domingo, 31 de agosto de 2008

jornalista de esgoto é punido.....


JUSTIÇA CRIMINAL DE SP CONDENA MAINARDI

José Rubens Machado de Campos, advogado de Paulo Henrique Amorim, acaba de informar: “A 13ª. Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo deu provimento à apelação de Paulo Henrique Amorim para condenar Diogo Mainardi como incurso nas penas dos crimes de difamação e injúria como capitulados nos artigos 139 e 140 do Código Penal, em razão dos ataques e ofensas contidos em artigo intitulado ‘A Voz do PT’, da revista 'Veja', de 6 de setembro de 2006, acolhendo parecer do Ministério Público em segunda instância e a sustentação feita pela ilustre Procuradora Marilisa Germano Bortolin. O desembargador relator Miguel Marques e Silva acatou o apelo e foi acompanhado pelos demais desembargadores Sanjuan França e França Carvalho.”

A pena é de 3 meses e 15 dias de detenção e pagamento de 11 dias de multa, ou substituição da pena privativa de direitos por três salários mínimos, como incurso nos artigos 139 e 140 do Código Penal. Com isso, Diogo Mainardi perde a primariedade, o que significa que, se for condenado de novo, poderá ir preso. Cabe recurso ao STJ.

O Tribunal de Justiça de São Paulo, em segunda instância, em 6 de agosto de 2008, condenou Diogo Mainardi e a Editora Abril, editora da revista “Veja”, a pagar 500 salários mínimos a Paulo Henrique Amorim, por danos morais.

Leia no sitio de Paulo Amorim o parecer do Procurador de Justiça Carlos Eduardo de Athayde Buono, que foi referendado pela Procuradora Marilisa Germano Bortolin e acolhido pelos Desembargadores da 13ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo.

OS LIMITES DO CRESCIMENTO



Decréscimo ou desconstrução da economia

Em 1972, um estudo do Clube de Roma apontou, pela primeira vez, “Os limites do crescimento”. Quatro décadas depois, a destruição das florestas, a degradação ambiental e a poluição aumentaram de forma vertiginosa, gerando o aquecimento do planeta pelas emissões de gases causadores do efeito estufa. A solução para esse grave problema é mais crescimento? A análise é de Enrique Leff.

MÉXICO (Terramérica) - Os anos 60 convulsionaram a idéia do progresso. Depois da explosão populacional, soou o alarme ecológico. Foram questionados os pilares ideológicos da civilização ocidental: a supremacia e o direito do homem de explorar a natureza e o mito do crescimento econômico ilimitado. Pela primeira vez, desde que o Ocidente abriu a história da modernidade, guiada pelos ideais da liberdade e do iluminismo da razão, questionou-se o princípio do progresso impulsionado pela potência da ciência e da tecnologia, que logo se converteram nas mais servis e servíveis ferramentas do acúmulo de capital.

A bioeconomia e a economia ecológica propuseram a relação entre o processo econômico e a degradação da natureza, o imperativo de internalizar os custos ecológicos e a necessidade de agregar contrapesos distributivos aos mecanismos do mercado. Em 1972, um estudo do Clube de Roma apontou, pela primeira vez, “Os limites do crescimento”. Dali surgiram as propostas do “crescimento zero” de uma “economia de estado estacionária”.

Quatro décadas depois, a destruição das florestas, a degradação ambiental e a poluição aumentaram de forma vertiginosa, gerando o aquecimento do planeta pelas emissões de gases causadores do efeito estufa e pelas inelutáveis leis da termodinâmica, que desencadearam a morte entrópica do planeta. Os antídotos produzidos pelo pensamento crítico e a inventiva tecnológica resultaram ser pouco digeríveis pelo sistema econômico. O desenvolvimento sustentável se mostra pouco duradouro, porque não é ecologicamente sustentável!

