Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
terça-feira, 10 de março de 2009
Mulheres de LUTA...
(La Bataille d'Alger)
País de Origem: Argélia / Itália
Gênero: Drama / Guerra
Tempo de Duração: 117 minutos
Ano de Lançamento: 1965
Direção: Gillo Pontecorvo
Idioma: Francês, Árabe
Legendas: Português
RMVB
P/B
Créditos: F.A.R.R.A.-Eudes Honorato
Elenco:
Brahim Haggiag, Yacef Saadi, Jean Martin, Tommaso Neri,
Fawzia el Kader, Michele Kerbash, Mohamed Ben Kassen, Samia Kerbash
A Batalha de Argel descreve eventos decisivos da guerra pela independência da Argélia, marco do processo histórico de libertação das colônias européias na África. A ação concentra-se entre 1954 e 1957 [a guerra só terminaria em 1962], mostrando como agiam os dois lados do conflito: enquanto o exército francês recorria à política de eliminação e à tortura, a Frente de Libertação Nacional [FLN] desenvolvia técnicas não convencionais de combate baseadas na guerrilha e no terrorismo. Neste filme de imensa atualidade, o mestre italiano Gillo Pontecorvo mudou a história do cinema político ao construir uma narrativa de tirar o fôlego, em que mistura técnicas de documentário e de ficção.
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Reflexões de Fidel...
Citando sociológo argentino, Fidel fala da crise
O argentino, que esteve em havana para participar do 11º Encontro sobre Globalização definiu o panorama atual como uma "crise geral do capitalismo, a primeira de uma magnitude comparável à de 1929". Para o sociólogo, trata-se de "uma crise integral, civilizacional, multidimensional, cuja duração, profundidade e alcances geográficos certamente serão de maior envergadura do que as (crises) que a precederam".
Boron ainda destaca, nas passagens citadas por Fidel, o papel da China no processo de recuperação, indicando que a potência asiática pode ser fundamental "para a estratégia de recomposição dos países periféricos".
No texto, Fidel defende que seu artigo, baseado nas idéias do argentino, pode ser lido "como uma pequena Bíblia". E pontua que a maioria das pessoas vive "assediada por centenas de anúncios publicitários e saturada com milhares de horas de notícias, novelas e filmes de ficção".
Veja abaixo a íntegra do artigo:
Uma reunião que valeu a pena.
Reflexões do companheiro Fidel
Finalizado o evento sobre Globalização e Problemas do Desenvolvimento com a presença de mais de 1500 economistas, destacadas personalidades científicas e representantes de organismos internacionais reunidas em Havana, recebi uma carta e um documento de Atilio Borón, Doutor em Ciências Políticas, Professor Titular de Teoria Política e Social, diretor do Programa Latino-americano de Educação a Distância em Ciências Sociais, PLED, além de outras importantes responsabilidades científicas e políticas.
Atilio, firme e leal amigo, participara na quinta-feira dia 6 no programa da Mesa Redonda da Televisão Cubana, junto de outras eminências internacionais que assistiram à Conferência sobre Globalização e Problemas do Desenvolvimento. Eu soube que ele se iria no domingo e decidi convidá-lo para um encontro às 17h do dia anterior, sábado 7 de março. Eu tinha decidido escrever uma reflexão sobre as idéias que aparecem no documento dele. Utilizarei na síntese suas próprias palavras:
“…Encontramo-nos perante uma crise geral capitalista, a primeira de uma magnitude comparável à que estourou em 1929 e à chamada ‘Grande Depressão’ de 1873-1896. Uma crise integral, civilizacional, multidimensional, cuja duração, profundidade e alcances geográficos com certeza terão que ser de maior envergadura do que as que precederam.
“Trata-se de uma crise que transcende amplamente o financeiro, o bancário e afeta a economia real em todos seus departamentos. Afeta a economia global e que vai muito mais além das fronteiras estadunidenses.
“Suas causas estruturais: é uma crise de superprodução e ao mesmo tempo de subconsumo. Não é por acaso que estourou nos Estados Unidos, porque esse país há mais de trinta anos que vive artificialmente da poupança externa, do crédito externo, e essas duas coisas não são infinitas: as empresas se endividaram acima de suas possibilidades; o Estado se endividou também acima de suas possibilidades para fazer frente não a uma, mas a duas guerras, não só sem aumentar os impostos, mas os reduzindo; os cidadãos são sistematicamente impulsionados, por via da publicidade comercial, a se endividarem para sustentar um consumismo desorbitado, irracional e dilapidador.
