segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher...

Centenário do Dia Internacional da Mulher
Dossier: Centenário do Dia Internacional da Mulher
Cem anos passam desde que Clara Zetkin propôs o dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas. Muitas histórias se contam sobre a origem deste dia e muitas lutas importantes se seguiram. O Esquerda.net publica um dossier com o relato e a análise destes acontecimentos.
 
Cem anos passam desde que Clara Zetkin propôs o dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, aquando da II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas.
Muitas histórias se contam sobre a origem deste dia, mas “Em busca da memória perdida ”, recontam-se os acontecimentos que marcaram o início da luta feminista desde o séc. XIX, que antecedem e são consequência da proclamação de um “Dia da Mulher”.
Na altura, dava-se início à organização política das mulheres, das mulheres socialistas e é sobre isso que Alexandra Kollontai, a famosa feminista russa, nos conta no seu texto publicado em 1920 - Uma celebração militante .
Uma sucessão de convulsões políticas entrelaça-se com os acontecimentos que dão origem ao 8 de Março como Dia (de luta) Internacional da Mulher. Em Estes caminhos que vão dar a Março… Helena Neves faz a análise política deste percurso e apresenta-nos uma cronologia das Memórias de alguns Marços .
Este é também o ano da III Acção Internacional da Marcha Mundial de Mulheres. Nadia Demond, entrevistada pelo Esquerda.net, conta-nos o que irá acontecer, fazendo um balanço nestes cem anos de luta contra o patriarcado – exemplo de uma vitória: Agora há mulheres em todo o mundo que se reconhecem como feministas ”. Violência contra as mulheres e Paz e desmilitarização são dois dos eixos principais da intervenção política desta III Acção Internacional.
No início deste mês de Março, reúne a Comissão das Nações Unidas sobre a Condição Jurídica e Social da Mulher, onde se fará o balanço dos 15 anos da última Conferência Mundial da Mulher, que teve lugar em Pequim. Sobre o balanço a fazer-se, Thoraya Obaid adianta já que Temos de fazer o que está escrito.
Invocando um balanço actual da evolução das políticas de género na Europa, Eva-Britt Svensson escreve sobre O Tratado de Lisboa e a (ausente) perspectiva de género na EU .
Como exemplo da diversificação e aprofundamento da reflexão feminista que tem vindo a acompanhar as mudanças da realidade social e o desenvolvimento do conceito de género, cruzando opressões, Carmen Gregorio Gil reflecte sobre a condição das Mulheres imigrantes .

domingo, 7 de março de 2010

Teoria da Conspiração! será?????

A louca corrida dos EUA pela hegemonia ameaça o planeta

Antes do 11 de setembro os neoconservadores norte-americanos foram explícitos quanto afirmaram que as guerras de agressão que pretendiam desencadear no Oriente Médio exigiam "um novo Pearl Harbour". Para seu próprio bem e para o bem de todo o mundo, é preciso que os norte-americanos prestem atenção ao número cada vez maior de especialistas que estão dizendo que o relato do governo sobre o 11 de Setembro não condiz com as suas próprias investigações. O 11 de Setembro desencadeou o plano neoconservador para a hegemonia mundial dos EUA. O artigo é de Paul Craig Roberts, ex-secretário assistente do tesouro no governo Reagan.

O Washington Times é um jornal que encara com bons olhos as guerras de agressão de Bush/Cheney/Obama/ neoconservadores no Médio Oriente e defende que se obrigue os terroristas a pagar pelo 11/Setembro. Por isso, fiquei admirado ao saber que, em 24 de fevereiro, a notícia mais apreciada no sítio web do jornal durante os últimos três dias era a reportagem "Explosive News" , do "Inside the Beltway", sobre as 31 conferências de imprensa em cidades dos EUA e no estrangeiro realizadas a 19 de Fevereiro pelos Arquitetos e Engenheiros para a Verdade do 11/Setembro, uma organização de profissionais que já tem 1 000 membros.

E ainda fiquei mais admirado por a reportagem do jornal tratar a conferência de imprensa muito a sério.

Como é que três arranha-céus do World Trade Center se desintegram subitamente em poeira fina? Como é que sólidas vigas de aço em três arranha-céus cedem subitamente em consequência de incêndios de curta duração, isolados e de baixa temperatura? "Mil arquitetos e engenheiros querem saber, e apelam ao Congresso que promova uma nova investigação sobre a destruição das Torres Gêmeas e do Edifício 7", noticia o Washington Times.

O jornal noticia que os arquitetos e engenheiros chegaram à conclusão de que a Federal Emergency Management Agency (FEMA) e o National Institute of Standards and Technology (NIST) forneceram "relatos insuficientes, contraditórios e fraudulentos das circunstâncias da destruição das torres" e "exigem uma investigação de um grande júri aos funcionários do NIST".

O jornal relata que Richard Gage, o porta-voz dos arquitetos e engenheiros disse: "Deverão ser notificados funcionários do governo de que a 'Conivência com a Traição', Código 18 (Sec. 2382) dos EUA é um grave crime federal, que exige a ação dos que possuem indícios de traição. As implicações são enormes e podem ter um impacto profundo no próximo julgamento de Khalid Sheik Mohammed".

Agora há uma outra organização, os Bombeiros pela Verdade do 11/Setembro. Na principal conferência de imprensa em São Francisco, Eric Lawyer, o líder desta organização, anunciou o apoio dos bombeiros às exigências dos arquitetos e engenheiros. Denunciou que não houve qualquer investigação forense aos incêndios que supostamente destruíram os três edifícios e que esta omissão constitui um crime.

Não foram seguidos os procedimentos obrigatórios e, em vez de ser preservada e investigada, a cena do crime foi destruída. Também denunciou que há mais de cem testemunhas de primeira-mão que ouviram e sentiram explosões e há provas de explosões através da rádio, de gravações de som e de vídeos.

Também na conferência de imprensa, o físico Steven Jones apresentou provas da existência de nano-termite em resíduos dos edifícios do WTC encontrada por um painel internacional de cientistas, chefiado pelo Professor Niels Harrit, da Universidade de Copenhaga. A nano-termite é um explosivo/pirotécnico de alta tecnologia capaz de derreter instantaneamente vigas mestras de aço.

Antes de gritarmos "teoria da conspiração", temos que ter presente que os arquitetos, engenheiros, bombeiros e cientistas não apresentam qualquer teoria. Apresentam provas que contestam a teoria oficial. Estas provas não vão desaparecer.

Se o fato de exprimir dúvidas ou reservas quanto à versão oficial do Relatório da Comissão do 11/Setembro torna uma pessoa num idiota da teoria da conspiração, então também temos que incluir o co-presidente da Comissão do 11/Setembro e o conselheiro legal da Comissão, que escreveram livros em que declaram abertamente que foram enganados por funcionários do governo quando dirigiam a investigação, ou, melhor, quando presidiam à investigação dirigida pelo director executivo Philip Zelikow, membro da equipa de transição do Presidente George W. Bush e do Foreign Intelligence Advisory Board e um co-autor com a secretária de Estado de Bush, Condi "Mushroom Cloud" Rice.

