Che e Fidel: uma amizade revolucionária |
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A Verdade - Dois homens especiais
cuja contribuição à Humanidade ficará para sempre na História.
Jose Levino*
Duas personalidades com pontos em comum e também com diferenças, mas que se completaram para constituir uma luz para os povos oprimidos do Caribe, da América Latina e de todo o mundo. Fidel Castro Ruz, cubano, nasceu em 1926, filho de Ángel Castro e Lina Ruz, ele um imigrante galego, pobre, que fez fortuna em Cuba, acumulando terras, madeira e gado. Fidel cursou direito na Universidade de Havana, onde começou sua intensa militância política, com uma visão profundamente anti-imperialista, evoluindo para o socialismo e o comunismo. Ernesto Guevara de La Serna, argentino, nasceu em 1928, filho de Ernesto Guevara Lynch e Célia de La Serna, um casal de classe média alta, embora em crise financeira, e progressista. Ernesto (Teté, Chancho) não participou ativamente do movimento estudantil, desde cedo estudou a filosofia marxista, mas não simpatizava com o Partido Comunista Argentino.
Dois caminhos se encontram
Fidel criou um Movimento Revolucionário,
que se chamaria 26 de Julho, em memória à data do assalto ao Quartel
Moncada para distribuir armas com o povo e incitá-lo a derrubar a
ditadura de Fulgencio Batista; foi preso, solto e saiu para o México,
onde iria se encontrar com outros companheiros exilados a fim de
organizar uma expedição para desencadear uma guerra de guerrilhas contra
a ditadura a partir da Sierra Maestra.
Ernesto Guevara buscava um caminho,
tinha uma consciência profundamente anti-imperialista e socialista. Não
se contentava com o conhecimento baseado na leitura. Queria ver,
contatar os oprimidos de perto. Fez sua primeira viagem junto com
Alberto Granado, por grande parte da América do Sul (ver filme Diários
de Motocicleta). No retorno, disse “Não sou o mesmo de antes”. A segunda
viagem foi de engajamento. Na procura de um movimento para lutar pela
libertação dos oprimidos, chegou à Guatemala, onde o povo se mobilizava
para defender o governo Árbenz (democrático e nacionalista) de uma
invasão de reacionários apoiados pelos Estados Unidos (CIA).
Derrotada a revolução guatemalteca,
Ernesto segue para o México, onde foi apresentado aos cubanos, em cuja
missão se integrou e por eles foi rebatizado como “Che”, devido a
Ernesto dirigir-se às pessoas como tchê (costume dos Pampas). Com eles,
encontrou seu “norte”. Che ficou tão impressionado com Fidel, que
escreveu um poema para ele: “Vamos, ardoroso profeta da madrugada/por
caminhos longínquos e desconhecidos/liberar o grande caimão que você
tanto ama/quando soar o primeiro tiro e na virginal surpresa toda a mata
despertar/lá ao seu lado, serenos combatentes/você nos terá...”
Fidel também se impressionou com aquele
argentino cheio de entusiasmo e fé, absolutamente decidido a dedicar sua
vida ao povo, que considerava a luta em Cuba a primeira grande
oportunidade de pôr em prática seu inquestionável objetivo. Aceitou-o
como médico da expedição, mas, logo nos primeiros treinamentos
militares, sua firmeza, sua capacidade de aprender as técnicas da
guerrilha, sua capacidade de liderança e a magnética personalidade
deixaram claro que ali se encontrava um guerrilheiro de primeira hora.
Companheiros de comando, amigos e
confidentes. Che e Fidel.
Já no Natal de 1956, após os primeiros
meses de luta na Sierra, Che integrava o Estado-Maior do Exército
Rebelde, depois foi nomeado Comandante da Segunda Coluna. No dia de sua
nomeação por Fidel, Che escreveu no Diário: “Isso me fez sentir como o
homem mais orgulhoso da Terra neste dia”. A partir daquele momento, ele
era o Comandante Che Guevara.
A bravura e dedicação do Che tornaram-no
um símbolo do guerrilheiro heroico, braço direito de Fidel e seu
principal confidente. Mesmo quando suas colunas estavam distantes,
constantemente trocavam bilhetes. Fidel falava para ele dos planos
militares, debates políticos, assuntos financeiros, e relatava
experiências com novas armas que iam inventando no decorrer da luta.
Em entrevista ao jornalista argentino
Jorge Masetti, ainda na Sierra, Che disse: “Fidel me impressionou como
um homem extraordinário. Ele enfrentou e superou as coisas mais
impossíveis. Ele tinha uma fé excepcional de que, uma vez que partisse
para Cuba, chegaria. Que uma vez que tivesse chegado, lutaria. E que,
lutando, venceria. Eu compartilhei desse entusiasmo...”
Após a tomada do poder, em janeiro de
1959, Che assumiu diversas funções no governo, buscando pôr em prática
sua ideia de construção do homem novo. Para ele, o socialismo só seria
possível com o ser humano superando o individualismo e colocando a
coletividade em primeiro plano. Para isso, dizia Che, incentivos
materiais não servem e sim a emulação proporcionada pelo trabalho
voluntário, no qual ele era o primeiro a dar exemplo. Uma vida simples.
Uso de carro oficial apenas a serviço, recusa de levar a mulher em
viagens ao exterior, em dar presente aos filhos que o homem do povo não
pudesse dar também, e assim por diante. Che sempre recebeu o apoio e o
incentivo de Fidel.
Che sempre teve claro que Cuba não seria
seu porto final. Que era preciso continuar a luta pela libertação da
humanidade. E que Cuba não poderia avançar sozinha na construção do
socialismo, dependendo apenas do apoio da União Soviética, onde a
política dos governantes já sinalizava um recuo, em vez de avançar para o
comunismo.
De Che para Fidel
Mas Che compreendia a posição do governo
cubano e de Fidel, só que não via sentido em permanecer mais em Cuba
enquanto outros povos precisavam de sua “modesta” contribuição. A carta
de despedida que fez para Fidel antes de partir para o Congo, de onde
sairia para a Bolívia, é um testemunho emocionante da admiração e
amizade que mantinha pelo Comandante Fidel: “...Vivi dias magníficos ao
seu lado, senti o orgulho de pertencer ao nosso povo nos dias
brilhantes, embora tristes, da crise caribenha. Raramente um diplomata
foi mais brilhante que você naqueles dias...Carrego para novas frentes
de batalha a fé que você me ensinou, o espírito revolucionário do meu
povo. Se minha hora final me encontrar debaixo de outros céus, meu
pensamento será para o povo e especialmente para você...”
Bem, infelizmente, a hora final chegou
debaixo dos céus da pátria-mãe latino-americana, mais precisamente da
Bolívia, quando, ferido em combate em 8 de outubro de 1967, no dia
seguinte, o eterno Che Guevara foi assassinado, fria e covardemente, por
um esbirro do exército boliviano, assessorado pelos boinas-verdes dos
EUA.
De Fidel para Che
Ao anunciar ao povo cubano a morte do
Comandante Che Guevara, Fidel manifestou publicamente – e visivelmente
emocionado – toda a admiração e amizade que também mantinha pelo herói,
dizendo, entre outras palavras ardorosas:
“...Che possuía, como revolucionário, as virtudes que podem ser definidas como a mais cabal expressão das virtudes de um revolucionário: homem íntegro, homem de honradez suprema, de sinceridade absoluta, homem de vida estoica e espartana, homem em quem, praticamente, em sua conduta, não se encontra uma só mancha. Constituiu, por suas virtudes, o que se pode chamar de verdadeiro modelo de revolucionário. Um verdadeiro exemplo de virtudes revolucionárias! Mas, além disso, tinha outra qualidade, uma qualidade do coração, porque era um homem extraordinariamente humano, extraordinariamente sensível! Homem de ação, mas também homem de pensamento, homem de imaculadas virtudes revolucionárias e de extraordinária sensibilidade humana, unidas a um caráter de ferro, a uma vontade de aço, a uma tenacidade indomável.
