sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um Baita Filme...



Um Outro Jeito (1982)
(Egymásra nézve)
Another_Way.

SINOPSE


Repressão política e sexual na Hungria, logo após a revolução de 1956. Em 1958, o corpo de Eva Szalanczky, uma jornalista política, é descoberto perto da fronteira. A sua amiga Livia está no hospital com um pescoço partido; o marido de Livia, Donci, está sob prisão. Olhando para o passado, um ano antes, vemos o que levou a esta tragédia. Eva arranja um trabalho como escritora. Ela conhece Livia e sente-se atraída por ela. Livia sente o mesmo, mas como mulher casada, tem dúvidas e hesitações. Nos seus empregos, elas (e principalmente Eva) esbarram-se com os limites de contar verdades políticas; em privado, elas confrontam os limites de viver a verdade emocional e sexual. 

  
 
 
 

ELENCO E INFORMAÇÕES SOBRE O FILME E RELEASE

 Jadwiga Jankowska-Cieslak ... Éva Szalánczky
Ildikó Bánsági ... Éva Szalánczky (voice)
Grazyna Szapolowska ... Livia Horváth
Judit Hernádi ... Livia Horváth (voice)
Jozef Króner ... Erdõs elvtárs
Gyula Szabó ... Erdõs elvtárs (voice)
Péter Andorai ... Dönci Horváth - Lívia férje
 Gênero: Drama
Diretor: Karóly Makk
Duração: 102 minutos
Ano de Lançamento: 1982
País de Origem: Hungria
Idioma do Áudio: Húngaro
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0083872/
Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Codec: DivX 5
Vídeo Bitrate: 1.003 Kbps
Áudio Codec: MPEG1/2 L3
Áudio Bitrate: 128 kbps 44 KHz
Resolução: 640 x 384
Aspect Ratio: 1.667
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 841.9 MiB
Legendas: Exclusivas


PREMIAÇÕES


 


REVOLUÇÃO HÚNGARA DE 1956
 
O levante húngaro começou em 23 de Outubro de 1956, com uma manifestação pacífica de estudantes em Budapeste. Exigiam o fim da ocupação soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". Quando os estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.

No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Josef Stálin foi derrubada por manifestantes que entoavam, "russos, voltem para casa", "abaixo Gerő" e "viva Nagy". Em resposta, o comitê central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.

Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o comitê central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por János Kádár.

Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.

Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.

Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de Outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de Novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direcção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a protecção das Nações Unidas.

A 3 de Novembro Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia a Hungria, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20 000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de 13 mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991. Fonte
 
 

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Surpresa no Nobel de Literatura


Foto de arquivo da escritora alemã Herta Mueller que comparece a um festival literáro em Praga. (Foto: Reuters/Der Standard/Andy Urban)



Deixando de lado pesos-pesados como o norte-americano Philip Roth e o israelense Amos Oz, o prêmio Nobel de Literatura deste ano ficou com a escritora de língua alemã e origem romena Hertha Müller, de 53 anos.
Autora de copiosa obra, sobretudo de contos e romances, Hertha Müller nasceu na cidade de Nitzkydorf, na região de Banat, na Romênia. Seus ascendentes eram alemães, e além do alemão falavam também o húngaro.
A história pessoal de Hertha ilustra o complicado mapa das perseguições na Europa. Seus ascendentes emigraram para aquela região atraídos pela concessão de terras a colonos alemães na virada do século XIX para o XX.
Lá se consituiu uma colônia de alemães, que cultivavam a própria língua. Tornaram-se uma minoria, mas viram sua influência crescer quando, durante a Segunda Guerra Mundial, a Romenia apoiou a Alemanha nazista. Numa entrevista recente, a própria escritora reconheceu que seu pai fora da SS, a polícia especial dos nazistas. Com o término da guerra, a Romênia ficou na órbita soviética. Muitos dos alemães que tinham emigrado, e seus descendentes, começaram a voltar para a Alemanha.
Hertha permaneceu na Romênia até 1987, quando emigrou, com o marido, para Berlim, onde mora até hoje. Seus inúmeros livros falam em geral da vida de uma minoria, sob um regime que vêem como opressivo em três dimensões: falta de liberdade, intolerância racial e cultural, e, não menos importante, a opressão dos homens sobre as mulheres.
Esse é o mundo, por exemplo, de seu livro (traduzido para o inglês) "A terra das ameixas verdes", narrado por uma estudante cuja colega de quarto se suicida depois de ser violentada por soldados do exército. O clima do livro é sufocante e cheio de imagens violentas, como a dos trabalhadores de um matadouro que bebem o sangue dos animais que matam. Essa imagem vampiresca espelha a do regime político liderado por Nicolau Ceacescu, que acabou, em 1989, num banho de sangue de extrema violência. Ao fim do livro a narradora, ao contrário de sua colega suicida, decide fugir do país.
Em outro livro (esse traduzido no Brasil com o nome de O compromisso) um oficial da polícia secreta persegue/assedia uma trabalhadora de uma fábrica de roupas de um modo kafkeano, pois ela é chamada seguidamente para ser interrogada em datas que para ela são aleatórias e sobre acusações que lhe parecem despropositadas e sem nexo.
Hertha Müller já ganhou mais de 20 prêmios literários, e é considerada uma das principais escritoras de língua alemã nascidas fora de Alemanha. Na decisão, a Academia da Suécia que outorga os prêmios Nobel destacou que em sua obra ela destaca "a paisagem dos errantes e perseguidos", embora a maior parte das traduções jornalísticas para outras línguas tenha usado o termo "despossuídos".
Como em outras ocasiões, não ficou de todo claro quais foram os critérios do júri (que se sabe ser extenso) na outorga do prêmio, que vale 1,4 milhão de dólares norte-americanos, mais de 2 milhões e meio de reais. Hertha foi a 12a. mulher a receber o prêmio, que começou a ser dado em 1901. Até agora nenhum escritor brasileiro recebeu o prêmio, apesar de vários terem sido indicados, como os poetas João Cabral de Melo Neto e Ferreira Gullar, e o único escritor de língua portuguesa a recebe-lo foi José Saramago.

GUERRA E PAZ - 1956 de Dino de Laurentis


 



SINOPSE

A ação se inicia em 1805, na época que antecede a Batalha de Austerlitz, uma das muitas
campanhas militares de Napoleão contra os impérios europeus. Nesta batalha, a
aliança formada por Áustria e Rússia foi derrotada pelos franceses, forçando os
russos a assinar um tratado de paz em 1807. Na batalha, o príncipe Andrei é
ferido heróicamente e é feito prisioneiro. Finda a guerra, retorna para Moscou e
fica viúvo. Depois de 2 anos de retiro, ele se interessa por Natasha Rostov,
filha de um nobre arruinado e grande paixão de seu amigo Pierre Bezukhov. Pierre
é um intelectual que não gosta de armas e é filho bastardo de um aristocrata,
que só o reconhece como filho, lhe dando os direitos de herança dele quando
morre. Pierre também não pode fazer à corte a Natasha, pois se casou com sua
prima, a desejável e infiel Helene. Quando se inicia uma nova guerra, a Russia é
invadida por Napoleão. Moscou é incendiada pelos próprios moradores para
fustigar e, por fim, repelir os exércitos invasores. Mas esta é uma tragédia que
mudará as vidas de todas as pessoas do país. Um filme imperdível, fiel ao livro
de León Tolstói, um dos maiores clássicos da literatura mundial!