Há-de haver sempre americanos que acreditam em tudo o que o governo lhes diz apesar de saberem que o governo lhes tem mentido muitas vezes. Apesar das dispendiosas guerras que ameaçam a Segurança Social e os Cuidados de Saúde, guerras essas baseadas em inexistentes armas de destruição maciça iraquianas, em inexistentes ligações de Saddam Hussein à al Qaida, em inexistente participação afegã nos ataques de 11/Setembro, e em inexistentes armas nucleares iranianas, que estão a ser invocadas como razão para a próxima guerra americana de agressão no Médio Oriente, mais de metade da população dos EUA continua a acreditar na história fantástica que o governo lhes contou sobre o 11/Setembro, uma conspiração muçulmana que ludibriou todo o mundo ocidental.

Mais ainda, esses americanos não se preocupam com a quantidade de vezes que o governo altera a sua versão. Por exemplo, os americanos ouviram falar pela primeira vez de Osama bin Laden porque o regime Bush lhe atribuiu os ataques do 11/Setembro. Ano após ano foram apresentados vídeos ao público crédulo americano com declarações de bin Laden. Os especialistas consideraram que esses vídeos eram falsificações, mas os americanos mantiveram-se crédulos. Depois, subitamente no ano passado, surgiu um novo "cérebro" do 11/Setembro que ocupou o lugar de Bin Laden, o preso Khalid Sheik Mohammed, o detido que foi mergulhado em água 183 vezes até confessar ter sido o cérebro dos ataques do 11/Setembro.

Na Idade Média, as confissões arrancadas sob tortura constituíam prova, mas o sistema legal dos EUA sempre recusou a auto-incriminação desde a sua fundação. Mas com o regime Bush e os juízes federais Republicanos, que nos juraram defender a Constituição dos EUA, a auto-incriminação de Sheik Mohammed consiste hoje na única prova que o governo americano tem de que foram terroristas muçulmanos que provocaram o 11/Setembro.

Se uma pessoa analisar as acções atribuídas a Khalid Sheik Mohammed, estas são simplesmente incríveis. Sheik Mohammed é um super-herói mais brilhante, com mais capacidades do que V no filme de ficção, "V de Vingança" (V for Vendetta). Sheik Mohammed ludibriou todas as 16 agências de informações americanas e as de todos os aliados ou fantoches dos EUA, incluindo o Mossad de Israel. Não há nenhum serviço de informações na terra nem mesmo todos eles juntos que cheguem aos calcanhares de Sheik Mohammed.

Sheik Mohammed ludibriou o Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Dick Cheney, o Pentágono, o Departamento de Estado, o NORAD, a Força Aérea americana, e o Controlo de Tráfego Aéreo.

Fez com que a Segurança dos Aeroportos falhasse quatro vezes na mesma manhã. Provocou a falha das modernas defesas aéreas do Pentágono, o que permitiu que se jogasse no Pentágono um avião comercial pirateado, que andou fora da rota durante toda a manhã enquanto a Força Aérea americana, pela primeira vez na história, foi incapaz de o interceptar,

Sheik Mohammed conseguiu realizar estas façanhas com pilotos não qualificados.

Sheik Mohammed, apesar de ser um prisioneiro mergulhado em água, conseguiu impedir que o FBI divulgasse os muitos vídeos confiscados que, segundo a versão oficial, mostrariam o avião pirateado a bater no Pentágono.

Até que ponto temos que ser ingênuos para acreditar que qualquer ser humano, qual personagem de ficção de Hollywood, tem este poder e capacidades?

Se Sheik Mohammed tem estas capacidades super humanas, como é que os incompetentes americanos o apanharam? Este tipo é um bode expiatório torturado até à confissão, a fim de que os americanos ingênuos continuem a acreditar na teoria da conspiração governamental.

O que está havendo é que o governo americano tem que pôr fim ao mistério do 11/Setembro. O governo tem que levar a julgamento e condenar um réu para poder encerrar o caso antes que ele rebente. Qualquer pessoa que foi mergulhada em água 183 vezes confessa o que quer que seja.

O governo americano tem respondido às provas, que têm sido apresentadas contra a sua extraordinária teoria da conspiração do 11/Setembro, redefinindo a guerra contra o terrorismo de inimigos externos para inimigos internos. Janet Napolitano, secretária da Segurança Nacional, disse em 21 de Fevereiro que atualmente os extremistas americanos são motivo de preocupação tão grande como os terroristas internacionais. Os extremistas, claro, são pessoas que interferem na agenda do governo, como os 1 000 Arquitectos e Engenheiros pela Verdade do 11/Setembro. Este grupo era de 100, agora já são 1 000. E se vierem a ser 10 000?

Cass Sunstein, um funcionário do regime Obama, tem uma solução para os céticos do 11/Setembro: infiltrar-se dentro deles e levá-los a fazerem declarações e ações que possam ser usadas para os desacreditar ou para os prender. Mas livrar-se deles a todo o custo.

Por quê utilizar estas medidas extremas contra supostos idiotas se eles apenas provocam divertimento e risadas? Estará o governo preocupado que eles farejem alguma coisa?

Em vez disso, por que é que o governo americano não confronta pura e simplesmente as provas que são apresentadas e as contesta?

Se os arquitetos, engenheiros, bombeiros e cientistas são uns idiotas chapados, seria fácil analisar as suas provas e refutá-las. Porque é que é necessário infiltrar-se neles com agentes secretos e armar-lhes ratoeiras?

Muitos norte-americanos responderiam que o "seu" governo nunca sequer pensaria em matar seus próprios cidadãos, roubando aviões e destruindo edifícios só para promover a agenda do governo. Mas em 3 de Fevereiro, Dennis Blair, diretor do National Intelligence, disse à Comissão de Informações da Câmara que o governo dos EUA pode assassinar os seus próprios cidadãos quando eles estão além-mar. Não é necessário nenhuma detenção, nenhum julgamento, nenhuma condenação por um crime capital. Apenas um assassínio impune.

Obviamente, se o governo dos EUA pode assassinar os seus cidadãos no estrangeiro, também pode assassiná-los internamente, e é o que tem feito. Por exemplo, foram assassinados 100 davidianos Branch [1] em Waco, Texas, por ordem da administração Clinton, sem qualquer razão legítima. O governo decidiu apenas usar do seu poder sabendo que o podia fazer, e foi o que fez.