“Porém a essas causas estruturais é preciso acrescentar outras: a acelerada financeirização da economia e a irresistível tendência para a incursão em operações especulativas cada vez mais arriscadas. Descoberta a ‘fonte da juventude’ do capital graças à qual o dinheiro gera mais dinheiro prescindindo da valorização que lhe outorga a exploração da força de trabalho e, tendo em conta que enormes massas de capital fictício se podem conseguir em questão de dias, ou semanas quando muito, a afeição do capital o leva a pôr de lado qualquer cálculo ou qualquer escrúpulo.
“Outras circunstâncias favoreceram o surto da crise. As políticas neoliberais de desregulação e liberalização tornaram possível que os atores mais poderosos que pululam nos mercados impusessem a lei da selva.
“Uma enorme destruição de capitais em escala mundial, caracterizando-a como uma ‘destruição criadora’. Em Wall Street esta ‘destruição criadora’ fez com que a desvalorização das empresas que cotizam nessa bolsa chega quase a 50%; uma empresa que antes cotizava na bolsa um capital de 100 milhões, agora tem 50 milhões! Queda da produção, dos preços, dos salários, do poder de compra. ‘O sistema financeiro em sua totalidade está a ponto de estourar. Já temos mais de $ 500 bilhões em perdas bancárias, há um milhão de milhões que está por chegar. Mais de uma dúzia de bancos estão na falência, e há outras centenas esperando correr a mesma sorte. Neste momento mais de um milhão de milhões de dólares foram transferidos desde a FED para o cartel bancário, mais um milhão de milhões e meio que será necessário para manter a liquidez dos bancos nos próximos anos’. O que estamos vivendo é a fase inicial de uma longa depressão, e a palavra recessão, tão utilizada recentemente, não captura em tudo seu dramatismo, o que o futuro depara para o capitalismo.
“A ação ordinária de Citicorp perdeu 90% de seu valor em 2008. A última semana de fevereiro cotizava em Wall Street a $ 1.95 por ação!
“Este processo não é neutro visto que favorecerá os maiores e melhores organizados oligopólios, que deslocarão seus rivais dos mercados. A ‘seleção darwiniana dos mais aptos’ despejará o caminho para novas fusões e alianças empresariais, enviando os mais fracos à falência.
“Acelerado aumento do desemprego. O número de desempregados no mundo (uns 190 milhões em 2008) poderia se incrementar em 51 milhões mais no decurso de 2009. Os trabalhadores pobres (que ganham apenas dois euros diários) serão 1400 milhões, ou seja 45% da população economicamente ativa do planeta. Nos Estados Unidos a recessão já destruiu 3,6 milhões de postos de trabalho, metade deles durante os últimos três meses. Na UE, o número de desempregados é de 17,5 milhões, 1,6 milhões mais do que há um ano atrás. Para 2009, é prevista a perda de 3,5 milhões de empregos. Vários Estados centro-americanos bem como o México e o Peru, por seus estreitos laços com a economia estadunidense, serão fortemente abatidos pela crise.
“Uma crise que afeta todos os setores da economia: a banca, a indústria, os seguros, a construção, etc., e se espalha por todo o conjunto do sistema capitalista internacional.
“Decisões que são tomadas nos centros mundiais e que afetam as subsidiárias da periferia gerando despendimentos maciços, interrupções nas cadeias de pagamentos, queda na procura de inputs, etc. Os Estados Unidos decidiram apoiar as Big Three (Chrysler, Ford, General Motors) de Detroit, mas apenas para que salvem suas fábricas no país. A França e a Suécia anunciaram que condicionarão as ajudas a suas indústrias automotoras: só poderão se beneficiar as plantas localizadas em seus respectivos países. A ministra francesa de Economia, Christine Lagarde, declarou que o protecionismo podia ser ‘um mal necessário em tempos de crise’. O ministro espanhol de Indústria, Miguel Sebastián, fez um apelo para ‘consumir produtos espanhóis.’ Barack Obama, acrescentamos nós, promove o ‘buy American!’.
“Outras fontes de proliferação da crise na periferia é a queda nos preços das commodities que exportam os países latino-americanos e caribenhos, com suas seqüelas recessivas, e o aumento do desemprego.
“Drástica diminuição das remessas dos emigrantes latino-americanos e caribenhos para os países desenvolvidos. (Em alguns casos as remessas são o item mais importante na receita internacional de divisas, por em cima das exportações).
“Retorno dos emigrantes, deprimindo ainda mais o mercado de trabalho.
“Combina-se com uma profunda crise energética que exige substituir a atual, baseada no uso irracional e predatório do combustível fóssil.
“Esta crise coincide com a crescente tomada de consciência dos catastróficos alcances da mudança climática.