Trabalhador infatigável, nos anos que
esteve a serviço de nossa pátria não conheceu um só dia de descanso. Sua
inteligência multifacetada era capaz de empreender, com o máximo de
segurança, qualquer tarefa, de qualquer ordem, em qualquer sentido.
Nos dias regulamentares de descanso,
empenhava-se no trabalho voluntário. Foi o inspirador e o máximo
impulsionador desse trabalho que hoje é atividade de centenas de
milhares de pessoas em todo o país, o impulsor dessa atividade que cada
dia ganha mais força nas massas de nosso povo.
E como revolucionário, como
revolucionário comunista, verdadeiramente comunista, tinha uma infinita
fé nos valores morais, tinha uma infinita fé na consciência aos homens. E
devemos dizer que, em sua concepção, viu com absoluta clareza nos
recursos morais a alavanca fundamental da construção do comunismo na
sociedade humana.
Em uma palavra, deixou-nos seu exemplo! E
o exemplo de Che deve ser um modelo para nosso povo, o exemplo de Che
deve ser o modelo ideal para nosso povo!
Se queremos expressar como aspiramos a
que sejam nossos combatentes revolucionários, nossos militantes, nossos
homens, devemos dizer sem vacilação de nenhuma índole: que sejam como
Che! Se queremos expressar como aspiramos a que sejam os homens das
futuras gerações, devemos dizer: que sejam como Che! Se queremos dizer
como desejamos que nossos filhos sejam educados, devemos dizer sem
vacilação: queremos que se eduquem no espírito de Che! Se queremos um
modelo de homem, um modelo de homem que não pertence a este tempo, um
modelo de homem que pertence ao futuro, de coração digo que esse modelo,
sem uma só mancha em sua conduta, sem uma só mancha em suas atitudes,
sem uma só mancha em sua atuação, esse modelo é Che! Se queremos
expressar como desejamos que sejam nossos filhos, devemos dizer com todo
o coração de veementes revolucionários: queremos que sejam como Che!”
*José Levino é historiador |
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Sobre Fidel e Che...
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Choro brasileiro....
Meio século no choro |
Rosa Minine - No sitio A Nova Democracia | |
Paulistano e 'chorão' convicto, o bandolinista Izaías Bueno Almeida ou simplesmente 'Izaías do Bandolim', com mais de 50 anos de carreira, além do trabalho solo, já tocou com muita gente importante da música brasileira, como Paulinho da Viola e Inezita Barroso. Na década de1960, mesmo sendo chamado de 'quadrado' por bossa-novistas, fez parte de uma espécie de grupo de resistência em favor do choro, e com a ajuda de José Ramos Tinhorão, trabalhou para o renascimento do gênero, em uma época em que só se falava em bossa nova, jovem guarda e rock'n roll.
— Sou
filho de um músico de banda do interior, que tinha muito
conhecimento
teórico de música, me ensinando as primeiras lições.
Ele queria que eu fosse violinista para poder tocar em uma orquestra
sinfônica,
ter um emprego seguro, aposentadoria, enfim, pensava em um bom
futuro para
mim. Mas enveredei para outro lado, e ainda criança me encantei pelo
cavaquinho, e o fui explorando — conta Izaías.
— Desta
forma descobri que cavaquinho poderia ser afinado para bandolim,
então
não parei mais. Mas só entrei pelo caminho do choro mesmo quando
vi e ouvi Jacob do Bandolim tocando. Já conhecia outros
bandolinistas
mais antigos, contudo ele me impressionou muito e despertou em mim o
desejo
de explorar o gênero, pesquisar partituras — continua.
— De
imediato, me deparei com a falta de partituras de choro. As que
tinham estavam
em poder de chorões, que por as considerarem de grande importância,
não queriam emprestar. Mas uma das coisas que aprendi a fazer muito
bem foi escrever a música após ouvi-la. Então passei
a produzir partituras de choro, formando um vasto repertório de tudo
aquilo que ouvia — fala.
Em 1957
Izaías foi apresentado por Jacob do Bandolim no programa de televisão Noite
dos Choristas.
— Jacob
foi o mentor da ideia de se fazer uma roda com os chorões. A partir
do programa passei a ser procurado pelas emissoras de televisão, que
na época tinham música ao vivo, para participações.
Mas logo depois, o choro começou a ser considerado 'passado'. Só
falava
em bossa nova, que era o principal modismo da época, assim como os
axés music e os funks dos tempos atuais — diz.
— É claro
que era rica musicalmente. A respeito e acredito que ela veio
contribuir
de alguma forma para sistema harmônico referenciado no choro hoje.
Somente não concordo que ela era, a tal ponto, capaz de suplantar
gêneros genuinamente brasileiros, nascidos no meio do povo —
explica.
— Contudo
ela imperava em todo o país, principalmente no Rio de Janeiro, a
ponto
de Jacob do Bandolim se deslocar de Jacarepaguá, no Rio, para vir
aqui em São Paulo fazer rodas de choro. E queixava-se de que o
gênero
que a cidade havia descoberto, o choro, estivesse acabando em seu
próprio
berço — acrescenta.
'Quadrados' com orgulho
Mesmo em
meio a chacotas, nos anos de 1970 Izaías participou do Conjunto
Atlântico,
que animava o importante programa O Choro das
Sextas-feiras, na TV Cultura/SP,
que trabalhava para reascender as chamas do choro.
— Os
bossa-novistas não queriam saber de choro e nos chamavam de
'quadrados'.
Mas não abaixamos a cabeça e nem nos ofendemos por isso. Muito
pelo contrário, por intermédio do grande amigo José Ramos
Tinhorão, que sempre frequentava as rodas de choro, começamos
um programa de televisão que foi uma espécie de batalha em
prol do choro — lembra.
— Ele
permaneceu no ar por quase dez anos, fez o que se propôs e hoje
tenho
o orgulho de dizer que, juntamente com um grupo de resistentes,
colaborei
para o renascimento desse gênero tão maravilhoso. E depois dessa
árdua
batalha, o Brasil inteiro começou a tomar ciência do choro novamente
e surgiram as novas rodas e mais chorões — continua.
Mas,
para mim ainda não é o ideal, precisamos continuar lutando,
com esforço, porque não temos apoio governamental, e não
contamos com espaços em televisões e rádios, que continuam
interessados nos modismo — acrescenta.
Izaías
tem a sua própria roda de choro em São Paulo, e participa de
outras que acontecem pela cidade.
— Somos
um grupo de resistência em plena atividade. Minha roda acontece
todas
as sextas feiras, na Rua Capital Federal, 182, alto do Sumaré. E
também tem outras, por exemplo, todos os sábados, na parte
da manhã, o pessoal se reúne na loja de instrumentos musicais
Contemporânea, na Rua General Osório, 45, Centro. Lá,
dirigidos pelo Arnaldinho do Cavaco, tocamos e nos alegramos —
anuncia.
Com
muito talento, Izaías é considerado um dos maiores chorões
paulistas em atividade. Fundou seu próprio grupo de choro, o Izaías
e seus Chorões, contando com o apoio de seu irmão
Israel, chorão
que toca violão de 7 cordas.
— Geralmente
faço shows com meu grupo. Além do bandolim e do violão
de 7 cordas, temos o violão de 6 cordas, cavaquinho e pandeiro. No
momento, eu e meu irmão estamos aposentados e podemos nos dedicar
inteiramente ao choro — diz Izaías, acrescentando que, assim
como o irmão, trabalhou longos anos como contador.
Seu primeiro
disco Pé na Cadeira, contendo clássicos de
chorões pioneiros,
foi lançado em vinil em 1980 e relançado em CD dezenove anos
depois. Em 1999 lançou Quem Não Chora Não
Ama, com obras
de Canhoto da Paraíba, Pixinguinha, Jacob do Bandolim e outros. Em
2004
lançou Moderna Tradição, misturando clássico
e moderno.