Os americanos que pensam que o "seu governo" é uma espécie de operação moralmente pura, deviam familiarizar-se com a Operação Northwoods. A Operação Northwoods foi uma conspiração organizada pelos chefes de estado-maior conjuntos para que a CIA efetuasse atos de terrorismo em cidades americanas e fabricasse provas culpando Castro a fim de os EUA poderem conquistar o apoio interno e internacional para a mudança de regime em Cuba. O plano secreto foi vetado pelo presidente John F. Kennedy e foi revelado pelo John F. Kennedy Assassination Records Review Board. Está disponível online no National Security Archive. Há inúmeros relatos disponíveis online, incluindo na Wikipedia. O livro de James Bamford, Body of Secrets , também fala resumidamente na conspiração.

"A Operação Northwoods, que teve a aprovação por escrito do presidente [Gen. Lemnitzer] e de todos os membros dos chefes de estado-maior, propunha que fossem alvejadas pessoas inocentes nas ruas americanas; que fossem afundados no alto mar barcos que transportassem refugiados fugidos de Cuba; que fosse desencadeada uma onda de terrorismo violento em Washington, DC, Miami, e noutros lugares. Seriam acusadas pessoas por explosões que não tinham feito, seriam sequestrados aviões. Através de provas fabricadas, tudo isso seria atribuído a Castro, dando a Lemnitzer e à sua pandilha a justificação e o apoio público e internacional de que precisavam para desencadear a sua guerra".

Antes do 11 de Setembro os neoconservadores americanos foram explícitos quanto afirmaram que as guerras de agressão que pretendiam desencadear no Médio Oriente exigiam "um novo Pearl Harbour".

Para seu próprio bem e para o bem de todo o mundo, é preciso que os norte-americanos prestem atenção ao número cada vez maior de especialistas que estão dizendo que o relato do governo sobre o 11 de Setembro não condiz com as suas próprias investigações. O 11 de Setembro desencadeou o plano neoconservador para a hegemonia mundial dos EUA. Enquanto escrevo, o governo dos EUA está a negociar o acordo de governos estrangeiros que rodeiam a Rússia para aceitar bases americanas de intercepção de mísseis. Os EUA pretendem cercar a Rússia com bases americanas de mísseis desde a Polônia, passando pela Europa Central e Kosovo, até à Geórgia, Azerbaijão e Ásia central [ver http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=17709 ]. O enviado especial americano Richard Holbrooke declarou a 20 de Fevereiro que a Al Qaeda está infiltrando-se em regiões da antiga União Soviética na Ásia central, como o Tajiquistão, o Quirguistão, o Uzbequistão, o Turquemenistão e o Cazaquistão. Hollbrooke está pedindo bases norte-americanas nestas repúblicas ex-soviéticas com a desculpa da "guerra contra o terrorismo" sempre em expansão.

Os EUA já cercaram o Irã com bases militares. O governo norte-americano pretende neutralizar a China assumindo o controlo do Oriente Médio e isolando a China do petróleo.

Este plano parte do princípio que a Rússia e a China, países com armas nucleares, ficarão intimidados com as defesas anti-mísseis americanas e cederão à hegemonia dos EUA e que a China ficará sem petróleo para as suas indústrias e forças militares.

O governo dos EUA está enganado. Os líderes militares e políticos russos responderam a esta ameaça óbvia declarando que a OTAN é uma ameaça direta para a segurança da Rússia e anunciando uma mudança na doutrina russa da guerra quanto ao lançamento preventivo de armas nucleares. Os chineses estão demasiado confiantes para serem intimidados por uma "superpotência" americana enfraquecida.

Os retardados mentais de Washington estão jogando a cartada da guerra nuclear. O impulso louco para a hegemonia americana ameaça a vida sobre a terra. O povo norte-americano, ao aceitar as mentiras e enganos do "seu" governo, estão facilitando este resultado.

(*) Ex-secretário assistente do Tesouro na administração Reagan, co-autor de The Tyranny of Good Intentions. Foi editor associado da página editorial do Wall Street Journal e editor colaborador na National Review.


[1] Davidianos Branch – seita religiosa destrutiva com origem na igreja adventista; em 1993 agentes federais dos EUA cercaram as suas instalações em Waco (Texas), tendo daí resultado a morte de dezenas dos seus membros quando o complexo ardeu completamente (N.T.).

O original encontra-se em http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=17821 . Tradução de Margarida Ferreira.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Música na nossa terra....

Robertinho Silva – Speak No Evil (1991)


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Dudu Falcão – Dudu Falcão (2009)


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Turíbio Santos & Leandro Carvalho – O Guarani (1999)


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A visita de Hillary Clinton ao Brasil

Durante a visita de Hillary Clinton “deputados do PT, em resposta à clara intervenção de Hilary em assuntos internos do Brasil, questionaram a miséria nos EUA, a falta de atendimento médico a mais de 40 milhões de cidadãos norte-americanos, as intervenções militares em países do Oriente Médio e no Afeganistão, a morte de civis em flagrante violação aos direitos humanos, a prisão de Guantánamo e outros pontos, como o eixo EUA/Israel”. A senhora Clinton não gostou. É natural.