“Acrescente-se a isso a crise alimentar, agravada pela pretensão do capitalismo de manter um padrão irracional de consumo que conduziu à reconversão de terras aptas para a produção de alimentos para serem destinadas a elaboração de agro-combustíveis.
“Obama reconheceu que ainda não temos cegado ao fundo, e Michael Klare, escreveu em dias passados que ‘se o atual desastre econômico se converte no que o presidente Obama tem denominado ‘década perdida’, o resultado poderia consistir em uma paisagem global plena de convulsões motivadas pela economia.’
“Em 1929 a desocupação nos Estados Unidos chegou a 25%, ao passo que caiam os preços agrícolas e das matérias-primas. Dez anos depois, e a pesar das políticas radicais colocadas em marcha por Franklin D. Roosevelt (o New Deal), a desocupação continuava sendo muito elevada (17 %) e a economia não conseguia sair da depressão. Só a Segunda Guerra Mundial pôs término a essa etapa. E agora, por que haveria de ser mais breve? Se a depressão de 1873-1896, como expliquei, durou 23 anos!
“Colocados estes antecedentes, por que agora sairíamos da atual crise em questão de meses, como vaticinam alguns publicistas e ‘gurus’ de Wall Street?
“Não se sairá desta crise com um par de reuniões do G-20, ou do G-7. Se uma prova há de sua radical incapacidade para resolver a crise é a resposta das principais bolsas de valores do mundo após cada anúncio ou cada sanção de uma lei aprobatória de um novo resgate: invariavelmente a resposta ‘dos mercados’ é negativa.
“Segundo testemunha George Soros ‘a economia real sofrerá os efeitos secundários, que agora estão cobrando força. Visto que nestas circunstâncias o consumidor estadunidense já não pode servir de locomotiva da economia mundial, o Governo estadunidense deve incentivar a procura. Visto que nos encaramos aos desafios ameaçadores do aquecimento do planeta e da dependência energética, o próximo Governo deveria dirigir qualquer plano de estímulo à poupança energética, ao desenvolvimento de fontes de energia alternativas e à construção de infra-estruturas ecológicas.
“Abre-se um longo período de tironeadas e negociações para definir de que forma se sairá da crise, quem serão os beneficiados e quem deverão pagar seus custos.
“Os acordos de Bretton Woods, concebidos no âmbito da fase keynesiana do capitalismo, coincidiram com a estabilização de um novo modelo de hegemonia burguesa que, devido às conseqüências da guerra e a luta antifascista tinha como novo e inesperado pano de fundo o fortalecimento da gravitação dos sindicatos operários, dos partidos de esquerda e das capacidades reguladoras e interventoras dos Estados.
“Já não está mais a URSS, que só com sua presença e a ameaça da extensão de seu exemplo para o Ocidente inclinava a balança da negociação a favor da esquerda, setores populares, sindicatos etc.
“Na atualidade a China ocupa um papel incomparavelmente mais importante na economia mundial, mas sem atingir uma importância paralela na política mundial. A URSS, não obstante, a pesar de sua debilidade econômica, era uma formidável potência militar e política. A China é uma potência econômica, porém com escassa presença militar e política nos assuntos mundiais, se bem está começando um processo bem cauteloso e paulatino de reafirmação na política mundial.
“A China pode chegar a desempenhar um papel positivo para a estratégia de recomposição dos países da periferia. Beijing está gradualmente reorientando suas enormes energias nacionais para o mercado interno. Por múltiplas razões que seriam impossíveis de discutir aqui, é um país que precisa que sua economia cresça 8% anual, ora como resposta aos estímulos dos mercados mundiais, ora aos que se originem em seu imenso –só parcialmente explorado- mercado interno. De se confirmar essa viragem é possível predizer que a China continuará precisando de muitos produtos originários dos países do Terceiro Mundo, como petróleo, níquel, cobre, alumínio, aço, soja e outras matérias-primas e alimentos.
“No entanto, na Grande Depressão dos anos 30, a URSS tinha uma inserção muito fraca nos mercados mundiais. A China é diferente: poderá continuar desempenhando um papel muito importante e, como a Rússia e a Índia (embora estas duas em menor medida) comprar no exterior as matérias-primas e alimentos que precisar, diferentemente do que acontecia com a URSS nos tempos da Grande Depressão.