— Tenho
também O Choro e Sua História, onde,
ao lado de meu irmão,
toco chorões de todos os tempos. É uma caixinha contendo três
CDs, que considero de grande valor. Além disso, gravo muitas
participações
em discos de outros artistas, por exemplo, o CD Perfil
de São
Paulo,
de Inezita Barroso, mesclando choro e viola — expõe.
— Viajo
constantemente pelo Brasil e pelo exterior fazendo shows, e notando o
quanto
o nosso choro é apreciado. E tenho pensado em gravar mais um disco.
Repertório para isso existe — avisa Izaías do bandolim.
Para quem
quer contratar Izaías e seus Chorões, o e-mail é:
izaias.bueno.almeida@gmail.comizaias.bueno.almeida@gmail.com
|
Reflexões do Juremir...
A França em greve geral
Juremir Machado da Silva no correio do povo
Estou chegando de Paris.
A França está em greve geral hoje.
Nada de anormal.
Francês faz greve mesmo. Até na Copa do Mundo.
Mais de dois milhões de pessoas pararam contra o projeto do governo de mudança nas leis de aposentadoria.
O governo quer passar a idade mínima de 60 para 62 anos.
O tempo de contribuição passaria de 37 para 39 anos.
Sentei num bar com quatro sociólogos franceses.
Revisei meus conhecimentos da legislação francesa.
Confirmei tudo o que sabia.
Um francês oficialmente carente pode receber o RMI (o bolsa-família deles) durante a vida inteira.
O valor anda em torno dos 250 euros.
O francês carente vive mal, muito mal, mas tem cobertura de saúde universal, não paga eletricidade e recebe ajuda moradia. E outras mais. Sobrevive. Mas um francês não quer apenas sobreviver.
Os demais franceses têm educação gratuita em todos os níveis para os filhos.
O Estado dá ajudas para quem tem mais de um filho.
Dá até mesmo um cheque férias para ajudar os mais necessitados a sair de casa.
A partir do francês médio, todo mundo tem uma assistência saúde completar, que reembolsa todos os gastos, inclusive os medicamentos.
Aqui é que começa a confusão.
Nem todos os medicamentos existentes podem ser reeembolsados.
Mas todos aqueles que são prescritos pelos médicos são reembolsáveis.
Em outras palavras, saúde e educação por conta do Estado com uma participação dos trabalhadores.
A coisa já foi melhor.
Alguns direitos se perderam.
Para os franceses, o Estado é condomínio formado por todos os cidadãos. Todas as despesas devem ser compartilhadas para que o edifício funcione.
Quem ganha mais, paga mais.
Quem nada ganha, é coberto pelos outros.
Quem perder o emprego depois de 12 meses, recebe um salário-desemprego por, segundo as situações, até 18 meses, em torno de 75% do salário recebido no emprego.
Mesmo quando a direita está no poder, a França é de esquerda, republicana, social-democrata.
É por isso que eu gosto de lá.
E por isso que Luiz Inácio faz sucesso por lá.
O nosso bolsa-família é uma mera e boa cópia do que é praticado em todos os países civilizados da Europa.
Quem critica, o faz por conservadorismo radical ou por má-fé.
Voilà tout.
A França está em greve geral hoje.
Nada de anormal.
Francês faz greve mesmo. Até na Copa do Mundo.
Mais de dois milhões de pessoas pararam contra o projeto do governo de mudança nas leis de aposentadoria.
O governo quer passar a idade mínima de 60 para 62 anos.
O tempo de contribuição passaria de 37 para 39 anos.
Sentei num bar com quatro sociólogos franceses.
Revisei meus conhecimentos da legislação francesa.
Confirmei tudo o que sabia.
Um francês oficialmente carente pode receber o RMI (o bolsa-família deles) durante a vida inteira.
O valor anda em torno dos 250 euros.
O francês carente vive mal, muito mal, mas tem cobertura de saúde universal, não paga eletricidade e recebe ajuda moradia. E outras mais. Sobrevive. Mas um francês não quer apenas sobreviver.
Os demais franceses têm educação gratuita em todos os níveis para os filhos.
O Estado dá ajudas para quem tem mais de um filho.
Dá até mesmo um cheque férias para ajudar os mais necessitados a sair de casa.
A partir do francês médio, todo mundo tem uma assistência saúde completar, que reembolsa todos os gastos, inclusive os medicamentos.
Aqui é que começa a confusão.
Nem todos os medicamentos existentes podem ser reeembolsados.
Mas todos aqueles que são prescritos pelos médicos são reembolsáveis.
Em outras palavras, saúde e educação por conta do Estado com uma participação dos trabalhadores.
A coisa já foi melhor.
Alguns direitos se perderam.
Para os franceses, o Estado é condomínio formado por todos os cidadãos. Todas as despesas devem ser compartilhadas para que o edifício funcione.
Quem ganha mais, paga mais.
Quem nada ganha, é coberto pelos outros.
Quem perder o emprego depois de 12 meses, recebe um salário-desemprego por, segundo as situações, até 18 meses, em torno de 75% do salário recebido no emprego.
Mesmo quando a direita está no poder, a França é de esquerda, republicana, social-democrata.
É por isso que eu gosto de lá.
E por isso que Luiz Inácio faz sucesso por lá.
O nosso bolsa-família é uma mera e boa cópia do que é praticado em todos os países civilizados da Europa.
Quem critica, o faz por conservadorismo radical ou por má-fé.
Voilà tout.
Desemprego mundial alcança recorde histórico

Desemprego mundial alcança recorde
histórico
Informe da Organização das Nações Unidas
(ONU) afirma que há 211 milhões de desempregados hoje no mundo, o maior
índice registrado na história. Segundo a ONU, será preciso criar
globalmente 470 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos
só para manter o nível do crescimento. “As condições do mercado de
trabalho seguiram se deteriorando em muitos países e é provável que
afetem negativamente a grande parte do progresso obtido durante a década
passada na meta de conseguir trabalhos decentes", diz ainda o informe. O
artigo é do La Jornada.
O número de desempregados no mundo alcançou
um nível histórico, chegando a 211 milhões, enquanto a geração de postos
de trabalho estancou há mais de uma década, revelou um informe da
Organização das Nações Unidas (ONU). "Hoje, o desemprego no mundo é o
maior registrado na história”, expressou nesta quarta o secretário-geral
da ONU, Ban Ki-Moon, na apresentação do informe sobre os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio 2010.
“Existem 211 milhões de pessoas sem trabalho e é necessário criar globalmente 470 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos só para manter o passo do crescimento”, acrescentou.
Os objetivos das Metas do Milênio são oito parâmetros de desenvolvimento social que devem ser melhorados de maneira substancial, dos níveis de 1990 a 2015 e cujos progressos serão revisados numa reunião que ocorrerá em setembro próximo na ONU.
O informe comparou que no mundo em desenvolvimento existiam 63 empregos para cada 100 pessoas em 1998, enquanto que, em 2008, se reduziu a 62 e se manteve esse nível durante 2009.
“As condições do mercado de trabalho seguiram se deteriorando em muitos países e é provável que afetem negativamente a grande parte do progresso obtido durante a década passada na meta de conseguir trabalhos decentes”, indicou.
No informe se explicou que a deterioração da economia provocou “uma forte queda na relação emprego/população” e que a produtividade laboral declinou em 2009 em relação ao ano anterior.
Na América Latina a relação entre emprego e população era de 58% em 1998; avançou apenas a 61% em 2008 e voltou a cair a 60% em 2009.
A ONU observou que o emprego vulnerável voltou a subir no último ano, depois de ter registrado um declive na década mais recente. Em 2009, era de 60%, enquanto que um ano anos era de 59% no mundo em desenvolvimento.
Na América Latina o percentual de pessoas auto-empregadas ou que administra negócios familiares aumentou de 31 a 32% entre 2008 e 2009, depois de registrar 35% em 1998. Mesmo assim aumentou na região o que a ONU chama de “trabalhadores pobres”, aqueles que têm um emprego, mas ganham menos de 1,25 dólares por dia. O índice subiu a 8% em 2009, depois de registrar 13% em 1998.