PRÊMIOS
Globo de Ouro - Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira
Sindicato Nacional Italiano dos Jornalistas Críticos de Cinema - Prêmio de
Melhor Música
Sindicato Nacional Italiano dos Jornalistas Críticos de Cinema - Prêmio de
Melhor Design de Produção
Indicações: Academia de Hollywood - Indicado aos Oscars de Melhor Direção,
Melhor Fotografia e Melhor Figurino
Academia Britânica - Indicado aos Prêmios de Melhor Filme e de Melhor Atriz
Britânica (Audrey Hepburn)
Globo de Ouro - Indicado aos Prêmios de Melhor Filme-Drama, Melhor Direção,
Melhor Atriz-Drama (Audrey Hepburn) e Melhor Ator Coadjuvante (Oskar Homolka)

"Guerra e Paz" foi o filme mais caro produzido até então. Mais ainda, ajustando
seu orçamento à inflação, ele hoje em dia seria de 560.000.000 dólares (sim,
quinhentos e sessenta milhões de dólares), mantendo-se como o filme mais caro da
história



ELENCO
Audrey Hepburn - Natasha Rostova
Henry Fonda - Pierre Bezukhov
Mel Ferrer - Príncipe Andrei Bolkonsky
Vittorio Gassman - Anatol Kuragin
Herbert Lom - Napoleon
Oskar Homolka - Marechal de Campo Kutuzov
Anita Ekberg - Helene Kuragina
Helmut Dantine - Dolokhov
Tullio Carminati - Príncipe Vasili Kuragin
Barry Jones - Príncipe Mikhail Andreevich Rostov
Milly Vitale - Lisa Bolkonskaya
Lea Seidl - Condessa Rostov
Anna-Maria Ferrero - Maria Bolkonskaya
Wilfrid Lawson - Príncipe Bolkonsky
May Britt - Sonia Rostova
Jeremy Brett - Nikolai Rostov



FICHA TÉCNICA
Título Original: War And Peace
Gênero: Drama/Romance/Guerra
Tempo de Duração: 208 minutos
Data de Lançamento: 21 de Agosto de 1956
País: Itália/Estados Unidos
Direção: King Vidor
Roteiro: Bridget Boland, Robert Westerby, King Vidor, Mario Camerini, Ennio De
Concini, Ivo Perilli, Gian Gaspare Napolitano e Mario Soldati, em cima da obra
de León Tolstói, "Guerra e Paz"
Edição: Leo Cattozzo
Produção: Dino De Laurentiis e Carlo Ponti
Direção de Fotografia: Jack Cardiff
Direção de Arte: Mario Chiari
Música: Nino Rota
DVD Rip
Áudio: Inglês
RMVB Legendado
Cor
Créditos: Stirner-F.A.R.R.A.-






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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Brasil: de devedor a credor...

“Nunca antes neste país”: o empréstimo brasileiro ao FMI

Editorial do sitio www.vermelho.org.br
 
O bordão do presidente Lula para descrever inúmeras realizações de seu governo - “nunca antes neste país” – talvez seja o mais apropriado para descrever a situação absolutamente nova, e altamente simbólica, das mudanças ocorridas nos últimos anos, e que tornaram o Brasil credor do FMI.

Durante décadas o FMI foi a praga que travou o desenvolvimento nacional com suas restrições intransigentes ao investimento. O crescimento do país nunca foi o foco da atuação do Fundo que, ao contrário, sempre foi a principal agência de articulação dos interesses do capital financeiro mundial, dos interesses do imperialismo.

Em todas as crises anteriores, desde as décadas de 1950 e 1960, suas imposições visavam à garantia desses interesses, e nunca ao fortalecimento da economia brasileira. Na crise de 1998, por exemplo, o FMI fez um acordo lesivo aos interesses brasileiros, aceito pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, e “emprestou” 40 bilhões de dólares para nosso país, dinheiro que nunca veio para cá mas ficou depositado no exterior como garantia justamente de pagamento da dívida brasileira com bancos estrangeiros, principalmente estadunidenses.

Esta situação mudou e, como “nunca antes na história”, hoje o Brasil está do outro lado do balcão. O presidente Lula já havia anunciado isso, e ontem (dia 5) o ministro da Fazenda, Guido Mantega confirmou, na reunião do FMI que ocorre na Turquia: o Brasil vai comprar US$ 10 bilhões em bônus do Fundo.

O país deixa a tradicional posição subalterna e dependente naquele organismo, e sua voz é fortalecida, reflexo do prestígio que vem alcançando pelo mundo afora, e que resulta da nova postura soberana e de defesa dos interesses nacionais.

Em vez de pagar juros – como ocorria antes de 2005, quando deixou de renovar aquele acordo lesivo feito por Fernando Henrique Cardoso em 1998 – agora o Brasil passa a receber juros.

Além de seu simbolismo, essa mudança reforça e reafirma a posição autônoma do país e a retomada do controle nacional sobre nossa economia, podendo soberanamente ignorar as recomendações de medidas econômicas feitas pelo FMI.

No passado, não eram recomendações, mas ordens. Nas décadas recentes, desde 1982, as missões do Fundo que vinham ao país humilhavam a soberania nacional e agiam como autoridades coloniais impondo determinações. Quem não se lembra do apagão elétrico de 2001, que resultou da falta de investimentos para a produção de energia elétrica? Naquela ocasião ficou exposta a situação vexatória de nosso país que, para fazer investimentos essenciais para o funcionamento normal da economia, precisava de autorização do Fundo pois os investimentos do governo eram contabilizados como “despesa” que comprometiam o superávit primário exigido como garantia do pagamento dos juros da dívida.

Mesmo tendo dinheiro para investir, o governo não podia fazê-lo pois isso comprometia aquilo que é o essencial para o Fundo: o pagamento dos juros. O FMI simplesmente não autorizava investimentos e o governo neoliberal de FHC se submetia às determinações desse poder estrangeiro.

Isso mudou, sinalizando a reafirmação da soberania nacional. É um acontecimento histórico que precisa ser comemorado, e lembrado pelos brasileiros na hora de comparar os desempenhos do governo atual com o comportamento subalterno dos governos neoliberais.

O dolar despenca....

A anunciada queda do dólar

por Mike Whitney [*]
Cotação do ouro na terça-feira. Robert Fisk disparou o detonador com o seu super-debatido artigo publicado terça-feira 6 no Independent britânico, o qual difundiu-se do dia para a noite por todos os cantos da Internet e disparou o preço do ouro para US$1.026 por onça. Agora todo sítio web do juízo final no ciberespaço põe em manchete a "história chocante" de Fisk e os blogs estão atulhados com comentários frenéticos daqueles que querem sobreviver abrigando-se em bunkers e de compradores ansiosos por ouro certos de que o mundo tal como o conhecemos está prestes a acabar.

Do artigo de Fisk:

"Na mais profunda alteração financeira da história recente do Médio Oriente, árabes do Golfo estão a planear – juntamente com a China, a Rússia, o Japão e a França – acabar com negócios de petróleo em troca de dólar, comutando para um cabaz de divisas incluindo o yen japonês, o yuan chinês, o euro, ouro e uma nova divisa unificada planeada para países do Conselho de Cooperação do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, o Abu Dhabi, o Kuwait e o Qatar.

"Já foram efectuadas reuniões secretas de ministros das Finanças e governadores de banco central na Rússia, China, Japão e Brasil para tratarem do esquema, o qual significará que o petróleo não será mais apreçado em dólares.