Hoje, diante do fracasso dos esforços para deter o aquecimento global (o Protocolo de Kyoto havia estabelecido a necessidade de reduzir gases causadores do efeito estufa ao nível de 1990), surge novamente a consciência dos limites do crescimento e a chamada ao decrescimento. Embora Lewis Mumford, Ivan Illich e Ernst Schumacher voltem a ser evocados por sua crítica à tecnologia e seu elogio “do pequeno”, o decrescimento se apresenta diante do fracasso do propósito de desmaterializar a produção, o projeto impulsionado pelo Instituto Wuppertal que pretendia reduzir em quatro, e até dez vezes, os insumos da natureza por unidade de produto.

Ressurge, assim, o fato indiscutível de que o processo econômico globalizado é insustentável. A ecoeficiência não resolve o problema de um mundo de recursos finitos em perpétuo crescimento, porque a degradação entrópica é irreversível. A aposta pelo decrescimento não é apenas uma moral crítica e reativa, uma resistência a um poder opressivo, destrutivo, desigual e injusto; não é uma manifestação de crenças, gostos e estilos alternativos de vida; não é um simples decrescimento, mas uma tomada de consciência sobre um processo que se instaurou no coração do mundo moderno, que atenta contra a vida do planeta e a qualidade da vida humana.

O chamado para decrescer não deve ser um simples recurso retórico para dar vôo à critica do modelo econômico imperante. Deter o crescimento dos países mais opulentos, mas continuar estimulando o dos mais pobres ou menos “desenvolvidos” é uma saída falsa. Os gigantes da Ásia despertaram para a modernidade; apenas China e Índia estão alcançando e ultrapassando as emissões de gases causadores do efeito estufa produzidas pelos Estados Unidos. A eles se somariam os efeitos conjugados dos países de menor grau de desenvolvimento levados pela racionalidade econômica hegemônica.

Decrescer não implica apenas em desacelerar ou se desvincular da economia. Não equivale a desmaterializar a produção, porque isso não evitaria que a economia em crescimento continuasse consumindo e transformando natureza até ultrapassar os limites de sustentabilidade. A abstinência e a frugalidade de alguns consumidores responsáveis não desativam a mania de crescimento instaurada na raiz e na alma da racionalidade econômica, que contém um impulso ao acúmulo do capital, às economias de escala, à aglomeração urbana, à globalização do mercado e à concentração da riqueza.

Saltar do trem andando não conduz diretamente a desandar o caminho. Para decrescer não basta baixar da roda da fortuna da economia. As excrescência do crescimento, o pus que brota da pele gangrenada da Terra, ao ser drenada a seiva da vida pela esclerose do conhecimento e a reclusão do pensamento, não se retroalimenta no corpo enfermo do planeta. Não se trata de reabsorver seus dejetos, mas de extirpar o tumor maligno. A cirrose que corrói a economia não será curada com a injeção de mais álcool na máquina de combustão dos carros, das indústrias e dos lares. Além da rejeição à mercantilização da natureza, é preciso desconstruir a economia realmente existente e construir outra economia, baseada em uma racionalidade ambiental.

* O autor é ambientalista, escritor e ex-coordenador da Rede de Formação Ambiental para a América Latina e o Caribe do Pnuma.

Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.



(Envolverde/Terramérica)

sábado, 30 de agosto de 2008

Sabicas- Arabian dance

Sabicas with Joe Beck - Rock Encounter - 1966

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Inca Song(5:15)
Joe's Tune(3:49)
Zambra(4:02)
Zapateado(9:38)
Handclaps(0:31)
Flamenco Rock(6:13)
Bulerias(7:25)
Farruca(4:45)

Sabicas - Guitarra Española
Joe Beck - Guitarra Eléctrica
Tony Levin (Peter Gabriel, King Crimson,...) - Bajo Eléctrico
Donald McDonald - Batería
Warren Bernhardt - Teclados

Créditos: looloblog

Un disco Singular sin duda, fusión de flamenco, rock y jazz grabado en EEUU en el año 1966 y con músicos de primera línea, una joya para cualquier colección.
Espero que lo disfrutes.
Salud.


