quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Enquanto isso na India...

muçulmanos contra os atentados

A maioria das comunidades e lideranças islâmicas do país tem se mobilizado para acabar com o terrorismo. Mas o verdadeiro perigo vem da miséria e do sentimento de injustiça: praticamente todos os 154 milhões de muçulmanos que vivem na Índia continuam à margem do tão exaltado milagre econômico

Wendy Kristianasen

Cerca de uma semana após os atentados em Mumbai, o Partido do Congresso, que dirige a coalizão governamental na Índia, ganhou as eleições parciais em três dos cinco estados onde o pleito se realizava, entre eles o da capital. Uma vitória que ninguém esperava.

Depois de quatro anos no poder, o partido governista parecia fragilizado pela crise financeira e ridicularizado pelos acontecimentos sangrentos de novembro. No entanto, em 8 de dezembro ele superou o partido nacionalista hindu, Bharatiya Janata Party (BJP), em um dos estados mais turísticos da Índia, o Rajastão. O BJP tinha centrado sua campanha nas fraquezas do poder central em relação ao terrorismo e aos muçulmanos.

“O partido nacionalista hindu comprou uma página inteira de propaganda nos jornais, com a palavra ‘terrorismo’ em letras enormes, cercada de manchas de sangue e o slogan ‘Votar no BJP é votar na segurança’”, diz Javed Anand, escritor e militante muçulmano. “Isso não funcionou. Muita gente, incluindo nós, muçulmanos, está inquieta. Os eleitores elegeram a eficácia – o famoso pão com manteiga.”

De fato, os votos parecem ter sido pautados por questões locais, como os preços dos produtos alimentícios, o abastecimento de água e a falta de empregos. Isso também explica o sucesso do Bahujan Samaj Party (BSP), partido dos dalit (sem casta, ou “intocáveis”) que, em Nova Délhi, passou de 5% em 2003 para 14% em 15 de dezembro passado. O BSP foi fundado pela carismática Kumari Mayawati, que se tornou primeira-ministra do estado de Uttar Pradesh após ter conseguido uma aliança inédita entre dalit, hindus das classes superiores e muçulmanos.

Ninguém pode dizer se esses resultados se repetirão nas eleições gerais de 2009. A constatação de que o BJP esgotou sua margem de manobras é bastante acertada. E as comunidades muçulmanas continuam inquietas, em mobilização permanente.

Em 7 de dezembro, dez dias após os atentados de Mumbai, mulahs, muftis e muçulmanos comuns participaram, na cidade, de um ato silencioso em memória das vítimas, organizado par Javed Anand e seu grupo, Muslims for Secular Democracy. Eles também manifestaram sua indignação contra o “desmoronamento de todo o sistema de governança”, e condenaram a “totalidade das organizações implicadas nos assassinatos em massa”, o que inclui a Al-Qaeda, os talebãs, os movimentos paquistaneses em geral, principalmente Lashkar-e-Taiba, e alguns grupos indianos locais. “Não em nosso nome” [1], clamavam. Outros atos foram organizados em Bangalore, Ahmedabad, Indore, Hyderabad e Nova Délhi. As autoridades religiosas, por sua vez, recusaram-se a enterrar os novos kamikazes em um cemitério muçulmano, argumentando que não eram verdadeiros crentes.

É possível sentir o crescimento da “islamofobia”. Por isso, o renomado centro de estudos islâmicos Darul Uloom emitiu uma fatwa contra os atentados

Os atentados de Mumbai chamaram a atenção do mundo inteiro porque mataram ocidentais, ainda que a grande maioria das 163 vítimas seja indiana. Mas eles foram apenas os últimos de uma série. Em 2008, explosões fizeram mais de 200 mortos e cerca de mil feridos, principalmente em Assam, foco de um poderoso movimento separatista. Também foram alvos: Nova Délhi (em 13 e 30 de setembro de 2008, com 19 pessoas assassinadas); Malegaon [2] (29 de setembro, cinco mortos); Ahmedabad (26 de julho, 49 mortos); Bangalore (25 de julho, dois mortos); e Jaipur (13 de maio, 63 mortos). As suspeitas recaem mais sobre grupos locais, o Indian Mujahideen e o Students Islamic Movement of India (SIMI), hoje ilegal, do que sobre o Paquistão, o suspeito tradicional.

A mídia atiçou o clima de histeria: na ausência de provas, todas as “informações confidenciais” vindas da polícia ou dos serviços secretos foram tomadas como verdade. Personalidades muçulmanas e membros da intelligentsia laica, tradicionalmente de esquerda, admitiram sua inquietude frente às prisões de centenas de muçulmanos e aos relatórios sobre “confissões” extorquidas sob tortura. Mais perturbador ainda para a comunidade muçulmana é que os principais suspeitos não são barbudos saídos das escolas corânicas, mas pessoas que receberam uma educação laica moderna.

“Nossos dirigentes são desonestos, há uma crise de legitimidade”, explica Obaid Siddiqui, muçulmano, professor especialista em mídias da Universidade Jamia Millia Islamia de Nova Délhi. “Além do mais, na Índia, não há consenso político sobre questões cruciais, como o terrorismo.”

Mas é possível sentir o crescimento de uma “islamofobia” devastadora. Por isso, o centro de estudos islâmicos Darul Uloom de Deoband (Uttar Pradesh) emitiu, em fevereiro de 2008, uma fatwa (advertência religiosa) [3] contra o terrorismo, e organizou, no dia 31 de maio, uma conferência reunindo as principais organizações muçulmanas em favor da medida.

Na comunidade muçulmana, o nome de Deoband inspira medo e respeito. A maioria dos sunitas indianos, majoritários no país, segue seu ensinamento, como muitos no Paquistão e no Ocidente.

O seminário Darul Uloom conta com cerca de 3.500 estudantes, que ali permanecem durante 13 anos. Cerca de 800 candidatos são selecionados anualmente, entre 10 mil postulantes. O ensino é gratuito. Adil Siddiqui, diretor de relações públicas, navega em um labirinto de prédios até as cozinhas, abertas, onde se mói o trigo. “Os agricultores da região nos amam muito e dão trigo aos meninos”, assegura. Os estudantes propagam os ensinamentos de Darul Uloom em toda a Índia, graças à vasta rede de escolas que fundaram.