Laerte Braga

A secretária de Estado do governo dos Estados Unidos reuniu-se com senadores e deputados brasileiros para discutir temas como o Irã, o reconhecimento do governo golpista de Honduras, as propostas do governo Obama para a América Latina e a velha cantilena que o Brasil é importante parceiro dos EUA na preservação da democracia na América Latina.
Hilary Clinton está no Brasil para tentar atenuar o impacto das posições do governo Lula sobre temas como esses que discutiu a portas fechadas com parlamentares no gabinete do presidente do Senado, José Sarney.
Os norte-americanos têm consciência que, a despeito do envolvimento de várias agências daquele país no processo eleitoral de outubro (a eleição do futuro presidente, entre outras), em franco apoio a candidatura José Collor Arruda Serra, o presidente Lula tem chances concretas de eleger sua candidata, a ministra Dilma Roussef. Essa perspectiva contraria interesses de Obama que pretende ver retomada a agenda do governo de FHC.
A privatização de empresas como a PETROBRAS, o BANCO DO BRASIL, uma parceria estreita (que significa controle) sobre a exploração das reservas petrolíferas do pré-sal e uma presença maior na Amazônia e na região Meridional do Brasil, tanto através de empresas, como das famosas “bases militares de combate ao tráfico de drogas”.
A política externa de Lula é o ponto alto de seu governo. O trabalho desenvolvido pelo ministro Celso Amorim deu ao Brasil uma credibilidade impressionante em todo o mundo e colocou o País no centro de importantes decisões, cada vez mais contrárias ao imperialismo norte-americano. E por dentro do próprio modelo neoliberal. Lula não mudou a estrutura político econômica do Brasil.
Deputados do PT, em resposta à clara intervenção de Hilary em assuntos internos do Brasil, questionaram a miséria nos EUA, a falta de atendimento médico a mais de 40 milhões de cidadãos norte-americanos, as intervenções militares em países do Oriente Médio e no Afeganistão, a morte de civis em flagrante violação aos direitos humanos, a prisão de Guantánamo e outros pontos, como o eixo EUA/Israel. O último «feito» desse eixo foi a falsificação de passaportes de países europeus para que agentes do serviço secreto de Israel, o MOSSAD, pudessem assassinar um líder do Hamas em Dubai.
Hilary esteve com o chanceler Celso Amorim e deve ter estranhado as diferenças entre o ministro brasileiro de Lula e os dois ministros de FHC. Lampreia e Celso Láfer. Lampreia aprendeu a dizer sim senhor faremos tudo que o mestre mandar e não dizia outra coisa durante o governo do marido da secretária. Láfer chegou a tirar os sapatos no aeroporto de New York para submeter-se a uma revista, fato inadmissível e que FHC engoliu em seco, já que funcionário da Fundação Ford, braço do governo e da iniciativa privada nos EUA para países latino-americanos.
Há dias o presidente Lula fez duras críticas às posições dos EUA no Oriente Médio e citou a farsa das armas químicas e biológicas para a invasão do Iraque, no episódio que culminou com o afastamento do embaixador brasileiro José Maurício Bustani, então presidente da Agência de Energia Nuclear da ONU, por não aceitar pressões e recusar-se a assinar um relatório falso sobre essas armas inexistentes.
A passagem de Hillary pelo Chile a pretexto de dar solidariedade à presidente Bachelet diante da tragédia do terramoto e tsunamis que abalaram e abalam o país, trouxe de volta a participação crítica dos militares no processo democrático e o novo presidente, eleito com apoio dos EUA, já disse que vai endurecer estendendo o toque de recolher no país e ampliando a presença militar em várias outras áreas.
A simples ideia que o Brasil possa continuar a trilhar caminhos de preservação de sua soberania e venha a avançar no processo de ocupação de seu próprio território, Amazônia e sul do País, assusta ao governo dos EUA. A perspectiva de um gigante adormecido que acorda e começa a caminhar por suas próprias pernas não interessa a Obama e nem a Wall Street. Querem o Brasil de quatro e por isso mesmo Hilary termina sua visita depois de avistar-se com Lula, em São Paulo, onde, naturalmente, José Collor Arruda Serra vai desmanchar-se em salamaleques e rodopios na valsa da submissão.
Conversar primeiro com congressistas antes de avistar-se com o presidente do Brasil é um insulto, um desrespeito e mostra os verdadeiros objetivos da visita de Hilary. Quando Obama disse, logo nos primeiros dias de seu governo, que Lula «é o cara», estava contando que funcionasse aquele esquema de troca de colares, pirolitos e chicletes pela PETROBRAS, pelo BANCO DO BRASIL, tal e qual funcionava no governo FHC. Os colares, os pirolitos e os chicletes vinham recheados de dólares em contas no exterior.
Segundo Hilary o povo hondurenho está sofrendo com as sanções impostas pelo Brasil ao governo golpista e sua extensão. Não falou sobre o bloqueio norte-americano imposto a Cuba desde 1962 e seus efeitos. Na prática a secretária quer arrastar os governos da Venezuela, da Bolívia e do Equador ao reconhecimento da situação de fato em Honduras, golpe «legitimado» por uma grotesca farsa eleitoral, ao mesmo tempo que tenta afastar o Brasil das políticas de integração latino-americana e que envolvem governos populares na América do Sul e América Central.
A disposição de se criar um organismo latino-americano, que exclua EUA e Canadá, manifesta por governos dessa região, é inaceitável para os donos do mundo, acostumados a enxergarem a América Latina como quintal, como América Latrina.
Já que a moda é muro, levando em conta os problemas criados por norte-americanos em suas políticas colonialistas, imperialistas, qual tal cercar os Estados Unidos com um grande muro impedindo a exportação do modelo Disneyworld, aquele em que você imagina que as assombrações do trem fantasma são só ficção, quando na verdade chegam aos bandos com epíteto de «libertadores».
Que o digam os presos quando da ocupação do Iraque, ou os detidos em Guantánamo.
As unhas e as garras do governo branco e ariano de Obama começam a ser mostradas sem disfarces em países como o Brasil.
Hillary não pediu a Lula que não vá ao Irã, mas de forma solerte, que tente convencer o governo de Teerã a desistir de seu programa nuclear.
Se Israel tem perto de 60 bombas nucleares, isso é outra história, a senhora Clinton não fala sobre esse assunto, é «legítima defesa» do estado terrorista contra palestinos. Direito divino de ocupação de terras palestinas.
«Democracia cristã, ocidental e capitalista» servida ao mundo em bolos gigantescos de onde saem mariners e aviões que bombardeiam tudo o que possa parecer inimigo. Inclusive participantes de uma festa de casamento no Afeganistão.
É só pedir desculpas depois.
Torna-se desnecessário dizer que a mídia brasileira está toda emperiquitada com a visita da senhora Clinton. É, afinal, a representante legítima dos patrões.
* Jornalista brasileiro

sábado, 6 de março de 2010

Governo bolivariano alvo do imperialismo


Venezuela repudia acusações espanholas


A Venezuela considera «inaceitáveis» e de «natureza e motivação política» as acusações da Audiência Nacional espanhola sobre uma suposta cooperação do executivo de Hugo Chávez com as FARC e a ETA, visando a realização de atentados contra altos funcionários do governo colombiano em território espanhol.


Original Jornal Avante
Em comunicado emitido segunda-feira pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), o governo bolivariano diz ter tido conhecimento do auto emitido nesse mesmo dia por um juiz espanhol (Eloy Velasco), no qual se tecem «considerações inaceitáveis, de natureza e motivação política sobre o governo venezuelano» e «se toma a liberdade de fazer reiteradas referências desrespeitosas ao presidente de todos os venezuelanos, Hugo Chávez, proferindo acusações tão tendenciosas quanto infundadas».
O MNE da Venezuela responde, desta forma, ao texto assinado por um magistrado da mais alta instância judicial de Espanha, no qual se acusa a República Bolivariana de facilitar a cooperação entre os dois grupos armados. Velasco processa seis presumíveis membros da ETA e sete das FARC e sustenta que as organizações tinham como alvos em território espanhol o actual presidente colombiano, Álvaro Uribe, o ex-presidente daquele país, Andrés Pastrana - que reside em Madrid e terá mesmo sido vigiado, diz -, e, entre outras personalidades, acrescenta ainda, o actual vice-presidente da Colômbia e mais que provável candidato da direita colombiana às próximas eleições, Francisco Santos.