Sabicas:
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Joe Beck:
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Ken Burns Jazz: The Story of America's Music ( 5 CD soundtrack to documentary series)



Disco 1
01-Louis Armstrong & His Orchestra - Star Dust [1931]
02-Creepin' in My Room0 - Mississippi - Soon One Mornin' (Death Come A-Creepin' In My Room) [1959]
03-Lieut. Jim Europe's 369th Infantry (Hell Fighters) Band - Memphis Blues [1919]
04-The Original Dixieland Jazz Band - Livery Stable Blues [1917]
05-James P. Johnson - Charleston [1925]
06-King Oliver's Creole Jazz Band - Chimes Blues [1923]
07-Bessie Smith - Back Water Blues [1927]
08-Jelly Roll Morton - The Pearls [1926]
09-Jelly Roll Morton's Red Hot Peppers - Dead Man Blues [1926]
10-Clarence Williams's Blue Five - Wild Cat Blues [1923]
11-Clarence Williams's Blue Five - Cake Walkin' Babies (From Home) [1925]
12-Fletcher Henderson & His Orchestra - Sugar Foot Stomp [1925]
13-Louis Armstrong & His Hot Five - Heebie Jeebies [1926]
14-Louis Armstrong & His Hot Seven - Potato Head Blues [1927]
15-Louis Armstrong & His Hot Five - West End Blues [1928]
16-Duke Ellington & His Orchestra - The Mooche [1928]
17-Oo - Duke Ellington & His Washingtonians - East St. Louis Toodle-OO [1926]
18-Duke Ellington & His Orchestra - Black Beauty [1928]
19-The Jungle Band - Mood Indigo [1930]
20-Paul Whiteman & His Orchestra featuring Bix Beiderbecke - There Ain't No Sweet Man (Worth The Salt Of My Tears) [1928]
21-Frankie Trumbauer & His Orchestra featuring Bix Beiderbecke - Singin' The Blues [1927]
22-Frankie Trumbauer & His Orchestra featuring Bix Beiderbecke - Riverboat Shuffle [1927]
23-Fletcher Henderson & His Orchestra - Hotter Than 'Ell [1934]
24-Ethel Waters - I Got Rhythm [1930]

Disco 2
01-Duke Ellington & His Orchestra - It Don't Mean A Thing (If It Ain't Got That Swing) [1932]
02-Duke Ellington & His Orchestra - Echoes Of Harlem [1936]
03-Benny Moten's Kansas City Orchestra - Moten Swing [1932]
04-Louis Armstrong & His Orchestra - St. Louis Blues [1929]
05-Louis Armstrong & His Orchestra - Ain't Misbehavin' [1929]
06-Jimmie Lunceford & His Orchestra - For Dancers Only [1937]
07-Benny goodman & His Orchestra - King Porter Stomp [1935]
08-The Benny Goodman Sextet - Rose Room [1939]
09-Benny Goodman Sextet - Sing, Sing, Sing (With A Swing) [1937]
10-Count Basie & His Orchestra - Jumpin' At The Woodside [1938]
11-Count Basie & His Orchestra - Sent For You Yesterday And Here You Come Today [1938]
12-Count Basie's Kansas City Seven - Lester Leaps In [1939]
13-Jones-Smith Incorporated - Oh, Lady, Be Good! [1936]
14-Billie Holiday & Her Orchestra - Without Your Love [1937]
15-Billie Holiday - Strange Fruit [1939]
16-Billie Holiday with Eddie Heywood & His Orchestra - God Bless The Child [1941]
17-Art Tatum - Three Little Words [1944]
18-Pete Johnson & Big Joe Turner - Rebecca [1944]
19-Chick Webb & His Orchestra - Harlem Congo [1937]
20-Tisket, A-Tasket - Chick Webb & His Orchestra featuring Ella Fitzgerald - A-Tisket A-Tasket [1938]
21-Django Reinhardt & Le Quartet du Hot Club de France - Shine [1936]
22-Noble Sissle & His Orchestra - Dear Old Southland [1937]