Segundo Adil Siddiqui, o seminário foi equivocadamente acusado de manter relações com Osama bin Laden e os talebãs após 11 de setembro de 2001. Fundada em 1866, a escola, ao contrário, é respeitada por suas posições moderadas. Seus mentores tiveram um papel preponderante durante a Revolta dos Cipaios, em 1857, contra o Império Britânico [4]. E o seminário sempre defendeu a democracia laica na Índia.

Os muftis tomaram outras medidas para afirmar sua recusa à violência. Incentivado pela Jamiat Ulema-e-Hind (JUH), uma organização ligada à Deoband que conta com 10 milhões de filiados, um “trem da paz” embarcou, no dia 2 de novembro de 2008, mais de 6 mil muftis para Hyderabad, onde era organizada uma conferência contra o terrorismo. Uma nova fatwa proibindo a violência em nome do Islã foi ratificada por 100 mil pessoas na sessão de encerramento. O maulana Mahmood Madani, chefe do JUH e membro da Câmara Alta do Parlamento Indiano (Rajya Sabha), chamou a atenção para o papel da “integração nacional, necessária para enfrentar a alienação”. Antes, ele já havia reconhecido que o JUH deveria redobrar seus esforços para atingir a juventude descontente e fazê-la compreender que “o terrorismo não pode ser a jihad”.

Se a influência dos maulanas de Deoband é preponderante nos meios religiosos e entre as populações menos favorecidas, ela é quase nula entre os jovens. Muitos muçulmanos reclamam que os muftis não têm agido o suficiente para favorecer as reformas da Personal Law – código do estatuto pessoal que permite que a lei islâmica seja aplicada para todas as questões ligadas aos assuntos familiares como divórcio, casamento e herança [5]. Muitas mulheres reivindicam mudanças, pois os procedimentos de separação, por exemplo, quase sempre dependem unilateralmente dos homens [6].

Existem ainda duas outras esferas de influência, frequentemente ligadas ao extremismo: o Tablighi Jamaat e o Jamaat-e-Islami Hind (JIH). Suspeito de extremismo no exterior, o primeiro se apresenta, na Índia, como uma influência puramente religiosa, desinteressada da política. O segundo, que constitui o ramo indiano do movimento islamita radical fundado por Abul Ala Maududi em 26 de agosto de 1941, no Paquistão, não tem mais de 25 mil filiados, mas tem grande presença na mídia e prestígio considerável entre os islamitas.

Nos últimos tempos, o grupo moderou seu discurso. Em outubro, redigiu sua própria declaração contra a violência e, um mês mais tarde, enviou duas caravanas da paz por todo o país para “lutar contra o terrorismo”.

Mas o verdadeiro perigo vem da miséria e do sentimento de injustiça, largamente difundido na comunidade islâmica. De fato, a maioria dos 154 milhões de muçulmanos – 13,4% da população total, a principal minoria do país – continua à margem do tão exaltado “milagre indiano”. De acordo com relatório do comitê presidido pelo ministro da Justiça, Rajendra Sachar [7], as populações muçulmanas “continuam atrás na maioria dos indicadores de desenvolvimento humano”. Comandado pelo próprio governo, o estudo data de novembro de 2006 e, até agora, nenhuma de suas recomendações foi aplicada.

Segundo esses dados oficiais, os muçulmanos muito pobres seriam bem mais pobres que os hindus pobres. Eles se situariam no nível ou até mesmo abaixo dos dalit. Essa miséria é flagrante na favela muçulmana de Golibar, no leste de Mumbai, onde a população vive em habitações minúsculas e improvisadas, cujo primeiro patamar só é acessível por uma escada. Ainda assim, encontram-se aí associações de locatários, postos improvisados que oferecem vacinas – inclusive contra tifóide e hepatite B – e cursos gratuitos de inglês. Mesmo com parcos benefícios, seus moradores permanecerem acolhedores aos visitantes, contrariamente aos de Mahim West. Nesse bairro, um pouco mais longe e próximo do santuário de Baba MakhdooIci, a pobreza é constante e a juventude, hostil.

Os islâmicos são também os que têm menos educação, de acordo com as conclusões do comitê de Sachar. Um quarto da população entre 6 e 14 anos nunca foi ou abandonou a escola. A taxa de alfabetização da comunidade é de 59%, contra 65% em nível nacional, e apenas 4% de seus membros estão nas melhores universidades. Além disso, eles detêm somente 5% dos postos governamentais.

Muitos exercem profissões de artesãos, mas a globalização tem prejudicado cada vez mais suas atividades. Quando conseguem ascender socialmente, é graças a alguns “dons” particulares, como os de Yusuf Pathan, jogador de críquete da equipe nacional, filho de um mulah. Ou ainda Sania Mirza, única jogadora de tênis indiana a participar de um torneio de Grand Slam.

Essa percepção é confirmada Humera Ahmed, diretora dos serviços postais da cidade, uma muçulmana crítica com seus correligionários: ela acha os hindus tolerantes e os islâmicos excludentes, “não apenas em sua religião, mas também em seu modo de vida”. Mas não deixa de reconhecer que estes últimos sofrem discriminação: “Teoricamente eu não poderia viver no imóvel em que estou há 25 anos, pois ele pertence a proprietários hindus. Entretanto, meu estatuto social e o fato de que vivo em uma cidade cosmopolita me permitem escapar à ‘bolha’ comunitária.”

Jornalista hindu em Nova Délhi, Shoma Chaudhury resume perfeitamente o problema: “Nossas comunidades sempre viveram em guetos, mas elas estão presentes em todos os domínios da vida pública. As pessoas vivem separadamente – mas lado a lado. Esse equilíbrio hoje está ameaçado”. A família Siddiqui ilustra essa evolução. Ela morava no bairro muçulmano mais conhecido de Délhi, Jamia Nagar, que reúne todas as classes sociais. O que antes não passava de um povoado, desenvolveu-se após a abertura da célebre Universidade Jamia Millia, nos anos 1930. Próximo a belas casas em estilo colonial e a apartamentos confortáveis, abre-se um labirinto de ruelas sujas que abrigam uma grande população de desafortunados. Obaid Siddiqui se sentiu à vontade ali durante muito tempo. Mas tudo ficou mais complicado quando se casou com uma mulher sikh praticante. E a situação piorou após o nascimento de sua filha, criada de acordo com os princípios da esposa.

