terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Os USA não admitem uma crítica sincera e justa...

Atirador de sapatos: 'sem desculpas' a ninguém


Muntazer al-Zaidi, o jornalista iraquiano que atirou seus sapatos contra George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, disse que não pedirá desculpas pelo ato, ao mesmo tempo que seu advogado afirmou que o jornalista foi torturado na prisão.




Dhiya'a al-Sa'adi, advogado de al-Zaidi disse à al-Jazira, a rede catariana de televisão, nesta segunda-feira, que ''Muntazer al-Zaidi considera que o que fez ao atirar seus sapatos contra Bush foi exercitar seu direito à liberdade de expressão, em oposição e rejeição à ocupação, que trouxe o caos ao Iraque''.


Al-Sa'adi disse que al-Zaidi não estava pensando em pedir desculpas ao presidente dos Estados Unidos, ''nem hoje, nem no futuro''.


Um porta-voz do premiê do Iraque, Nuri al-Maliki, afirmou na última quinta-feira (18), em uma coletiva de imprensa em Bagdá, que al-Zaidi teria reconhecido que atirar seus sapatos teria sido um ''ato hediondo''.


Entretanto, Dhargham al-Zaidi, o irmão do jornalista questionou a veracidade da afirmação. Ele disse que seu irmão foi surrado com uma barra de ferro logo depois que foi retirado da coletiva com o premiê e o presidente americano.


''Ele não volta atrás em relação ao que fez'', disse o advogado à al-Jazira.


''As suas ações objetivavam somente o presidente Buhs, para dizer a ele que rejeita a ocupação e tudo o que isso significa para o Iraque''


''Em particular, à luz da forma desumana pela qual os prisioneiros iraquianos foram tratados pelas forças americanas''.


Espancamentos


Permitiram a al-Zaidi ver seu advogado no domingo à tarde, que em seguida confirmou as informações iniciais de que ele teria sido espancado e que sua condição médica era ''muito ruim''.


''Há sinais visíveis de torturem em seu corpo, em resultado do espancamento com instrumentos de metal'', disse al-Sa'adi.


''Relatórios médicos mostraram que o espancamento a que foi foi submetido al-Zaidi levaram-no a perder um dente, assim como ferimentos em sua mandíbula e ouvidos.


''Ele teve sangramento no olho esquerdo, assim como marcas em seu rosto e abdôme. Quase nenhuma parte de seu corpo foi poupada de ser espancada.''


Hajar Smouni, um porta-voz do Doha Centre for Media Freedom no Catar disse que ''a forma como ele foi preso foi muito brital. Algumas pessoas relataram que havia sangue no chão no lugar onde ele foi detido''.


''Embora ele não tenha sido preso por causa de suas opiniões, nós não podemos permancer em silêncio, diante dos maus-tratos a que foi submetido pelas forças iraquianas de segurança. É vital que ele tenha acesso a cuidados médicos e que lhe seja dado um julgamento justo'', disse.

Reclamações

"O fato dele ter sido assistido por um advogado já é um sinal positivo, mas o que preocupa é que ele será julgado pela Corte Central Iraquiana, que é o tribunal que julga os casos dos acusados por terrorismo".


"Esse á um julgamenteo difícil. Ele pode ser sentenciado a 25 anos na prisão, e nós precisamos assegurar que a ele não seja dada uma pena excessiva".


"No passado, houve muitos casos que foram interpretados como
reveladores da submissão e falta de independência do sistema judicial iraquiano".


Al-Zaidi fez uma ação contra os guardas que o espancaram, de acordo com seu advogado, e solicitou que eles sejam julgados também pela Corte Central Iraquiana".


"A corte aceitou a ação e tomou as medidas cabíveis para que os guardas sejam levados à justiça e punidos por infração à lei", disse al-Sa'adi.


O julgamento de al-Zaidi está marcado para 31 de dezembro de 2008, quando será acusado de "insultar um líder estrangeiro".




segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A explicação marxista das crises - Ernest Mandel

Ernest Mandel, economista alemão e um dos mais importantes dirigentes trotskistas do século XX, proferiu essa fala em uma conferência no Seminário "Marxismo Crítico", celebrado em Atenas em junho de 1983 e organizado pelo círculo político e cultural PROTAGORA.