"Os americanos, que estão conscientes das reuniões efectuadas – embora não tenham descoberto os pormenores – estão decididos a combater esta cabala internacional o que incluirá aliados até agora leais como o Japão e os árabes do Golfo. Contra o pano de fundo destas reuniões, Sun Bigan, o ex-enviado especial da China para o Médio Oriente, advertiu que há um risco de aprofundar divisões entre a China e os EUA acerca de influência e de petróleo no Médio Oriente. "Querelas bilaterais e choques são inevitáveis", disse ele à Asia and Africa Review. "Não podemos reduzir a vigilância contra a hostilidade no Médio Oriente sobre interesses energéticos e de segurança".

"Cabala internacional?" Por favor, Fisk, você se excedeu.

Os relatos sobre a morte do dólar são grandemente exagerados. O dólar pode cair, mas não entrará em crash. E, no curto prazo, está destinado a fortalecer-se quando o mercado de acções reentrar no campo gravitacional da terra após uma cavalgada de seis meses ano espaço exterior. O relacionamento entre acções em queda um dólar mais forte está bem estabelecido e, quando o mercado se corrige, o dólar saltará mais uma vez. Pode apostar nisso. Então porque todas estas asneiras acerca de homens no Médio Oriente reunidos em "reuniões secretas" a cofiarem as suas barbas enquanto conspiram contra o império?

Não é isto a essência do artigo de Fisk?

Sim, o dólar cairá (finalmente), mas não pela razões que a maior parte das pessoas pensa. É verdade que o salto em despesas deficitárias tem preocupado os possuidores estrangeiros de dólares. Mas eles estão mais preocupados acerca do programa de facilidade quantitativa (quantitative easing, QE) do Fed o qual aumenta a oferta monetária com a compra de títulos apoiados por hipotecas e Títulos do Tesouro (Treasuries). Bernanke está simplesmente a imprimir dinheiro e a despejá-lo no sistema financeiro para impedir o início do rigor mortis. Naturalmente, o Fed têve de quantificar exactamente quanto dinheiro pretende "criar a partir do nada" para aplacar os seus credores. E fez isso. (O programa está programado para finalizar no princípio de 2010). Dito isto, a China e o Japão ainda estão a comprar US Treasuries, o que indica que ainda não "saltaram do navio".

A razão real porque o dólar perderá o seu papel como divisa de reserva do mundo é que os mercados dos EUA, os quais até recentemente proporcionavam até 25 por cento da procura global, estão em declínio agudo. Países dependentes de exportações – como o Japão, China, Alemanha, Coreia do Sul – já viram o desastre inevitável. Os consumidores dos EUA estão enterrados sob uma montanha de dívida, o que significa que a sua profusão de gastos não será retomada tão cedo. No topo disto, o desemprego está em ascensão, a riqueza pessoal está em queda, as poupanças estão a subir e o viés anti-trabalho de Washington assegura que os salários continuarão estagnados no futuro previsível. Portanto, a classe média americana não continuará mais a ser a força condutora por trás do consumo/procura global como antes da crise. Uma vez que os consumidores são menos capazes de comprar novos Toyota Prius ou encherem-se no Walmart com as mais recentes tralhas fabricadas na China, haverá menos incentivo para governos e bancos centrais estrangeiros acumularem as notas verdes ou comerciarem exclusivamente em dólares.

Aqui está um recorte do Globe and Mail citado no Washington's Blog:

"Um relatório do Deptº de Investigação de Investimentos do UBS diz que apesar de ser errado cancelar o dólar como divisa de reserva global, o seu punho de ferro em tal posição durante quase 90 anos está a relaxar. 'A utilização do US dólar como uma divisa de reserva internacional está em declínio", afirmou o economista da UBS Paul Donovan.

"A fatia de mercado do dólar em transacções internacionais é provável que declina ao longo dos próximos meses e anos, mas provavelmente só persistentes erros políticos – ou considerável tensão fiscal – provocará a perda completa do estatuto de divisa de reserva.

"O relatório do UBS sustenta que o deslizamento gradual do US dólar está a ser conduzido não pelos bancos centrais do mundo, mas pelo sector privado, pois companhias individuais abandonam cada vez mais a nota verde como a sua divisa internacional preferida.

"A utilização de reservas do sector privado é mais importante do que as reservas oficiais dos bancos centrais – qualquer coisa como até 20 vezes a importância, dependendo da interpretação", afirmou o sr. Donovan. "Há evidência de que o movimento de afastamento do dólar como divisa de reserva do sector privado tem estado a acelerar-se desde 2000".

Quando a indústria privada se desvia para longe do dólar, os governos, investidores e bancos centrais seguem-na. A suave tirania da dominância do dólar desgastar-se-á e a paridade entre divisas e governos crescerá. Isto criará melhores oportunidades para consensos sobre questões de interesse mútuo. Um só país não será mais capaz de ditar a política internacional.

A chamada "hegemonia do dólar" aumentou grandemente o brutal desequilíbrio de poder no mundo de hoje. Ela colocou a tomada de decisão global nas mãos de um punhado de senhores da guerra em Washington cuja visão estreita nunca se estendeu para além dos interesses materiais deles próprios e dos seus clientes. Quando o dólar enfraquece e a procura do consumidor declina, os Estados Unidos serão forçados a restringir as suas guerras e a ajustar o seu comportamento para conformar-se aos padrões internacionais. Ou isso ou ser banido da paisagem política.

Então, qual é exactamente o aspecto negativo?

O status de super-potência repousa sobre o frágil fundamento do dólar e este começa a estalar. Fisk está certo neste nível, grandes mudanças estão a caminho. Apenas não ainda.



[*] fergiewghitney@msn.com

O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/whitney10062009.html

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O anticomunismo primitivo da Veja

Altamiro Borges
 
Na mesma edição em que reafirmou a sua simpatia pelos golpistas hondurenhos e que criticou o “imperialismo megalonanico” da diplomacia brasileira por garantir refúgio ao presidente deposto Manuel Zelaya, a revista Veja desferiu um ataque primitivo contra vários partidos de esquerda do Brasil. A exemplo do fascista Roberto Micheletti, que disse em entrevista recente que o golpe em Honduras foi dado “porque Zelaya colocou comunistas no seu governo”, a famíglia Civita, dona deste panfleto rastaqüera, também parece que perde o sono com medo do “fantasma comunista”.

“O socialismo não morreu (para eles)”. Com este título jocoso, a revista retomou um dos bordões que inaugurou a onda neoliberal no final dos anos 1980. Na época, Francis Fukuyama, consultor do governo dos EUA, decretou o “fim da história”, argumentando que o socialismo estava morto e que não haveria mais alternativas à democracia burguesa e ao livre mercado. Mas esta bravata não durou muito tempo. O neoliberalismo aguçou as contradições do capitalismo, resultando na queda de Wall Street (o muro dos rentistas) e numa das piores crises deste sistema. Apesar disto, a Veja insiste na sua cegueira ideológica, talvez apavorada com o avanço das idéias marxistas.

Um patético tucaninho

O texto reflete este temor, inclusive nas suas ironias trogloditas. “Um fantasma ronda a América Latina: o fantasma do comunismo. Pelo menos é o que acreditam os militantes de um punhado de partidos nanicos de esquerda que ainda sobrevivem na política brasileira. Para esse pessoal, não há nada mais importante do que impedir que as idéias de Karl Marx sejam devoradas pelo fungo e pelo bolor. Os esquerdistas radicais formam um grupo tão curioso quanto inofensivo”, dispara. O próprio uso de duas páginas da revista, que renderiam uns R$ 420 mil em publicidade, evidencia que a famíglia Civita teme a crescente influência do marxismo na América Latina.