“A tendência positiva de redução do emprego vulnerável foi interrompida pela deterioração das condições do mercado de trabalho causada pela crise financeira”, assentou o informe. No entanto, a ONU destacou alguns avanços na América Latina, como o percentual da população que vive em “situação de miséria”, que foi reduzido de 34% em 1990 para 24% em 2010.
No informe sobressaíram as reduções das taxas de mortalidade materno-infantil e os avanços na igualdade de gênero feitos na América Latina.
Em geral o informe ressaltou que se tem registrado notáveis avanços na redução da pobreza no mundo, embora estes se devam aos progressos realizados na China e na Índia, em especial.
O número de pessoas que subsiste com menos de 1,25 dólares por dia diminuiu de 46% em 1990 a 27% em 2005, e se espera que se reduzam a 15% para o ano de 2015.
Tradução: Katarina Peixoto
“Existem 211 milhões de pessoas sem trabalho e é necessário criar globalmente 470 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos só para manter o passo do crescimento”, acrescentou.
Os objetivos das Metas do Milênio são oito parâmetros de desenvolvimento social que devem ser melhorados de maneira substancial, dos níveis de 1990 a 2015 e cujos progressos serão revisados numa reunião que ocorrerá em setembro próximo na ONU.
O informe comparou que no mundo em desenvolvimento existiam 63 empregos para cada 100 pessoas em 1998, enquanto que, em 2008, se reduziu a 62 e se manteve esse nível durante 2009.
“As condições do mercado de trabalho seguiram se deteriorando em muitos países e é provável que afetem negativamente a grande parte do progresso obtido durante a década passada na meta de conseguir trabalhos decentes”, indicou.
No informe se explicou que a deterioração da economia provocou “uma forte queda na relação emprego/população” e que a produtividade laboral declinou em 2009 em relação ao ano anterior.
Na América Latina a relação entre emprego e população era de 58% em 1998; avançou apenas a 61% em 2008 e voltou a cair a 60% em 2009.
A ONU observou que o emprego vulnerável voltou a subir no último ano, depois de ter registrado um declive na década mais recente. Em 2009, era de 60%, enquanto que um ano anos era de 59% no mundo em desenvolvimento.
Na América Latina o percentual de pessoas auto-empregadas ou que administra negócios familiares aumentou de 31 a 32% entre 2008 e 2009, depois de registrar 35% em 1998. Mesmo assim aumentou na região o que a ONU chama de “trabalhadores pobres”, aqueles que têm um emprego, mas ganham menos de 1,25 dólares por dia. O índice subiu a 8% em 2009, depois de registrar 13% em 1998.
“A tendência positiva de redução do emprego vulnerável foi interrompida pela deterioração das condições do mercado de trabalho causada pela crise financeira”, assentou o informe. No entanto, a ONU destacou alguns avanços na América Latina, como o percentual da população que vive em “situação de miséria”, que foi reduzido de 34% em 1990 para 24% em 2010.
No informe sobressaíram as reduções das taxas de mortalidade materno-infantil e os avanços na igualdade de gênero feitos na América Latina.
Em geral o informe ressaltou que se tem registrado notáveis avanços na redução da pobreza no mundo, embora estes se devam aos progressos realizados na China e na Índia, em especial.
O número de pessoas que subsiste com menos de 1,25 dólares por dia diminuiu de 46% em 1990 a 27% em 2005, e se espera que se reduzam a 15% para o ano de 2015.
Tradução: Katarina Peixoto
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Genocidio em Gaza....
MAIOR
COMBOIO DE AJUDA DE TODOS OS TEMPOS PARTIRÁ, EM SETEMBRO, PARA A
PALESTINA

O
fundador do Viva Palestina,George Galloway, falando a uma multidão de
cerca de 20 mil pessoas que protestavam em frente à embaixada israelense
em Londres, no dia 05 de junho, revelou o último plano para quebrar o
cerco a Gaza:dois comboios simultâneos - um por terra a outra por via
marítima - estão sendo planejados para iniciar sua viagem em 12 de
setembro com destino a Gaza. O Viva Palestina.
juntamente com o Comitê Internacional para Romper o Cerco de
Gaza e todos os aliados se uniram para organizar os dois
comboios.
O comboio terrestre, que sairá de Londres, atravessará toda a Europa até a Turquia, depois irá para a Síria e, finalmente, através da fronteira de Rafah , entrará em Gaza.Eles estão buscando cooperação com governos e agências relevantes.Espera-se que o comboio seja reforçado por veículos e voluntários em cada país por onde passar.A meta é entrar em Gaza com 500 veículos.
O comboio marítimo viajará por todo o Mediterrâneo reunindo navios, cargas e voluntários de cada país.A meta é entrar em Gaza com sessenta navios. Os organizadores planejam chegar nas fronteiras de Gaza,ao mesmo tempo, realizando maior comboio de ajuda do mundo em todos os tempos e , assim, tornar nulo o cerco.
Para mais informações sobre como participar do comboio " Viva Palestina " de ajuda a Gaza por terra e por mar, cadastre-se para receber e-mails através do site Viva Palestina e do Viva Palestina Saudita.
http://www.vivapalestina.org/home.htm
http://www.vivapalestinaarabia.org/
por Beth Monteiro
O comboio terrestre, que sairá de Londres, atravessará toda a Europa até a Turquia, depois irá para a Síria e, finalmente, através da fronteira de Rafah , entrará em Gaza.Eles estão buscando cooperação com governos e agências relevantes.Espera-se que o comboio seja reforçado por veículos e voluntários em cada país por onde passar.A meta é entrar em Gaza com 500 veículos.
O comboio marítimo viajará por todo o Mediterrâneo reunindo navios, cargas e voluntários de cada país.A meta é entrar em Gaza com sessenta navios. Os organizadores planejam chegar nas fronteiras de Gaza,ao mesmo tempo, realizando maior comboio de ajuda do mundo em todos os tempos e , assim, tornar nulo o cerco.
Para mais informações sobre como participar do comboio " Viva Palestina " de ajuda a Gaza por terra e por mar, cadastre-se para receber e-mails através do site Viva Palestina e do Viva Palestina Saudita.
http://www.vivapalestina.org/home.htm
http://www.vivapalestinaarabia.org/
por Beth Monteiro
Operação Chumbo Impune
![]() Eduardo Galeano no sitio Diario Liberdade
Para se justificar, o terrorismo do Estado fabrica terroristas:
semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que esta carnificina de Gaza,
que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, conseguirá
multiplicá-los.
Desde 1948, os
palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem
respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua
liberdade, seu tudo. Sequer tem o direito de escolher seus governantes.
Quando votam em quem não devem votar, são punidos. Gaza está sendo
punida. Converteu-se em uma ratoeira sem saída, desde que o Hamas ganhou
de forma justa as eleições no ano de 2006. Algo semelhante ocorreu em
1932, quando o Partido Comunista ganhou as eleições em El Salvador.
Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e desde
então viveram submetidos às ditaduras militares. A democracia é um luxo
que nem todos merecem.
São filhos da impotência, os foguetes
caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com
pouca pontaria sobre as terras que eram palestinas e que a ocupação
israelense usurpou. E o desespero, à beira da loucura suicida, é a mãe
das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem
nenhuma eficácia, enquanto a muito eficiente guerra de extermínio vem
negando, há anos, o direito à existência da Palestina.
Pouca Palestina resta. Passo a passo,
Israel a está exterminando do mapa.
Os colonos invadem, e atrás deles os
soldados vão consertando a fronteira. As balas consagram os restos
mortais, em legítima defesa.
Não há guerra agressiva que não diga ser
guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que esta
invadisse à Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que este
invadisse o mundo. Em cada uma das suas guerras defensivas, Israel
engoliu outro pedaço da Palestina e, os almoços seguem. A comilança se
justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois
mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico gerado
pelos palestinos na espreita.
Israel é o país que jamais cumpre as
recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, e que nunca acata as
sentenças dos tribunais internacionais, que zomba do direito
internacional, e é também o único país que legalizou a tortura dos
prisioneiros.