Traduzido da revista Sous le drapeau du socialisme, Paris, num 97-98, junho de 1984, editado por Coyoacan, revista marxista latino-americana, num 17-18 – México em janeiro e junho de 1985. Reeditada por Globalización, Revista de Economia, Sociedade e Cultura em julho de 2003 como uma contribuição às discussões sobre a atual crise mundial. Tradução para o Português de Carlos Bittencourt a partir do texto em espanhol retirado do site www.ernestmandel.org. Leia na integra no sitio www.enlace.org

Do blog Desacato...

“Nossa Informação Alternativa é Pouco Eficaz”
Afirma Igancio Ramonet. Por Rosangela Bion. Brasil

Ignacio Ramonet, diretor-presidente Le Monde diplomatique, dispensou o tradutor e, em espanhol, fez uma crítica pesada à qualidade da informação que circula na Internet. Durante o 14º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação, realizado no Rio de Janeiro entre 19 e 22 de novembro, Ramonet declarou que é cada vez mais difícil informar-se, pois a abundância de informação é a repetição da mesma informação. “Há tanta informação que as pessoas não conseguem ver o que é importante, o que falta”. Contrariando outros palestrantes que o sucederam no evento, na mesa que tratou da “comunicação do Império e a resistência dos movimentos sociais”, o sociólogo e jornalista afirmou que “temos uma nova forma de censura, acontecendo mesmo nos países ditos democráticos: a maioria não acredita que a informação circula de forma democrática. Há uma desconfiança generalizada, uma sensação de que a verdade está sendo ocultada.” Por isso, Ramonet vê espaço para a circulação da informação alternativa, complementar, pois há pouca informação sobre os processos de informação, as lutas dos trabalhadores e os movimentos sociais e, quando ela existe, sai deformada.

Mas, todo esse potencial de liberdade e democratização da informação, na prática, não acontece, na opinião de Ignacio Ramonet. “A Internet é consumida através da busca realizada, principalmente no Google, e as quatro opções iniciais são sítios de meios dominantes. Nossa informação alternativa tem uma pequena audiência, é pouco eficaz”. Ele afirmou que é fácil produzir uma publicação, mas a informação não será lida. “Cada um de nós pode ter um blog que, em geral, não terá grande difusão; é o grande mito contemporâneo: somos todos jornalistas.” Sítios alternativos não têm condições financeiras de realizar os investimentos necessários para realizar as atualizações constantes que a Internet exige, declarou o diretor do Le Monde diplomatique.

Para Ramonet, a invenção da Internet, em 1989, equivaleu a revolução realizada em 1440 por Gutenberg. A Internet reuniu três sistemas de signos: o som, a imagem e a palavra, declarou o palestrante. “Essa concentração refletiu-se também nas empresas de comunicação que fundiram-se, tornando-se ainda mais poderosas e controladoras, fazendo crescer o perigo da manipulação da informação pela mídia.” Ramonet, que também é colaborador do jornal espanhol El País, explicou que a informação já caminhou à velocidade de uma diligência puxada à cavalos, hoje, o tempo entre o acontecimento e a divulgação de um fato é quase zero. “O jornalista virou um comentarista, como qualquer outra pessoa, pois todos vêem a imagem na mesma hora, só que a imagem engana”.

Com o conhecimento de alguém que é consultor da Telesur, rede de televisão pan-latino-americana, criada na Venezuela para se contrapor à hegemonia das grandes redes privadas de TV, Ramonet afirmou que nunca os meios de comunicação de massa tiveram tanto poder na América Latina. Para ele, os meios de comunicação substituíram a oposição e tornaram-se o primeiro poder a atacar os governos que estão fazendo a transformação no continente latino americano. “Em todos os locais do mundo são canceladas licenças de TV, sem gerar tanto debate quanto o provocado pelo cancelamento da RCTV, realizado por Hugo Chaves.” Apesar de tudo, Ramonet acredita que vivemos um momento excepcional na América Latina. “Evo e Hugo não estariam no poder há 15 anos atrás, eles teriam sido assassinados.” Ramonet também defendeu a luta por um setor público de informação, totalmente desatrelado dos governos.

