Roberto Justus um alien malvado também?



"Grana é seu deus". Parece título de editorial da Folha



Depois da Daslu, nada como comprar uns comes e bebes...

Carpenter imprime à sua obra um alto teor de ironia e também uma crítica escancarada ao modelo neoliberal e à mídia que o sustenta que continua bastante atual e relevante - mesmo o filme sendo de 1988, época em que o "consenso de Washington" era enfiado goela abaixo dos governos do mundo inteiro e cujos resultados catastróficos já conhecemos bem.
Brincando com o famoso livro "Eram os Deuses Astronautas?", o filme poderia muito bem se chamar "Serão os Neoliberais Aliens?". Essa abordagem político-social aproxima "Eles Vivem" de outra interessante obra de ficção científica que também deveria provocar o mesmo tipo de reflexão nas pessoas: "Matrix", dos irmãos Wachowsky.

A famosa criatividade do diretor atinge neste filme seu ponto máximo. Suas idéias para cortar os custos da produção são brilhantes e só atuam em favor da trama, sem nunca deixar o filme muito falso ou mesmo excessivamente tosco. O fato de as cenas com efeitos especiais serem filmadas em preto e branco, um evidente recurso para gerar economia, apenas aumenta a sensação de estranheza, garante boas risadas e também algum suspense, principalmente no segundo ato durante o qual o protagonista vai ter que tentar convencer outras pessoas sobre a "verdade" que os cerca.

Temos aí uma das mais divertidas e inacreditáveis cenas do filme, exatamente quando ele tenta fazer outro operário (o ótimo Keith David, que já havia trabalhado com Carpenter em "O Enigma de Outro Mundo") a usar seus óculos. Como ele recusa, só resta aos dois saírem na porrada em uma seqüência de troca de "gentilezas" que dura vários minutos e termina de forma extremamente cômica!

Dentro de sua carreira repleta de altos e baixos, "Eles Vivem" certamente figura entre os trabalhos mais inspirados do diretor John Carpenter, que sabe como poucos tirar proveito máximo do formato widescreen, e vai agradar qualquer um que goste de ficção científica e de filmes engajados politicamente. Veja, reflita e divirta-se!

Infelizmente, esse filme não existe em DVD no Brasil. O jeito é procurar uma velha fita VHS ou então tentar baixar pela internet.

Encontramos links para esse filme no sitio do F.A.R.R.A - Eudes Honorato

Formato: rmvb
Áudio: Inglês
Legendas: Português/BR
Duração: 93 min.
Tamanho: 292 MB
Dividido em 04 Partes
Servidor: Rapidshare


NOVOS LINKS (REUPADOS)Por Eudes Honorato
Senha para descompactar: http://farra.clickforuns.net
 

http://rapidshare.com/files/215898929/FAREGTHEY_FORUM_FARRA_up_by_Eudes.part1.rar
http://rapidshare.com/files/215911752/FAREGTHEY_FORUM_FARRA_up_by_Eudes.part2.rar
http://rapidshare.com/files/215912239/FAREGTHEY_FORUM_FARRA_up_by_Eudes.part3.rar




terça-feira, 12 de agosto de 2008

Professores gaúchos paralisam sexta-feira em defesa do piso salarial nacional do magistério


Professores e funcionários das escolas estaduais do Rio Grande do Sul paralisarão suas atividades por 24 horas na sexta-feira (15) e realizarão um ato em Porto Alegre, em defesa da implementação do Piso Salarial Nacional do Magistério. A concentração inicia às 13 horas em frente ao CPERS/Sindicato (Avenida Alberto Bins, 480). Uma hora depois, professores e funcionários caminharão até o Palácio Piratini. Segundo o CPERS, a suspensão do trabalho por um dia é uma resposta dos trabalhadores em educação contra a articulação do governo estadual contra itens do piso nacional do magistério sancionado no último dia 16 de junho. Professores das redes municipais de ensino também deverão participar da manifestação organizada pelo CPERS. O Conselho Geral do sindicato também aprovou a realização de audiências públicas nas Câmaras de Vereadores para avaliar a repercussão do piso. As audiências serão organizadas pelos 42 núcleos do sindicato distribuídos pelo estado.

Darwish, poeta Palestino


Morre Darwish, poeta da Palestina

(Al-Jazeera, 9/8/2008, em http://english.aljazeera.net/news/middleeast/2008/08/200889171240520492.html

Mahmoud Darwish morreu durante cirurgia cardíaca, no Hospital Memorial Hermann, no Texas. Ann Brimberry, porta-voz do hospital, informou aos jornalistas da rede Al Jazeera, que Darwish morreu às 13h35pm (18h35 GMT).