Quem lhe deu o direito de negar todos os
direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a
matança de Gaza? O governo espanhol não poderia bombardear impunemente o
País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico poderia
devastar a Irlanda para liquidar ao IRA. Por acaso a tragédia do
Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou esse sinal verde
provêm da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional
dos seus servos?
O exército israelense, o mais moderno e
sofisticado do mundo, sabe quem mata. Não mata por erro. Mata por
horror. As vítimas civis são chamadas de danos colaterais, segundo o
dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez danos
colaterais, três são crianças. E somam-se os milhares de mutilados,
vítimas da tecnologia do esquartejamento humando, que a indústria
militar está testando com êxito nesta operação de limpeza étnica.
E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza,
cem a um. A cada cem palestinos mortos, há um israelense.
Gente perigosa, adverte outro
bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos chamam a
acreditar que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas
palestinas. E esses meios também nos chamam a crer que são humanitárias
as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear
chamada Irã foi a que devastou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada comunidade internacional,
existe?
É algo mais que um clube de mercadores,
banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os EUA se
auto denominam quando fazem teatro?
Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia
mundial aparece mais uma vez. Como sempre, a indiferença, os discursos
vazios, as declarações ocas, as declamações bombásticas, as posturas
ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.
Diante da tragédia de Gaza, os países
árabes lavam suas mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus
esfregam as mãos.
A velha Europa, tão capaz de beleza e de
perversidade, derrama uma que outra lágrima enquanto secretamente
celebra esta jogada de mestre. Porque a caça aos judeus foi sempre um
costume europeu, mas há meio século atrás essa dívida histórica está
sendo cobrada dos palestinos, que também são semitas e que nunca foram,
nem são, anti semitas.
Eles estão pagando, com sangue, uma
conta alheia.
|
Os palestinos da amazônia....
Do sitio Diario Liberdade, em galego
Vídeo em 3 partes com depoimentos de
lavradores amazônicos nos acampamentos da Liga dos Camponeses Pobres,
no interior de Rondônia. A luta de um povo forte, que sofre o diabo,
mas que não tem medo dele.
A marcha
organizada por Ceivar percorreu os aproximadamente três quilómetros de
trajecto até o centro vigiada por efectivos da polícia espanhola. Entre
berros de apoio aos presos independentistas, contra os centros de
menores e as prisons, e consignas patrióticas, a marcha chegou ao centro
de menores situando-se numha das abas do monte que circunda dito centro
com o intuito de visibilizar-se melhor para os internos.
As pessoas concentradas permaneceram por
volta de duas horas lançando consignas de apoio ao Xurxo para depois
realizarem um jantar numha carbalheira do próprio Monte-Alegre.
Repressálias e resposta do Xurxo.
Segundo pudo saber o nosso organismo, durante o tempo todo que a
concentraçom permaneceu ao pé do centro Xurxo foi conduzido a umha
dependência na que se viu obrigado a escuitar áudios coa intençom de ele
nom ouvir os berros de apoio. Assim mesmo foi conduzido para umha cela
de isolamento por ter respondido algum dos berros que, apesar das
medidas tomadas polo centro, pudo ouvir. Para respostar estas medidas
coercitivas por parte da direcçom do centro Xurxo realizará duas
jornadas de jejum consecutivas como primeira medida de protesto.
LIBERDADE INDEPENDENTISTAS!! DEFENDER A
TERRA NOM É DELITO!!
As mazelas da máfia futebolística...
Campeonato do Mundo de Futebol
Atolado em corrupção e nepotismo
Matteo Patrono* no Odiario.info
Intocáveis, os senhores da oligarquia do futebol
passeiam a sua impunidade por todo o mundo e são apresentados na
imprensa da especialidade e generalista como se de pessoas de bem se
tratassem.
Por isso, raramente se vê questionar o seu poder e ainda mais raramente
se vê na imprensa a denúncia da corrupção e nepotismo em que este mundo
de “padrinhos e famílias” se movimenta, com total liberdade e a
cumplicidade dos poderes políticos e judiciais de todos e cada um dos
países.

Dizem os
jornalistas sul-africanos que a suite «renascentista» escolhida pelo
presidente da FIFA, Joseph Blatter, no Hotek Michelangelo de Sandton,
tinha uma passadeira vermelha diante da porta, uma habitação do tamanho
de um campo de futebol, um «jacuzzi» decorado em estilo africano e um
minibar individual com cubos de gelo da marca Evian. As instalações
estão no último piso de uma das torres do hotel de cinco estrelas que
domina o distrito económico mais branco e mais rico de Johannesburgo.
Monarca indiscutido da República mundial do futebol, o coronel construiu
a sua sucessão a Havelange no trono da FIFA com os votos da
Confederação África e a promessa (primeiro na Alemanha em 2000 e depois
em 2004 na presença de Mandela) do primeiro Mundial da história do
continente negro. Isso explica por que é uma figura tão popular na
região. A tal ponto que num almoço de gala realizado em Johannesburgo, o
presidente da África do Sul, Jacob Zuma, lhe atribuiu a Ordem dos
Companheiros de Oliver Reginald Tambo, uma da mais prestigiosas do país
atribuídas a personalidades estrangeiras. Tambo, juntamente com Mandela,
foi um dos grandes lutadores contra el apartheid.
Vendo esta personagem não falta alguém disposto a encontrar na
magnanimidade de Blatter, uma minudência para disfarçar as falhas da sua
mastodôntica máquina de gerar dinheiro. Tal é o caso do semanário
sul-africano Mail & Guardian que nos últimos meses meteu o nariz no
grande negócio dos mundiais, onde deparou com uma parede. Dada a escassa
colaboração do Comité Organizador Sul-Africano (LOC), dirigiu-se a um
tribunal a pedir uma decisão que lhe proporcionasse acesso aos
documentos oficiais relacionados com os contratos do campeonato do Mundo
em nome da liberdade de informação. E logo, mesmo antes que o tribunal
pronunciasse qualquer sentença, começaram a saltar alguns detalhes
embaraçosos.
Antes de tudo o resto, as garantias concedidas pelo Governo de
Pretória à FIFA, na altura de lhe atribuir a organização do Mundial, em
2004, confirmadas pelos diferentes ministros do executivo, então
dirigido por Thabo Mbeki, e são 17, todas elas destruidoras da soberania
do país, indefensáveis mesmo que a FIFA fosse o Fundo Monetário
Internacional. Para começar, tanto a FIFA como as suas sociedades e
delegações estão isentas do pagamento de impotos. Entre elas a Host, a
empresa do neto de Blatter, que administrou a venda de entradas do
Mundial, dos hotéis oficiais e dos pacotes de receptivo (apesar de para
as Federações e para os seus amigos se assegurasse um desconto de 20% em
todos os hotéis). Não haverá restrições para ninguém quanto à
importação e exportação de moeda estrangeira. Num país onde ninguém pode
ser atendido num hospital sem um seguro privado, o Governo ofereceu a
este exército cobertura médica integral, além de segurança privada 24
horas por dia. Uma importante fracção das forças da ordem ficou adstrita
e foi dirigida ao que é mais importante dos amores do chefe da FIFA:
proteger a exclusividade dos sócios comerciais, os generosos e
fidelíssimos patrocinadores em tudo o que respeita a marketing, marcas,
direitos televisivos, propriedade intelectual. Inclusivamente no caso de
controvérsias legais, a África do Sul comprometeu-se a pagar à FIFA uma
indemnização para além do pagamento dos honorários dos advogados. Não
vale a pena esclarecer que os processos contra os falsificadores e os
vendedores não autorizados do logótipo do Mundial se multiplicam: só na
África dos Sul são 450, 2.500 em todo o mundo. Alguns são ridículos: um
bar de Pretória foi processado por ter pintado no seu próprio teto a
Taça do Mundo, uma fábrica de caramelos por ter impresso sobre os
invólucros da sua mercadoria uma bola de futebol e a bandeira da África
do Sul. Aos vendedores de bebidas fora do estádio para garrafas neutras
qualquer bebida que possa competir com a arquifamosa bebida de borbulhas
que desde há 40 anos enche os cofres da FIFA. Mas o mais badalado é o
da linha aérea de baixo custo, Kulula, que recebeu uma carta com aviso
de recepção a dizer-lhe que retirasse imediatamente a genial publicidade
lançada nos diários locais em Fevereiro: «A companhia não oficial do
vós sabeis». Segundo a FIFA uma artimanha para fugir aos direitos de
autor devido à presença de vuvuzelas, bolas e bandeiras sobre as quais o
governo suíço do futebol pretende ter copyright absoluto. Isto apareceu
rapidamente no Twiter, desencadeando uma onda de debates e protestos
bem resumidos por Heidi Brauer, directora de marketing da Kulula: «É um
pouco exagerado acreditar que tudo o que tem relação com o Campeonato do
Mundo pertence à FIFA, as vuvuzelas, a bandeira nacional, o futebol
pertencem à África do Sul. E a África do Sul pertence à África do Sul.