Vale tudo

Eloy Velasco, fundamenta esta autêntica teoria da conspiração na alegada correspondência encontrada no computador supostamente apreendido a Raúl Reys, morto pelo exército colombiano num bombardeamento realizado no território do Equador, em Março de 2008, que matou o então comandante das FARC e outros guerrilheiros, e vitimou vários civis.
Para envolver o Estado venezuelano, o juiz não mede as palavras e refere que os 13 acusados «utilizaram a cooperação governamental venezuelana na colaboração ilícita entre as FARC e a ETA». Velasco vai mesmo mais longe e, numa argumentação forçada para criminalizar a Venezuela e o seu executivo, traz a lume o nome de Arturo Cubillas Fontán.
Fontán, pretenso etarra, é casado com a venezuelana Goizeder Lataillade, a qual, por sua vez, ocupou cargos públicos no governo do presidente Hugo Chávez, mais concretamente no gabinete de Administração e Serviços do Ministério de Agricultura e Terras.
O magistrado da Audiência Nacional também especula que Fontán seria, desde 1999, «o dirigente da ETA para aquela área da América, encarregando-se de coordenar as relações com as FARC e a participação de integrantes do organização separatista basca em cursos de explosivos e armamentos e na difusão de técnicas de guerrilha urbana terrorista».

Ocultação maliciosa

A respeito deste rol de acusações, o MNE da Venezuela precisa que no auto de Eloy Velasco «faz-se referência a um cidadão residente na Venezuela desde Maio de 1989 em resultado dos acordos então alcançados entre Carlos Andrés Pérez [à data presidente da Venezuela] e Filipe González [então primeiro-ministro espanhol]» mas, «surpreendentemente, em nenhum momento se menciona o nome dos autores deste acordo».
Simultaneamente, prossegue a resposta do MNE da Venezuela, «o juiz tem a ousadia de referir-se reiteradamente e de maneira desrespeitosa ao presidente de todos os venezuelanos, Hugo Chávez, proferindo acusações tão tendenciosas quanto infundadas acerca do governo bolivariano».
«A totalidade das alegações deste magistrado são produto da utilização de arquivos contidos no computador supostamente apreendido a Raúl Reys durante a operação militar que implicou um bombardeamento ilegal em território equatoriano e durante o qual foram massacradas dezenas de pessoas. Resulta também surpreendente que o juiz ressuscite a desgastada farsa do computador, que passou já a fazer parte do folclore colombiano», acrescenta o comunicado.
«O ministro dos Negócios Estrangeiros da República Bolivariana da Venezuela, em comunicação com o responsável das relações externas do reino de Espanha, recordou que o acordo de 1989 ao abrigo do qual reside na Venezuela, a pedido do Estado espanhol, o cidadão em questão, repudiou as acusações infames deste juiz e reiterou o profundo apego aos valores democráticos e humanistas que caracterizam o governo bolivariano da Venezuela», conclui.

CIA reúne com Uribe

Menos divulgado que o auto do juiz Velasco foi o encontro que, por estes dias, ocorreu entre o director da CIA, León Panetta, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e alguns dos seus ministros, entre os quais o titular da Defesa, Gabriel Silva. Segundo fontes oficiais colombianas, Panetta encontrou-se igualmente com «peritos» locais da área da segurança, com o director da polícia, o general Óscar Naranjo, e outros altas patentes militares colombianas.
Esta é toda a informação oficial divulgada, mas nem por isso é menos interessante, sobretudo se tivermos em conta o clima de tensão entre a Venezuela e a Colômbia, fruto das permanentes provocações do governo de Bogotá, e o facto de o governo de Caracas, a par de outros governos do subcontinente, considerarem a cooperação militar entre a Colômbia e os EUA uma ameaça à sua soberania e um trampolim para a ingerência norte-americana na política de cada um dos Estados da América Latina que não sigam os ditames de Washington.
Há menos de quinze dias, Hugo Chávez alertou, mais uma vez, que o governo colombiano procura qualquer pretexto para agredir a Venezuela.
Não menos relevante neste contexto é o facto de estar provado - por documentação de acesso público e não por alegados arquivos de um suposto computador - que a CIA mantém relações, desde 1994, com o exército colombiano e com os paramiliatres, usados no combate às FARC e na defesa dos interesses do capital contra os trabalhadores colombianos.
Estes vínculos foram revelados pela National Security Archive (NSA), organização sem fins lucrativos sediada na Universidade George Washington. Nos documentos tornados públicos pela NSA, em Janeiro de 2009, seis dias antes de George W. Bush agraciar Álvaro Uribe com a Medalha Presidencial da Liberdade, confirma-se ainda que «a ideia de assassinar civis colombianos e fazê-los passar por guerrilheiros (os chamados falsos positivos) é antiga».
Recorde-se que mais de dois mil casos de falsos positivos estão a ser investigados pela justiça colombiana. O escândalo foi desencadeado depois da descoberta dos corpos de cerca de 20 jovens naturais da localidade de Soacha, recrutados por supostos angariadores de mão-de-obra que, posteriormente, os levaram à execução e os apresentaram como guerrilheiros das FARC abatidos em combate.
Aproximadamente 500 militares colombianos são suspeitos de envolvimento nos falsos positivos, diz o Ministério Público da Colômbia.

Narcotráfico como pretexto

Outra linha de ataque do imperialismo à Venezuela foi a divulgação, esta segunda-feira, do relatório anual do Departamento de Estado dos EUA relativo ao tráfico de estupefacientes. Diz Washington, segundo a AFP, que «há fortes evidências de que alguns elementos das forças de segurança da Venezuela assistem directamente» grupos colombianos designados como organizações terroristas pelos Estados Unidos, aludindo, claramente, às colombianas FARC.
Mas os EUA vão mesmo mais além alegando que o transito de droga no território venezuelano «aumentou bruscamente em 2009», que a Venezuela é «um importante país de trânsito», e, ainda, que o volume da exportação de estupefacientes é «extraordinário» desde o «sector adjacente à fronteira com a Colômbia».
Os norte-americanos não perdoam que desde 2006 a Venezuela tenha interrompido a cooperação com a agência americana antinarcóticos (DEA) e acusam igualmente os funcionários venezuelanos de não empreenderam «esforços significativos» para combater o narcotráfico, isto apesar de que contactos norte-americanos nesse sentido, prosseguem.
Em resultado de tudo isto, continua a Casa Branca, incrementou-se no território venezuelano «o nível de corrupção, crime e violência» e «a politização das investigações e a corrupção, que sufocam a confiança pública no sistema judiciário».
Esta declaração, para além de revelar nítidas acusações de natureza política e de ataque ao regime democrático venezuelano, e de pretender fazer passar a fronteira entre a Venezuela e a Colômbia por um território onde convivem o narcotráfico e o «terrorismo» com o beneplácito das autoridades, é mentirosa. Os dados divulgados no passado dia 26 pelo embaixador venezuelano nos EUA comprovam-no.