Para confundir seus leitores mais tacanhos, a matéria mistura partidos de diferentes concepções, como PCdoB, PSOL, PSTU, PCO e PCB. Para todos, ela abusa nos adjetivos hidrófobos e pinça frases fora do contexto. Afirma que o PSOL é “um balaio de gatos”, que o PCB é comandado por Ivan Pinheiro, “o terrível”; e que o PSTU prevê que “[a revolução] está chegando e nós estamos preparados”. Quanto ao PCdoB, ela tenta ridicularizar um sensato pensamento do seu presidente, Renato Rabelo. “Quando a União Soviética desabou, houve quem achasse que o socialismo tinha morrido. Que nada. Só alguém sem visão histórica pode pensar assim... O capitalismo levou 300 anos para superar o feudalismo. O marxismo tem pouco mais de 100 anos de existência”.

A “reporcagem” da Veja não apresenta qualquer informação jornalística. É pura ideologização direitista. O seu objetivo é desqualificar as esquerdas. “As idéias disparatadas desses partidecos dão certo colorido à democracia brasileira, nada mais. Ao sonharem com o pesadelo da restauração socialista, seus militantes conseguem apenas criar para si próprios uma imagem folclórica... O socialismo não voltará à vida. Está morto e enterrado”, decreta o repórter Fabio Portela, o mesmo que numa edição de agosto bajulou o governador tucano Aécio Neves. Este patético e folclórico “jornalista”, seguidor de Diogo Mainardi, deve realmente temer o avanço das idéias socialistas!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Editoria do Correio da Cidadania....



Revolução é transgressão da (des)ordem estabelecida. É sempre aqui e agora. É palavra e ato. Se o discurso for transgressor, mas não houver ação transgressora, não se trata de revolução.
A (des)ordem a ser transgredida é a vigente. Mas nem sempre a conjuntura permite aos revolucionários transgredi-la de maneira global. Antes disso, muitas transgressões são necessárias – as transgressões das determinações concretas emitidas pelas regras da (des)ordem estabelecida, vigentes em um momento dado.


 


Na conjuntura atual, essa determinação reza assim: "Todos, nas eleições, são obrigados a aceitar a agenda, as regras e, sobretudo, o ritual da cultura política hegemônica no país". Conseqüentemente, numa conjuntura distante do momento de ruptura com o sistema, o ato verdadeiramente consiste em comportar-se de modo diametralmente oposto ao que prescreve esse ritual.
Qual é a prescrição da (des)ordem estabelecida para os candidatos da esquerda? Prescreve-se que estes devem fazer uma campanha eleitoral "certinha", "comportada", ou seja, um tipo de campanha na qual eles não têm a menor possibilidade de vencer, pois o "establishment" só tolera os partidos de esquerda enquanto funcionam como legitimadores do sistema.
Seguir o "script" não se confunde com o emprego de uma linguagem violenta nos comícios e na TV. Isto não faz dano algum ao sistema. Ao contrário, ele usa essa violência para assustar o eleitorado com o espantalho de uma esquerda discricionária e violenta.

Campanha "certinha" é a que se baseia em materiais de propaganda; roteiros de viagens, comícios e carreatas, que só produzem efeito positivo quando adquirem uma escala muito grande – campanhas de dezenas e até centenas de milhões de reais. Como a esquerda não tem a menor condição de levantar quantias tão grandes, ela imita a grande campanha fazendo uma "campanhazinha faz-de-conta", e, como não tem dinheiro nem para isso, recorre muitas vezes à própria direita para financiar seus gastos. Esta tem todo o interesse em fornecer-lhe o suficiente para campanhas-mirins, porque campanhas eleitorais criam excelentes oportunidades de lavagem de dinheiro.

Além disso, o fato de que partidos de esquerda também recebam contribuições de empresários fornece um belo álibi à direita: "Fazemos o que todos fazem". Claro que o dinheirinho fornecido aos candidatos da esquerda jamais lhes permite alcançar a escala em que cartazes, folhetos, churrascos, anúncios em jornais façam algum efeito.

Por outro lado, campanha eficaz é aquela cujas propostas desnudam, com lucidez e clareza, a lógica do sistema capitalista e a decorrente impossibilidade de cumprir as promessas que os políticos da direita fazem ao povo.
Comportando-se fora do "script" que a direita lhe impõe, o resultado é uma pequena quantidade de votos, porque a mídia convenceu o eleitorado de que toda campanha eleitoral "pra valer" é a que segue o ritual estabelecido.

Seguindo o seu próprio "script", que não separa o presente do futuro, o revolucionário atribui valor distinto à questão da quantidade de votos, pois, independentemente destes, a campanha valerá para todas as pessoas que têm uma consciência crítica e que se identificam com um discurso que desconstrua a manipulação do eleitorado pelo "establishment".

Para a massa dos eleitores, restará um selo, um sinal, uma lembrança. Com o tempo, a realidade se encarregará de mostrar-lhes que a mensagem não entendida é a que pode responder aos seus anseios. E como o verdadeiro ator dos processos revolucionários é a massa, a transgressão definitiva começará a configurar-se concretamente nessa hora do despertar de milhões de consciências hoje adormecidas.



  Será que a esquerda brasileira está preparada para essa ousadia revolucionária?

Quem é autoritário?

Os donos da mídia e seus aliados nas Américas já definiram que os atuais governos de nossos vizinhos Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela são regimes “autoritários populistas” onde se tenta implantar “legislações autoritárias e anti-democráticas” (que tramitam regularmente nos respectivos Congressos).


Na tipologia dos sistemas políticos – diz o clássico “Dicionário de Política” organizado por Bobbio, Matteucci e Pasquino – o adjetivo autoritário refere-se aos “regimes que privilegiam a autoridade governamental e diminuem de forma mais ou menos radical o consenso, concentrando o poder político nas mãos de uma só pessoa ou de um só órgão e colocando em posição secundária as instituições representativas” (EdUnB, 1986, p. 95).

E prossegue: “Os regimes autoritários se caracterizam pela ausência de Parlamento e de eleições populares ou quando tais instituições existem pelo seu caráter meramente cerimonial e ainda pelo indiscutível predomínio do Executivo. (...) A oposição política é suprimida ou obstruída. O pluralismo partidário é proibido ou reduzido a um simulacro” (p. 100).

Pergunto ao leitor(a) se caberiam na definição de sistema político autoritário os atuais regimes da Argentina, da Bolívia, do Equador e da Venezuela onde os Parlamentos funcionam, a Oposição política está ativa, existe pluralismo partidário e realizam-se eleições democráticas periódicas, inclusive, com fiscalização de organismos multilaterais.

Independente de sua reposta, leitor(a), os donos da mídia e seus aliados nas Américas já definiram que os atuais governos de nossos vizinhos Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela são regimes “autoritários populistas” onde se tenta implantar “legislações autoritárias e anti-democráticas” (mesmo que através de projetos de lei que tramitam regularmente nos respectivos Congressos Nacionais).

Autoritário, portanto, já há algum tempo, passou a ser o adjetivo utilizado uniformemente pela grande mídia, em toda a região, quando se refere aos governos democráticos de Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela.