Em contraparytida parece que vendemos os símbolos e a economia ao senhor
Blatter».
Finalmente, a Kulula retirou a publicidade, mas a raiva pelo excesso
de poder concedido à FIFA está muito difundida entre as pequenas e
médias empresas sul-africanas, que esperavam obter alguns lucros com o
grande acontecimento. Já houve quem recordasse que muitos dos processos
postos pela FIFA na Alemanha há quatro anos ainda estão pendentes (é
muito referido um contar um padeiro de Hamburgo que fez os seus pães com
a forma da Taça do Campeonato do Mundo). E aqui regressa a jogo o Mail
& Guardian, a quem na passada terça-feira um juiz do Supremo
Tribunal de South Gauteng reconheceu o direito de acesso aos documentos
sobre os contratos. O Comité Organizador, que pretendia ser um organismo
privado livre da obrigação de transparência, deverá pôr à disposição do
semanário, no prazo de 30 dias, a relação das sociedades que obtiveram a
outorga de contratos em que ganham milhares de rands (indicando a que
preço e sob que condições de licitação lhes foram atribuídos). «Recusar
esses documentos – explicou o juiz Les Manson – permitiria aos
organizadores ocultar da opinião pública eventuais casos de corrupção,
violação ou incompetência». O director de Mail & Guardian, Nic
Dawes, disse que também eles, como todos os sul-africanos, esperam com
ansiedade o começo do Mundial mas «esta vitória mostra que a liberdade
de informação é uma lei viva e não um pedaço de papel»
* Jornalista, enviado-especial de Il Manifesto à África do Sul
Este texto foi publicado no jornal italiano Il
Manifesto de 10 de Junho de 2010.
Tradução de José Paulo Gascão
Livro analisa a manipulação da mídia...
Lançamento de livro vira ato contra a prostituição da mídia
“É uma triste verdade que a supressão da imprensa não poderia
privar mais completamente a nação de seus benefícios do que se
prostituíssem os jornais, entregando-se à publicação de mentiras”, já
nos alertava em 1807, o então presidente norte-americano Thomas
Jefferson.
Por Leonardo Wexell Severo, no site da CUT
Passados mais de 200 anos, pesos
pesados na luta pela democratização da comunicação – e do próprio país -
como Mino Carta e Fábio Konder Comparato transformaram o lançamento do
livro Liberdade de Expressão x Liberdade de Imprensa, de Venício
Lima, na noite de segunda-feira (21) no Sindicato dos Engenheiros de São
Paulo, em maiúscula manifestação contra a prostituição da mídia.
Em seu livro, didático e direto, o professor Venício lembra, sem precisar recorrer à demolidora crítica marxista de Lenin ou Gramsci, da falácia empregada pelos porta-vozes dos conglomerados midiáticos em sua ânsia de mascarar a dominação e a transformação da informação em mercadoria.
Cada vez mais convertidos em “partido do capital”, os barões da mídia buscam “satanizar a expressão controle social” e identificar “liberdade de imprensa com liberdade de empresa”, denunciou o professor. Nesta linha, condenou, conseguiram intimidar setores do governo durante a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).
Pesos pesados pela democratizaçãoAssim, sem necessitar recorrer à “crítica marxista clássica”, alerta o autor, “refiro-me, apenas, ao debate interno às premissas liberais, consolidadas e praticadas em sociedades que têm servido de referência à nossa democracia, na perspectiva do direito à comunicação centrado no indivíduo (e não em empresas) – razão última e sujeito de todas as liberdades e direitos”.
Com este norte, Venício faz ecoar as palavras proféticas de Jefferson, um dos heróis da independência dos EUA: “Não se pode agora acreditar no que se vê num jornal [ainda não havia rádio e televisão]. A própria verdade torna-se suspeita se colada nesse veículo. A verdadeira extensão deste estado de falsas informações é somente conhecida daqueles que estão em posição de confrontar os fatos que conhecem com as mentiras do dia. O homem que não lê jornais está mais bem informado do que aquele que os lê, porquanto o que nada sabe está mais próximo da verdade que aquele cujo espírito está repleto de falsidades e erros”.
Responsável pelo prefácio do livro, o jurista Fábio Konder Comparato fez um breve relato histórico sobre a censura exercida pelas autoridades reais e eclesiásticas da liberdade de imprimir no mundo e de como se desenvolveu este controle de poder também em nosso país. Na atualidade, apontou, “o objetivo do oligopólio empresarial é a defesa do sistema capitalista. A liberdade é a falta de controle, a ausência de leis, isso é fundamental para os empresários que controlam os meios de comunicação”.
Na avaliação do jurista, é inaceitável que passados mais de 20 anos da promulgação da Constituição de 1988, não tenham sido regulamentados os artigos que dizem respeito à Comunicação. Na verdade, enfatizou, isso se deve ao fato do “oligopólio empresarial exercer um domínio sobre o Congresso Nacional”. “Precisamos entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão dos parlamentares”, declarou Comparato, sob aplausos.
Expressão maior da revista CartaCapital, o veterano jornalista Mino Carta ridicularizou os “jornalistas” que acabam se transformando em “sabujos do dono do meio de comunicação, publicando mentiras”, e que, pior, “acabam acreditando no que escrevem, enganando-se a si mesmos com medo de perder o emprego ou por um simples sorriso do patrão”. Exemplificando o que qualificava como “jornalismo de péssima qualidade”, Mino Carta fez a plateia vir abaixo com a entrevista de José Serra à Revista Veja, num simulacro de reportagem.
Primeira pergunta: “Por que para a democracia brasileira é positivo experimentar uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula ?”. E outra: “Como o senhor conseguiu governar a cidade e o estado de São Paulo sem nunca ter tido uma única derrota importante nas casas legislativas e sem que se tenha ouvido falar que lançou mão de ‘mensalões’ ou outras formas de coerção sobre vereadores e deputados estaduais?”. O plenário transformou-se em mar de risos.
“O pavor desta mídia é que Lula colha mais uma vitória”, disse Mino Carta, ressaltando que o processo eleitoral será um divisor de água importante. Mas há obstáculos a serem removidos, enfatizou o jornalista da CartaCapital, frisando que “um dos grandes aliados da mídia é o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que é quem mais contribui com os donos do poder com as altas taxas de juros”.
Em sua intervenção, o jornalista Luis Nassif também citou a promiscuidade entre o BC e os donos dos meios de comunicação, lembrando que o Banco Central sinaliza com o aumento da inflação e a mídia “faz um alarido que dá espaço para o BC aumentar os juros”. “É um jogo de guerra, de manipulação absoluta, de distorção. Hoje o jornalista vai a campo, colhe dez informações, distorce duas e deixa a terceira para o editor distorcer”, explicou.
Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, relembrou as inúmeras ações judiciais movidas contra ele por Daniel Dantas — o grande operador do esquema tucano nas famigeradas “privatizações” da telefonia —, chamado por FHC de “brilhante”, para reforçar a denúncia de que “a elite nativa se apropriou da liberdade de expressão para nos calar pelo bolso através da Justiça”.