Ramonet avaliou que a atual crise internacional marca o fim do neoliberalismo e terá enormes conseqüências sociais em 2009. “Em outubro de 2008 entramos em outro mundo. 25 bilhões de dólares evaporaram e isso vai engessar o Estado.” O palestrante afirmou que haverá muito desemprego no setor industrial, que na Espanha já existem 200 mil desempregados. “Será um terremoto social nos Estados Unidos.”

Para finalizar o jornalista falou rapidamente sobre o fenômeno dos periódicos gratuitos na França, que fazem a qualidade da informação despencar. O mesmo acontece com os salários dos jornalistas, pois é preciso gastar pouco para produzir informação. Ramonet declarou que os jornais não vendem mais informação, eles vendem os seus leitores para os anunciantes.

Depois de Cuba e Venezuela, Bolívia é o 3° país da América Latina livre de analfabetismo


Com três anos de formidável mobilização social, somada à vontade política de um indígena que queria ser presidente para alfabetizar a Bolívia e à solidariedade dos governos e povos de Cuba e Venezuela, se logrou a proeza: neste sábado, 20 de dezembro, o segundo país mais pobre da América depois do Haiti foi declarado área livre de analfabetismo. A Bolívia converteu-se, assim, no terceiro país que conseguiu vencer o analfabetismo na América Latina, depois de Cuba, em 1961, e da Venezuela, com apoio cubano, em 2005. Os números: 819.417 pessoas alfabetizadas em um universo de 824.101 analfabetos detectados (99,5%); 28.424 pontos de alfabetização criados nos nove departamentos da Bolívia; 130 assessores cubanos e 47 venezuelanos que capacitaram 46.457 facilitadores e 4.810 supervisores bolivianos na aplicação do método audiovisual cubano “Yo sí puedo”.

E algo mais: aqui o analfabetismo tinha “cara de mulher”, dado que mais de 85% dos alfabetizados eram do gênero feminino, explicou ao jornal La Jornada o embaixador cubano na Bolívia, Rafael Dausá. As mulheres também eram a maioria de um grupo ruidoso que, às sete da manhã de um domingo, na comunidade de Quila Quila, departamento de Chuquisaca, compareceu para sua aula de alfabetização no local instalado junto ao museu paleontológico construído pelos membros da comunidade para albergar os restos de animais pré-históricos encontrados no lugar. Ali, dona Juana, de uns 70 anos, segurava seu lápis com o punho cerrado enquanto murmurava angustiada “não vou conseguir”. Ao final da primeira meia hora em frente ao televisor olhando o “Yo sí puedo” com a ajuda de um facilitador, ela sorria enquanto se esforçava para desenhar sua primeira linha de redondos “os”.

Um painel solar dava energia à televisão e ao aparelho de vídeo-cassete utilizado para dar as aulas nessa comunidade. Cuba doou para o Programa Nacional de Alfabetização da Bolívia (PNA) 30 mil televisores e uma igual quantidade de aparelhos de vídeo, 1,2 milhão de cartilhas, os correspondentes jogos das 17 fitas do método audiovisual e os manuais para os facilitadores. Cubanos e venezuelanos doaram também 8.350 painéis solares para outras comunidades carentes de energia elétrica na intrincada geografia boliviana, salpicada de povos marginalizados. O embaixador Rafael Dausá nunca falou de dinheiro. Quem deu as cifras foi o ministro de Educação boliviano, Rafael Aguilar, que informou que o PNA teve um custo de 260 milhões de bolivianos, ou seja, um valor equivalente a cerca de 36,7 milhões de dólares.

As informações são do jornal La Jornada

domingo, 21 de dezembro de 2008

Enquanto isso na Nicarágua.....