Liberalismo antidemocrático
Na melhor tradição da história política latinoamericana, o “liberalismo” praticado pelos donos de jornal do Continente, está a redefinir o adjetivo autoritário para rotular qualquer regime ou governo ou decisão judicial que contrarie seus interesses econômicos e/ou ideológicos. E ainda mais, busque estabelecer regras de funcionamento que garantam a competição em nome da pluralidade e da diversidade democrática, como acontece para qualquer outra atividade nas economias de mercado.

Esta tem sido a posição histórica da SIP, Sociedade Interamericana de Imprensa (as iniciais são em espanhol), reiterada no “Fórum de Emergência sobre Liberdade de Expressão” realizado no dia 18 pp., em Caracas, precisamente a capital do país considerada (pela SIP) a “fonte de irradiação de perseguição à mídia na região”.

O representante brasileiro no Fórum da SIP foi o diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira que, segundo noticiou a Folha de São Paulo disse que “o país está em melhor situação que os seus vizinhos, mas expressou preocupação com decisões judiciais que exercem "censura prévia".

Omissão parcial
A repercussão das posições do Fórum da SIP na mídia brasileira foi, por óbvio, grande. Editorias e artigos de conhecidos colunistas reforçam as acusações de autoritarismo e, até mesmo, de totalitarismo. Mas, como se fosse ainda necessário exemplificar o tipo de pluralismo e diversidade que praticam nossos jornalões, nem todos deram a devida dimensão ou simplesmente omitiram o discurso relativamente destoante de um dos convidados da SIP, o ex-presidente boliviano, Carlos Mesa.

A curiosidade aqui é que Carlos Mesa, como José Sarney no Brasil, é ex-presidente, concessionário de radiodifusão e, antes de ser presidente da Bolívia, era historiador e membro da Academia Boliviana de História.

José Sarney, afirmou no último dia 15/09, em discurso pronunciado no Senado Federal:

“quem representa o povo? Diz a mídia: somos nós; e dizemos nós, representantes do povo: somos nós. É por essa contradição que existe hoje, um contra o outro, que, de certo modo, a mídia passou a ser uma inimiga das instituições representativas”.

Carlos Mesa, convidado dos donos de jornal, não concordou integralmente com a surrada posição da SIP e disse:

“Quando um meio, diante da falta de partidos políticos, tem de fazer o que os partidos não podem fazer, perde o equilíbrio e a objetividade. (...) O problema dos políticos e dos meios de comunicação que estão em confronto com esses governos autoritários é que seguem pensando com a mentalidade preexistente, partindo do pressuposto de que estão contra ditaduras quando se trata de ditaduras eleitas e, portanto, não são ditaduras. Têm tendências autoritárias? Sim. Mas não serão derrotados como ditaduras militares porque o fenômeno é diferente. É preciso reconquistar o eleitor. Senão, não haverá vitória. (...) A realidade é que os meios defendem interesses que vão além do interesse coletivo. Se não se reconhecer isso, estaremos enganando a nós mesmos”
(cf. Folha de São Paulo, 19/9/2009; “Perseguição à mídia pauta fórum em Caracas” e “ "Lógica não é a mesma de luta antiditaduras".

O velho ainda resiste
Não há dúvida que estamos atravessando um momento de transição dos modelos tradicionais de mídia (unidirecionais e oligopolistas) que deverão dar lugar às novas realidades geradas pela revolução digital e pela interatividade potencial da internet. Os tempos de alinhamento automático entre as velhas oligarquias políticas da América Latina e os donos da mídia – muitas vezes, os mesmos grupos familiares – estão chegando ao fim. E as contradições afloram onde menos se espera.

Alguns parecem constatar que o velho discurso da liberdade de imprensa ameaçada tornou-se insustentável diante de uma cidadania cada vez melhor informada. Outros resistem com as poderosas armas que ainda controlam e ameaçam até mesmo o próprio processo democrático para garantir a sobrevivência de seus velhos interesses.

Nunca será demais lembrar as palavras célebres do Juiz Byron White da Suprema Corte dos Estados Unidos, em sentença proferida há 40 anos:

“É o direito dos espectadores e ouvintes, não o direito dos controladores da radiodifusão, que é soberano”.

Ao que parece a SIP e seus aliados, inclusive no Brasil, ainda não se deram conta de que os novos tempos serão do cidadão, sujeito exclusivo do direito à comunicação.

*é Pesquisador Sênior do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da Universidade de Brasília - NEMP - UNB

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Micheletti suspende estado de sítio em Honduras

Arredores da embaixada brasileira em Tegucigalpa

A embaixada brasileira permanece cercada por militares
Saiu no site da BBC Brasil:


O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, anunciou nesta segunda-feira o fim do estado de sítio no país.

A medida foi imposta no dia 26 de setembro, cinco dias após a volta do presidente deposto, Manuel Zelaya, a Honduras. Na época o país vivia uma onda crescente de protestos organizados pela oposição.
A medida do dia 26 justificou o fechamento de emissoras de rádio e TV oposicionistas e a prisão de dezenas de pessoas. Os protestos contra o governo prosseguiram em menor intensidade.
Mas a decisão do governo foi criticada até por seus simpatizantes, que diziam acreditar que o estado de sítio prejudicava os planos de realização de eleições em novembro.
Negociações
Em entrevista a uma emissora de televisão hondurenha, Micheletti havia afirmado anteriormente que havia "paz no país" e que Honduras queria voltar à normalidade.
Falando ao Canal 5, Micheletti também defendeu as eleições, marcadas para o dia 29, como o melhor caminho para resolver a crise em Honduras. "Se ocorrerem as eleições no país, transparentes, e elegermos o novo presidente, então será possível falar de qualquer cenário, de qualquer solução", afirmou.
O presidente interino disse ainda que a aspiração de Zelaya de voltar ao poder só pode ser analisada se houver alguma decisão judicial nesse sentido porque "não se pode restituir uma pessoa que está com problemas legais no país".
"De qualquer forma, a Corte Suprema de Justiça é que teria de tomar a decisão", completou Micheletti.
Zelaya vinha dizendo que o fim do estado de sítio seria condição para o início do diálogo com o governo interino para tentar por fim à crise política hondurenha.
Está prevista para a próxima quarta-feira a chegada de uma comissão da Organização dos Estados Americanos para mediar uma solução.
Histórico
O líder eleito hondurenho foi afastado do poder em 28 de junho e obrigado a embarcar para a Costa Rica.
Zelaya queria que as eleições gerais marcadas para 29 de novembro – quando seriam eleitos o presidente, congressistas e lideranças municipais – tivesse mais uma consulta, sobre a possibilidade de se mudar a Constituição do país.
Segundo sua proposta, os eleitores decidiriam nessa consulta se desejavam que se convocasse uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna.
Os críticos de Zelaya afirmam que sua intenção era mudar o marco jurídico do país para poder se reeleger, o que é vetado pela atual Constituição.
Expulso do país, Zelaya reapareceu em Honduras no dia 21 de setembro, refugiando-se na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
O governo interino hondurenho havia dado recentemente um prazo para o Brasil definisse o status de Zelaya, caso contrário a embaixada poderia perder seu caráter diplomático.
Mas desde então a administração Micheletti voltou atrás, retirando as ameaças.