“Nos anos 30 a ‘solução’ da crise foi encontrada no protecionismo e na guerra mundial. Hoje, o protecionismo encontrará muitos obstáculos devido à interpretação dos grandes oligopólios nacionais nos diferentes espaços do capitalismo mundial. A conformação de uma burguesia mundial, enraizada em gigantescas empresas que, a pesar de sua base nacional, operam em um sem-número de países, faz com que a opção protecionista no mundo desenvolvido seja de escassa efetividade no comércio Norte/Norte e as políticas tenderão -pelo menos por enquanto e não sem tensões- a respeitar os parâmetros estabelecidos pela OMC. A carta protecionista aparece como muito mais provável quando for aplicada, como com certeza será feito, em contra do Sul global. Uma guerra mundial impulsionada por ‘burguesias nacionais’ do mundo desenvolvido dispostas a lutarem entre si pela supremacia nos mercados é praticamente impossível porque tais ‘burguesias’ foram afastadas pelo ascenso e consolidação de uma burguesia imperial que periodicamente se reúne em Davos e para a qual a opção de um enfrentamento militar constitui um fenomenal despropósito. Não quer dizer que essa burguesia mundial não apóie, como o tem feito até agora com as aventuras militares dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, a realização de numerosas operações militares na periferia do sistema, necessárias para a preservação da rentabilidade do complexo militar-industrial norte-americano e, indiretamente, para os grandes oligopólios dos demais países.
“A situação atual não é igual à dos anos trinta. Lenine ‘o capitalismo não se cai se não houver uma força social que o faça cair’. Essa força social hoje não está presente nas sociedades do capitalismo metropolitano, incluídos os Estados Unidos.
“USA, UK, Alemanha, a França e o Japão dirimiam no terreno militar sua pugna pela hegemonia imperial.
“Hoje, a hegemonia e a dominação estão claramente nas mãos dos Estados Unidos. É a única garantia do sistema capitalista a escala mundial. Se os Estados Unidos caíssem se produziria um efeito dominó que provocaria o derrubamento de quase todos os capitalismos metropolitanos, sem falar nas conseqüências na periferia do sistema. No caso de que Washington se veja ameaçado por uma insurgência popular todos iriam a ajudá-lo, porque é o último sustento do sistema e o único que, no caso de necessidade, pode socorrer os outros.
“EE.UU é um ator insubstituível e centro indiscutido do sistema imperialista mundial: ele sozinho dispõe de mais de 700 missões e bases militares em uns 120 países que constituem a reserva final do sistema. Se as outras opções fracassarem, a força aparecerá em todo seu esplendor. Só EE.UU pode desdobrar suas tropas e seu arsenal de guerra para manter a ordem a escala planetária. É, como disse Samuel Huntington, ‘o xerife solitário’.
“Essa ‘colocação de pontaletes’ no centro imperialista conta com a inestimável colaboração dos demais parceiros imperiais, ou com seus competidores na área econômica e inclusive com a maioria dos países do Terceiro Mundo, que acumulam suas reservas em dólares estadunidenses. Nem a China, o Japão, a Coréia ou a Rússia, para falar dos maiores possuidores de dólares do planeta, podem liquidar sua estocagem nessa moeda porque seria um movimento suicida. É claro que esta também é uma consideração que deve ser tomada com muita cautela.
“A conduta dos mercados e dos poupadores do mundo todo fortalece a posição norte-americana: a crise se aprofunda, os resgates demonstram ser insuficientes, o Dow Jones de Wall Street cai por debaixo da barreira psicológica dos 7.000 pontos –descendendo por debaixo da marca obtida em 1997!- e apesar disso as pessoas procuram abrigo no dólar, caindo as cotizações do euro e do ouro!
“Zbigniev Brzezinski tem declarado: ‘estou preocupado porque vamos ter milhões de milhões de desocupados, muita gente passando muito mal realmente. E essa situação estará presente por um tempo antes que as coisas eventualmente melhorem.
“Estamos perante uma crise que é muito mais do que uma crise econômica, ou financeira.
“Trata-se de uma crise integral de um modelo civilizador que é insustentável economicamente; politicamente, sem apelar cada vez mais à violência em contra dos povos; insustentável também ecologicamente, devido à destruição, nalguns casos irreversível, do meio ambiente; e insustentável socialmente, porque degrada a condição humana até limites inimagináveis e destrói a própria trama da vida social.
“Portanto, a resposta a esta crise não pode ser apenas econômica ou financeira. As classes dominantes farão exatamente isso: utilizar um vasto arsenal de recursos públicos para socializar as perdas e fazer flutuar de novo os grandes oligopólios. Fechados na defesa de seus interesses mais presentes carecem sequer da visão para conceber uma estratégia mais integral.