Os 34 anos que se seguiram à independência tiveram inúmeros episódios violentos e traumáticos, como os assassinatos de Indira e Mahatma Gandhi

Então, apesar das duas horas de deslocamento nos engarrafamentos e da forte poluição, a família mudou para uma cidadesatélite onde é possível viver anonimamente. “Temos um motorista e nos acostumamos a fazer o trajeto todos os dias”, explicam eles. Sua casa fica em Vaishali, próxima de Ghaziabad e a alguns quilômetros da fronteira de Uttar Pradesh. Na vizinhança, há muitos restaurantes da Pizza Hut e algumas unidades do McDonald’s. Durante o Diwali (o ano novo indiano), com uma auréola de guirlandas de flores, luzes e música, a cidade fervilha de compradores. Ainda que as pessoas pensem duas vezes antes de comprar por ali, tão vivas estão as lembranças dos ataques que sacudiram o país todo ao longo de 2008. Bem protegido atrás de cercas elétricas, o imóvel dos Siddiqui é chique: possui piscina e sala de ginástica. Apenas duas famílias entre 75 são muçulmanas.

Como explicar o mal-estar atual? Certamente ódios profundos perduram entre aqueles que viveram, em 1947, o trauma da divisão do território, a independência e a transferência de populações inteiras [8]. Desde os anos 1920, com a subida do Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), a direita hindu começou a promover a noção de rashtra (nação) hindu, cujo passado glorioso teria sido interrompido sob o reino mongol. Mas foi a partir dos anos 1980 que a política nacionalista do Bharatiya Janata Party (BJP) e de seus aliados passou a marginalizar a comunidade muçulmana.

Para Shoma Chaudhury, “as pessoas veem a separação entre hindus e muçulmanos como uma falha civilizatória. Durante um tempo, os pais fundadores [Mohandas Karamchand Gandhi e Jawarlal Nehru] contiveram isso recorrendo à nobre retórica da democracia”. Mas os 34 anos que se seguiram à independência tiveram inúmeros episódios violentos. E cabe citar o assassinato de Mahatma Gandhi, em 30 de janeiro de 1948, por um ativista hindu, ou ainda o de Indira Gandhi, em 31 de outubro de 1984, por dois de seus guardas sikh.

Depois, nos anos 1980, a direita hindu “adquiriu certa glória no momento em que o Partido do Congresso [então no poder] perdia a sua. Em 1992, a demolição da Mesquita Babri, em Ayodhya, traumatizou a população e provocou uma onda de violência em toda a Índia [9]. Dez anos mais tarde, rebeliões estouraram em Gujarat. O conflito da Caxemira reforçou os temores: o BJP acusou os muçulmanos de se colocarem ao lado do Paquistão. E a Índia aquiesceu”.

Deixando cerca de 2 mil mortos [10], as rebeliões de 2002 marcaram a memória coletiva. Esses atos de violência foram orquestrados pelos nacionalistas hindus, incluindo as mais altas autoridades do Estado – destacadamente o primeiro-ministro do Gujarat, Narendra Modi, ainda no poder –, com a cumplicidade da polícia. Muitas reportagens mostraram que essa caça aos muçulmanos foi premeditada. Os culpados permaneceram impunes e muitas famílias islâmicas não tiveram autorização para voltar a sua própria casa. Sophia Khan, fundadora da organização não-governamental Safar, esclarece que ainda hoje há 150 mil mulheres deslocadas em razão da política discriminatória das forças de segurança.

Para justificar seu ódio contra os muçulmanos, o BJP maquia a história e esquece que o Islã nasceu no século VII, graças a comerciantes árabes que vieram à costa de Malabar (Kerala). Os lugares de peregrinação sufistas compartilharam santos e santuários constituindo a rica cultura sincrética da Índia, que perdura até hoje.

Em Mehrauli, ao sul de Délhi, o santuário Hazrat Khwaja Qutabuddin Bakhtiyar está sempre enfeitado de guirlandas com flores amarelas. Dhasamuiv Verma, um velho hindu originário das classes médias, conhece bem o lugar: ele o frequentou todos os dias, durante 26 anos, e agora vai lá quatro vezes por semana. Segundo ele, alguns pobres reunidos no santuário foram sempre “mais ou menos” muçulmanos.

Do lado de fora, homens com o chapéu tradicional sufista estão sentados no chão e cantam qawwali hipnóticos (música religiosa) acompanhados de tocadores de tabla e de dholak (tambor). O ar está saturado de incenso. Na saída, o mulah me assegura que todos os pobres de Mehrauli – qualquer que seja sua religião – vão ali pela comida. Ele desfaz uma rixa iminente entre dois homens que disputam as gorjetas pela guarda do calçado deixado pelos peregrinos na entrada, como é de costume.

A muitas centenas de quilômetros de lá, Dharavi, a maior favela de Mumbai abriga pelo menos 1 milhão de habitantes. Em alguns bairros, os muçulmanos vivem lado a lado com os hindus. No interior dessa “cidade” autônoma, pessoas de religiões diferentes trabalham nas mesmas pequenas empresas artesanais. Da mesma forma, em Kerala, as duas comunidades convivem sem problema aparente. Com tudo isso, muitos muçulmanos tentam fazer a diferença no curso dos assuntos do país. A alguns meses das eleições nacionais, eles reconsideram suas escolhas.



[1] Muslims for Secular Democracy, www.mfsd.org

[2] No caso do atentado de Malegaon, extremistas hindus são suspeitos, incluindo um sadhu e uma sadhvi (que renunciam à vida no mundo), além de um tenente-coronel do serviço secreto indiano e um militar da reserva.

[3] Trechos disponíveis em: www.mfsd.org/fatwaenglish.htm

[4] Ler William Dalrymple, The Last Mughal, Bloomsbury, 2006 e “Il y a cinquante la révolte des cipayes”, Le Monde Diplomatique, agosto de 2007.

[5] A Personal Law foi instituída pelos britânicos e reforçada em 1973.

[6] Há também duas outras grandes correntes sunitas, os salafistas (Jamiat Ahle Hadeeth) e os sufistas Barelvis, mais rígida e contrária a qualquer reforma.

[7] Social, Economic and Educational Status of the Muslims of India, governo da Índia, novembro de 2006.