Informações esclarecedoras sobre o ISLÃ

No momento em que a mídia brasileira e internacional satanizam o islamismo colocando-o como uma religião que prega o terrorismo, torna-se necessário trazer a público esclarecimentos sobre o tema que possibilitem às pessoas que pensam e reflexionam se apropriarem da versão que dificilmente serão apresentadas na mídia tradicional capitalista e preconceituosa.


1. O que é o Islam?

A palavra "Islam" significa paz e submissão. Paz consigo próprio e com o que o rodeia e submissão à vontade de Deus Único. Um outro significado, mais amplo, do "Islam", significa alcançar paz através da submissão à vontade de Deus. Esta é uma religião única, com um nome que representa uma atitude moral e o estilo de vida. O Judaísmo foi buscar o seu nome à tribo de Judá, o Cristianismo a Jesus Cristo, o Budismo a Goutam Buda e o Hinduísmo ao Rio Indus. Os Muçulmanos derivam a sua identidade da mensagem do Islam, não da pessoa de Muhammad (vulgarmente conhecido em Português por Maomé), ou seriam intitulados "Mahometanos / Maometanos/ Muhammadistas".

2. Quem é Allah?

Allah é a palavra Árabe para "Deus Único". Allah não é somente o Deus dos Muçulmanos. Ele é o Deus de toda a Criação, porque Ele é o seu Criador e Sustentador. "

3. Quem é o Muçulmano?

A palavra "Muçulmano" significa aquele que se submete à vontade de Deus, o que é conseguido pela declaração de que "não existe outra divindade além de Deus Único e Muhammad é o (último) Mensageiro de Deus". Num significado mais abrangente, qualquer um que voluntariamente se submeta à vontade de Deus é um Muçulmano. Assim, todos os Profetas que precederam o Profeta Muhammad são Muçulmanos. O Alcorão menciona especificamente Abraão, que viveu muito antes de Moisés e Cristo, como: "ele não era Judeu nem Cristão, mas sim um Muçulmano", porque se submeteu à vontade de Deus. Com efeito, há Muçulmanos que não se submetem de todo à vontade de Deus, assim como existem Muçulmanos que fazem o seu melhor por levarem uma vida Islâmica. Não se pode avaliar o Islam pelos indivíduos possuidores de um nome Islâmico cujas ações não evidenciam uma vivência nem um comportamento digno de Muçulmanos. As implicações de se ser Muçulmano podem ir de encontro ao grau de submissão de cada um à Vontade de Deus, nas suas atitudes e ações.

4. Quem foi Muhammad ?

Em poucas palavras, Muhammad (a Paz esteja com ele) nasceu no seio de uma tribo nobre de Mecca, na Arábia, no ano 570 d.C.. A sua linhagem descende do Profeta Ismael (a Paz esteja com ele), filho do Profeta Abraão (a Paz esteja com ele). O seu pai morreu antes do seu nascimento, e a sua mãe quando ele tinha somente seis anos. Não freqüentou uma escola oficial por ter sido primeiramente criado por uma ama, como era habitual nessa altura, e seguidamente pelo seu avô e tio. Durante a sua juventude, era conhecido pela sua retidão e por meditar numa gruta. Aos 40 anos de idade, foi-lhe concedido o estatuto de Profeta, quando o anjo Gabriel lhe apareceu na gruta. Subseqüentemente, as revelações surgiram ao longo de 23 anos e foram compiladas na forma de um livro chamado Alcorão, considerado pelos Muçulmanos como a derradeira e última palavra de Deus. O Alcorão foi preservado, inalterado, na sua forma original e confirma a verdade patente na Torah, nos Salmos e no Evangelho.

5. Os Muçulmanos adoram Muhammad?

Não. Os Muçulmanos não adoram Muhammad nem nenhum outro Profeta. Os Muçulmanos crêem em todos os Profetas, incluindo Adão, Noé, Abraão, David, Salomão, Moisés e Jesus (a Paz esteja com eles). Os Muçulmanos acreditam que Muhammad (a Paz esteja com ele) foi o último dos Profetas. Eles crêem que só Deus deve ser adorado, e não os seres humanos.

6. O que pensam os Muçulmanos de Jesus (a Paz esteja com ele)?

Os Muçulmanos têm Jesus (Paz esteja com ele) em elevada estima, bem como a sua digníssima mãe, Maria. O Alcorão diz-nos que Jesus (Paz esteja com ele) foi fruto de um nascimento miraculoso sem pai: "Vede! O exemplo de Jesus, perante Deus, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó, e então disse-lhe: Seja, e assim foi" (Alcorão 3:59).
Foram-lhe permitidos muitos milagres, como Profeta. Estes incluem falar, pouco depois do seu nascimento, em defesa da honra de sua mãe. Os outros dons que lhe foram concedidos por Deus incluem curar os cegos e os enfermos, ressuscitar os mortos, criar um pássaro do barro e, mais importante ainda, a mensagem da qual era portador. Estes milagres foram-lhe atribuídos por Deus para o estabelecer como Profeta. Segundo o Alcorão, ele não foi crucificado, mas sim elevado ao Céu. (Alcorão, Capítulo Mariam).

7. Os Muçulmanos têm seitas?

Os Muçulmanos não têm seitas. Os que seguem o Alcorão Sagrado e o Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele), de acordo com os seus dizeres e ações, são chamados Muçulmanos e os que, seguem somente os dizeres e perspectivas do imam Ali (r.a.a) são designados Shia (xia,xiaa,xiita, xiitas do ali). A maior parte dos Shia vivem no Irã, Líbano e Iraque, enquanto o resto do mundo é essencialmente Sunnah. Os Shia são entre 2 a 3 por cento da população Muçulmana.

8. Quais são os pilares do Islam?

São cinco os principais pilares do Islam:

1) a crença (Iman) no Deus Único e em que Muhammad (a Paz esteja com ele) é o Seu mensageiro;

2) a Oração (Salat), a ser efetuada cinco vezes por dia;

3) o Jejum (Siyam), requerido durante o mês do Ramadan;

4) a Contribuição obrigatória (Zakat), a parcela da riqueza dos abastados devida aos pobres;

5) a Hajj, que é a Peregrinação a Meca, uma vez na vida, caso seja possível física e financeiramente.
Todos os pilares deverão possuir o mesmo estatuto e preponderância, para dar à construção a sua forma e proporção devida.
Não é possível empreender a Hajj sem Jejuar, nem fazer a Oração regularmente. Pensem num edifício só com pilares. Não pode ser chamado de edifício. Para fazer um edifício, necessita ter um teto, necessita ter paredes, necessita ter portas e janelas.
Para o Islam, estas determinantes são os códigos morais Islâmicos, como a honestidade, a verdade, a prontidão e muitas outras qualidades morais humanas.

Assim, para se ser Muçulmano, dever-se-ão não só praticar os pilares do Islam, como também possuir os mais altos atributos que fazem um bom ser humano. Só assim o edifício se completa e é belo.

9. Qual o objetivo do culto no Islam?

O objetivo do culto no Islam é estar consciente de Deus.
Deste modo o culto, seja em forma de oração, jejum ou caridade, é uma maneira de se ter sempre consciência de Deus, para que, quando esta é atingida, a pessoa encontra-se numa posição mais vantajosa para a obtenção dos favores d'Ele, neste mundo e no Outro.