Segundo Paulo Henrique, é fundamental respaldar a Adin por omissão, proposta pelo jurista Fábio Konder Comparato, para garantir a regulamentação dos artigos que proíbem a formação de oligopólios no setor, garantem espaço à produção regional e independente e estabelecem a complementaridade dos sistemas público, privado e estatal.
Para Paulo Henrique, o momento é de somar força e consciência em defesa da trincheira democrática que — ainda — é a internet, alvo dos que querem “fechar a linha de oxigênio” da comunicação. Condenando o PUM (Partido Unificado da Mídia), ressaltou que embora o governo Lula não tenha avançado neste estratégico quesito, que é a democratização da comunicação, concorda com Mino Carta que “seu maior legado será a tunda que vai dar no Serra“.
Entre outros sindicalistas e jornalistas, estiveram presentes o presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges – organizador do evento junto com a Editora Publisher Brasil; a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira; o presidente da Afubesp e diretor da Rede Brasil Atual, Paulo Salvador; o presidente da Altercom, Joaquim Palhares; Bia Barbosa e João Brant, do Coletivo Intervozes; Renato Rovai, editor da Revista Fórum; Renata Mielli, do portal Vermelho, e Wagner Nabuco de Araújo, diretor geral da Caros Amigos.
Sintetizado em 162 páginas e 23 artigos que aprofundam a análise, a conceituação e o debate da relação entre liberdade de expressão e liberdade de imprensa, o livro de Venício conta com cinco enriquecedores capítulos, didaticamente organizados: “O ensinamento dos clássicos”, “O ponto de vista dos empresários”, “A posição das ONGs”, “Questões em Debate”, e “As Decisões Judiciais”.
Em seu livro, didático e direto, o professor Venício lembra, sem precisar recorrer à demolidora crítica marxista de Lenin ou Gramsci, da falácia empregada pelos porta-vozes dos conglomerados midiáticos em sua ânsia de mascarar a dominação e a transformação da informação em mercadoria.
Cada vez mais convertidos em “partido do capital”, os barões da mídia buscam “satanizar a expressão controle social” e identificar “liberdade de imprensa com liberdade de empresa”, denunciou o professor. Nesta linha, condenou, conseguiram intimidar setores do governo durante a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).
Pesos pesados pela democratizaçãoAssim, sem necessitar recorrer à “crítica marxista clássica”, alerta o autor, “refiro-me, apenas, ao debate interno às premissas liberais, consolidadas e praticadas em sociedades que têm servido de referência à nossa democracia, na perspectiva do direito à comunicação centrado no indivíduo (e não em empresas) – razão última e sujeito de todas as liberdades e direitos”.
Com este norte, Venício faz ecoar as palavras proféticas de Jefferson, um dos heróis da independência dos EUA: “Não se pode agora acreditar no que se vê num jornal [ainda não havia rádio e televisão]. A própria verdade torna-se suspeita se colada nesse veículo. A verdadeira extensão deste estado de falsas informações é somente conhecida daqueles que estão em posição de confrontar os fatos que conhecem com as mentiras do dia. O homem que não lê jornais está mais bem informado do que aquele que os lê, porquanto o que nada sabe está mais próximo da verdade que aquele cujo espírito está repleto de falsidades e erros”.
Responsável pelo prefácio do livro, o jurista Fábio Konder Comparato fez um breve relato histórico sobre a censura exercida pelas autoridades reais e eclesiásticas da liberdade de imprimir no mundo e de como se desenvolveu este controle de poder também em nosso país. Na atualidade, apontou, “o objetivo do oligopólio empresarial é a defesa do sistema capitalista. A liberdade é a falta de controle, a ausência de leis, isso é fundamental para os empresários que controlam os meios de comunicação”.
Na avaliação do jurista, é inaceitável que passados mais de 20 anos da promulgação da Constituição de 1988, não tenham sido regulamentados os artigos que dizem respeito à Comunicação. Na verdade, enfatizou, isso se deve ao fato do “oligopólio empresarial exercer um domínio sobre o Congresso Nacional”. “Precisamos entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão dos parlamentares”, declarou Comparato, sob aplausos.
Expressão maior da revista CartaCapital, o veterano jornalista Mino Carta ridicularizou os “jornalistas” que acabam se transformando em “sabujos do dono do meio de comunicação, publicando mentiras”, e que, pior, “acabam acreditando no que escrevem, enganando-se a si mesmos com medo de perder o emprego ou por um simples sorriso do patrão”. Exemplificando o que qualificava como “jornalismo de péssima qualidade”, Mino Carta fez a plateia vir abaixo com a entrevista de José Serra à Revista Veja, num simulacro de reportagem.
Primeira pergunta: “Por que para a democracia brasileira é positivo experimentar uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula ?”. E outra: “Como o senhor conseguiu governar a cidade e o estado de São Paulo sem nunca ter tido uma única derrota importante nas casas legislativas e sem que se tenha ouvido falar que lançou mão de ‘mensalões’ ou outras formas de coerção sobre vereadores e deputados estaduais?”. O plenário transformou-se em mar de risos.
“O pavor desta mídia é que Lula colha mais uma vitória”, disse Mino Carta, ressaltando que o processo eleitoral será um divisor de água importante. Mas há obstáculos a serem removidos, enfatizou o jornalista da CartaCapital, frisando que “um dos grandes aliados da mídia é o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que é quem mais contribui com os donos do poder com as altas taxas de juros”.
Em sua intervenção, o jornalista Luis Nassif também citou a promiscuidade entre o BC e os donos dos meios de comunicação, lembrando que o Banco Central sinaliza com o aumento da inflação e a mídia “faz um alarido que dá espaço para o BC aumentar os juros”. “É um jogo de guerra, de manipulação absoluta, de distorção. Hoje o jornalista vai a campo, colhe dez informações, distorce duas e deixa a terceira para o editor distorcer”, explicou.
Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, relembrou as inúmeras ações judiciais movidas contra ele por Daniel Dantas — o grande operador do esquema tucano nas famigeradas “privatizações” da telefonia —, chamado por FHC de “brilhante”, para reforçar a denúncia de que “a elite nativa se apropriou da liberdade de expressão para nos calar pelo bolso através da Justiça”.
Segundo Paulo Henrique, é fundamental respaldar a Adin por omissão, proposta pelo jurista Fábio Konder Comparato, para garantir a regulamentação dos artigos que proíbem a formação de oligopólios no setor, garantem espaço à produção regional e independente e estabelecem a complementaridade dos sistemas público, privado e estatal.
Para Paulo Henrique, o momento é de somar força e consciência em defesa da trincheira democrática que — ainda — é a internet, alvo dos que querem “fechar a linha de oxigênio” da comunicação. Condenando o PUM (Partido Unificado da Mídia), ressaltou que embora o governo Lula não tenha avançado neste estratégico quesito, que é a democratização da comunicação, concorda com Mino Carta que “seu maior legado será a tunda que vai dar no Serra“.
Entre outros sindicalistas e jornalistas, estiveram presentes o presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges – organizador do evento junto com a Editora Publisher Brasil; a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira; o presidente da Afubesp e diretor da Rede Brasil Atual, Paulo Salvador; o presidente da Altercom, Joaquim Palhares; Bia Barbosa e João Brant, do Coletivo Intervozes; Renato Rovai, editor da Revista Fórum; Renata Mielli, do portal Vermelho, e Wagner Nabuco de Araújo, diretor geral da Caros Amigos.
Sintetizado em 162 páginas e 23 artigos que aprofundam a análise, a conceituação e o debate da relação entre liberdade de expressão e liberdade de imprensa, o livro de Venício conta com cinco enriquecedores capítulos, didaticamente organizados: “O ensinamento dos clássicos”, “O ponto de vista dos empresários”, “A posição das ONGs”, “Questões em Debate”, e “As Decisões Judiciais”.
terça-feira, 22 de junho de 2010
O Greenpeace se corrompeu??