“A crise ainda não tocou fundo”, diz. “Estamos perante uma crise geral capitalista. Jamais alguma outra foi maior. A que aconteceu entre 1873 e 1896, durou 23 anos, foi chamada de Grande Depressão. A outra muito grave foi a de 1929. Durou igualmente não menos de 20 anos. A atual crise é integral, civilizacional, multidimensional.”
Logo a seguir acrescenta: “É uma crise que transcende amplamente o financeiro, o bancário e afeta a economia real em todos seus departamentos”.
Se alguém pegar nesta síntese e a carrega no bolso, a lê de vez em vez ou a consegue decorar como uma pequena Bíblia, estará melhor informado sobre o que acontece no mundo do que 99% da população, pois o cidadão vive assediado por centenas de anúncios publicitários e saturado com milhares de horas de notícias, novelas e filmes de ficção reais ou falsos.
Fidel Castro
8 de Março de 2009
"Exóticos são os desertos verdes, não as campesinas"
Elas não são finalistas de prêmios categoria Mulher de Negócios. Nem são lembradas quando o que está em jogo é o registro das superações da mulher num espaço “essencialmente masculino”. Não usam gravatas quando é moda, nem dão testemunho nas magazines de consultório da dureza que é parir, eventualmente sem pré-natal, e educar filhos, sem-terra. Faz alguns anos aparecem com a imagem de uma espécie exótica de terroristas de lenços lilás nos rostos. No mundo invertido da sociedade espetacular mercantil, a verdade é um momento do falso, disse Guy Debord.
No caso das mulheres da Via Campesina talvez se possa dizer que a verdade é um momento do exótico. Um momento não de fabricações imagéticas do terrorismo escondido sob lenços, mas de combate a uma das mais bem sucedidas pragas do agronegócio no Brasil, os desertos verdes de eucaliptos, pinus e variantes. A verdade como um momento da dialética destrutiva que assola a sociedade e o campo brasileiros, afirmando todas as formas de opressão e de mentira, passando pelo pensamento mágico do delírio da dependência às commodities e deslizando perversamente para a criminalização de todas as vozes e forças que se lhes opõem.
As mulheres da Via Campesina não têm terra, nem financiamentos para plantar árvores exóticas a serem usadas em banheiros e livrarias que não utilizarão. Nem são lembradas quando o que está em jogo é a Balança Comercial. Raramente usam as cadeiras de direção, inclusive do próprio movimento de que fazem parte. No mundo invertido da sociedade espetacular, as mulheres da Via Campesina são apresentadas como terroristas que aparecem uma vez por ano, em média, para destruir tudo, instar o ódio e semear a discórdia que ameaça a ciência das multinacionais avessas ao pagamento de impostos.
As mulheres da Via Campesina são exóticas, então. Onde há desertos verdes, onde há seus cúmplices, onde há seus beneficiários financeiros imediatos, onde há gravatas fora e dentro da moda, usadas para enfeitar a mentira triunfante do respeito à natureza, é só o que elas podem ser. Tão exóticas como os desertos verdes são para a natureza e a soberania alimentar dos países.
É assim que, quando se comemora o Dia Mundial das Mulheres, este momento verdadeiro se impõe. Não em magazines semanais a vender conselhos, nem em cerimônias de prêmios “Mulher”, regadas a espumantes e brindes ratificantes do caráter exótico que assola os juízos de gênero, quer dizer o sexismo. Exóticos são os desertos verdes. É por isso que, neste tempo de criminalização das diferenças, somos todas campesinas.
Créditos: Marco Aurélio Weissheimer
segunda-feira, 9 de março de 2009
otimo filme para reflexão sobre a vida, o planeta...etc...
Título Original: Mindwalk
Formato: rmvb / TVRIP (segundo o cara q disponibilizou o torrent)
Áudio: Inglês
Legendas: Português BR
Servidor: Rapidshare
Duração: 1:48
Tamanho: 361 MB
Divididos em 04 Partes
Elenco: Liv Ullmann, Sam Waterston, John Heard, Ione Skye, Emmanuel Montes
Créditos: Mindwalk[1990]XviD[Eng]-Dankoni pelo torrent, legendas.TV pelas legendas (sincronizadas por Duke)
Créditos: F.A.R.R.A.- Duke
http://rapidshare.com/files/118671947/Ponto_de_Muta__o_-_Mindwalk.part1.rar
http://rapidshare.com/files/118685707/Ponto_de_Muta__o_-_Mindwalk.part2.rar
http://rapidshare.com/files/118694637/Ponto_de_Muta__o_-_Mindwalk.part3.rar
http://rapidshare.com/files/118699852/Ponto_de_Muta__o_-_Mindwalk.part4.rar
LINK ALTERANATIVO: http://www.megaupload.com/?d=XELP2PIJ
Sinopse:
Neste "cenário" consciencial, três personagens se encontram: uma física afastada do trabalho, por conflitos éticos, vivida pela maravilhosa Liv Ullman; um candidato a presidencia dos EUA derrotado nas eleições (Sam Waterston) e um poeta que acabou de viver uma decepção amorosa (John Heard).
fonte: http://planetacinema.blogspot.com/2007/08/ponto-de-mutao-mindwalk-1990.html
sábado, 7 de março de 2009
Ato contra a midia de esgoto...
