A América Latina e o fim do liberalismo social por James Petras A actual recessão mundial e a potencial recuperação de alguns países revela todas as fraquezas das tradicionais doutrinas das vantagens comparativas, o "mercado de exportação", o livre comércio. Em nenhum outro lugar isto é mais evidente do que na experiência recente da América Latina.
Em resumo: a actual crise mundial revela as limitações e insustentabilidade das políticas e regimes sociais-liberais. No reconhecimento das vulnerabilidades e da volatilidade jaz o fundamento para uma transformação estrutural completa com base em mudanças na posse da terra, nos padrões comerciais e na propriedade de indústrias estratégicas. A crise actual desacreditou tanto as receitas neoliberais como sociais-liberais e abre a porta para um novo pensamento que liga despesas sociais com propriedade social. 09/Setembro/2009 1. O relatório completo pode ser encontrado em Latin America and the Caribbean in the World Economy 2008-2009 (Santiago do Chile, Agosto 2009) Novo livro de James Petras: Global Depression and Regional Wars: The United States, Latin America and the Middle East The CRG grants permission to cross-post original Global Research articles on community internet sites as long as the text & title are not modified. The source and the author's copyright must be displayed. For publication of Global Research articles in print or other forms including commercial internet sites, contact: crgeditor@yahoo.com © Copyright James Petras, Global Research, 2009 O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=15127 Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ . |
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Análise de Petras sobre a América Latina....
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Misérias e glórias do xadrez
Misérias e glórias do xadrez
Esta parte do artigo analisa matches e esquivas do predecessor de Garry Kasparov na primeira demonstração da convivência entre “ser um ás no xadrez e um cretino em outros campos da vida”: o campeão mundial Alexander Alekhine
CARLOS LOPES
Algum sujeito de espírito, parece que Miguel de Unamuno, disse que “o xadrez é um excelente exercício para melhorar a capacidade de jogar xadrez”. Nada pode ser acrescentado a esse raciocínio, exceto que também é válido para o salto com vara ou para a porrinha. A diferença é, apenas, a de que ninguém jamais pretendeu que as pessoas ficassem – ou fossem - mais inteligentes por saltar com vara ou apostar uns cobres nos palitinhos. Já o xadrez...
Nascido numa família muito rica, filho de um latifundiário czarista e da herdeira de um império industrial, Alekhine saiu da Rússia em 1921. Já era, então, famoso como jogador. Apesar de um incidente na Ucrânia, em que foi preso como espião contra-revolucionário (era a época da guerra civil), as autoridades soviéticas o liberaram para disputar o campeonato de Moscou (janeiro de 1920) e a Olimpíada de Xadrez de Todas as Rússias (outubro do mesmo ano) - que seria considerada como o I Campeonato da URSS, quando esta foi organizada, em 1922. Ele venceu os dois torneios. Porém, mais do que a oportunidade de jogar xadrez, os soviéticos ofereceram-lhe emprego como tradutor na Internacional Comunista e o nomearam secretário do Departamento de Educação Comunista.
No entanto, logo em seguida, ele preferiu juntar-se àquela malta de foragidos russos que se reunia em Paris. Naturalizou-se francês e até freqüentou a Sorbonne, supostamente para formar-se em Direito com uma tese sobre o sistema penitenciário chinês - as atuais instâncias de pós-graduação ainda não existiam, mas a embromação acadêmica já tinha, há muito, feito a sua estréia. A tese não foi aprovada, até porque ele jamais chegou a elaborá-la - o que não o impediu de intitular-se “Dr. Alekhine” para o resto da vida.
Mas, foi antes de sair da Rússia que ele começou a série de casamentos com senhoras algo alucinadas, em geral tão decrépitas quanto endinheiradas, a que se refere Hans Kmoch em “Grandes Mestres Que Eu Conheci”.
Amigo de Alekhine por longos anos, seu “segundo” (analista para partidas adiadas) durante o match de 1934 pelo campeonato mundial, e árbitro do match seguinte, Kmoch rompeu com o então campeão mundial durante a II Guerra, quando vivia com a esposa na Holanda invadida pelos nazistas. Foi então que um jornal alemão editado no país ocupado publicou um artigo de Alekhine intitulado “Xadrez ariano e xadrez judaico”. Referindo-se à sua derrota no match de 1935, dizia: “O árbitro Kmoch é casado com uma judia, logo qualquer um pode imaginar como ele era objetivo”.
Com efeito, a esposa de Kmoch, Trudy, era judia – e não é preciso dizer muito mais: “Sob o olho vigilante da Gestapo, tais declarações podiam significar a morte (....). Minha mulher e eu já estávamos em constante medo de que ela pudesse ser deportada. A acusação de Alekhine foi aterrorizante”, escreveu, depois, Kmoch. Acrescente-se que este último, austríaco, era “cidadão do Reich”, ou seja, após a anexação da Áustria, estava sujeito às leis raciais da Alemanha, em que o casamento com uma judia era crime punível, inclusive, com a morte.
A necessidade de relembrar o rol de canalhices perpetradas por Alekhine durante a guerra – em que também ele era oficialmente cidadão de um país ocupado, a França – reside em que hoje apareceram vários apologistas a relevar essa conduta indecente. A última versão é a de que “não foi provado” que Alekhine escreveu os artigos que apareceram com a sua assinatura nos jornais nazistas. Isso é exatamente o que não precisa de prova. Se ele apenas os assinou, pior. E, se esses artigos não existissem, sobrariam os seus alegres retratos em torneios nazistas, no momento em que uma série de grandes jogadores recusavam-se a participar dessas promoções nos países ocupados e, sobretudo, sua longa estadia como hóspede do “governador-geral” da Polônia, SS-Obergrup-penführer (general das SS) Hans Frank, executado em Nuremberg por crimes contra a Humanidade.