Venezuela na primeira linha

De acordo com Bernardo Álvarez, no último ano a Venezuela aumentou em 11 por cento as apreensões de droga no país.
Numa comunicação que pretendia rejeitar a politização da luta contra o tráfico de estupefacientes (que acabou por acontecer, quatro dias depois pela mãos dos EUA), Álvarez lembrou que a Venezuela partilha uma larga fronteira com o maior produtor de cocaína do mundo, a Colômbia, e encontra-se no mesmo continente que o maior consumidor do mundo, os EUA.
No que diz respeito a investimentos, o ano passado o governo boliviano canalizou 260 milhões de dólares para a compra e instalação de 10 radares de rastreio de voos ilegais, deteve cerca de 9 mil pessoas, destruiu 26 laboratórios clandestinos, começou a usar inceneradores (5 dos 10 previstos) dedicados à destruição de estupefacientes e reforçou os acordos internacionais de cooperação com 38 países.
No mesmo sentido, disse, foram preparadas e certificadas mais de 100 mil pessoas como assessores comunitários para a prevenção integral. Nos próximos três anos a meta é que este corpo de ligação entre a polícia e as comunidades se alargue a mais de 5 milhões de pessoas.
Já este ano, continuou o diplomata, a Venezuela interceptou 30 aviões, deportou três grandes narcotraficantes para a Colômbia, França e EUA, entre os quais Salomón Camacho, barão que figura no restrito lote dos 12 mais procurados pela DEA em todo o mundo.
Em suma, entre 2006 e 2008, o volume das apreensões feitas pelas autoridades venezuelanas aumentaram 38 por cento face ao registado no período de 2002 e 2005, quando o país cooperava com a DEA e os EUA, sublinhou para insistir que «a acusação de que a Venezuela não coopera no combate ao narcotráfico é puramente política».
Às palavras do embaixador venezuelano, juntam-se as informações oficiais das Nações Unidas, segundo as quais 90 por cento da cocaína que ingressa nos EUA segue a rota do Pacífico Oriental através do corredor mexicano e centro-americano. Na sua esmagadora maioria, esta droga provém da Colômbia, revela a ONU.

Professores de SP, entram em greve a partir de segunda...


Professores da rede estadual do Estado de São Paulo,  aprovaram ontem, em assembleia, uma greve por tempo indeterminado que será iniciada na segunda-feira. O ato reuniu 10 mil manifestantes.A principal reivindicação, segundo os sindicatos, é a ausência de reajuste salarial para a categoria, cujos salários estão congelados há cinco anos, segundo a Apeoesp. Eles pedem também o fim da política de conceder apenas gratificações e bônus.

Em nota divulgada ontem à noite, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) diz considerar a aprovação da greve como uma decisão política da Apeoesp e que, os professores não tem notivos para fazer paralização

sexta-feira, 5 de março de 2010

Qual PT??

Do “maduro” ao podre
Escrito por Gilvan Rocha   - Correio da Cidadania
 
Quando no Brasil surgiu um partido de trabalhadores que encarnava seus interesses, não as suas migalhas, a burguesia apavorou-se. Criou toda forma de dificuldades jurídicas e criou o voto vinculado para impedir o êxito deste partido que tantas esperanças trazia para os trabalhadores.
 
A burguesia colocou um círculo de ferro para o partido não ser ultrapassado. Vendo, porém, não funcionar seus expedientes escusos, ela partiu para uma segunda tática. Procurou afagar com seus mimos o líder do partido no Congresso.
 
Tornou Genoíno em garoto propaganda da Globo, pois ele jogava um brando papel e a cada concessão sua a burguesia aplaudia e dizia: isso sim! Isto é que é um partido "maduro"! Juntaram-se a Genoíno: Delúbio Soares, Silvio Pereira, Ideli Salvatti, João Paulo, os dólares nas cuecas, os aloprados, os sanguessugas e formaram uma bela quadrilha.
 
Dizem que basta uma laranja podre para botar um cesto a perder e essa laranja podre já existia na figura de José Dirceu, franco arrivista do petismo. O partido ficou assim dividido: os bem intencionados, os beatos, os honestos, os ingênuos, que são muitos. Do outro lado ficaram aqueles que, de "maduros", ficaram podres, e eles representam uma minoria bem situada no aparelho do Estado e fora dele.
 
Assim como no Brasil, a Alemanha foi palco de uma tragédia política que é, sem dúvida, a matriz de uma tragédia, a começar pela Revolução Russa, que se estendeu através dos tentáculos da Terceira Internacional Comunista, pelo mundo afora, esbarrando o processo revolucionário mundial.
 
Assim, no Brasil, tivemos outro Gustavo Noske, que inveja não faz ao nosso conspirador José Dirceu, que a prática não junta à esquerda, mas junta a José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros, Fernando Collor, Quércia e outros tantos fisiológicos de sua raça.
 
Agora, o José Dirceu faz intermediação de ricos negócios, tanto no Brasil como no estrangeiro, afinal, tal como a burguesia, ele não é nacionalista, ele visa apenas a fortuna. E dentro desse objetivo soube formar seu staff. Onde está o partido diferente de outrora?
 
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos (CAEP).

quinta-feira, 4 de março de 2010

A américa latina estará se emancipando????

Frustração de Hillary: o ocaso do pan-americanismo imperialista

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, visitou o Brasil nesta quarta-feira (3). Chegou cheia de intenções sobre o estabelecimento de “relações especiais” com o Brasil e não pouca arrogância e atitudes imperiais no que se refere aos temas globais e aos assuntos em que os dois países mantêm posições diametralmente opostas. Sai de mãos vazias, levando consigo um imenso desgaste político. 

Por José Reinaldo Carvalho*
Os resultados que colheu em termos de “relações especiais” foram muito poucos. E os contenciosos, se não se agravaram pelo equilíbrio com que foram tratados pela parte brasileira, mantiveram-se sem solução.

Momentos antes da sua chegada a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília disparava “press-realeases” para as redações dos principais veículos de comunicação do país, dando conta de que existem 16 mecanismos de consultas bilaterais sobre temas da maior relevância, variando da economia à defesa. O Itamaraty, por sua vez, generoso com a anfitriã, divulgava um número maior. Como informou a “Folha de São Paulo” em sua edição desta quarta-feira, 3, são 18 os mecanismos de consultas no âmbito da Chancelaria brasileira. Há quem ache pouco, como o ex-embaixador do Brasil nos Estrados Unidos, Rubens Barbosa, para quem o Brasil é passivo na implementação da cooperação bilateral. Ressente-se o ilustre diplomata da atual orientação do Itamaraty que não mais privilegia as relações com os Estados Unidos em detrimento do contato com outros parceiros e há muito tempo deixou de ser submissa, característica que marcou a diplomacia brasileira nos tempos de FHC à frente do Ministério das Relações Exteriores e da Presidência da República.

Mantras da política externa imperialista

O fato é que o saldo da visita da senhora Clinton ao Brasil é apenas a assinatura de três atos de cooperação. Um deles se refere à implementação de atividades conjuntas de cooperação técnica com outros países. Outro diz respeito às mudanças climáticas. E um terceiro propõe entendimentos entre os dois países para o avanço na condição da mulher.