Disco 3
01-Coleman Hawkins - Body And Soul [1939]
02-Duke Ellington & His Orchestra - Cotton Tail [1940]
03-Duke Ellington & His Orchestra - Take The ''A'' Train [1941]
04-Artie Shaw & His Orchestra - Begin The Beguine [1938]
05-Glenn Miller & His Orchestra - In The Mood [1939]
06-Tommy Dorsey & His Orchestra - Well, Git It! [1942]
07-Billie Holiday with Eddie Heywood & His Orchestra - Solitude [1941]
08-Gene Krupa & His Orchestra - Drum Boogie [1941]
09-Dizzy Gillespie & His All Star Quintet - Salt Peanuts [1945]
10-Dizzy Gillespie Sextet - Groovin' High [1945]
11-ko - Charlie Parker's Re-Boppers - Ko-Ko [1945]
12-Charlie Parker Quintet - Scrapple From The Apple [1947]
13-Charlie Parker Quintet - Embraceable You [1947]
14-Bud Powell Trio - Get Happy [1950]
15-Thelonious Monk - Epistrophy [1948]
16-Thelonious Monk - Straight, No Chaser [1951]
17-Dizzy Gillespie & His Orchestra - Manteca [1947]
18-Miles Davis Nonet - Moon Dreams [1950]
19-Charlie Parker - Just Friends [1949]
20-Louis Armstrong - Rockin' Chair [1947]
21-Sarah Vaughan & Her Trio - They Can't Take That Away From Me [1954]
22-Chet Baker & Gerry Mulligan - Walkin' Shoes [1952]
23-Billie Holiday - Fine And Mellow [1957]

Disco 4
01-Horace Silver & The Jazz Messengers - Doodlin' [1954]
02-Clifford Brown & Max Roach - I Get A Kick Out Of You [1954]
03-Sonny Rollins - St. Thomas [1956]
04-The Modern Jazz Quartet - Django [1954]
05-The Dave Brubeck Quartet - Take Five [1959]
06-Miles Davis Sextet - So What [1959]
07-John Coltrane - Giant Steps [1959]
08-Cecil Taylor Trio - Rick Kick Shaw [1955]
09-Ornette Coleman - Chronology [1959]
10-Charles Mingus - Original Faubus Fables [1960]
11-John Coltrane Quartet - Acknowledgment (From A Love Supreme) [1964]

Disco 5
01-Louis Armstrong - Hello, Dolly! [1963 and 1964]
02-Stan Getz & Charlie Byrd - Desafinado [1962]
03-Duke Ellington & John Coltrane - In A Sentimental Mood [1962]
04-Duke Ellington & His Orchestra - Tourist Point Of View [1966]
05-The Miles Davis Quintet - E.S.P. [1965]
06-Miles Davis - Spanish Key (Single Version) [1969]
07-Weather Report - Birdland [1977]
08-Grover Washington, Jr - Mister Magic [1974]
09-Herbie Hancock - Rockit [1983]
10-M.C. Solaar & Ron Carter - Un Ange En Danger [1994]
11-Dexter Gordon - Tanya [1978]
12-Wynton Marsalis - Soon All Will Know [1986]
13-Cassandra Wilson - Death Letter [1995]
14-The Lincoln Center Jazz Orchestra - Take The ''A'' Train [1992]
Downloads abaixo:(links deletados, aguardem novos links)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Grupo Somos denuncia descaso da prefeitura com combate à AIDS em Porto Alegre












A Prefeitura de Porto Alegre não comprou uma só camisinha em 2008, descumprindo o acordo feito com os governos federal e estadual e deixando a população sem insumos básicos de prevenção à Aids. Além disso, estão faltando medicamentos nos postos de saúde para enfrentar efeitos colaterais dos antiretrovirais e outros básicos, de responsabilidade do município.