Porém, sobre os apologistas de Alekhine, bastam alguns trechos do relato de Kmoch - escrito pouco antes de sua morte, em 1973 - que reproduzimos aqui porque “Grandes Mestres Que Eu Conheci” não foi publicado em livro (há uma tradução em inglês, “Grandmasters I Have Known”, nos arquivos da revista eletrônica “ChessCafe.com”):
“Algum tempo atrás, escrevi um artigo sobre Alekhine. Já que ele era um contemporâneo meu que eu havia conhecido bem por muitos anos, senti que poderia evitar a costumeira apresentação dele como um grande gênio do xadrez e modelo de virtude. Ao invés disso, escrevi sobre sua personalidade e sobre minhas próprias experiências com ele, o que significava mostrá-lo, entre outras coisas, como um alcoólatra, um oportunista político e um anti-semita no estilo nazista.
“Quando meu artigo apareceu na Deutsche Schachzei-tung, uma revista sobre xadrez de Berlim, enfrentei considerável menosprezo por parte de alguns ardorosos arianos. Um professor alemão insistiu que nunca tinha visto Alekhine bêbado e que, portanto, Alekhine não podia ter sido um alcoólatra. Outro professor alemão explicou tudo apontando a minha própria inferioridade. Um homem que em Viena costumava pertencer somente a clubes arianos de xadrez, condenou meu artigo como irreconciliável com o fato de que eu uma vez fora segundo de Alekhine.
“Muito mais tarde, alguns nobres especialistas em cobrir de cal a realidade, gente da mesma categoria dos professores alemães acima mencionados, explicaram que Alekhine foi forçado a escrever aqueles infames artigos. Mas isso é simplesmente uma variante da história do bêbado que borrou as calças e depois queria saber quem era o culpado”.
Porém, em 1927, quando se tornou campeão, a consciência geral ainda era a de que os nazistas não passavam de alguns palhaços. Somente quando lhe pareceu que os nazistas iriam ganhar a guerra, é que Alekhine começou publicamente a bajulá-los. Antes, tomou bastante cuidado, inclusive para que os soviéticos não o vissem como um inimigo, apesar de sua condição de emigrado da Rússia.
A explicação é que nenhum outro país contava com tanta simpatia nos meios enxadrísticos quanto a URSS. Esta, aliás, havia sido governada por um enxadrista, Lenin, e era agora dirigida por outro, Stalin, ambos conhecidos como fortes jogadores. Quando o grande Lasker foi obrigado, após a tomada do poder por Hitler, a sair da Alemanha, preferiu Moscou como local de moradia, em vez de Londres, onde havia, a princípio, se asilado. Posteriormente, foi encontrar-se com seu amigo Albert Einstein, nos EUA.
O primeiro problema de Alekhine, depois de ganhar o título mundial, foi o mesmo de antes: José Raul Capablanca. Por acordo mútuo, havia sido acertado que haveria um match-revanche. Alekhine rompeu o compromisso - e é impressionante a energia que investiu para fugir a um novo confronto.
Não era apenas uma fuga do match-revanche. Alekhine fugiu de qualquer enfrentamento, mesmo em torneios, com Capablanca. Numa atitude que só seria vista muitas décadas depois, exigiu, em certas ocasiões, que a inscrição de Capablanca não fosse aceita, como condição para sua participação em torneios - tal como Kasparov faria com o GM Valery Salov, é verdade que, nesse último caso, por razões políticas, e de forma mais covarde, pois Salov não era Capablanca, e, em meio à queda da URSS, tinha a mídia contra ele.
O outro método de Alekhine, ao saber que Capablanca seria um dos participantes de um torneio em que já estava inscrito, era, na última hora, fazer exigências financeiras extorsivas, a serem cumpridas em prazo exíguo (v. p. ex., sua carta de 19/05/1932 a um dos organizadores do Torneio de Pasadena, Califórnia).
Quando do falecimento de Capablanca, em 1942, Alekhine diria que “morreu o maior jogador de todos os tempos, um gênio como nunca se verá novamente”. Próximo da própria morte solitária em Portugal, deixou escapar: “Não entendo, nem agora depois de tantos anos, como consegui ganhar de Capablanca no match de 1927”.
Em suma, Alekhine queria manter o título contra alguém que tinha certeza de que era melhor do que ele. Há quem não concorde com esta avaliação sobre Capablanca. Mas esta era a avaliação de Alekhine. Conta Reuben Fine que, no início dos anos 30, Capablanca mostrou a ele a montanha de correspondência mantida com Alekhine e/ou seus representantes, com o objetivo de realizar um novo match. Tudo perfeitamente inútil. Alekhine estava fugindo de jogar uma simples partida, quanto mais um match.
No entanto, em 1936, Alekhine não conseguiu evitar o confronto com Capablanca. Era um dos torneios mais importantes do mundo, o de Nottingham, Inglaterra, e Alekhine estava com o prestígio abalado, por sua derrota contra Euwe no ano anterior – somente no ano seguinte ele recuperaria o título mundial, precisamente, num match-revanche. Assim, aceitou participar de Nottingham, mesmo sabendo que Capablanca estaria lá.