A rigor, o fomento das “relações especiais” era apenas a envoltura na qual se escondiam os verdadeiros objetivos da visita. A esposa do ex-presidente dos Estados Unidos veio ao Brasil para pressionar o governo brasileiro a recitar os mesmos mantras da atual política externa norte-americana e o obrigar a transformá-los em ações práticas. Dois desses mantras fazem parte da cena política latino-americana – apoio a Pepe Lobo, presidente de Honduras eleito no rastro do golpe de estado que interrompeu uma breve experiência de democracia e independência no país centro-americano e condenação a Cuba por “violação” dos direitos humanos, com base em falsas acusações. Há poucos dias o presidente Lula esteve em Cuba, encontrou-se com os companheiros Fidel e Raúl, ocasião em que declarou alto e bom som que o Brasil é amigo de Cuba e condena o bloqueio ao país, assim como as tentativas de isolá-lo politicamente. A senhora Clinton não escutou algo diferente nas audiências com as autoridades brasileiras durante esta quarta-feira no Itamaraty e no gabinete presidencial.

“O Brasil não se curva a pressões”

Mas o motivo de maior frustração para a enviada do presidente Obama foi o rechaço às pressões para o Brasil aderir à orquestração do mantra anti-iraniano e se somar ao apelo para a adoção de sanções àquele país do Oriente Médio. “O Brasil não vai se curvar às pressões dos Estados Unidos”, disse o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. E no mesmo tom firme: “Nós pensamos com a própria cabeça. Nós queremos um mundo sem armas nucleares, certamente sem proliferação”, afirmou o chanceler brasileiro diante de uma frustrada secretária de Estado. Amorim pregou o entendimento, o diálogo e o caminho diplomático para lidar com o governo de Mahmud Ahmadinejad.

A visita da chefe da diplomacia estadunidense, prévia à que em breve o presidente Obama fará ao Brasil, ocorre num momento novo do cenário político latino-americano e numa etapa de amadurecimento da política externa independente do governo Lula. A América Latina não é mais o quintal dos fundos do imperialismo estadunidense, cujo pan-americanismo está sendo substituído pela verdadeira integração de povos e nações soberanas, com seus novos instrumentos de cooperação, como a Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac). Por isso mesmo, os Estados Unidos, apesar da nova retórica, continuam ameaçadores e intervencionistas, como demonstram a recriação da Quarta Frota da Marinha de Guerra dos EUA e a instalação das bases militares na Colômbia. A política externa independente do governo Lula tem evoluído e amadurecido, com suas prioridades para a cooperação, a defesa da paz, o respeito ao direito internacional, o multilateralismo e o estabelecimento de parcerias estratégicas incômodas para o imperialismo e as classes dominantes internas, retrógradas e entreguistas.

Relações complexas

As relações bilaterais do Brasil com os Estados Unidos são bastante complexas e merecem um estudo à parte. Convivem nesta relação elementos de cooperação e conflito. Moniz Bandeira, um dos mais fecundos historiadores das relações entre o Brasil e os Estados Unidos, dá uma explicação geopolítica para as relações ambíguas entre os dois países no seu livro “As relações perigosas: Brasil-Estados Unidos (de Collor a Lula, 1990-2004)”. Diz o historiador: “Como candidato, Lula podia dizer, livremente, o que pensava. Como chefe de governo, tinha de preservar o relacionamento do Brasil com os Estados Unidos (...) Da mesma forma que Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso, que buscaram estabelecer um bom relacionamento entre os dois países, Lula da Silva não conseguiu evitar divergências e atritos (...) A contradição de interesses e de objetivos entre os dois países constituía acima de tudo um dado cartográfico (...) De um lado, os Estados Unidos, a superpotência, que tratavam de preservar a todo custo sua predominância na América do Sul, como no resto do mundo (...) De outro lado, o Brasil, potência industrial emergente, em desenvolvimento, que reservara inteiramente para si a definição dc seus interesses nacionais e tratava de dilatar seu próprio espaço econômico e político, defender sua autonomia, convencido de que a rígida estrutura de poder e riqueza no mundo devia mudar. Esse mesmo dado cartográfico (...) determinava, porém, a necessidade de cooperação entre os dois países, que necessitavam manter laços estreitos. Daí a ambivalência que desde o século 19 caracterizou as suas relações”.

A vida vai mostrando que outras determinações, para além das cartográficas, condicionam a relação entre os dois países e que à medida em que o Brasil se afirma como nação independente e soberana e em que cresce a consciência antiimperialista do povo brasileiro, prevalecerão as disputas de interesses. Foi-se o tempo do beija-mão, da cerviz inclinada, dos pés descalços no aeroporto, da submissão, do alinhamento automático, do pan-americanismo imperialista.

*editor do portal Vermelho

quarta-feira, 3 de março de 2010

Texto de Chomsky....

Os não eleitos "arquitetos da política"