Dinheiro do petróleo e da grande mídia financia o Greenpeace
A organização ecologista mais famosa do mundo recebe doações
de grandes magnatas do petróleo, do setor automotivo e da mídia. O caso
mais gritante é o dos Rockefeller — acionistas e fundadores de
petrolíferas como a Exxon Mobil. Sua fundação financiou o Greenpeace com
mais de um milhão de dólares.
Por Manuel Llamas, no blog Libertad Digital via Vermelho
O Greenpeace, a organização
ecologista mais famosa e, possivelmente, poderosa do mundo, é financiado
por meio de doações voluntárias, que seus membros realizam anualmente.
Segundo rezam seus estatutos, a fim de "manter sua total
independência, o Greenpeace não aceita dinheiro procedente de empresas,
governos ou partidos políticos. Levamos isso muito a sério e controlamos
e devolvemos os cheques quando são provenientes de uma conta
corporativa. Dependemos das doações de nossos simpatizantes para levar a
cabo nossas campanhas não violentas para proteger o meio ambiente".
Entretanto, tal lema não inclui as generosas doações que habitualmente a
organização recebe de grandes fundações e organismos sem fins
lucrativos que, curiosamente, pertencem a grandes famílias e magnatas
vinculados ao petróleo, ao sistema financeiro, aos meios de comunicação
e, inclusive, à indústria de automóveis.
Como assim? A ONG ambientalista por excelência financiada com dinheiro gerado por alguns dos setores produtivos mais contaminantes do planeta? Uma investigação mias acurada nas opacas contas desta organização revela grandes segredos e, sobretudo, muitas surpresas.
Como assim? A ONG ambientalista por excelência financiada com dinheiro gerado por alguns dos setores produtivos mais contaminantes do planeta? Uma investigação mias acurada nas opacas contas desta organização revela grandes segredos e, sobretudo, muitas surpresas.
O Greenpeace conta com múltiplas filiais, espalhadas por todo o mundo,
mas uma das mais poderosas e influentes é, sem dúvida, a sede
estabelecida nos Estados Unidos. A franquia do Greenpeace local conta
com quatro fachadas: Greenpeace Foundation, Greenpeace Fund Inc.,
Greenpeace Inc. e Greenpeace Vision Inc..
O projeto Activist Cash, criado pelo Center for Consumer Freedom — uma importante associação de consumidores estadunidenses —, revela algumas das fontes de financiamento mais polêmicas deste grupo apologista da ecologia.
O projeto Activist Cash, criado pelo Center for Consumer Freedom — uma importante associação de consumidores estadunidenses —, revela algumas das fontes de financiamento mais polêmicas deste grupo apologista da ecologia.
O projeto surgiu com a ideia de levantar informações sobre o perfil e os
recursos econômicos dos grupos anticonsumo. E, como não podia deixar de
ser, a entidade dedica um espaço exclusivo para o Greenpeace. Segundo o
Activist Cash, o Greenpeace recebeu importantes doações das seguintes
fundações, tal e como revela o gráfico abaixo:

Agora, quem são estes grupos? São fundações que pertencem a algumas das
famílias mais ricas do mundo, cujas fortunas procedem dos negócios do
petróleo, do setor automotivo e os grandes grupos de comunicação
estadunidense. O blog Desdeelexilio investigou estas cifras para
conferir a quantia e a veracidade de tais doações e o resultado é o
seguinte:
O fluxo de dinheiro entre as franquias do Greenpeace com sede nos Estados Unidos é constante. A legislação americana obriga estes organismos a apresentarem anualmente uma declaração de impostos na qual figuram as rendas e as despesas.
A informação anual do pagamento de impostos de tais filiais se encontra nos denominados IRS Form 990 (Return of Organization Exempt From Income Tax). Em tais documentos oficiais, aparecem em detalhes algumas das tais doações ao longo dos últimos anos.
Rockefeller Brother´s Fundation: US$ 1,15 milhões de dólares
De 2000 a 2008 a fundação da família Rockefeller financiou o Greenpeace com US$ 1,15 milhões. A fortuna dos Rockefeller procede dos negócios petrolíferos.
John D. Rockefeller fundou a empresa Standard Oil, que chegou a mopnopolizar o negócio do petróleo no princípio do século 20. Entretanto, o governo dos Estados Unidos acusou a empresa de monopólio e decretou sua divisão em 34 empresas, embora os Rockefeller mantivessem sua presença nas mesmas.
A mais famosa é, atualmente, a Exxon Mobil Corporation, uma das maiores multinacionais petrolíferas do mundo. Os descendentes de John D. Rockefeller são acionistas da Exxon Mobil. Embora minoritários, possuem todavia uma grande influência e peso na empresa. Os Rockefeller também têm ou tiveram presença em grandes bancos como o JP Morgan Chase & Co (Chase Manhattan Bank), o Citybank, que, por sua vez, possuem participações em grandes petrolíferas internacionais.
O fluxo de dinheiro entre as franquias do Greenpeace com sede nos Estados Unidos é constante. A legislação americana obriga estes organismos a apresentarem anualmente uma declaração de impostos na qual figuram as rendas e as despesas.
A informação anual do pagamento de impostos de tais filiais se encontra nos denominados IRS Form 990 (Return of Organization Exempt From Income Tax). Em tais documentos oficiais, aparecem em detalhes algumas das tais doações ao longo dos últimos anos.
Rockefeller Brother´s Fundation: US$ 1,15 milhões de dólares
De 2000 a 2008 a fundação da família Rockefeller financiou o Greenpeace com US$ 1,15 milhões. A fortuna dos Rockefeller procede dos negócios petrolíferos.
John D. Rockefeller fundou a empresa Standard Oil, que chegou a mopnopolizar o negócio do petróleo no princípio do século 20. Entretanto, o governo dos Estados Unidos acusou a empresa de monopólio e decretou sua divisão em 34 empresas, embora os Rockefeller mantivessem sua presença nas mesmas.
A mais famosa é, atualmente, a Exxon Mobil Corporation, uma das maiores multinacionais petrolíferas do mundo. Os descendentes de John D. Rockefeller são acionistas da Exxon Mobil. Embora minoritários, possuem todavia uma grande influência e peso na empresa. Os Rockefeller também têm ou tiveram presença em grandes bancos como o JP Morgan Chase & Co (Chase Manhattan Bank), o Citybank, que, por sua vez, possuem participações em grandes petrolíferas internacionais.

Marisla Foundation: US$ 460 mil
Tal fundação também é conhecida sob o nome de Homeland Foundation. Foi fundada em 1986 pela poderosa família Getty.
J. Paul Getty fundou a petrolífera Getty Oil, agora nas mãos da russa
Lukoil.

Turner Foundation: US$ 450 mil
A Turner Foundation foi criada por Robert Edward Turner em 1990. Ted
Turner é um dos grandes magnatas da comunicação nos Estados Unidos, dono
de conhecidas cadeias de televisão como CNN, TNT e AOL Time Warner,
entre outras coisas. Doou em apenas três anos US$ 450 mil ao Greenpeace.

Charles Stewart Mott Foundation: 199.000 dólares
Charles Stewart Mott foi o pai do terceiro grupo industrial automotivo
do mundo, a General Motors. Antes de declarar-se falida, em junho de
2009, esta indústria fabricava seus veículos sob marcas tão
paradigmáticas e pouco contaminantes como Buick, Cadillac, Chevrolet,
GMC, GM Daewoo, Holden, Opel, Vauxhall e o famoso Hummer, que participa
da ocupação do Iraque sob o nome de Humvee.

No fim das contas, não deixa de ser supreendente que uma das
organizações ecologistas mais ativas contra a emissão de CO2 na
atmosfera aceite suculentas somas de dinheiro de algumas das principais
referências mundiais do setor petrolífero e automobilístico. Sobretudo,
se for levado em consideração que o Greenpeace realiza campanhas que
acusam os céticos da mudança climática de receberem dinheiro do setor
petrolífero e de grandes empresas industriais.
Fonte: Libertad Digital
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