A partida foi especialmente tensa. Os jogadores evitaram sentar-se um em frente ao outro – faziam sua jogada e depois iam andar pelo salão, esperando a resposta do oponente. Alekhine ficou em posição superior. E foi então que o talento estratégico de Capablanca se impôs sobre o jogo eminentemente tático de Alekhine. Entre os que analisaram a partida, somente o velho Lasker – aos 68 anos – percebeu a sutileza. Eis o relato de Capablanca:
“Durante o transcurso da partida, meu contrário adquiriu uma magnífica posição, e, em um determinado momento, viu que mediante uma pequena manobra podia ganhar a qualidade [“ganhar a qualidade” = trocar um bispo ou cavalo, peças menores, por uma torre, peça maior]. Atirou-se e ganhou a qualidade, mas depois perdeu a partida. Muitos dos mestres mais fortes ali presentes puseram-se a estudá-la. Todos partiam do momento em que começava a manobra para ganhar a qualidade. Todos afirmavam que a manobra era correta, e buscavam o erro em algo posterior. Assim estiveram por muito tempo, e nisso chegou Lasker. Colocaram-no a par do resultado e lhe mostraram a posição; mas logo que começaram a demonstrar-lhe a manobra para ganhar a qualidade, ele interrompeu e disse: ‘Não, isso nunca’. O velho mestre havia percebido o que os outros não haviam visto: que ganhar a qualidade era um erro, e que meu contrário não somente perdia a vantagem que lhe dava sua magnífica posição, mas que, com qualidade e tudo, tinha uma posição perdida. Havia percebido que a combinação não havia sido feita pelo meu contrário, mas por mim, ao permitir-lhe ganhar a qualidade. Assim, disse: ‘Você, sem dúvida, respirou aliviado quando viu que seu adversário mordeu o anzol’. (....) A verdade é que Lasker foi o único alí presente que se deu conta do verdadeiro valor daquela posição, assim como das possibilidades que ela continha” (transcrito de “Ultimas Lecciones”, pela revista Ajedrez en Cuba, Vol. II-16, nº 26, set./1998).
Há algo inteiramente fora do comum neste texto: Capablanca, que sempre se mostrou amistoso com os oponentes, inclusive nas análises dos jogos que ganhou deles, nesse caso não cita o seu nome. Nem mesmo o chama de “oponente”, em geral o termo que os enxadristas preferem para designar seus adversários. Até mesmo esta última palavra é usada, no texto, somente por Lasker. Capablanca prefere chamá-lo de “meu contrário”. O que Alekhine, sob vários aspectos, e essencialmente, era.
Para ler os demais artigos de Carlos Lopes sobre xadrez e politica, visite o sitio do jornal HoraDoPovo
CPI da corrupção no RS divulga audio das escutas telefonicas de (des)governo YRC...
As gravações, segundo a Polícia Federal (PF), mostram as negociações para a divisão dos recursos obtidos através de fraude em exames de motorista operados pelo Detran (Departamento de Trânsito) do Rio Grande do Sul.
O FBI apresenta os três aúdios mostrados na matéria do Uol.
Parece que as Organizações Serra já largaram a Yeda Crusius (foto) e Pedro Simon à própria sorte...
***
***
...
Marina Silva e o PV....
Marina e os Tucanos
Regina Abrahão * www.vermelho.org.brDepois do programa do Partido Verde - PV, assisti o filme "O Dia que a Terra Parou". Concluí, então, que os verdes do Brasil não consideram o ser humano com caracteríscas viróticas, portanto não pensam em varrer a humanidade da face da Terra. Aliás o PV brasileiro está mais para PV alemão. O que me leva a pensar na reação que terá a ex-ministra durante a campanha eleitoral de 2010, caso tenha que, em algum momento, compartilhar palanque com o tucanato, como fez até agora seu líder Gabeira.
Adoro ficção. Antes tinha certo encabulamento para dizer isto; Hoje, do alto de meu meio século, assumo ser fã incondicional da boa ficção científica. Tenho coleções de Star Trek, Lost in Space, Star Wars, e filmes, como Star Gate, A máquina do Tempo, Os Doze Macacos e outros, que costumo rever de tempos em tempos.
Conto isto porque lembrei da refilmagem de "o dia em que a Terra parou". Belos efeitos, etc. O filme resume-se em apontar o comportamento virótico e destrutivo da humanidade no planeta. Portanto, quem precisa ser salva é a Terra, não o homem. Destruindo-se o homem, a Terra estará salva. São os setores que se dizem da vertente naturalista, mas que na verdade poderemos classificar como fundamentalistas ecológicos. Ao condenarem veementemente o antropocentrismo, todas e quaisquer medidas que possam causar alterações no ambiente natural, esquecem que a pior de todas as poluições, a miséria humana, que degrada homem e ambiente é a primeira a ser combatida.
E talvez desta postura que em princípio e para alguns possa ter beirado a ingenuidade surgem os desvios dos "verdes" no mundo, e agora, no Brasil. Porque deste naturalismo quase indígena de discurso inflamado é fácil pular para ações que não precisem de justificativas anti-capitalistas. O movimento destes "verdes" dispensava até agora referências ideológicas mais consistentes, já que seus líderes, de militância errática e confusa, a exemplo de Cohn-Bendit na Europa, ex- esquerdista, ex-anarquista, ex-Sourbone, atual direitista, e Gabeira, ex-esquerdista, ex-petista, atualmente verde-aliado-do-PSDB, não seriam nenhum modelo de seriedade ideológica.