Um momento de emoção
Blog do Luiz Carlos AzenhaUm momento que tocou aos presentes na manifestação do MSM diante da Folha de S. Paulo: Toshio Kawamura, um dos fundadores da CUT que agora é dirigente da Intersindical, invocou a memória de amigos que morreram durante os anos da ditadura militar -- e chorou. Com ele choraram junto várias pessoas. Kawamura foi preso em 1969 e exilado no Chile.
Em diversos discursos, foi dito:
1. Que o estado brasileiro praticava terrorismo;
2. Que é preciso abrir os arquivos da ditadura militar;
3. Que a Folha e outros orgãos de imprensa lucraram com o regime militar;
4. Que as famílias que controlam a mídia praticam censura contra aqueles que não representam seus interesses políticos e econômicos;
5. Portanto, que é preciso democratizar o acesso aos meios de comunicação.
Ivan Seixas, que aparece abaixo com a imagem do pai, Joaquim Seixas, revelou algo que pouca gente sabe: Otávio Frias de Oliveira, o falecido publisher da Folha, morou no nono andar do prédio do jornal durante alguns meses por temer um acerto de contas de grupos de esquerda que sabiam da colaboração dele com a Operação Bandeirantes.
De acordo com um levantamento de Eduardo Guimarães, baseado na lista de presença dos que compareceram ao ato público, participaram 345 pessoas -- o melhor público que o MSM já reuniu em suas manifestações. Como nem todos os que foram assinaram a lista, Eduardo estima que o número tenha chegado a 400 manifestantes.
Musica da Boa....
Créditos: Daniel de Mello e a Música da Minha Gente
Saravá!!!
(Gilberto Freire – texto contido na contra-capa do LP –“Vivência”)
Download:
Banda de Pau e Corda - Vivência - 1973
Dia Internacional da Mulher...
História do Dia Internacional da Mulher
História do Dia Internacional da Mulher, significado do dia 8 de março, lutas femininas, importância da data e comemoração, conquistas das mulheres brasileiras, história da mulher no Brasil, participação política das mulheres, o papel da mulher na sociedade brasileira
História do 8 de março
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Conquistas das Mulheres Brasileiras
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.
Marcos das Conquistas das Mulheres na História
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1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
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1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
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1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
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1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
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1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
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1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
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1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
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1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
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1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças
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1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina
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1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres
MOBILIZAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS
Um novo ânimo para o ativismo trabalhista
Se alguém duvida que haja uma nova disposição para “mudança” desde que Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos, basta perguntar aos funcionários da fábrica Republic Janelas e Portas, em Chicago.
Por seis dias, 240 membros da União dos Trabalhadores em Elétrica, Rádio e Máquinas da América (UE) – um pequeno, mas combativo sindicato, que esteve sempre do lado progressista do movimento trabalhista americano – ocuparam ilegalmente a empresa após saberem que ela seria fechada sem notificação prévia. A ação audaciosa funcionou: eles conquistaram 60 dias de pagamento extra, seguro-saúde e férias remuneradas.
Ao endossar rapidamente o protesto dos trabalhadores, Obama mostrou o tipo de liderança corajosa que os progressistas esperavam, mas não tinham a expectativa de ver tão cedo. Atitude, claro, que contrasta com o posicionamento adotado na questão do Iraque (ver nesta edição). O protesto dos trabalhadores da Republic foi reminiscente de ações similares durante a Depressão e dos ativistas por direitos civis nos anos 1960.
Também não se trata de uma ação espontânea, mas de uma estratégia bem planejada.
Em novembro, alguns trabalhadores perceberam que parte dos equipamentos tinha desaparecido. Durante uma vigília de madrugada, eles os descobriram em um pátio ferroviário próximo e concluíram que a companhia estava planejando fechar a fábrica.
O que eles sabiam naquele momento é que os donos da Republic haviam criado uma nova companhia, a Echo Windows, e comprado uma manufatura de portas e janelas em uma pequena cidade de Iowa, onde os trabalhadores não eram sindicalizados.