A denúncia foi feita ontem (26) pelo coordenador do grupo Somos - Comunicação, Saúde e Sexualidade, Gustavo Bernardes (foto), durante reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Gustavo Bernardes também denunciou que os recursos do Plano de Ações e Metas (PAM), destinados ao atendimento de pacientes com HIV/Aids da capital gaúcha, teriam sido utilizados para o pagamento de funcionários do Hospital Vila Nova.

O Hospital Vila Nova mantém convênio com a prefeitura, disponbilizando 40 leitos para atendimento de pacientes soropositivos. Bernardes informou que a denúncia foi formalizada ao Ministério Público e que o Conselho Municipal de Saúde (CMS) havia dado parecer contrário ao uso dos recursos no Vila Nova. “O Executivo alegou que os recursos do governo federal estavam parados. O Município deveria utilizar esses recursos federais aos pacientes com HIV/Aids e ainda complementá-los com verbas municipais”. Ainda segundo o coordenador do Somos, Porto Alegre registrou 14.701 casos de pessoas contaminadas pelo vírus HIV em 2006. Bernardes reclamou da falta de distribuição gratuita de preservativos pela Secretaria Municipal de Saúde. “O governo licitou a compra apenas depois que os preservativos tinham se esgotado para distribuição. Os 1,140 milhão de camisinhas que a prefeitura teria de ter comprado estão prometidas apenas para dezembro”.

O Somos também protestou contra a ausência de campanhas educativas de prevenção à Aids na Capital, e informou que o número de funcionários na Coordenação da Política Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)/Aids da SMS teria diminuído de 18 para apenas três. Além disso, os programas de planejamento familiar excluem gays, lésbicas, transexuais e pessoas que não desejam ter filhos. A coordenadora da Política Municipal de DST/Aids, Miriam Weber, admitiu que os recursos são escassos para o atendimento aos pacientes e elogiou a atuação histórica dos movimentos sociais em favor dos portadores do vírus HIV em Porto Alegre. Ela confirmou a diminuição no número de profissionais de saúde na Coordenação ao longo dos anos e destacou que Porto Alegre tem sido, desde o início da epidemia, a terceira capital brasileira em número de casos de Aids no país. As informações são do blog do Somos.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Plantação de eucaliptos deixa riachos secos no Uruguai


Lúcio Vaz - Correio Brazielense

Mercedes e Fray Bentos (Uruguai) – A invasão dos pampas pelos maciços de eucaliptos começou pelo Uruguai, onde atuam as multinacionais Botnia (finlandesa) e Ence (espanhola). O país conta com pelo menos 700 mil hectares ocupados com florestas de eucaliptos. A Ence ainda está implantando sua base florestal, mas a fábrica de celulose da Botnia, em Fray Bentos, na fronteira com a Argentina, já está em operação. Com investimentos de US$ 1,1 bilhão, vai produzir 1 milhão de toneladas de celulose por ano. Os espanhóis vão produzir a metade disso. O governo e os empresários locais saúdam a nova frente econômica, como acontece no Rio Grande do Sul, mas os efeitos dos “desertos verdes” de eucaliptos já são sentidos por agricultores na região de Mercedes, no departamento de Durazno.

O Movimento de Agricultores Rurais de Mercedes, que reúne cerca de 150 produtores, já negocia com o governo uma pauta de reivindicações, onde exigem que nenhum eucalipto mais seja plantado, a desativação da fábrica de celulose, a solução dos problemas de água nas terras dos vizinhos das florestas e a revisão da legislação ambiental, que não impõem limites nem restrições à atuação das multinacionais do setor. O Correio esteve em contato com agricultores e pecuaristas no distrito de Cerro Alegre na semana passada. As florestas locais são mais adensadas do que no Brasil, com maciços bem mais extensos. Encontramos pilhas de toras de eucaliptos que se entendiam por até um quilômetro.