[8] Ler Kuldip Nayar e Asif Noorani, Tales of two cities, Roli Books, 2008; e Salman Rushdie, Les enfants de minuit, Livre de poche, 1989.

[9] A mesquita de Ayodhya foi demolida no dia 6 de dezembro de 1992 por nacionalistas hindus que queriam construir um templo no lugar, para marcar o local de nascimento do rei hindu Ram. Essa demolição desencadeou uma onda de violência sem precedentes entre as diversas comunidades.

[10] De acordo com estimativas de organizações não-governamentais, como a Citizens for Justice and Peace. Informações disponíveis em: http://www.cjponline.org.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Filme sobre Che Guevara...Parte I

Che El Argentino

Che, El Argentino retratará o início da revolução dos cubanos exilados, incluindo Fidel, interpretado por Demián Bichir, e Raúl Castro, interpretado por Rodrigo Santoro, contra Fulgencio Batista. O filme se divide depois do fracasso da investida dos revolucionários e do exílio em Sierra Maestra. Guerrilha, a segunda parte mostrará Guevara, interpretado por Benicio Del Toro na tentativa de levar o socialismo pro resto do mundo até a sua morte em 1967.O filme, de duração de quatro horas será dividido em duas partes. A primeira se chamará Che, El Argentino e narrará o momento histórico em que Che, Fidel, Raul, Camilo e outros revolucionários cubanos invadem a ilha caribenha em 1956 e destronam o ditador Fulgêncio Batista. Já o segundo filme, Guerrilha, começa com a viagem de Guevara a Nova York em 1964, onde ele falou à ONU e viu crescer o mito ao redor da sua figura, até sua execução pelos rangers bolivianos, apoiados pela CIA.

Elenco:


Che, El Argentino:

Benicio del Toro
Benjamín Benítez
Julia Ormond
Franka Potente
Armando Riesco
Catalina Sandino Moreno
Demian Bichir
Rodrigo Santoro
Santiago Cabrera
Edgar Ramirez
Alfredo De Quesada
Roberto Santana
Victor Rasuk

Direção:

Steven Soderbergh

Roteiro:

Peter Buchman
Steven Soderbergh
Ben van der Veen


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Blues Popular Brasileiro - Coleção Completa


Rapaz... Essa coletânea é o bicho. Os caras fuçaram muita coisa da produção musical brasileira e selecionaram uma porção delas, com o critério de que, de alguma forma, tais músicas tenham alguma coisa - nem que seja minimamente - a ver com blues. Pra se ter uma idéia, a dita coletânea possui 05 volumes, com dois discos em cada. Algumas músicas são raridades, com bandas que eu nunca ouvi falar; outras são algumas versões de musicas conhecidas, EM BLUES.
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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 1

DISCO 1:
01 O Trem das Sete [Mister Jack]
02 Dente de Ouro [Blues Etilicos]
03 Xaxado Blues [Mário Castro Neves and His Orchestra]
04 Sem Cena [Edvaldo Santana]
05 Delírio [Secos & Molhados]
06 My Way & Trouble (medley) [Raul Seixas]
07 Jacarepaguá Blues [Zé Ramalho]
08 Bongo Blues [Luizinho & Seus Dinamites]
09 Meu Pobre Blues [Zizi Possi]
10 Sol no Topo [Clube de Patifes]
11 Berimbau Blues [Dinho Nascimento]
12 Rio de Janeiro Blues [Mario Biondi & The High Five Quintet]
13 Último Blues [Gal Costa]
14 Lúdico Blues [Dênio de Paula & Léo Pereira]
15 Blues do Abandono [Barão Vermelho]
16 Vinte Anos Blues [Pedro Mariano]
17 O Crivo [Clara Ghimel]
18 Blues do Ano 2000 [Paulinho Moska]
19 Whisky e Blues [Bêbados Habilidosos]
20 Bem Me Quer [Denise Reis]

DISCO 2:
01 De Trago em Trago [Sérgio Duarte & Entidade Joe]
02 Pindorama Blues [Joyce]
03 Super Boogie [Álvaro Assmar & Mojo Blues Band]
04 Por que [Sônia Santos]
05 Poeira nos Olhos [Nasi e Os Irmãos do Blues]
06 O Cheiro [Uns E Outros]
07 Indigo Blues [Llorca & Nicole Graham]
08 Blues do Pára-Choque [Rogério Skylab]
09 Agente 61 [Yellow Dog Blues Band]
10 Blues Brasil [Tubo de Ensaio]
11 Música Urbana 2 [Legião Urbana]
12 Sweet Baby Blues [Flora Purim]
13 Me Diga o que é o Amor [Celso Blues Boy]
14 Bossa Nova Blues [Bossa Nova Combo]
15 Blackjack [Ismael Carvalho]
16 Blues da Piedade [Sandra de Sá]
17 Blues da Passagem [Asdrúbal Trouxe o Trombone]
18 Blues Meu Amigo [Ave de Veludo]
19 Canção Azul [Lírio Magnus]
20 Epitáfio [A Bolha]
21 Cantei um Blues [Cida Moreyra]
22 Bem Entendido [Edy Star]
23 Thunder Shuffle [Fernando Noronha & Black Soul]

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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 2

DISCO 1:
01 Trem Torto (excerto) [Wagner Tiso]
02 Podia Ser Pior [Blueseiros do Brasil]
03 O Blues É Azul [Walter Franco]
04 Segunda-Feira Blues II [Engenheiros do Hawaii]
05 Bar [Daminhão Experyénça]
06 Samsara Blues [Lobão]
07 Blues para o Brasil [Nuno Mindelis]
08 Cavaquinho Boogie [Garoto]
09 Meu Pobre Blues [Sérgio Sampaio]
10 Abre essas Pernas [Velhas Virgens]
11 Fim do Mundo [Ventania]
12 Negro Gato [Marisa Monte]
13 Vinte Anos Blues [Elis Regina]
14 Blues [Célia]
15 Bancarrota Blues [Chico Buarque]
16 Blues Afins [Jane Duboc]
17 Blues [14 Bis]
18 Messalina Blues [Madame Saatan]
19 Neguinho Blues [Banda Eva]
20 Boomerang Blues [Renato Russo]
21 Eddy Teddy Blues [Inocentes]
22 Blues da Neblina [Cida Lobo]