A confusão estabelecida no seio do movimento ambientalista não é casual. Enfrentar a degradação ambiental e propor um novo modelo de sociedade significa repensar e remodelar toda a sociedade, acabar o modelo capitalista de produção e consumo. Por isto a ingerência o capital nesta área. Nada pode ser tão assustador ao capital quanto ameaçar seu modo de produção, seus excedentes, seus desperdícios. Hoje, além de comprar um produto, o consumidor compra também o sentimento de felicidade e o status de possuidor que este produto lhe confere. Quanto mais produtos, mais felicidade, mais status, mais lucro para o produtor, mais renda na cadeia toda envolvida de uma ponta até a outra.
Obviamente o capital não deixaria por menos. Ao partidarizar o movimento, fez com que ele se distanciasse dos partidos de esquerda. Ao invés da luta interna, isolou-se em disputas eleitorais e depois na vida partidária, perdendo o foco central. Os lobbies, as pressões, os acordos e eis o Partido Verde Alemão apoiando inclusive as Guerras humanitárias de Bush. No Brasil, Gabeira aliando-se ao PSDB. E o meio ambiente? A ministra Marina, quando viu-se contrariada, pediu para sair. Nascida no Acre, deveria ela saber que não é fácil lidar com o latifúndio, com o capital internacional, que Lula ganhou o governo mas o poder não veio inteiro de brinde.
E como o capital não brinca em serviço, eis aí nossa ex-ministra, quem sabe concorrendo em 2010, com seu discurso verde- cintilante, ao lado daqueles que ela mesma combateu por trinta anos. Assisti ao programa partidário do PV na TV para ter certeza. Não, Marina não estava deslocada. Ao contrário, estava maravilhada com a festa oferecida, mostrando o que restou do Acre, as fotos com Chico Mendes, contando sua trajetória de vida miserável de cabocla amazônica. Algumas tímidas palavras sobre a necessidade de saneamento básico, exaltações à floresta e muitas queixas. Muito mais promessas do que queixas. Quase uma plataforma. Lembrou, de leve Heloísa Helena. Pequena, magra, firme, contundente. O discurso um pouco mais leve, a menos agressiva. Marina, efetivamente, é melhor. Desta vez, a direita escolheu melhor.
Depois do programa do PV, assisti outra vez o filme O Dia que a Terra Parou. Concluí, então, que os verdes do Brasil não consideram o ser humano com características viróticas, portanto não pensam em varrer a humanidade da face da Terra. Aliás o PV brasileiro está mais para PV alemão. O que me leva a pensar na reação que terá a ex-ministra durante a campanha eleitoral de 2010, caso tenha que, e provavelmente terá, em algum momento, compartilhar palanque com o tucanato, como fez até agora seu líder Gabeira. Que cena...
* Funcionária pública, direigente municipal do PCdoB de Porto Alegre, estudante de ciências sociais da UFRGS. Dirigente da Semapi - RS
domingo, 13 de setembro de 2009
A historia que não quer calar...
– Todos quem Cara Pálida?
“A expressão «todos cometeram crimes» é cínica, covarde e revela o inteiro teor dos golpistas. Todos quem cara pálida? Desde quando resistir a golpes de estados, a violência e a boçalidade de regimes totalitários, é crime?
Existe ainda um longo caminho a ser trilhado na luta popular. Para que se conheça esse rio de sangue de milhares de brasileiros vítimas de 1964 e que permanece com seu curso oculto e escondido na costumeira covardia que é marca registrada de golpistas em qualquer lugar do mundo. Como desaparecidos, portanto ocultos, estão os corpos de brasileiros que tombaram na luta contra a ditadura. E órfãs as suas famílias. É a história do Brasil, logo, o povo brasileiro.
Essa história não pode ficar insepulta. Muitos dos seus protagonistas, do lado da ditadura, estão vivos e ativos…”Laerte Braga* - Odiario.info
Em abril de 1964 militares comandados pelo general Vernon Walthers e subordinados no todo ao embaixador dos EUA no Brasil, Lincoln Gordon, com apoio da IV Frota daquele país, em águas territoriais brasileiras, depuseram o presidente constitucional do Brasil João Goulart e tomaram de assalto o poder. Iniciava-se um período de vinte anos de ditadura cruel e sanguinária, num processo de transformação do Brasil em colônia de interesses dos grandes grupos econômicos que controlam o mundo a partir de Washington e Wall Street.
O Brasil foi um dos muitos países latino-americanos onde os EUA compraram parte expressiva das forças armadas para sustentar ditaduras de extrema-direita. Esse tipo de ação aconteceu na África e na Ásia e obedecia à chamada doutrina de segurança nacional formulada numa comissão conhecida como Tri-lateral (AAA – América, África e Ásia). Da comissão, entre agências do governo dos EUA, faziam parte fundações como a FORD e a ROCKFELLER, representando interesses de grupos privados. A Fundação FORD hoje tenta controlar a Conferência Nacional de Comunicação convocado no Brasil para dezembro.
Quer ajudar a manter o monopólio da mentira, a chamada grande mídia.
Um ano após o golpe militar eleições para governador de dois dos maiores estados brasileiros, Minas e o antigo estado da Guanabara, mostraram que os ditadores não conseguiriam manter a farsa democrática que revestiu o golpe e foram extintos partidos políticos, imposto o bi-partidarismo, as eleições indiretas para governos estaduais, criados mecanismos para o controle do Parlamento e de assembléias legislativas e acelerado o processo que montou um impressionante aparelho repressivo, sem o qual a ditadura não teria conseguido sobreviver.