A região sofre com a falta de água. Mesmo proprietários rurais que arrendaram terras para as multinacionais pressionam o governo para resolver o problema, mas não falam abertamente sobre o assunto. Dezenas de agricultores já deixaram a localidade, ou porque venderam suas terras ou porque não conseguem mais uma boa produtividade. A despesa com a operação de bombas d’água encarece o custo de produção. A escola mantida pela intendência de Mercedes contava com 60 alunos há poucos anos. Hoje, não passam de 20. Encontramos várias casas abandonadas perto da estrada que margeia as florestas da Florestal Oriental e da Eu Flores, que abastecem as multinacionais.

Falta de água
O pequeno produtor Humberto Mesquita, de 77 anos, luta para manter as cem cabeças de gado que cria em 75 hectares. Neste ano, também plantou soja, mas a lavoura está praticamente perdida: “Não vale nada. Há muita falta de água. Todos dizem que é por causa dos eucaliptos. Não chove desde dezembro, mas até o ano passado eu conseguia água”, comenta o produtor, mostrando a floresta na linha do horizonte. Ele indica o nome de outro produtor, “meia légua adiante (cerca de três quilômetros)”, que teria mais informações sobre a escassez de água.

Chegamos em três casas abandonadas antes de descobrir a propriedade indicada. Mas o agricultor não quer falar. Arrendou parte da sua terra para as pepeleiras. Indica o nome de Vitor Riva, distante mais alguns quilômetros. Nos perdemos nas estreitas e empoeiradas estradas de terra batida. Mas logo aparece a sua chácara. Riva afirma que as florestas foram plantadas em 1987: “Em 1994 começou a escassez de água. Secaram as canhadas (vale entre duas coxilhas, ou colinas), os banhados, os riachuelos (riachos). Pedimos ao governo que não florestem mais. Secaram todos os poços. Só alcançamos água em poços com profundidade de 48 metros”.

Apesar das dificuldades, a colheita de abóboras foi boa. Mas Riva tem outras preocupações. “As florestas trouxeram muitas pragas, como a chara (cobra cruzeira) e o zorro (um canino selvagem), que come os cordeiros”, conta. Ele também teme pelo futuro: “A terra fica inutilizada com os eucaliptos”. Ele não tem esperanças de conseguir ajuda dos políticos: “Estão todos a favor. Quando chegam ao governo, se juntam todos”. Mas ele esclarece que o principal líder do movimento é Washington Lockhart, que mora ao lado de uma floresta.

Aridez
Formado como técnico agropecuário, Lockhart optou pela vida no campo. Vive na sua chácara há 33 anos. A poucos metros da sua casa se estende um maciço de eucaliptos. “Eu conheço isso aqui antes e depois da chegada das florestas. Em 1994, começaram a secar os poços. Secava um e eu fazia outro. Fiz quatro poços. O primeiro dava água a 10 metros. O último tem 46 metros de profundidade. Tinha três metros de água. Agora, só a metade”, relata. Ele nos acompanha até uma baixada, onde antes havia um banhado. O chão está esturricado, sem água nem grama. Mais adiante, mostra um riachuelo completamente seco: “Aqui, a gente pescava”. Aponta mais adiante e lembra: “Ali, nadavam os cavalos”.

Lockhart conta que neste ano 150 famílias da região foram abastecidas com caminhões pipa: “Abasteciam tonéis nas casas a cada 15 dias”. Afirma que a produção de alimentos era farta na região: “Havia muita produção, mas cerca de 70 famílias se foram. Uma das escolas fechou”. Ele mantém a produção de queijos finos, com tecnologia bem avançada. “A monocultura do eucalipto está prejudicando a produção de alimentos. É um modelo de desenvolvimento do governo. Aqui, todos os políticos estão a favor disso”, lamenta.
Travessia contra o Bloqueio Israelense em Gaza



Por Eugenio García Gascón.