DISCO 2:
01 Bossa Nova Blues [Milton Banana Trio]
02 Forró Blues [Blue Jeans & Genival Lacerda]
03 Lamento Blues [Ave de Veludo]
04 O Sol Também Me Levanta [Blues Etílicos]
05 Telefone Blues [Waldir Calmon & Seu Conjunto]
06 Transas de Amor [Marina Lima]
07 Tempos Constantes [A Bolha]
08 Viola in Blues [Pereira da Viola]
09 Lighthouse [André Cristovam]
10 Ser Triste Sozinho (Learnin' the Blues) [Cauby Peixoto]
11 H. D. Blues [Garotos da Rua]
12 Brasil 2000 [Zuco 103]
13 Blues Guitar [Victor Gaspar Trio]
14 Blues [Violeta de Outono]
15 Boomerang Blues [Zélia Duncan]
16 Copacabana Blues [Renata Arruda]
17 Jacarepaguá Blues [Alceu Valença]
18 O Hierofante [Secos & Molhados]
19 Será que Sou Eu [Paulinho Moska]
20 Vozes e Tons [Rosa Maria]
21 The Archaic Lonely Star Blues [Gal Costa]

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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 3

DISCO 1:
01 O Maluco Sou Eu [Bebeco]
02 Bem-vinda ao meu Pesadelo [Camisa De Vênus]
03 Jornal Blues [Belchior]
04 Salto Mortal [Suburblues]
05 Todo Amor ao Jimi [Pepeu Gomes]
06 Ruas de São Miguel [Edvaldo Santana]
07 Miss Celie`s Blues [Renato Russo]
08 Blues do Satanás [Motorocker]
09 Bar Fly Blues [A Elétrika Tribo]
10 Blues do Piauí (versão curta) [Renato Piau]
11 Como Vovó Já Dizia [Baseado em Blues]
12 Minha Música [Adriana Calcanhoto]
13 Negro Gato [Denise Reis]
14 Bumerangue Blues [Barão Vermelho]
15 Song Song Blues [Agnaldo Rayol]
16 Sonny Moon for Two (Blues em Samba) [Rio 65 Trio]
17 Flores Horizontais [Elza Soares]
18 Balada de Robert Johnson [Flávio Guimarães]
19 364 Boogie [Robson Fernandes]

DISCO 2:
01 Rio Comprido Blues [Lulu Santos]
02 Um Blues [Bruna Caram]
03 Panos e Planos [Big Gilson & Ricardo Werther]
04 Nega (Photograph Blues) [Gilberto Gil]
05 Destino América [Big Bat Blues Band]
06 Espumas ao Vento [Elza Soares]
07 O Último Blues [Cláudia Ohana]
08 My Babe [Big Allanbik]
09 Blues for Brazil [Roy Rogers]
10 Blues da Piedade [Cazuza]
11 Blues do Libertar [Itamar Brant & Lunáticos da Fuzarka]
12 Blues do Elevador [Zeca Baleiro]
13 Five for Elis [Elis Regina & Toots Thielemans]
14 Meu Pobre Blues & Como 2 e 2 [Oswaldo Montenegro]
15 Rãzinha Blues [Ceumar]
16 Out of the Blues [Celso Fonseca & Ronaldo Bastos]
17 Vinte Anos Blues [Ivan Lins]
18 Blues do Arranco [Ângela Rô Rô]
19 Eu Vou Estar com Você [Made In Brazil]
20 Se Deus Quiser (e o Diabo Deixar) [Nasi e Os Irmãos do Blues]
21 Aquarela do Brasil [Celso Blues Boy]

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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 4

DISCO 1:
01 Ed´s Blues [Ed Motta]
02 Cruel, Cruel, Esquizofrenético Blues [Blitz]
03 Favela Blues [Marku Ribas]
04 Só as Mães São Felizes [Barão Vermelho]
05 Miss Celie's Blues [Jane Duboc]
06 Um Quarto para as Horas [Penélope]
07 Black Tie [Rosa Maria]
08 Canceriano sem Lar (Clínica Tobias Blues) [Raul Seixas]
09 Blues [Peso]
10 Blues pros Bicos [Ana Mazzotti]
11 Beijos, Blues e Poesia [Ksis]
12 A Volta do Boêmio [Bêbados Habilidosos]
13 Blues do Iniciante [Cássia Eller]
14 Jardins da Babilônia [Rita Lee]
15 Stormy Monday Blues [Jô Soares e o Sexteto]
16 Aboio Blues [Djavan]
17 Baader Mein of Blues [Legião Urbana]
18 Vinte Anos Blues [Flora Purim & Airto]
19 Bem que se Quis [Wilsom Sideral]
20 Blues [Caetano Veloso]

DISCO 2:
01 Seventh Son [Big Allanbik]
02 Moreirinha e Seus Suspiram Blues [Moreirinha e Seus Suspiram Blues]
03 Sob um Céu de Blues [Cascavelettes]
04 I.N.P.Blues [Kid Vinil e Os Heróis do Brasil]
05 The Stumble [André Cristovam]
06 Blues [Lírio de Vidro]
07 Agreste Blues [Ednardo]
08 Blues da Fumaça no Céu [Sylvia Patricia]
09 Blues na Penumbra [João Ricardo]
10 Bonobo Blues [Lulu Santos]
11 Do Palco ao Balcão [Clube de Patifes]
12 Meu Coração Está de Luto [Zeca Baleiro]
13 Fumando na Escuridão [Celso Blues Boy]
14 Cachaceiro [Velhas Virgens]
15 Mot Blues [Marcos Ottaviano]
16 Vida de Poeta [Sérgio Duarte & Entidade Joe]
17 Blues Dinamite [A Elétrika Tribo]
18 Estrela da Noite [Flávio Guimarães]


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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 5