Milhares de resistentes foram presos, outros se buscaram asilo em países mundo afora e muitos torturados, estuprados e assassinados em prisões brasileiras. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife eram os principais centros de tortura.
O aparelho repressivo foi montado numa espécie de complexo entre militares, policiais estaduais sob controle de Brasília e empresa privada. Um deles, a OBAN – OPERAÇÃO BANDEIRANTES – teve a participação de empresas como a Mercedes Benz, a Supergasbras, jornais como a FOLHA DE SÃO PAULO (emprestava seus veículos para o transporte de presos torturados e que eram assassinados e desovados em partes da capital paulista e do seu entorno).
O DOI/CODI, departamento e centro de operações repressivas, que juntava todo o conjunto das forças ditatoriais na área, mais tarde, sob a coordenação do governo dos Estados Unidos, somou-se a aparatos semelhantes de países do chamado CONE SUL (BRASIL, ARGENTINA, URUGUAI e incluía também CHILE e PARAGUAI, todos sob ditaduras militares) na OPERAÇÃO CONDOR.
Líderes de oposição eram presos e assassinados, um deles em New York (Orlando Letelier, consultor da ONU e ex-chanceler do governo deposto de Salvador Allende, no Chile). Outros eram presos, torturados e entregues em seus países de origem, caso do major Joaquim Cerveira. Preso na Argentina, levado para o Uruguai e entregue ao DOI/CODI de São Paulo, então comandado pelo coronel Brilhante Ulstra, um dos mais covardes e sanguinários torturadores brasileiros. Cerveira oficialmente foi morto no Rio de Janeiro.
Dan Mitrione, que chegou a virar nome de rua no Brasil (não é mais), foi um dos agentes enviados pelos EUA para treinar e instruir torturadores no Brasil, no Chile, na Argentina e no Uruguai. Foi capturado por forças resistentes em Montevidéu, julgado e executado.
A anistia concebida e formulada pelo regime militar tinha um objetivo principal, já que percebida a repulsa do povo ao governo ditatorial e a impossibilidade mantê-lo por um tempo maior. O de evitar, no caso do Brasil, a prisão e o julgamento de torturadores, caso do próprio Brilhante Ulstra, ou de figuras consideradas dentro da caserna, sob controle dos golpistas, como «patriotas» e «democratas».
Se na Argentina, no Chile e no Uruguai os principais agentes da repressão foram presos e julgados, o próprio Pinochet foi preso no exterior e em seu país, no Brasil permanecem impunes. E escondidos. A história da repressão, da boçalidade do regime militar, do caráter abjeto dessas figuras, entre nós, tem sido revelada em pingos de conta gotas, arrancada a fórceps diante da intransigência de boa parte dos militares de deixar vir a público os documentos oficiais desse período.
E da obstinação que compromete a própria instituição forças armadas, em manter impunes os responsáveis por essa fase sombria e repugnante da história do Brasil.
Casos como o da estilista Zuzu Angel, morta em condições misteriosas depois de denunciar ao mundo o caráter despótico e sanguinário do regime (seu filho Stuart Angel foi preso, torturado e assassinado pelos militares) chegaram a virar filme e a comover a opinião pública do País. Ou o do jornalista Wladimir Herzog, do operário Fiel Filho, mortos já no chamado período de distensão, nas dependências do DOI/CODI de São Paulo.
O que, aparentemente, era um instrumento legal destinado a permitir a volta de brasileiros que estavam no exílio, ou o fim dos crimes contra a «segurança nacional», numa pressuposta condição de «maturidade do povo brasileiro», para tomar em suas mãos o seu destino através de uma nova constituição, eleições diretas para presidente e governos estaduais, fim da censura da imprensa, ou do caráter de imprensa oficial da ditadura, REDE GLOBO, era e continua sendo uma forma de garantir a impunidade de torturadores.
A expressão «todos cometeram crimes» não tem sentido e implica na admissão de crimes por parte da ditadura militar. Se o regime foi oriundo de um golpe contra instituições em pleno funcionamento, contra um governo legal, a resistência não se constitui crime e nem pode. A tortura, à luz do direito internacional, é crime hediondo e imprescritível.
E até porque a repressão começa no próprio golpe, no dia do golpe, com as prisões das principais lideranças de oposição, lideranças populares, e muitas vezes meros desafetos, em fatos que revelaram de imediato a natureza e os propósitos do golpe. As cassações em massa. Deputados, senadores, professores, cientistas de renome internacional, figuras como Celso Furtado, Oscar Niemeyer, foram postos à margem da «lei» da estupidez e da boçalidade dos que tomaram o poder.
A história não contada da guerrilha do Araguaia e da execução de guerrilheiros a sangue frio e depois de incontáveis sessões de tortura e todo o regime de horror montado contra populações da área na sanha repressiva dos homens e instrumentos da ditadura.
A anistia foi uma conquista da luta como um todo e os golpistas no poder trataram de estendê-la aos seus carrascos. De torná-la ampla, geral e irrestrita, palavras que na verdade, antes de se referirem a resistentes políticos, opositores, garantiam a impunidade a figuras da repressão em todo o processo.
Os trinta anos da lei da anistia nos remetem à necessidade de rediscutir esse período da nossa história. Trazer a público toda a inteira dimensão da violência que foi o golpe de 1964 e levar ao banco dos réus os torturadores.