Importantes avanços na campanha de alfabetização nicaragüense



Managua (Prensa Latina) As autoridades nicaragüenses obtêm importantes lucros com vista de declarar ao país livre de analfabetismo o 19 de julho de 2009, disse hoje o presidente da Juventude Sandinista, Mario Rivera.
Em declarações a Imprensa Latina, Rivera assegurou que a intensa campanha despregada permitirá chegar ao mês de janeiro com muitos municípios com cerca do seis por cento ou menos de iletrados.
Na atualidade há 56 municípios com o quatro por cento de pessoas que não sabem ler e nem escrever, inclusive alguns com o dois por cento, como Manágua onde o índice é de 1.84 por cento.
A grande preocupação dos dirigentes da cruzada pelo saber é conseguir que as pessoas que sejam alfabetizadas se incorporem a alternativas de continuidade e continuem a sua educação.
Se conseguirmos isto, disse Rivera, evitaremos o retrocesso que afetou à população em anos de governos liberais, onde as cifras se incrementaram, após o atingido na primeira etapa de governo sandinista.
O dirigente juvenil destacou o labor do contingente de cubanos e venezuelanos, que sob o guarda-chuva da Alternativa Bolivariana para os povos de nossa América (ALBA), assessoram neste labor.
Na atualidade temos coberta todas as cabeceiras municipais com presença dos pedagogos cubanos, indicou.
Com marcado otimismo, Rivera sublinhou que a meta do governo é ultrapassar os planos de ter menos do 5 por cento de analfabetos e prosseguir a educação das pessoas, inclusive de cegos e surdo- mudos .
Na atualidade, agregou, Nicarágua tem o menor índice de analfabetos de sua história, com 7,48 por cento.
A alfabetização é só o começo deste processo de devolver os direitos negados ao povo pelos governos neoliberais, assinalou.
Reiterou que a cruzada é em saúdo ao XXX Aniversário da Revolução Popular Sandinista, o 19 de Julio, quando com o apoio dos irmãos cubanos e venezuelanos desterraremos este flagelo.

Texto: Luis Beaton/Prensa Latina /



Violentada e respeitada




Frei Betto
- Correio da Cidadania

Completei 60 anos a 10 de dezembro. Sou um dos mais destacados consensos entre os associados à ONU. Fui aprovada por 192 países. No entanto, raros os que me respeitam.

Infelizmente não recebi, até hoje, aprovação do Estado do Vaticano. Logo ele, que se propõe a defender os valores encarnados por Jesus, que coincidem com os meus.

Nasci no pós-guerra. O mundo ansiava por justiça e paz. Ao longo desses 60 anos, sofri todo tipo de violações: a Coréia dividiu-se em duas; o Vietnã teve sua população civil bombardeada pela França e pelos EUA; empresas usamericanas de produtos químicos – as mesmas que monopolizam as sementes transgênicas – chegaram ao perverso requinte de criar o agente laranja e o napalm, destinados a intoxicar letalmente seres vivos.

Fui violentada na África do Sul, vítima do apartheid, e no Oriente Médio, onde ainda sofro em decorrência de preconceitos étnicos e religiosos. Na continente africano, todos os meus preceitos são ignorados, por culpa do neocolonialismo e da indiferença das nações ricas. Estas só se lembram das africanas quando se trata de vender suas armas.

Em Guantánamo, o governo dos EUA promove descarado acinte contra todos os meus princípios. No Iraque e no Afeganistão, os excessos praticados são ainda mais graves.

Padeci também na União Soviética e na China. Sob a bandeira da nova sociedade, reprimiram manifestações de pensamento e religião; decretaram a censura; perseguiram opositores políticos; implantaram, em nome do socialismo, um capitalismo de Estado.

Na América Latina tenho uma trágica trajetória. Ditaduras militares seviciaram-me de todas as maneiras: prisões arbitrárias, torturas, desaparecimentos, banimentos, assassinatos, seqüestros de crianças...

Sofri massacres em El Salvador, Guatemala, Colômbia e Peru. Grupos paramilitares se vangloriam de violar-me. E em alguns países, como é o caso do Brasil, meus transgressores continuam impunes. Felizmente a OEA me leva a sério e trata de apurar denúncias que recebe.

Hoje, sou duramente vilipendiada pelo narcotráfico e o terrorismo. As drogas corroem profundamente a dignidade humana; o terrorismo, tanto de Estado quanto de grupos fundamentalistas, inocula no ser humano o medo e a ira como condição existencial.

No Brasil, estou longe de merecer o devido respeito. Muitos nem querem ouvir falar de mim. Julgam que sou mulher de bandido. Sou ignorada pelos policiais que torturam e também pelos que praticam exploração sexual de crianças, discriminação de negros e indígenas, preconceito à homossexualidade e agressão às mulheres.

Sofro, de modo especial, em decorrência da estrutura injusta que perdura no país, sobretudo a desigualdade social acentuada pela falta de reforma agrária. O latifúndio figura entre os meus principais inimigos, ao lado da devastação ambiental.