DISCO 1:
01 Blues Bossa Balanço [Os Morcegos]
02 Furacão [Blueseiros do Brasil]
03 Primavera nos Dentes [Secos & Molhados]
04 Tosquera Blues [Gaspo 'Harmônica' & Oly Jr.]
05 Vida Blues [Celso Blues Boy]
06 Tribute to Genius [Décio Caetano and Blues Band]
07 Problemas [Nasi e Os Irmãos do Blues]
08 O Crente e o Cachaceiro (Repente Blues) [Caju & Castanha]
09 Walking Away Blues [Nei Lisboa]
10 Canceriano sem Lar [Blues Etilicos]
11 Mal Menor [Arrigo Barnabé & Péricles Cavalcanti]
12 Blues para Emmett [Toquinho e Vinícius]
13 Não Lembre de Chorar [Miriam Szrajbman & Big Gilson]
14 Não Consigo nem mais Dormir [Big Bat Blues Band]
15 Blues do Estudante [Zé Geraldo & Edimilson Duarte]
16 Retrato em Branco e Preto [Ana Carolina]
17 Moonlight Over Astoria [Ismael Carvalho]
18 Xmas Blues [Som Imaginário]
19 Blues da Bailarina [Oswaldo Montenegro]
20 Blues da Piedade [Cássia Eller]

DISCO 2:
01 Mamão Blues [Brasil Papaya]
02 Blues na Madrugada [Made In Brazil]
03 Troca-toca [Clara Ghimel]
04 Televisão [Titãs]
05 O Nosso Blues [Charlie Brown jr.]
06 Um Blues [Tunai]
07 Luz [Daminhão Experyénça]
08 Tudo Blue [Baby Consuelo]
09 Blues do Iniciante [Barão Vermelho]
10 Bancarrota Blues [Nana Caymmi]
11 Chacal Blues [Evandro Mesquita]
12 Sinais de Fumaça [Mister Jack]
13 Blues Tupiniquim [Aline Fajardo & Trio Bluseiro]
14 Blues da despedida [Clara Becker]
15 Blues do Adeus [O Terço]
16 O Último Blues [Bêbados Habilidosos]

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do sitio www.vermelho.org.br

Chávez: Obama 'será uma decepção para seu povo e o mundo'


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou neste sábado (17) que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, será "uma decepção para seu povo e para o mundo". As declarações foram feitas após Obama haver afirmado que o presidente venezuelano era um "grande obstáculo" ao progresso da América Latina.


"Há três dias, (Obama) disse que sou um obstáculo para o progresso da América Latina e que a Venezuela exporta o terrorismo, ou algo assim. E olha que ele ainda nem assumiu", disse Chávez. "Quando diz isso, o que está falando é que é preciso tirar Chávez do poder, porque quando alguém encontra um obstáculo, o que se deve fazer é tirá-lo do caminho."

O presidente americano eleito toma posse na próxima terça-feira. “Caso queira ter boas relações com a América Latina, Obama precisará rever suas posições e assumir seu papel com mais seriedade”, assinalou Chávez, que acrescentou: "Parece que (Obama) será um novo fiasco para seu povo e o mundo. Tomara que eu esteja errado, mas parece que ele será mais do mesmo", considerou Chávez, durante um ato com mulheres militantes de seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) no estado de Carabobo.

"Não me meti com Obama e exijo do novo presidente dos Estados Unidos que não se meta com a Venezuela. Já faz um tempo que não somos colônias." Para Chávez, o democrata "não tem papas na língua" quando perguntado sobre a Venezuela. "Mas, quando lhe perguntam sobre o massacre das crianças em Gaza não responde, fica calado".

Chávez, acima de tudo, acusou Obama de ingerência no referendo venezuelano de 15 de fevereiro sobre a reeleição ilimitada de todos os cargos de eleição popular. A Assembléia Nacional venezuelana (AN), de 167 membros, aprovou na quarta-feira, em segunda discussão, o projeto de emenda proposto por Chávez. A campanha pela reeleição começou sábado e, se a proposta for aprovada, Chávez poderá tentar uma nova reeleição em 2012.

“Vocês não vêem que Obama já se meteu na campanha. O chefe do império se meteu na campanha", denunciou Chávez, em um ato a favor do "sim" à emenda pela reeleição. Segundo Chávez, um grupo de líderes da oposição venezuelana foi a Nova York e a Miami para "meter todo o dinheiro do mundo — e eles vão fazer toda a guerra suja que puderem" contra a emenda constitucional.

Ele insistiu que Obama "segue um formato do Pentágono. Porque, se o presidente dos Estados Unidos não obedecer ao mandato do império, matam Obama, como fizeram com (John F.) Kennedy, com Martin Luther King, ou com Abrahan Lincoln". Apesar de esperar que "Barack Obama se corrija a tempo, ele já se meteu na disputa interna e está apoiando assessores internos" da oposição, completou Chávez.

As relações entre os governos americano e venezuelano registraram seu pior momento em setembro, quando Chávez, em protesto, expulsou o embaixador americano do país e retirou seu enviado dos Estados Unidos. Mas o líder socialista expressou previamente esperança de melhorar as relações entres os dois países na administração de Obama, tendo poupado o novo presidente das críticas duras que Chávez faz constantemente contra George W. Bush.

domingo, 18 de janeiro de 2009

CESARE BATTISTI - A GUERRA GLOBAL

Laerte Braga

A nota do clube militar condenando o governo brasileiro pela concessão de refúgio humanitário a Cesare Battisti é um escárnio. Fala em "ditadura sanguinária". Ao que eu saiba a história do Brasil registra como ditadura sanguinária o período entre 1964 e 1984, quando os militares governaram o País após derrubar um governo constitucional e a soldo de potência estrangeira.

O sangue corria nos porões da ditadura sob a batuta de carniceiros como Torres de Mello, Brilhante Ustra e outros mais. Tortura, estupros, assassinatos, todo o repertório de barbaridades possíveis e impossíveis com tecnologia made in USA, made in Israel.

No curso da semana passada uma juíza federal em São Paulo mandou arquivar representações do Ministério Público que pediam a apuração de crimes cometidos pela ditadura. Declarou-os prescritos à luz da legislação brasileira. O Ministério Público fala em recursos a cortes internacionais. É fundamental que sejam apresentados e possa ser revelada a história de horror e boçalidade da ditadura militar.

Há bem mais que simples tentativa de rotular Cesare Battisti como "terrorista" na reação ao ato do ministro da Justiça Tarso Genro. Há todo um processo voltado para criar obstáculos ao governo Lula no seu todo e abrir espaços para o retorno da ditadura na sua forma "democrática" , ou seja, tucana. Mais claro ainda, josé serra ou aécio neves (a FIFA deveria lançar um concurso para que os internautas do mundo escolhessem entre ele e Diego Maradona quem leva o troféu).