Não como ação de vingança ou revanche, rótulos que esses “patriotas” costumam usar para esconder as práticas covardes e desumanas. Mas como exigência de algo maior, a História. Para que toda a prática estúpida e golpista dos militares responsáveis por 1964 seja pública. Para que não se repitam anos de horror e crueldade, para que se puna o crime da tortura em todos os seus espectros, origem e conseqüência, já que, em si, descaracteriza o ser humano como espécie racional.
A reação e a resistência ao golpe militar foi uma conseqüência legítima e uma luta de bravura, dada até a correlação de forças, como agora em Honduras, onde saem das catacumbas os “célebres” generais do patriotismo canalha atrelado a interesses de grupos econômicos.
Os trinta anos da lei de anistia sinalizam na necessidade de ruptura com o passado golpista e ditatorial e essa ruptura passa por revelar toda a inconseqüência bestial do regime. Do contrário permanecem impunes assassinos, estupradores, escondidos sob o manto de uma lei que não pode permitir que um período de barbárie vivido por uma Nação permaneça oculto e seja desconhecido de boa parte do seu povo.
A expressão «todos cometeram crimes» é cínica, covarde e revela o inteiro teor dos golpistas.
Todos quem cara pálida? Desde quando resistir a golpes de estados, a violência e a boçalidade de regimes totalitários, é crime?
Existe ainda um longo caminho a ser trilhado na luta popular. Para que se conheça esse rio de sangue de milhares de brasileiros vítimas de 1964 e que permanece com seu curso oculto e escondido na costumeira covardia que é marca registrada de golpistas em qualquer lugar do mundo. Como desaparecidos, portanto ocultos, estão os corpos de brasileiros que tombaram na luta contra a ditadura. E órfãs as suas famílias. É a história do Brasil, logo, o povo brasileiro.
Essa história não pode ficar insepulta. Muitos dos seus protagonistas, do lado da ditadura, estão vivos e ativos, caso do presidente do Senado José Sarney, dos ex-presidentes da República Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso (o falso preso político, cabo Anselmo com “patente” de general Anselmo) e continuam causando males ao Brasil e aos brasileiros.
* Laerte Braga é jornalista
Stéphane Grappelli - Plays Jerome Kern - 1987
sábado, 12 de setembro de 2009
Afeganistão: uma bomba na eleição alemã
Na sexta-feira, 4 de setembro, o comandante das tropas alemãs no Afeganistão, na região de Kunduz, pediu, autorizou ou ordenou o bombardeio aéreo, pelas forças da Otan, de dois caminhões-tanque, carregados com combustível, que estavam atolados num banco de areia do rio que tem o mesmo nome.
Aviões norte-americanos, que já estavam sobrevoando o local, e que providenciaram imagens telvisionadas para orientar o reconhecimento por parte do pessoal em terra, bombardearam o alvo. O resultado trágico provocou, em primeiro lugar, uma crise internacional sobre o que, de fato, aconteceu.
Para o comandante alemão, general George Klein, tratava-se de dois caminhões sequestrados pelos Talibãs, cercados por militantes que retiravam o combustível com sifões. Para organizações não-governamentais, tratava-se dos mesmos caminhões, mas cercados por civis atraídos pela perspectiva de obter combustível de graça.
As estimativas de mortos variam entre 56 e 150, conforme a organização que divulga os dados. Uma coisa é certa, até o momento: houve mortes de civis, em número ainda não identificado, cuja variação vai de 24 a 120. O caso jogou uma outra bomba, dessa vez na anunciada política do general norte-americano Stanley McChristal, comandante-geral das tropas da Otan no Afeganistão, para evitar mortes de civis. E provocou também um jogo de empurra-empurra entre alemães e norte-americanos sobre quem, de fato, teria responsabilidade pelo episódio.
Um esclarecimento: Kunduz é uma província bem ao norte do Afeganistão, perto da fronteira com duas repúblicas ex-soviéticas, o Uzbequistão e o Tadjiquistão, e próxima também da Índia e da China. Até três anos atrás era considerada uma região menos belicosa, mas de lá para cá as coisas mudaram, e ataques contra a presença dos alemães da Otan tem se avolumado.
A outra bomba que o episódio lançou estourou na Alemanha, onde se realizam eleições gerais para o Parlamento (e consequentemente o governo) em 27 de setembro próximo. Até agora a campanha vinha se processando, apesar da crise econômica e seus efeitos problemáticos na Alemanha, num clima de mornidão. Os casos mais espetaculares da campanha tinham sido levantados pelos uso de imagens consideradas provocantes sexualmente em cartazes de diferentes partidos: uma foto de uma candidata da União Democrata Cristã (CDU) na companhia da chanceler Ângela Merkel, ambas com decotes generosos, dizendo: "nós temos mais a oferecer", e um outro, do Partido Verde, sobre tolerância cultural, racial e sexual, em que duas mulheres, uma branca e outra negra, agarram os respectivos traseiros numa clara sugestão erótica.
Entretanto a tragédia do episódio afegão fez ferver o ambiente eleitoral. Até o momento o que se esperava era um desempenho seguro da CDU, mais fraco dos social-democratas (SPD), um pouco mais forte por parte do Partido Verde e da direita, o Partido Democrata Livre (FDP), ligado ao empresariado. Além disso, previa-se um desempenho medianamente fraco do novo partido A Esquerda (Die Linke), embora este tenha sido reforçado por bom desempenho em algumas eleições regionais no passado recente.