Contudo, há avanços. Comissões de Justiça e Paz se multiplicam pelo país. Inúmeras ONGs se dedicam à minha causa. O governo Lula deu status de ministério à Secretaria Especial dos Direitos Humanos, à frente da qual se encontra um homem íntegro e corajoso: Paulo de Tarso Vannuchi.

Nas escolas, sou cada vez mais estudada. Há um setor da Justiça atento às ameaças e violações que sofro. As leis Afonso Arinos e Maria da Penha inibem e/ou punem uma parcela de meus agressores. A aprovação dos estatutos da Criança e do Adolescente e também do Idoso são avanços que me favorecem.

Se muitos ainda não me respeitam mundo afora, ao menos já não ousam falar mal de mim abertamente. Empresas e governos se sentem obrigados a levar em conta também meus direitos ecológicos, sociais e raciais.

Sou um projeto de futuro. Só na medida em que eu for assumida e respeitada, a humanidade haverá de desfrutar a felicidade como experiência pessoal e fenômeno coletivo.

Meu nome é Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Moacyr Scliar e Veríssimo, entre outros, de "O desafio ético" (Garamond), entre outros livros.


sábado, 20 de dezembro de 2008

Jean-Luc Ponty - Imaginary Voyage - 1976

Download


1. New Country
2. The Gardens Of BabyloN
3. Wandering On The Milky Way (Violin Solo)
4. Once Upon A Dream
5. Tarantula
6. Imaginary Voyage Part I
7. Imaginary Voyage Part lI
8. Imaginary Voyage Part llI
9. Imaginary Voyage Part lV



Daniel Humair: Drums
Eddy Louiss: Organ, Piano
Guy Pedersen: Bass, Double Bass
Jean-Luc Ponty: Violin
Michel Portal: Flute
Gilbert Rovere: Bass, Double Bass

PARA DESCANSAR A MENTE....

http://www.freeimagehosting.net/uploads/eb938b2ded.jpg


Frederic Chopin -relax



1. Frédéric Chopin - Prelude Op. 28/7 in A major (1:00)
2. Frédéric Chopin - Prelude Op. 28/15 in D flat major 'Raindrop' (5:39)
3. Frédéric Chopin - Impromptu Op. 66 in C sharp minor 'Fantaisie Impromptu' (5:20)
4. Frédéric Chopin - Mazurka Op. 68/2 in A minor (2:53)
5. Frédéric Chopin - Nocturne Op. 9/1 in B flat minor (5:26)
6. Frédéric Chopin - Nocturne Op. 9/2 in E flat major (4:45)
7. Frédéric Chopin - Nocturne Op. 15/2 in F sharp major (3:24)
8. Frédéric Chopin - Nocturne Op. 27/2 in D flat major (5:33)


sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A (DES)GOVERNADORA IEDA E SEUS ASSECLAS...

Flávio Vaz Netto ajudou a desviar mais de R$ 938 mil do Detran, diz Ministério Público

Do blog Rsurgente



As novas ações anunciadas hoje pelo Procurador Geral de Justiça, Mauro Renner, referentes ao desvio de dinheiro público no Detran, são as seguintes, conforme informações publicadas no site do Ministério Público:

Primeira Ação civil pública: Segundo o Ministério Público, ficou comprovado que entre abril e novembro de 2007, em Porto Alegre, Flávio Roberto Vaz Netto (foto), na condição de diretor-presidente do Detran, juntamente com outros oito demandados, agindo em concurso e auxiliando-se mutuamente, recolheram ilicitamente para si mais de R$ 938 mil. Os valores foram provenientes de valores pagos pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) para prestação de serviço previsto em contrato em que o Detran era beneficiário, tendo como contratadas as empresas Tops Consultoria Empresarial Ltda., sendo os valores parcialmente desviados via Grão & Pão Indústria e Comércio Ltda., empresa inativa de propriedade de Imahero Fajardo Pereira.

Segunda Ação civil pública: Referente a superfaturamento na contratação de empresas prestadores de serviços de transporte para o Detran. Somente em um dos casos, referente à empresa Lane Viagens e Turismo Ltda. foi constatado que houve superfaturamento na contratação pelo valor de R$ 216 mil, referente à locação, por 12 meses, de um microônibus, pelo valor mensal de R$ 18 mil. O valor de mercado apurado aponta que, pelos 12 meses, o valor total seria de aproximadamente R$ 118 mil. Tendo sido a contratação pelo valor superestimado de R$ 216 mil, o desvio foi de R$ 97,8 mil.