A mídia brasileira só o é no nome. A totalidade das grandes empresas de comunicação serve a interesses dos grupos econômicos que tentam arrematar a compra do Brasil. O maior grupo de comunicação do País, o grupo GLOBO, foi constituído com capitais de grupos estrangeiros, representa interesses estrangeiros e é hoje o responsável pela mistificação dos fatos - quaisquer que sejam eles - no afã de vender o modelo ande de quatro, mas compre tênis Nike e pense que é gente.

A classe média é um terreno fértil para isso.

A decisão de outro juiz federal excluindo o ex-ministro José Dirceu de um dos processos sobre o "mensalão", está servindo de pretexto para pretensas campanhas em favor da moralidade no trato da coisa pública, quando imoral é o presidente do supremo tribuna federal, gilmar mendes, ex-integrante do governo tucano de FHC. E foi só uma decisão técnica.

A expressão "exagerado" com que o governador de São Paulo josé serra referiu-se ao ato do ministro Tarso Genro, saiu envergonhada e tímida, pois Serra foi um refugiado político e só por ter conseguido esse status continua vivo, do contrário teria sido morto pela ditadura Pinochet no Chile.

Para ser tucano é necessário não ter caráter. É pré-requisito ser amoral.

A posição do governo brasileiro diante do genocídio praticado por tropas nazi/sionistas de Israel contra o povo brasileiro desagrada a fascistas daqui, no caso boa parte dos militares de 1964 e muitos da ativa.

Fascismo tem um código genético e esse gene costuma estar presente em boa parte dos militares em qualquer parte do mundo.

Para essa gente Cesare Battisti é apenas o pretexto para vender a idéia que temos um governo irresponsável que protege terroristas. Fazem o jogo dos grandes grupos econômicos, vale dizer, do crime legalizado.

Gente como Ermírio de Moraes que gera o seu "progresso" e garante os "empregos" em suas empresas destruindo o ambiente, grilando terras indígenas, de pequenos trabalhadores rurais e pegando dinheiro público, o que quer dizer do cidadão comum.

O imposto dele ele sonega. Só o Banco Itaú, o tal que é bem administrado, deve cerca de cem milhões de reais à previdência social. Seus bons administradores deveriam estar na cadeia.

As declarações do presidente Lula em Caracas afirmando que a decisão sobre o terceiro mandato do presidente Chávez é do povo venezuelano e que é necessário respeitar a cultura e a auto determinação de cada povo, revoltou os grandes do crime legalizado (bancos, empresas, latifúndio), de olho na retomada que desejam do petróleo venezuelano. Foi com ele a serviço do povo que Chávez erradicou o analfabetismo, criou condições de excelência para a saúde, está dando moradia a seu povo e abriu espaços a ampla participação popular.

No documentário "a revolução não será televisionada" , numa reunião de golpistas, os senhores e senhoras das classes altas e médias são alertados sobre os riscos que representam "empregados domésticos". Troque isso por trabalhadores.

Todo esse conjunto de fato desemboca em 2010.

Em desacreditar o governo. Em criar condições que coloquem em risco o projeto de eleger o governador paulista josé serra e garantir os "negócios" e a escritura do Brasil, paga antecipadamente em grossas propinas durante o governo de fernando henrique cardoso,

Lula não é o governo dos sonhos e muitas das dificuldades que enfrenta, a despeito da alta popularidade, decorrem dos seus equívocos. Travestiu-se de messias, mas mantém uma dignidade que nem serra, nem fernando henrique, nem aécio, nem qualquer sobrevivente da ditadura militar ou o presidente do clube militar têm.

Deixou de lado os movimentos sociais e enveredou por um esdrúxulo "capitalismo a brasileira" - expressão de Ivan Pinheiro - no pressuposto que daria dez passos à frente, na verdade não deu três e corre o risco de ser atropelado e ter que recuar onze.

Os três passos dados, no entanto, são de capital importância para que se assegure o mínimo de perspectivas para a construção de um modelo político e econômico diverso desse que está aí.

A investida sem sentido e sem qualquer amparo do ministro - vá lá - gilmar mendes contra o ato do ministro da Justiça cumpre um papel. Não cabe ao stf apreciar o ato de Tarso e nem cabe a gilmar opinar sobre ele. gilmar é uma espécie de peão graduado nesse jogo e já recebeu sua recompensa na cidade ontem tem "negócios".

O que está acontecendo neste momento é mais ou menos como o mocinho cercado de bandidos por todos os lados e num desfiladeiro, quase sem balas. O dito atira uma pedra para um lado, os bandidos atiram para lá e ele corre para outro, pega os bandidos por trás e entrega todos ao xerife.

Só que os mocinhos aqui, os vendidos pela mídia, os heróis do pedro bial, são os bandidos.

Cesare Battisti é mero pretexto, como pretexto foi a queda do avião da TAM, como pretexto falso foi o dossiê de compra de votos que levou um pastel como geraldo alckimin a um segundo turno (os tucanos já o usaram e já o jogaram na lata de lixo) e tantos outros. Crime foi soltar os pilotos norte-americanos do avião que se chocou contra um avião da GOL e vitimou centenas de brasileiros. Crime foi colocar um bandido como Daniel Dantas na rua.

A nota do clube militar se insere nesse contexto de transformação do Brasil em dócil colônia do capital estrangeiro. Um dos representantes da família Agnelli, próxima de Mussolini, beneficiada e parceira de Mussolini, é o presidente da VALE, doada por fernando henrique e quer "medidas de exceção" para suspender direitos trabalhistas garantindo os "negócios".

É isso que os bandidos estão fazendo travestidos de mocinhos. Jogam a pedra para um lado, mas para os brasileiros imaginarmos que estão com o peito estufado de patriotismo - "o último refúgio dos canalhas" - e metem a mão do outro lado.

Ditadura sanguinária que eu saiba foi a de 1964 e essa história precisa ser toda contada para que as gerações posteriores possam conhecer o verdadeiro caráter desses assassinos.

Não estão preocupados com Cesare Battisti. Preocupam-se com os "negócios" e suas gordas comissões, ou seus delírios "patrióticos" manchados de sangue e barbárie.

Faz parte da guerra global. É aceitar andar de quatro ou lutar.