Ocorre que até o momento apenas a Linke declarou sua oposição aberta à presença de tropas alemãs no Afeganistão – uma presença, diga-se de passagem, que não é nada popular, por trazer à lembrança antigas ocupações militares por parte da Alemanha e por estar provocando mortes entre os enviados (já são 38). O incidente trágico no Afeganistão pode – e já está provocando – catapultar a popularidade da Linke, o que deixa os demais partidos de cabelos em pé, inclusive o Partido Verde, que, embora tradicionalmente pacifista, apoiou a participação do exército alemão no devastado Afeganistão.
Tudo isso lembra, e muito bem, que quem semeia bombas pode muito bem colher tempestades, e trouxe à tona a velha bandeira da paz que, no caso alemão e em muitos países da Europa, sempre foi tradicionalmente de esquerda desde pelo menos a Primeira Guerra Mundial. Os Verdes tinham sido reforçados por uma grande manifestação em Berlim (50 mil pessoas) no sábado, 6 de setembro, contra o uso da energia atômica na produção de eletricidade. Agora, porém, estão sendo diretamente questionados por sua posição dúbia, para dizer o mínimo, no Afeganistão. A imprensa alemã divulgou fotos da ocorrido, o que contribuiu para aumentar o impopularidade de uma ocupação cada vez mais difícil de defender.
DIONISIA DÍAZ, A AVÓ DA RESISTENCIA E DA DEMOCRACIA DE HONDURAS
“Estive na greve de 54 e agora contra estes malditos golpistas que roubaram, seqüestraram a democracia”, disse a mulher à AFP, colocando o alto-falante embaixo do braço, antes que inicie a mobilização.
Nas marchas da Frente de Resistência contra o Golpe de Estado de 28 de junho de Honduras se vê com freqüência a mesma gente: não só os dirigentes, mas também entre a grande massa que está a meses nas ruas da capital. Uma que não falta é Dionisia Díaz.
“Na greve de 54 perdi meu esposo. Para fugir da repressão, a gente se refugiava nas montanhas e ele se foi à montanha e nunca mais regressou”, relata a mulher que nessa época tinha 20 anos.
A greve de 1954 é reconhecida como a maior proeza da luta popular em Honduras. Foi um movimento ocorrido na costa norte do país contra as transnacionais bananeiras que colocavam e tiravam presidentes e que acabou como uma das maiores conquistas dos trabalhadores.
“Não vamos parar esta luta até que este golpista Roberto Micheletti deixe a presidência ao verdadeiro presidente que elegemos nós os hondurenhos, que é Jo-sé Ma-nuel-Ze-la-ya-Ro-sa-les”, disse com ênfase em cada sílaba.
“Conheço bem a Micheletti. É de origem italiana. Era motorista de ônibus, depois teve uma empresa de ônibus e agora é um grande empresário, que fez o pior: participar em um golpe de Estado”, se queixa a mulher, natural da mesma cidade do presidente de fato.
“Desde 28 (de junho) andamos aqui e não vamos parar, não vamos parar”, sentencia a mulher, que ganha a vida com a venda de sapatos e roupa como comerciante informal.
E 55 anos depois, esta mulher originaria de El Progreso, departamento de Yoro, uma cidade rodeada ainda pelas plantações de bananeiras e situada a 240 km ao norte de Tegucigalpa, levanta novamente a bandeira da luta dos trabalhadores.
Todos os dias, Díaz, que tem 5 filhos, 18 netos e 7 bisnetos, é das primeiras a chegar à Universidade Pedagógica Nacional, a leste de Tegucigalpa, onde começa a motivar com seu alto-falante aos outros manifestantes para a mobilização.
Traduzido por Rosalvo Maciel
Original em Habla Honduras
Alimentação saudável...
|
AFSSA *Adital -
Um novo relatório da Agência Francesa para a Segurança dos Alimentos (AFSSA) concluiu que alimentos orgânicos são melhores para a saúde e contêm menos pesticidas e nitratos, que têm sido ligados a uma série de problemas de saúde incluindo diabetes e mal de Alzheimer.
Andre Leu, Presidente da Federação Orgânica da Austrália, disse que a avaliação crítica, exaustiva e atualizada sobre a qualidade nutricional dos alimentos orgânicos indica que eles têm taxas mais elevadas de minerais e antioxidantes.
"O estudo da AFSSA foi publicado na revista científica Agronomy for Sustainable Development, uma publicação reconhecida cujos conteúdos são revisados por pares, o que assegura que ele apresenta padrões científicos rigorosos", disse Leu.
1. Produtos de plantas orgânicas contêm mais matéria seca (maior densidade nutricional)
2. Têm níveis mais altos de minerais;
3. Contêm mais antioxidantes como os fenóis e o ácido salicílico (conhecido por proteger contra cânceres, doenças do coração e muitos outros problemas de saúde);
4. Há poucos resultados documentados sobre níveis de carboidratos, proteínas e vitaminas;
5. 94-100% dos alimentos orgânicos não contêm nenhum resíduo de agrotóxicos;
6. Vegetais orgânicos contêm muito menos nitratos, cerca de 50% menos (altos teores de nitrato estão ligados a uma série de problemas de saúde incluindo diabetes e mal de Alzheimer)
7. Cereais orgânicos contêm níveis similares de micotoxinas em relação aos convencionais.
Em 2001, a AFSSA estabeleceu um grupo de especialistas para desenvolver uma avaliação crítica e exaustiva da qualidade nutricional e sanitária dos alimentos orgânicos.