Antecipando a possibilidade de fechamento da fábrica, Mark Meinster, dirigente do sindicato, falou com Armando Robles, que trabalhou na manutenção da fábrica por oito anos e presidiu o sindicato Local 1110, sobre a possibilidade de um protesto passivo. Robles gostou da ideia, mas percebeu que era arriscada. Ele se preocupou com o fato de que “estávamos basicamente invadindo uma propriedade privada”, de acordo com o The New York Times. “Nós podemos ser presos”, alertou. Mesmo assim, os trabalhadores da Republic abraçaram o plano.
“Nós sabíamos que manter as janelas no armazém era uma moeda de troca”, disse Melvin Maclin, entalhador e vice-presidente do sindicato. Em 2 de dezembro passado, Barry Dubin, o chefe de operações do escritório da companhia, anunciou que a Republic fecharia a fábrica nos três próximos dias. Ele explicou que o Bank of America cancelara a linha de crédito da empresa, impossibilitando-a de permanecer no ramo – ou mesmo de pagar aos empregados pelo rompimento e as férias remuneradas. A companhia cancelou imediatamente o seguro-saúde dos trabalhadores.
Em 5 de dezembro, o sindicato organizou uma reunião no refeitório da fábrica. Quando Robles perguntou para os trabalhadores se eles estavam dispostos a ocupar a indústria, todas as mãos se levantaram. Os empregados, 80% hispânicos, gritaram “Sí, se puede!”, ou “Sim, nós podemos!”. Esse slogan, popularizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais Unificados nos anos 1960, se tornou o mote da campanha presidencial de Obama.
Os trabalhadores criaram três turnos e estabeleceram comitês encarregados da limpeza, proteção e segurança. Colocaram um aviso na parede do refeitório banindo álcool, drogas e cigarro. E exigiram que o Bank of America e a gerência da Republic achassem uma solução.
Os trabalhadores insistiram em não sair até que tivessem garantias de que receberiam seus benefícios. Alguns esperavam inclusive achar uma forma de manter a fábrica aberta.
O Bank of America, um dos maiores do país, disse que o cancelamento era rotina empresarial e fora causado por um problema de fluxo de caixa da Republic, uma consequência do declínio da construção de casas no país. Quando o protesto passivo começou, o banco, sediado na Carolina do Norte, emitiu uma declaração, culpando a companhia pela situação dramática dos trabalhadores.
“Quando uma empresa enfrenta uma situação difícil como essa, o seu financiador não está habilitado a dizer à administração como gerir seus negócios e quais obrigações devem ser pagas. Tais decisões competem aos gerentes e proprietários da companhia.” A declaração do banco reflete o tipo de fundamentalismo de livremercado que levou um número crescente de americanos a exigir mais regulação estatal sobre os capitais.
Apesar de infringir as leis ao ocupar a fábrica, nenhum político chamou o Departamento de Polícia de Chicago para prender os trabalhadores – um sinal claro de que sua ação tinha se tornado um símbolo da aflição das famílias trabalhadoras. O protesto começou no mesmo dia em que o presidente George Bush relutantemente tomou conhecimento, pela primeira vez, de que o país estava em recessão. Ele divulgou um relatório produzido pelo Departamento de Trabalho revelando que os empregadores suprimiriam 533 mil empregos em novembro, o maior corte mensal desde 1974.
Em 7 de dezembro, em uma coletiva de imprensa para anunciar seu novo diretor de Assuntos dos Veteranos, Obama foi questionado por um repórter sobre o protesto dos trabalhadores na Republic, que ganhara considerável atenção da mídia. Ele estava preparado para a pergunta: “Quando a situação chega a um ponto como esse aqui em Chicago, com trabalhadores exigindo benefícios e pagamentos aos quais têm direito, eu acho que eles estão absolutamente corre tos”, disse o democrata, um ex-dirigente comunitário.
“O que está acontecendo com eles é reflexo da situação econômica. Quando o sistema financeiro é imperfeito, pequenas e grandes empresas começam a fazer cortes em suas instalações, equipamentos e força de trabalho”, continuou Obama. Com essa declaração, Obama usou seu púlpito provocador para endossar o protesto dos trabalhadores e pressionar o Bank of America e a Republic a forjar uma solução. Representantes da companhia, do Bank of America e do sindicato começaram a se encontrar no escritório central do banco. O congressista Luis Gutierrez, um democrata liberal de Chicago, intermediou as conversas.
“Nós estávamos cortando vidro para um pedido de mil novas janelas na semana passada”, disse Vicente Rangel, empregado da Republic por 15 anos, ao Los Angeles Times. “Havia trabalho a fazer. Aí, os chefes nos chamaram para uma reunião e disseram que estavam desistindo, quisessem ou não.” Os sindicalizados ganhavam uma média de US$ 14 por hora e recebiam segurosaúde e benefícios de aposentadoria como parte de seu contrato.