Vem aí Barak ex-Hussein Obama com um tubo cheio de vaselina e um monte de gibi sobre um novo mundo. E está aí a GLOBO, como está aí o clube militar pronto para entregar o que falta entregar. Tudo colorido para enganar trouxa.

Forum Social Mundial - 2009 - Belem do Pará

Fórum deve reunir 120 mil pessoas e ter 2,6 mil atividades


O Brasil vai voltar a ser palco do maior encontro da sociedade civil e movimentos sociais do planeta. A partir do próximo dia 27, Belém, capital do Pará, vai abrigar a nona edição do Fórum Social Mundial (FSM) — que deve reunir 120 mil participantes, de acordo com a organização do evento. Os investimentos na cidade para a reunião devem chegar a mais de R$ 100 milhões.


Até sexta-feira (16), as inscrições para a edição de Belém passavam de 82 mil, segundo o sociólogo Cândido Grybowski, diretor do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas). “As pessoas que moram na cidade fazem a inscrição na hora”, conta.

Segundo Grybowski — que é um dos fundadores do FSM e o organizador da etapa 2009, “Belém já está no clima do fórum. É um espaço aberto — nós não queremos muralhas como nas reuniões do G8, que nos protege do lugar onde estamos. Nós queremos integração com a cidade”.

Eventos

Estão previstas mais de 2,6 mil atividades, a maioria autogestionadas (organizadas pelos próprios participantes). As assembléias, oficinas, cerimônias, atividades culturais e os seminários serão concentrados nas Universidades Federal do Pará (UFPA) e na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), mas devem tomar as ruas de Belém, como na caminhada de abertura, prevista para a tarde do primeiro dia do Fórum.

Considerado o principal contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que acontecerá paralelamente em Davos, na Suíça, o FSM não deverá concentrar a discussão apenas sobre a crise financeira internacional. Também estarão na ordem do dia as crises ambiental e de segurança alimentar, que justificam inclusive a escolha de uma sede amazônica para o Fórum, segundo Grzybowski.

“Por causa da crise climática, decidimos realizar o Fórum no lugar que é grande patrimônio mundial. A Amazônia está no centro desse debate e não pode ser vista como um poço de gás carbônico. Queremos mostrar que é um território humanizado, cheio de alternativas. Assim como Chico Mendes mostrou o lado social da Amazônia ao mundo, vamos expressar o socioambiental, que é o grande desafio”, apontou.

Definido como um evento apartidário e sem ligação com governos, o FSM não deixa de ser uma oportunidade política — e não será diferente em Belém, principalmente para as lideranças regionais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou a ida ao Fórum — e deve encontrar os colegas de continente Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia, Fernando Lugo, do Paraguai, e a chilena Michele Bachelet.

Os participantes

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o participante do fórum tem um perfil específico: a maioria é jovem e com alto grau de instrução. A pesquisa foi feita entre as edições de 2003 (Porto Alegre) e 2007 (Nairóbi) com 14 mil participantes.

Nesse período, pelo menos 56% dos participantes tinham até 35 anos. O índice mais alto de participação da juventude foi em Porto Alegre, em 2003, com 70% dos participantes com até 35 anos.

Outra característica do público verificada na pesquisa foi o alto nível de escolaridade. Em todas as edições pesquisadas, a parcela de participantes com curso superior completo foi no mínimo de 73%. A edição de 2007, no Quênia, registrou o maior número de participantes com nível superior: 81%.

Para Cândido Grzybowski, a edição de Belém será a “mais popular” de todas. “Nunca teve tanto indígena, quilombola, ribeirinho, extrativista, pescador. Vai ter uma mudança de perfil. Na verdade sempre há, mas desta vez será mais radical. A elite da militância vai continuar vindo, talvez caiam os grupos intermediários. E vêm esses grupos de base da Amazônia.”

O Fundo de Solidariedade do Fórum vai financiar a vinda de participantes que não podem arcar com os custos da viagem. A prioridade são os povos originários e tradicionais da região, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos e minorias. Esse fundo é financiado por organizações nacionais e internacionais.

Outra conclusão do estudo do Ibase é que a maioria dos participantes é do próprio país em que está sendo realizado o fórum ou de regiões vizinhas. Em todas as edições pesquisadas, entre 69% e 92% dos participantes eram do país-sede ou de nações próximas.

História

O Fórum Social Mundial é promovido sempre em janeiro, na mesma data em que ocorre o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. É por essa razão que o evento, no início, era conhecido com anti-Davos. Promovido por um comitê internacional formado por organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o planeta, o FSM tem como slogan “um outro mundo é possível”.

A Carta de Princípios do fórum o define como "um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, voltado para o debate democrático de idéias e a formulação de propostas para superar o processo de empobrecimento gerado pela globalização”. O evento é considerado “altermundista”, já que busca uma nova ordem econômica e social para todo o planeta.

Realizado em Porto Alegre em 2001, 2002, 2003 e 2005, o FSM passou pela Índia, em 2004. Em 2006, o fórum foi realizado em três países simultaneamente — Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (América). Em 2007, voltou a ser centralizado, dessa vez no Quênia (África). Já no ano de 2008, o fórum não teve um epicentro. Foi transformado em um Dia de Ação de Mobilização Global (26 de janeiro), com eventos simultâneos — cerca de 800 atividades e manifestações autogestionadas —, em 82 países.

O número de participantes cresce a cada edição. Na primeira edição, em 2001, foram 20 mil participantes. Nas duas seguintes o evento reuniu respectivamente 50 mil e 100 mil pessoas. O recorde foi em 2005, em Porto Alegre, com 155 mil participantes.

Créditos: Vermelho

Dizeres de Deepak Chopra....

Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!

Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles.

Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.

Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo - a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.

Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos. A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.

O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia."nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos."você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se do que pensou ontemquer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje! Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Documentário sobre a ocupação israelense na Palestina



Occupation 101: Vozes da Maioria Silenciada

Eduardo Galeano: "Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?"


Do blog RsUrgente

Eduardo Galeano (*)

Este artigo é dedicado a meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latinoamericanas que Israel assessorou.

Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.

Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.

Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.

Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.

E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?

Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.

Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

(*) Texto publicado originalmente no jornal Brecha. (Tradução: Katarina Peixoto)

Tarancón - Bom Dia (1980)




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