A AFSAA diz que seu objetivo foi alcançar os mais altos padrões de qualidade científica em sua avaliação. Os artigos científicos selecionados para análise se referem a práticas agrícolas bem definidas e certificadas, e apresentaram as informações necessárias sobre desenho da metodologia, parâmetros de medidas válidos e amostragens e análises estatísticas válidas.
Depois de mais de dois anos de trabalho envolvendo cerca de 50 especialistas de todas as áreas específicas incluindo a agricultura orgânica, o consenso final do relatório foi publicado em língua francesa em 2003.
O relatório publicado na revista científica, em inglês, é na verdade um resumo deste estudo, e outras partes relevantes têm sido publicadas desde 2003.
As conclusões deste estudo são diferentes das que foram recentemente apresentadas pela Agência de Qualidade de Alimentos do Reino Unido, que foi amplamente criticado por especialistas internacionais pelo uso de metodologia falha e conclusões que contradizem seus próprios dados (ver Boletim 452 - 1. Pesquisadores concluem que orgânicos não trazem benefícios à saúde. Será mesmo?).
O relatório completo da AFSSA pode ser encontrado em:
http://swroc.cfans.umn.edu/organic/ASD_Lairon_2009.pdf
[Publicado Food Magazine, 03/09/2009. Reproduzido no Boletim da AS-PTA]
* Agência Francesa para a Segurança dos Alimentos
Morte de um revolucionário cubano...
Morre histórico comandante da revolução de Cuba
Juan Almeida Bosque, um dos poucos que ostentavam o título de "Comandante da Revolução Cubana" e que mostrou lealdade ferrenha a Fidel Castro no calor do campo de batalha, morreu nesta sexta-feira (dia 11), após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Membro do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e vice-presidente da ilha, ele tinha 82 anos. O Conselho de Estado decretou luto nacional, ordenando que todas as bandeiras fossem hasteadas a meio mastro.
Vice-presidente do Conselho de Estado de Cuba, Juan Almeida Bosque chegou a ser considerado o terceiro homem da ilha.
"O nome do comandante da Revolução Juan Almeida Bosque permanecerá para sempre no coração e na mente de nossos compatriotas, como paradigma de firmeza revolucionária, convicções sólidas, valentia, patriotismo e compromisso com nosso povo", expressou um comunicado oficial. O comandante foi ainda um colaborador próximo e amigo pessoal de Fidel e Raúl Castro, este último atual presidente após substituir seu irmão enfermo.
"É com profunda dor que a direção do Partido e do Estado informa ao nosso povo que o comandante da revolução Juan Almeida Bosque, membro do Escritório Político e vice-presidente do Conselho de Estado, faleceu nesta capital, às 11h30 (horário local) da noite desta sexta-feira, como consequência de uma parada cardiorrespiratória", informou uma nota oficial.
O comunicado observou que não haveria cerimônia pública de velório, atendendo ao desejo do dirigente. Autoridades cubanas estavam organizando uma cerimônia para este domingo no monumento do herói cubano José Martí, na Praça da Revolução, em Havana, assim como em outros locais, como na Ilha da Juventude, onde Almeida ficou preso com os irmãos Castro, após participarem do assalto ao quartel Moncada, em 1953.
Almeida integrou-se à luta contra o regime ditatorial de Fulgêncio Batista, em março de 1952, quando era um estudante de Direito na Universidade de Havana, onde conheceu Fidel Castro, então um advogado formado e aspirante a promotor.
Almeida esteve ao lado de Castro em 26 de julho de 1953, quando o futuro presidente cubano liderou um ataque ao quartel de Moncada, uma força militar de Batista na cidade de Santiago de Cuba. A investida foi um fracasso e Almeida, assim como os irmãos Castro, foram presos e levados para a Isla de los Pinos, renomeada, posteriormente, de Isla de la Juventud (Ilha da Juventude). Mas aquele fracasso foi o primeiro passo importante rumo à Revolução Cubana, cinco anos e meio depois daquela data.
Almeida e os outros sobreviventes do ataque ao quartel foram libertados em maio de 1955, favorecidos por uma anistia dada a outros jovens revolucionários. Após a libertação, ele acompanhou os irmãos Castro no exílio no México, onde formaram uma guerrilha armada. Eles retornaram a Cuba em dezembro de 1956 no iate americano "Granma", que transportava um total de 82 combatentes, e lançaram batalhas da ilha de Sierra Maestra. Almeida, os irmãos Castro e Ernesto "Che Guevara" estiveram entre os 16 sobreviventes dos confrontos na ilha, nos quais vários rebeldes morreram nos confrontos com as tropas governamentais.
Após Batista fugir de Havana no Ano Novo de 1959, Almeida ocupou diversos postos militares, desde chefe das unidades motorizadas até chefe da Força Aérea do Exército Revolucionário. Mais tarde, ele foi nomeado vice-ministro e chefe do staff das Forças Armadas Revolucionárias.
Almeida era integrante do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba desde a sua criação em outubro de 1965. Tinha como tarefa receber novos embaixadores estrangeiros e dar as boas vindas a dirigentes estrangeiros visitantes. Ele desligou-se das atividades públicas em dezembro de 2003, após anunciar que sofria de problemas cardíacas. Almeida também compôs diversas músicas cubanas tradicionais e escreveu sobre seus anos na prisão e nas montanhas.
No sitio www.vermelho.org.br