Noam Chomsky
Do The New York Times

Mudanças no poder global, potenciais ou em andamento, são um tema pulsante entre articuladores políticos e observadores. Uma questão é se (ou quando) a China poderia destronar os Estados Unidos como protagonista global dominante, talvez juntamente com a Índia.
Tal mudança restituiria o sistema global ao que era antes das conquistas europeias. O crescimento econômico da China e da Índia foi rápido e, graças a sua rejeição às políticas ocidentais de desregulação financeira, esses países sobreviveram à recessão melhor do que a maioria. No entanto, surgem algumas questões.
Uma medida-padrão de saúde social é o Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas, cujos dados mais recentes são de 2008. A Índia está em 134ª lugar no ranking, pouco acima do Camboja e abaixo do Laos e do Tadjiquistão, próximo da posição em que esteve por muitos anos. A China está em 92º - junto com Belize, um pouco acima da Jordânia e abaixo da República Dominicana e do Irã.
A Índia e a China também têm uma desigualdade muito alta, pois mais de um bilhão de seus habitantes estão no nível mais baixo da escala social. Outra preocupação é a dívida dos Estados Unidos, que, conforme se teme, transforma os Estados Unidos em cativos da China. Exceto por um breve interlúdio, o Japão foi por muito tempo o maior detentor da dívida do governo americano. A alavancagem dos credores, além disso, é superestimada.
Em uma perspectiva - o poder militar -, os Estados Unidos permanecem totalmente sozinhos. E Obama está estabelecendo novos recordes com seu orçamento militar. Quase metade do déficit dos Estados Unidos deve-se aos gastos militares, intocáveis no sistema político.
Ao considerar outros setores da economia dos Estados Unidos, o vencedor do prêmio Nobel Joseph Stiglitz e outros economistas alertaram que deveríamos ter cuidado com o "fetichismo do déficit". Um déficit é um estímulo à recuperação e pode ser compensado com crescimento da economia, como ocorreu depois da Segunda Guerra Mundial, quando o déficit era muito pior.
A expectativa é que a dívida aumente, principalmente por causa do irremediavelmente ineficaz sistema de saúde privatizado - também virtualmente intocável, graças à habilidade do mundo dos negócios em se sobrepor à vontade pública.
Porém, a estrutura dessas discussões está equivocada. O sistema global não é apenas uma interação entre estados, cada um defendendo algum "interesse nacional" subtraído da distribuição do poder doméstico. Isso tem sido compreendido há muito tempo.
Adam Smith concluiu que os "principais arquitetos" da política na Inglaterra foram os "comerciantes e manufatureiros", que procuram garantir que seus interesses "sejam satisfeitos da melhor forma possível", por mais "dolorosos" que sejam seus efeitos sobre os outros, inclusive as pessoas na Inglaterra.
A máxima de Smith ainda se mantém, embora, hoje, os "principais arquitetos" sejam corporações multinacionais e, particularmente, as instituições financeiras cuja participação na economia vem crescendo desde os anos 1970.
Nos Estados Unidos, acabamos de ver uma dramática ilustração do poder das instituições financeiras. Na última eleição presidencial, elas garantiram a base do financiamento do presidente Obama.
Naturalmente, esperavam ser recompensadas. E foram - com o programa de socorro aos bancos e muito mais. Considere o Goldman Sachs, líder da economia e do sistema financeiro. A instituição fez uma mina de ouro ao vender títulos lastreados em hipotecas e instrumentos financeiros mais complexos.
Consciente da fragilidade dos pacotes que comercializava, a companhia apostou, com a gigante dos seguros American International Group (AIG), que as ofertas cairiam. Quando o sistema financeiro entrou em crise, a AIG afundou com ele.
Os arquitetos da política do Goldman não apenas se beneficiaram de um socorro financeiro para o próprio Goldman, como também conseguiram que os contribuintes salvassem a AIG da falência, restagando, assim, o Goldman.
Agora, o Goldman está registrando lucros recordes e pagando robustos bônus e, assim como alguns outros bancos principais, está maior e mais poderoso do que nunca. O público está furioso. As pessoas podem ver que os bancos que foram os agentes primários da crise agem como bandidos, enquanto a população que os resgatou está enfrentando um desemprego de quase 10%.
A indignação popular finalmente provocou uma virada retórica da administração, que respondeu com acusações sobre banqueiros gananciosos e sugestões de políticas das quais o setor financeiro não gosta (a Volcker Rule, proposta de regulação dos bancos, e outras propostas).
Presumindo que Obama é o seu representante em Washington, os principais arquitetos perderam pouco tempo com orientações: a menos que Obama recue, eles vão transferir seus recursos para a oposição política.
Há alguns dias, Obama disse à imprensa que os banqueiros são "caras" legais, destacando os presidentes de duas grandes instituições, o JP Morgan Chase e o Goldman Sachs: "eu, como a maioria dos americanos, não invejo pessoas de sucesso ou riqueza. Isso é parte do sistema de livre mercado" - como "livre mercado", entenda-se a doutrina do estado capitalista.
Essa mudança de direção é uma reveladora fotografia instantânea da máxima de Smith na prática. Os arquitetos da política também estão a serviço de uma verdadeira mudança de poder: da força de trabalho global para o capital transnacional.
O economista e especialista em assuntos da China Martin Hart-Landsberg explora essa dinâmica. A China tornou-se uma linha de montagem para um sistema de produção regional. O Japão, Taiwan e outras economias avançadas da Ásia exportam partes e componentes de alta tecnologia para a China, que monta e exporta produtos acabados.
O crescente déficit comecial dos Estados Unidos com a China causa preocupação. O que menos se percebeu é que o déficit comercial dos Estados Unidos com o Japão e o resto da Ásia declinou fortemente à medida que o novo sistema de produção regional tomou forma. As indústrias americanas estão seguindo o mesmo caminho, fornecendo peças e componentes para a China montar e exportar, principalmente para os Estados Unidos. Para as instituições financeiras, gigantes varejistas, proprietários e dirigentes de indústrias manufatureiras e setores estreitamente ligados a esse nexo de poder, esses desenvolvimentos são sagrados.
E bem-entendidos. Em 2007, Ralph Gomory, dirigente da Fundação Alfred P. Sloan, disse no Congresso: "Em tempos de globalização, os interesses de empresas e países divergem". Em contraste com o passado, o que é bom para as corporações globais americanas já não é necessariamente bom para os cidadãos americanos.
Considere a IBM. No final de 2008, mais de 70% dos 400.000 trabalhadores da IBM estavam em outros países, segundo a Alfred P. Sloan. Em 2009, a IBM reduziu seus postos nos Estados Unidos em mais 8%.
Para a mão de obra, o resultado pode ser "doloroso", de acordo com a máxima de Smith, mas é bom para os principais arquitetos da política. Pesquisas atuais indicam que quase um quarto dos empregos dos Estados Unidos estarão "além das fronteiras" dentro de duas décadas e, no caso daqueles postos que forem mantidos, a segurança e os salários decentes vão diminuir em decorrência da crescente competição gerada pelos trabalhadores recolocados no mercado.
Esse padrão sucede a 30 anos de estagnação ou declínio para a maioria, na medida em que a riqueza recaiu sobre poucos bolsos, levando à provavelmente mais alta desigualdade na história dos Estados Unidos. Enquanto a China se torna a linha de montagem e a plataforma de exportação do mundo, os trabalhadores chineses estão sofrendo com o resto da mão de obra global, como poderíamos esperar de um sistema destinado a concentrar riqueza e poder e a incitar a competição entre as pessoas mundialmente.
Em termos globais, a participação dos trabalhadores na renda nacional caiu em muitos países - no caso da China, dramaticamente, levando a uma crescente inquietação nessa sociedade altamente desigual.
Portanto, temos outra mudança significativa no poder global: da população geral para os principais arquitetos do poder global, um processo favorecido pelo arrefecimento da democracia nos estados mais poderosos.
O futuro depende do quanto a grande maioria está disposta a resistir e do desenvolvimento de uma resposta construtiva que possa confrontar os problemas no núcleo do sistema do estado capitalista de dominação e controle. Caso contrário, os resultados poderão ser amargos, como a história mostra plenamente.

Noam Chomsky é professor emérito de lingüística e filosofia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts em Cambridge, Massachusetts. Artigo distribuído pelo The New York Times Syndicate.

terça-feira, 2 de março de 2010

Prefeito de Bagé-RS na posse de Pepe Mujica...

A prefeitura de Bage-Rs, na figura de seu Prefeito Luis Eduardo Colombo(DUDU) e de seu Coordenador de Assuntos Internacionais Glécio Rodrigues estiveram no Uruguai, no dia de ontem, para a posse do Presidente PEPE Mujica, eleito ano passado.Abaixo algumas fotos do evento, fornecidas por Glecio Rodrigues:

DUDU e Glecio