Dois navios com ativistas pró-Palestina de 17 países diferentes chegam na faixa com ajuda humanitária

Quase meia centena de pacifistas de 17 nacionalidades diferentes, incluído um israelense, chegaram no sábado à faixa de Gaza a bordo de duas pequenas embarcações em protesto pelo feroz embargo que Israel impôs à faixa em junho de 2007, depois que Hamas assumisse o controle de Gaza. Com esta ação os ativistas denunciaram o contínuo sofrimento de um milhão e meio de palestinos aos que a comunidade internacional preferiu esquecer. Já não são só os Estados Unidos que apóiam cegamente a Israel em todos seus atos, mas também a União Européia.

Os dois navios, o Free Gaza, de 21 metros de eslora, e o Liberty, de 18 metros, partiram do Chipre na sexta-feira. Simultaneamente, o primeiro ministro israelense, Ehud Olmert, e os ministros de Exteriores e Defesa, Tzipi Livni e Ehud Barak, se reuniram para estudar a situação e decidiram não responder à “provocação” e permitir que as embarcações chegassem a seu destino. Mas foi só abandonar o porto chipriota de Larnaca, que os pacifistas viram como seu sistema eletrônico de comunicações ficava bloqueado, e responsabilizaram disso a Israel. Durante a singradura, de 350 quilômetros, os ativistas, entre os quais não havia marinheiros profissionais, tiveram que lutar contra um mar embravecido.

A maioria dos 46 pacifistas eram de nacionalidade estadunidense. Também viajaram uma ativista espanhola, um sacerdote católico de 81 anos, um deputado grego e uma cunhada do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair, que na atualidade é o enviado europeu para o conflito de Oriente Médio embora suas gestões como tal são nulas. Também viajavam estudantes, advogados, médicos e jornalistas de entre 22 e 81 anos de idade.

Recebidos com júbilo

Una vintena de embarcações palestinas enfeitadas com bandeiras tentaram sair pro mar para receber os pacifistas, mas se viram obrigadas a voltar pro porto quando os buques israelenses realizaram disparos de advertência. Vários milhares de palestinos receberam com júbilo os dois navios no porto de Gaza. Os ativistas levavam consigo uma carga simbólica, incluídos 200 fones de ouvido para crianças surdas, que entregaram aos palestinos.

“Nosso objetivo é provar que a gente normal com os meios a seu alcance pode defender os direitos humanos dos palestinos sem limitar-se a fornecer-lhes de arroz”, manifestou Paul Larudee, um dos organizadores do protesto. “O que fizemos hoje mostra que as pessoas são capazes de fazer o que deveriam ter feito os governos. Se as pessoas se levantam contra a injustiça se pode tornar a consciência do mundo”, disse o doutor Jeff Halper, o único israelense a bordo, assim que chegou no porto de Gaza.

Altamiro Borges: tucanos sabotam piso dos professores


O eleitor brasileiro deve ficar atento às promessas dos candidatos apoiados pelo PSDB em São Paulo (o partido está rachado entre Kassab e Alckmin), Minas Gerais (uma estranha aliança com a cúpula do PT em apoio ao tecnocrata Lacerda) e Rio Grande do Sul (o inodoro Marchezan Jr.). Se algum deles se atrever a falar que defende a educação, corra ao Procon para denunciar a baita falsidade. Isto porque os governadores tucanos destes três estados, o fugidio José Serra, o maroto Aécio Neves e a “suja” Yeda Crusius, estão em guerra contra o piso nacional dos professores.

Por Altamiro Borges*



A lei 11.738, que fixa o piso do magistério público da educação básica em R$ 950,00 e reserva 33% da carga horária para as atividades extraclasse, foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo governo Lula em julho.