Ação penal: Nove dos envolvidos responderão, ainda, na esfera penal, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Em relação ao peculato, a denúncia é referente a apropriação indevida do valor total de R$ 938 mil dos cofres públicos. A lavagem de dinheiro ficou comprovada com os repasses no total de R$ 270 mil da empresa Tops Consultoria para a Grão & Pão Indústria e Comércio Ltda., feitos para ocultar a destinação do dinheiro recolhido com a prática criminosa contra a administração pública.

Ao todo, foram denunciadas 18 pessoas, entre elas, os ex-diretores-presidentes do Detran, Flávio Vaz Netto e Carlos Ubiratan dos Santos.

Para que possamos continuar sonhando.....

O direito de sonhar

Eduardo Galeano


Tente adivinhar como será o mundo depois do ano 2000. Temos apenas uma única certeza: se estivermos vivos, teremos virado gente do século passado. Pior ainda, gente do milênio passado.

Sonhar não faz parte dos trinta direitos humanos que as Nações Unidas proclamaram no final de 1948. Mas, se não fosse por causa do direito de sonhar e pela água que dele jorra, a maior parte dos direitos morreria de sede. Deliremos, pois, por um instante. O mundo, que hoje está de pernas para o ar, vai ter de novo os pés no chão.

Nas ruas e avenidas, carros vão ser atropelados por cachorros.

O ar será puro, sem o veneno dos canos de descarga, e vai existir apenas a contaminação que emana dos medos humanos e das humanas paixões.

O povo não será guiado pelos carros, nem programado pelo computador, nem comprado pelo supermercado, nem visto pela TV. A TV vai deixar de ser o mais importante membro da família, para ser tratada como um ferro de passar ou uma máquina de lavar roupas.

Vamos trabalhar para viver, em vez de viver para trabalhar.

Em nenhum país do mundo os jovens vão ser presos por contestar o serviço militar. Serão encarcerados apenas os quiserem se alistar.

Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem de qualidade de vida a quantidade de coisas.

Os cozinheiros não vão mais acreditar que as lagostas gostam de ser servidas vivas.

Os historiadores não vão mais acreditar que os países gostem de ser invadidos.

Os políticos não vão mais acreditar que os pobres gostem de encher a barriga de promessas.

O mundo não vai estar mais em guerra contra os pobres, mas contra a pobreza. E a indústria militar não vai ter outra saída senão declarar falência, para sempre.

Ninguém vai morrer de fome, porque não haverá ninguém morrendo de indigestão.

Os meninos de rua não vão ser tratados como se fossem lixo, porque não vão existir meninos de rua. Os meninos ricos não vão ser tratados como se fossem dinheiro, porque não vão existir meninos ricos.

A educação não vai ser um privilégio de quem pode pagar por ela.

A polícia não vai ser a maldição de quem não pode comprá-la.

Justiça e liberdade, gêmeas siamesas condenadas a viver separadas, vão estar de novo unidas, bem juntinhas, ombro a ombro.

Uma mulher - negra - vai ser presidente do Brasil, e outra - negra - vai ser presidente dos Estados Unidos. Uma mulher indígena vai governar a Guatemala e outra, o Peru.

Na Argentina, as loucas da Praça de Maio vão virar exemplo de sanidade mental, porque se negaram a esquecer, em tempos de amnésia obrigatória.

A Santa Madre Igreja vai corrigir alguns erros das Tábuas de Moisés. O sexto mandamento vai ordenar: "Festejarás o corpo". E o nono, que desconfia do desejo, vai declará-lo sacro. A Igreja vai ditar ainda um décimo-primeiro mandamento, do qual o Senhor se esqueceu: "Amarás a natureza, da qual fazes parte". Todos os penitentes vão virar celebrantes, e não vai haver noite que não seja vivida como se fosse a última, nem dia que não seja vivido como se fosse o primeiro.

Eduardo Galeano (1940-) é jornalista e escritor uruguaio. O texto foi publicado no diário argentino Página 12, em 29 de outubro de 1997, com o título "El derecho de soñar".