10. Os Muçulmanos acreditam na outra Vida?

Deus é Justo e manifesta a Sua justiça, tendo sido Ele quem estabeleceu o sistema de responsabilidade. Os que praticam o bem são recompensados e os que praticam o mal são punidos de acordo. Criou o Céu e o Inferno, para os quais existem critérios de admissão. Os Muçulmanos acreditam que a vida presente é temporária. É um teste que, caso o passemos, ser-nos-á dada uma vida de felicidade permanente e na companhia de boa gente, no Céu.

11. As boas ações dos não-crentes são irrelevantes?

Não, o Alcorão afirma categoricamente que "Quem tiver feito o bem, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á. E quem tiver feito o mal, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á". (Alcorão, 99:7-Cool. Isto significa que os que não crêem, se tiverem praticado o bem, serão neste mundo recompensados pelas suas boa ações. Por outro lado, os que fazem o bem, se forem Muçulmanos, serão recompensados não só neste mundo como no Outro. Contudo, o Juízo final só a Deus pertence. (Alcorão, 2:62)

12. Qual a etiqueta de vestuário dos Muçulmanos?

O Islam dá ênfase à modéstia. Ninguém deverá ser visto como um objeto sexual. Existem linhas mestras a observar para os homens e para as mulheres, para que o seu vestuário não seja nem demasiado fino, nem demasiado justo para não revelar os contornos do corpo. Os homens devem pelo menos cobrir a área entre os joelhos e o umbigo, e as mulheres devem envergar vestuário que cubra tudo, menos as mãos e o rosto.

13. Quais as proibições do Islam relativamente à alimentação?

Aos Muçulmanos é dito, no Alcorão, que não comam porco ou derivados desse animal, carne de animais que tenham morrido antes de irem para o matadouro, ou de animais carnívoros (por estes comerem animais mortos), não bebam sangue nem bebidas intoxicantes como álcool, nem usem drogas ilícitas.

14. O que é a Jihad?

A palavra "Jihad" significa esforço, ou mais especificamente, esforçar-se pela causa de Deus. Todo e qualquer esforço no dia-a-dia pela causa de Deus pode ser considerada Jihad. Um dos níveis mais elevados da Jihad consiste em insurgir-se contra um tirano e proferir a palavra da verdade. O controlo de si próprio é igualmente uma grande Jihad. Uma das formas de Jihad é levantar armas em defesa do Islam ou de um país Muçulmano, quando o Islam é atacado. Este tipo de Jihad tem de ser declarado pela hierarquia religiosa ou governamental que segue o Alcorão e a Sunnah.

15. Como é o Ano Islâmico?

O Ano Islâmico principiou-se com a migração (Hijra = Hégira) do Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele) de Meca para Medina, no ano 622 d.C. É um ano lunar de 354 dias. O seu primeiro mês é designado por Muhar-ram. O ano 2007 d.C. (Era Cristã) equivale ao ano Islâmico 1428 d.H. (Era Hegiriana).

16. Quais são as principais festividades Islâmicas?

No islam só tem duas Festas:

Eid-ul-Fitr, que marca o fim do jejum durante o mês do Ramadan e é celebrado com orações públicas, festejos e troca de presentes.

Eid-ul-Adha, que marca o fim da Hajj ou Peregrinação anual a Mecca. Após as orações públicas, aqueles que podem sacrificam um cabrito ou cabra para simbolizar o significado da obediência do Profeta Abraão a Deus, mostrada pela sua prontidão em sacrificar o seu filho Ismael.

17. O que é a Shari'a?

A Shari'a é o nome dado ao conjunto das leis Muçulmanas, originado de duas fontes: o Alcorão e a Sunnah ou tradições do Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele). Cobre todos os aspectos da vida diária individual e coletiva. O objetivo das leis Islâmicas é a projeção dos direitos humanos básicos de cada indivíduo, como o direito à vida, propriedade, liberdade política e religiosa e a salvaguarda dos direitos das mulheres e das minorias. O baixo índice criminal das sociedades Muçulmanas deve-se à aplicação das leis Islâmicas.

18. Foi o Islam difundido 'pela espada'?

Segundo o Sagrado Alcorão, "Não há imposição quanto a religião" (2:256); como tal, ninguém poderá ser forçado a tornar-se Muçulmano. Embora seja verdade que em muitos locais onde os exércitos Muçulmanos libertaram pessoas ou terras, a espada foi usada por ser a arma utilizada na época; todavia, o Islam não se difundiu por meio da espada, como atesta o fato de em muitos locais onde hoje existem Muçulmanos, no Extremo Oriente, Indonésia, China, e muitas zonas de África, não subsistirem quaisquer registros da presença de exércitos Muçulmanos. Afirmar que o Islam foi espalhado pela espada equivale a dizer que o Cristianismo foi difundido com o auxílio de armas, F-16s e bombas atômicas, etc., o que não corresponde de todo à verdade. O Cristianismo foi difundido pelas obras missionárias dos Cristãos. Dez por cento de todos os Árabes são Cristãos. A "Espada do Islam" não foi bem sucedida na conversão das minorias não-Muçulmanas nos países Muçulmanos. Na Índia, onde os Muçulmanos governaram durante 700 anos, são eles próprios uma minoria. Nos EUA, o Islam é hoje a religião de crescimento mais rápido, com mais de 8 milhões de seguidores sem qualquer espada. Em França, o Islam é hoje a segunda religião, com mais de 5 milhões de seguidores sem qualquer espada. Em Portugal, onde os Muçulmanos governaram durante 700 anos, são eles próprios uma minoria. No entanto, atualmente, muitas vezes há conversões ao Islam, na Mesquita da Liga da Juventude Islâmica do Brasil, sem qualquer espada.

19. O Islam promove a violência e o terrorismo?

Não, o Islam é uma religião de paz e submissão que dá ênfase à santidade da vida humana. Um versículo do Alcorão refere [Capítulo 5, versículo 32] que, "quem salve uma vida, é como se tivesse salvo toda a humanidade, e quem matar outra pessoa (exceto em caso de assassínio ou malevolência na terra), é como se tivesse morto toda a humanidade."
O Islam condena toda e qualquer violência, como a que ocorreu quando das Cruzadas, em Espanha, na Segunda Guerra Mundial, ou devido a pessoas como o Rev. Jim Jones, David Koresh, Dr. Baruch Goldstein, ou ainda as atrocidades cometidas na Bósnia pelos Sérvios Cristãos. Quem cometa atos de violência não está decerto a praticar a sua religião.
Contudo, por vezes a resistência(chamada de violência ou terroristas pelos ocidentes) é a resposta humana à opressão de um povo, como acontece na Palestina e no Iraque. Eles encaram-na como uma forma de chamar a atenção para o seu problema.
Existe muito terrorismo e muita violência em áreas fora da presença Muçulmana. Por exemplo, na Irlanda, na África do Sul, na América Latina e no Sri Lanka.
Por vezes a violência deve-se a um conflito entre aqueles que têm e aqueles que não têm, ou entre os oprimidos e os opressores. Precisamos descobrir porque é que as pessoas se transformam em terroristas.
Infelizmente, os Palestinos que cometem atos de resistência são apontados como terroristas, mas não os colonos Judeus armados, quando fazem massacre, até aos seus. Como veio a ser o caso no atentado de Oklahoma City, por vezes os Muçulmanos são prematuramente culpados, mesmo que o terrorismo seja cometido por não-Muçulmanos. Por vezes aqueles que desejam a Paz e aqueles que a ela se opõem podem ser da mesma religião.