Siham Daoud, poeta e amiga de Darwish, 67, informou que o poeta deixara instruções expressas para não ser ressuscitado, caso a cirurgia não fosse bem-sucedida. Contou que Darwish chegara há 10 dias aos EUA para a cirurgia, e que já passara por duas operações cardíacas anteriores.
Conhecido em todo o mundo por seu empenho a favor da independência da Palestina, com longa experiência de exilado e de militante político, Darwish era crítico incansável da política de Israel e da ocupação da Palestina.


Muitos de seus poemas foram musicados - o mais conhecido destes é "Rita, aves da Galiléia" e "Sonho com o pão de minha mãe", que se tornaram hinos de resistência para pelo menos duas gerações de árabes.

"Ele manifestava a pulsação dos palestinenses, em bela poesia. Era um espelho da sociedade palestinense", disse Ali Qleibo, antropólogo palestinense, e conferencista de Estudos Culturais da Universidade Al Quds, em Jerusalém.

Ano passado, Darwish declamou um poema de protesto contra a luta entre os grupos Hamás e Fatah. Para ele, esta disputa seria "suicídio em público, pelas ruas."

Darwish nasceu na vila de Barweh, na Galiléia, uma das vilas que foi arrasada na guerra de 1948, para o estabelecimento do Estado de Israel. Alistou-se no Partido Comunista de Israel logo depois do ginásio, e começou a publicar versos em publicações políticas de esquerda.

Foi preso (prisão doméstica e depois foi encarcerado) por atividades políticas; depois de libertado trabalhou como editor do jornal Ittihad, que deixou, em 1971, para estudar na União Soviética.

Originalmente membro da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Darwish desligou-se em 1993, em protesto contra os acordos de paz assinados por Arafat, com o governo de Israel.
Como jornalista, trabalhou no jornal al-Ahram no Cairo; mais tarde, foi diretor do Centro de Pesquisa Palestinense.


Em 2000, Yossi Sarid, ministro da Educação de Israel, sugeriu que se incluíssem alguns dos poemas de Darwish no currículo escolar das escolas secundárias israelenses. Ehud Barak, primeiro-ministro, impediu que o projeto fosse levado adiante, dizendo que Israel ainda não estaria preparada para a divulgação de tais idéias pelo sistema escolar.

Em 2001, Darwish recebeu o Prêmio Lannan, por sua luta pela liberdade cultural.
Leaves of Olives foi publicado em 1964; Darwish tinha 22 anos. Desde então, já se publicaram mais de vinte volumes de sua poesia.

O povo boliviano disse SIM!!!

Evo fica!

Ontem, às 20h30 min o presidente Evo Morales, acompanhado de seu vice, Álvaro Linera, falou ao povo que se aglomerava na Praça Murillo, desde o balcão do Palácio Queimado. Comemorou com as gentes a continuidade do seu mandato, respaldado por maioria massiva da população boliviana, mais de 63%. Em meio a bandeiras da Bolívia e do Tahuantinsuyo, os bolivianos saudaram o presidente que prometou dar seguimento ao projeto de mudanças e de nacionalizações iniciado com seu governo. "Vamos seguir com as nacionalizações e manter a Bolívia unida", insistiu.

Os resultados finais só serão conhecidos na quinta feira, mas os primeiros números de boca de urna ratificam nos seus cargos o Presidente Evo Morales e o seu vice com 63% de votos a favor, segundo cálculos que publicou a TV Bolívia em um boletim informativo.

De manter-se esta tendência a dupla Morales-Linera teria obtido mais de sete pontos percentuais dos 53,7% que precisavam, já que esta foi a votação na eleição presidencial de dezembro de 2005.

Nos resultados de boca de urna da revogatória dos prefeitos, José Luis Paredes, prefeito opositor de La Paz (oeste), foi revogado por um 60% dos votos pelo Não, contra um 40% dos sufrágios pelo Sim.

Manfred Reyes, prefeito opositor de Cochabamba (centro), foi revogado do seu cargo, por uma votação do 40% pelo Sim contra um 60% pelo Não.

Mários Cóssio, prefeito de Tarija (sul) obteve um 65% de votos pelo Sim, contra um 35% de votos pelo Não na consulta popular, que o ratificam no cargo.

Mário Virreira, prefeito de Potosí (sul), obteve 77% pelo Sim, e 33% pelo Não, o qual o ratifica no mandato como governante deste departamento.

Ernesto Suárez, prefeito de Beni (norte), obteve 72% por cento pelo Sim, e 28% pelo Não, o qual ratifica no seu mandato como governante deste departamento.

Leopoldo Fernández, prefeito de Pando (norte), obteve um 59% dos votos pelo Sim contra um 41% pelo Não, também ratificado em seu cargo.

Ruben Costas, prefeito de Santa Cruz (leste), foi ratificado em seu cargo, por uma votação do 79% pelo Sim, contra um 21% pelo Não.

Alberto Aguilar, prefeito de Oruro (sul-oeste), do oficialista partido Movimento al Socialismo (MAS), obteve um 42% dos votos pelo Sim contra um 50% pelo Não, o qual revoga seu mandato.