De imediato, os três tucanos bombardearam a lei, alegando que ela implodirá as finanças públicas. Ao mesmo tempo, Crusius, metida em corrupção, propõe que seu salário suba de R$ 7,1 mil para R$ 17,3 mil mensais; Serra mantém as negociatas bilionárias com a empresa Alstom; e o Aécio silencia a mídia independente para evitar críticas as suas peripécias.

Escola pobre para o pobre

O piso salarial dos professores é uma conquista do sindicalismo. Há muito era reivindicado pelas entidades da categoria. Ele visa estabelecer justiça e dignidade a uma profissão essencial para o desenvolvimento do país, já que vários governos estaduais e municipais pagam até menos do que o salário mínimo aos educadores.

Segundo o Ministério da Educação, o piso beneficiará cerca de 60% dos trabalhadores do setor, além de amenizar as brutais disparidades existentes no país em relação ao salário dos educadores, cujas variações chegam a até 400%. Mesmo sendo irrisório e criticado pelas entidades sindicais, o piso de R$ 950,00 fixa o patamar mínimo de remuneração.

A dura e imediata reação dos governadores tucanos comprova que este partido não tem qualquer compromisso com a educação pública de qualidade. Pelo credo neoliberal, o estado é mínimo e deve evitar “gastanças” nas áreas sociais.

“É uma opção política de manter a escola pobre para o pobre. Para eles, o filho da classe trabalhadora não pode ter escola de qualidade”, critica Roberto Franklin Leão, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Ele lembra que os ataques ao piso partem de estados com elevada arrecadação tributária. “O PIB de São Paulo é maior que o de muitos países da América Latina e o governo se nega a pagar os 33% de hora-atividade. O Piauí hoje já paga 30%. Isto demonstra claramente a opção privatista”.

Omissão ou pressão sindical?

Contra o piso, os governos destes três estados acionaram o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) para ingressar com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal. A luta promete ser dura e prolongada.

A CNTE e outras entidades da educação estão dispostas a resistir à ofensiva tucana. Na semana passada, os professores do Rio Grande do Sul paralisaram as suas atividades por um dia e promoveram uma marcha pelas ruas da capital. O protesto teve a adesão dos estudantes. Já em Minas Gerais, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação denunciou a “lógica tucana, privatista e excludente” do governador Aécio Neves.

A luta pelo piso dos educadores, porém, não pode se restringir aos trabalhadores do setor. Como alega Francisco das Chagas Fernandes, secretário executivo adjunto do Ministério da Educação, “o resgate dessa dívida histórica se dá não apenas porque o piso melhorar o salário de milhões de profissionais, mas pela conquista de um conceito novo, que articula remuneração com qualidade do ensino”.

Neste sentido, o conjunto do sindicalismo deve investir nesta luta. Não pode incorrer no mesmo erro de omissão cometido na luta pela ratificação da Convenção 158 da OIT, contra as demissões imotivadas, quando adotou uma postura tímida e já sofreu derrotas no parlamento.

* Altamiro Borges é jornalista.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Cannonball Adderley with Bill Evans - Know What I Mean? (1962)

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Cannonball Adderley with Bill Evans - Know What I Mean? (1962)
MP3 / 320Kbps / Cover / RS.com: 119mb / 5% File Recovery


Músicos:
Cannonball Adderley, alto saxophone
Bill Evans, piano
Percy Heath, bass
Connie Kay, drums

Faixas:
1. Waltz For Debby (5:15)
2. Goodbye (6:15)
3. Who Cares? [Take 5] (5:57)
4. Who Cares? [Take 4] (5:55)
5. Venice (2:55)
6. Toy (5:09)
7. Elsa (5:52)
8. Nancy (With The Laughing Face) (4:08)
9. Know What I Mean? [Re-Take 7] (4:54)
10. Know What I Mean? [Take 12] (7:01)

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Part 1
Part 2