20. O que é o "Fundamentalismo Islâmico"?

O conceito do "Fundamentalismo" não existe no Islam. A mídia ocidental forjaou este termo para designar os Muçulmanos que desejam regressar aos princípios básicos fundamentais do Islam, e que moldam as suas vidas de acordo com isso. O Islam é uma religião de moderação e um Muçulmano praticante e temente a Deus não pode ser nem um fanático, nem um extremista.

21. O Islam promove a poligamia?

Não, a poligamia no Islam é uma permissão, não uma injunção. Historicamente, todos os Profetas à exceção de Jesus, que não era casado, tinham mais de uma esposa. O fato de os homens Muçulmanos terem mais de uma esposa deriva da permissão que lhes é concedida no Alcorão, não para satisfação da luxúria, mas para o bem-estar das viúvas e dos órfãos da guerra. No período pré-Islâmico, os homens tinham habitualmente muitas esposas. Um tinha 11 esposas e quando se tornou Muçulmano, perguntou ao Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele): "Que deverei fazer com tantas mulheres?" e ele respondeu: "Divorcia-te de todas, exceto quatro. O Alcorão afirma: "podes desposar 2 ou 3, ou até 4 mulheres, desde que sejas igualmente justo com cada uma delas" (4:3). Dado que é dificílimo ser eqüitativamente justo para com todas as esposas, na prática, a maioria dos homens Muçulmanos não têm mais de uma mulher. O próprio Profeta Muhammad (Paz esteja com ele), entre os 24 e os 50 anos de idade, foi casado com uma só mulher, Khadija. Na sociedade Ocidental, a maioria dos homens com uma só esposa têm relações extraconjugais. Como tal, foi publicada uma sondagem na "U.S.A. Today" (4 de Abril de 1988, Seção D) que questionava 4.700 amantes acerca do estatuto que desejavam. Disseram "preferir ser uma segunda mulher a ser a 'outra', por não terem direitos legais, nem a igualdade financeira das esposas legalmente casadas, como se estivessem apenas a ser usadas por estes homens.".

22. O Islam oprime as mulheres?

Não. Muito pelo contrário, o Islam elevou o estatuto das mulheres há 1400 anos, ao permitir-lhes o direito ao divórcio, à independência e apoios financeiros, e a serem identificadas como mulheres dignas (Hijab), quando no resto do mundo, incluindo a Europa, as mulheres não gozavam de nenhum destes direitos. As mulheres são iguais aos homens em todos os atos pios (Alcorão 33:32).
O Islam permite à mulher manter o nome de solteira depois do casamento, manter o dinheiro que ganha e gastá-lo a seu bel-prazer, e pedir a homens que a protejam de ser molestada na rua. O Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele) disse aos homens Muçulmanos: "O melhor de entre vós é aquele que é melhor para a sua família". Não é o Islam, mas sim alguns homens Muçulmanos que presentemente oprimem as mulheres. Isto deve-se aos seus hábitos culturais ou à sua ignorância sobre a religião que praticam.
A mutilação genital feminina é um costume Africano pré-Islâmico, praticado por não-Muçulmanos, como os Cristãos Coptas.

23. O Islam é intolerante para com as outras minorias religiosas?

O Islam reconhece os direitos da minoria. Para assegurar o seu bem-estar e a sua segurança, os governantes Muçulmanos impuseram-lhe um imposto (Jezia).
O Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele) proibiu os exércitos Muçulmanos de destruírem tanto Igrejas, como Sinagogas.
Os Judeus foram bem-vindos e floresceram na Espanha Islâmica, mesmo quando eram perseguidos no resto da Europa. Eles consideram essa parte da sua história como a Era de Ouro. Nos países Muçulmanos, os Cristãos vivem prosperamente, detêm cargos governamentais e vão à sua Igreja. Aos missionários Cristãos é permitido que estabeleçam e coloquem em funcionamento as suas escolas e hospitais. Todavia, esta mesma tolerância religiosa nem sempre está disponível para as minorias Muçulmanas, como se pode ver no passado, durante a Inquisição Espanhola e as cruzadas, e na atualidade, na Bósnia, em Israel e na Índia.
Os Muçulmanos reconhecem que, por vezes, as ações de um governante não espelham os ensinamentos da sua religião.

24. Qual a opinião Islâmica sobre:

O namoro, casamento temporário (mutaa - o casamento do prazer) e o sexo antes do casamento:

O Islam não aprova as relações íntimas entre os sexos, e proíbe sexo antes do casamento, bem como sexo extraconjugal. O Islam encoraja o casamento como um escudo para tais tentações e como uma forma de obter amor, compaixão e paz mútua.

A interrupção voluntária da gravidez:

O Islam encara o aborto como assassínio e não o permite, salvo para salvar a vida da mãe (Alcorão 17:23-31, 6:15 1).

A homossexualidade e a Sida:

O Islam opõe-se categoricamente à homossexualidade e considera-a um pecado. Não obstante, os médicos Muçulmanos são aconselhados a tratar os seus pacientes com Sida exatamente como tratariam os outros.

A eutanásia e o suicídio:

O Islam é contra o suicídio e a eutanásia. Os Muçulmanos não acreditam em medidas heróicas para prolongar a agonia de um doente terminal.

O transplante de órgãos:

O Islam dá ênfase à salvação de vidas (Alcorão 5:32); assim, os transplantes em geral são permitidos, desde que haja consentimento do doador. A venda do órgão não é permitida.

25. Como deverão os Muçulmanos tratar os Judeus e os Cristãos?

O Alcorão chama-lhes "O povo do Livro", aqueles que receberam as escrituras Divinas antes de Muhammad(a Paz esteja com ele). É dito aos Muçulmanos que os tratem com respeito e justeza, e que não entrem em conflito com eles, salvo se estes iniciarem as hostilidades ou ridicularizarem a sua fé. A esperança ulterior dos Muçulmanos é que todos se unam na adoração ao Deus único e se submetam à Sua Vontade.

- "Deixemos que a divisa do diálogo civilizacional seja o vers. 83 do Cap. 2 do Alcorão que diz: "Falai com brandura a todas as pessoas", e deixemos que a finalidade do diálogo seja a de adquirir a liberdade tão vasta como o universo. "Cheguemos a termos comum entre nós e vós: que não adoraremos ninguém senão Deus; que não Lhe associemos nenhum parceiro; e que não aceitemos outros por senhores além de Deus: e se depois eles se afastarem, dize-lhes: 'sede testemunhas que nós (pelo menos) submetemo-nos à Vontade de Deus'." (Cap. 3, vers. 64)".

26. Como Alguém se torna Muçulmano?

Simplesmente dizendo "Não há outro deus senão Allah e Muhammad é o Mensageiro de Deus", em árabe, "la ilaha illa Allah Muhammad rassul Allah". Com esta declaração, o crente anuncia sua crença em Deus, em todos os Seus mensageiros e nos livros que eles trouxeram, nos anjos, no Dia do Juízo Final e na Predestinação.

Em resumo, isto é ser muçulmano. Portanto, ao se defrontar com vizinhos, estudantes, empregados, operários, amigos muçulmanos não os veja como alienígenas, ou terroristas, ou fanáticos. Somos pessoas comuns que praticamos nossa religião em toda sua essência e apenas queremos ser respeitados por nossas convicções religiosas. E o respeito por nossa religião passa pela permissão de orar nos horários estabelecidos, pela forma de vestir, de jejuar e interagir socialmente de acordo com nossa crença.
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Humam al-Hamzah
Oriente Médio Vivo
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