Em todo o país, centenas de americanos demonstraram apoio aos trabalhadores da Republic. Por meio de seus sindicatos, congregações religiosas e grupos comunitários, mandaram dinheiro, comida, roupas e cobertores. Foi colocado no ar um site para estimular doações e manter as pessoas informadas sobre o protesto.
Durante a ocupação dos trabalhadores, manifestantes fizeram piquetes em várias agências do Bank of America, assim como na sede da instituição, em Charlotte, Carolina do Norte. Uma coalizão de sindicatos e grupos comunitários, Jobs with Justice, fez um comício na Câmara Municipal de Chicago e ameaçou organizar um boicote ao Bank of America se o problema não fosse resolvido.
Membros do sindicato e políticos chamaram a atenção para a ironia de o estabelecimento ter acabado de receber US$ 25 bilhões do fundo para falências do governo dos Estados Unidos, concebido para pressionar os bancos a emprestar dinheiro novamente.
O presidente eleito usou seu púlpito provocador para endossar o protesto dos trabalhadores e pressionar o Bank of America e a Republic a forjar uma solução
A falsidade do banco foi exposta também pelos políticos. Depois que o senador Dick Durbin, um democrata liberal de Illinois e conselheiro próximo de Obama, visitou a fábrica, ele expressou seu apoio aos trabalhadores: “Os dólares dos impostos enviados a esses grandes bancos não são para dividendos nem para o salário dos executivos, mas para empréstimos e crédito para que negócios como a Republic continuem funcionando e seus empregados não sejam mandados para o olho da rua”.
Dirigentes do sindicato e políticos sugeriram que a companhia poderia ter violado também a Notificação de Ajuste e Reconversão do Trabalhador, uma lei federal de 1988 que requere às entidades patronais informar empregados e comunidade com 60 dias de antecedência sobre o fechamento de fábricas e demissões em massa.
Além disso, os membros do conselho da cidade de Chicago pediram audiências sobre a Republic, que recebeu mais de US$ 10 milhões dos fundos para indústrias degradadas da cidade. Eles sugeriram retirar do Bank of America as centenas de milhares de dólares vindos da ajuda governamental. A combinação entre o protesto dos trabalhadores, apoiado por Obama e outros políticos, e a aceleração da publicidade negativa forçou o Bank of America a ceder.
Inicialmente, o empresário da Republic Richard Gillman, que ganha US$ 225 mil por ano, demandou que a ação do banco também cobrisse o empréstimo parcelado para a aquisição dos carros da empresa, um BMW ano 2007 e um Mercedes S500, ano 2002, bem como oito semanas de seu salário. Depois, no entanto, ele voltou atrás.
O banco concordou em providenciar US$ 1,35 milhão para o plano de demissão da fábrica. “Nós nunca esperamos por isso”, disse Melvin Maclin, o vice-presidente da UE, sobre o apoio que receberam. “Pensávamos que iríamos para a cadeia.”
Apesar de os trabalhadores da Republic estarem atualmente desempregados, o sindicato e os conselhos da cidade de Chicago tentam encontrar um novo investidor para reabrir o negócio. O simbolismo da tomada da fábrica pelos dos trabalhadores também deu crédito ao apelo de Obama por um programa de infraestrutura com fundos governamentais, necessário para estimular milhões de empregos – quase todos no setor privado – e ajudar a economia em crise a dar um salto inicial. “Sempre há demanda para portas e janelas”, disse o presidente da UE Carl Rosen. “Mas, com a proposta de estímulo de Obama, vai haver demanda ainda maior pelos produtos feitos pelos trabalhadores da Republic. Não faz sentido fechar a empresa quando a necessidade é tão óbvia.” O protesto passivo não foi o único sinal de ânimo renovado para o ativismo dos trabalhadores no final da era Bush e começo do regime de Obama. Em 11 de dezembro, os trabalhadores do maior matadouro de porcos do mundo, em Tar Heel, Carolina do Norte, votaram pela sindicalização em massa. Em 1994 e 1997, esses mesmos 5 mil funcionários da Smithfield Packing rejeitaram a sindicalização, após serem submetidos ao assédio e à intimidação ilegal da empresa, em um estado conhecido por suas leis antitrabalhistas.
Essa decisão foi uma das maiores vitórias dos sindicatos do setor privado em muitos anos. Aproximadamente 60% dos trabalhadores em matadouros são afroamericanos.
sexta-feira, 6 de março de 2009
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