Escreve: Jaci Regis no PENSE | |||
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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 16 de julho de 2011
Deolindo Amorim: o Filósofo e Didata do Espiritismo
Documentário - A Morte Inventada: A Alienação Parental [Raro]
A
Alienação Parental, descrita em meados da década de 80 pelo psiquiatra
infantil norte-americano Richard Gardner, revela-se como uma situação
na qual um progenitor procura afastar seu filho ou filha do outro
progenitor intencionalmente.
Essa alienação é realizada através de informações contínuas no intuito de destruir a imagem do progenitor alienado na vida da criança.
Na maioria das vezes a mãe ou pai que praticam essa alienação obtêm êxito e o filho permanece, durante anos, acreditando naquela visão distorcida. Infelizmente, durante o processo de separação, os filhos acabam sendo o principal instrumento para agredir o ex-companheiro.
As crianças vítimas de Alienação Parental carregam para sempre os sinais desse tipo de violência, podendo desenvolver, na fase adulta, distúrbios psicossociais severos.
O documentário “A Morte Inventada” propõe disseminar o assunto entre pais, psicólogos, advogados, juízes, promotores, assistentes sociais, pediatras e todos os envolvidos nesse drama familiar.
Essa alienação é realizada através de informações contínuas no intuito de destruir a imagem do progenitor alienado na vida da criança.
Na maioria das vezes a mãe ou pai que praticam essa alienação obtêm êxito e o filho permanece, durante anos, acreditando naquela visão distorcida. Infelizmente, durante o processo de separação, os filhos acabam sendo o principal instrumento para agredir o ex-companheiro.
As crianças vítimas de Alienação Parental carregam para sempre os sinais desse tipo de violência, podendo desenvolver, na fase adulta, distúrbios psicossociais severos.
O documentário “A Morte Inventada” propõe disseminar o assunto entre pais, psicólogos, advogados, juízes, promotores, assistentes sociais, pediatras e todos os envolvidos nesse drama familiar.
Esta violência tão frequente e pouco conhecida não pode continuar destruindo a relação entre pais e filhos.
Com colaboração da BRUNA, novo link:
http://bitshare.com/files/onygi36h/AMorteInventada.avi.html
Com colaboração da BRUNA, novo link:
http://bitshare.com/files/onygi36h/AMorteInventada.avi.html
Áudio - PT/BR
Formato Vídeo - AVI
Fonte: Baixandonafaixa
Uma boa leitura para um sábado sombrio...
EM DEFESA DAS CAUSAS PERDIDAS: ZOZIEK ,UMA LEITURA OBRIGATÓRIA!
Um
dos grandes filósofos políticos do nosso tempo, Slavoj Žižek investiga
nesta obra o cerne das chamadas “políticas totalitárias” do passado. A
fim de examinar os dilemas do momento presente e propor alternativas,
coloca-se como observador da história para, calcado nas bases teóricas
críticas da psicanálise e do marxismo, resgatar o que ainda podemos
aprender com as chamadas “Causas perdidas”. Momentos de mudança radical
ocorridos a partir de grandes causas são férteis, candentes de idealismo
e capazes de abrir e iluminar caminhos, ainda que seus meios provem-se
equivocados.
Com
seu estilo sempre contestador e sagaz, Žižek desfaz ponto a ponto a
trama das análises prontas e desgastadas, elaborando sua defesa das
causas perdidas para, de acordo com ele, não “defender, como tal, o
terror stalinista, mas tornar problemática a tão facilzinha alternativa
democrático-liberal”.
De
acordo com o jurista e filósofo Alysson Leandro Mascaro, que assina o
prefácio da obra, Žižek faz a passagem entre a constatação factual e a
plena intervenção política, alcançando o estágio que denota a maturidade
política de um filósofo: o apontar dos caminhos. Tudo isso sem deixar
de lado as provocações que o tornaram conhecido do grande público,
articulando Lacan, Hegel e Marx, o cinema, a música, a cultura popular e
os objetos de consumo.
O
livro consolida uma perspectiva de filosofia política que ganha ares de
proposição específica: a defesa das causas perdidas e o encontro das
visões filosóficas não liberais existenciais e marxistas. Para além de
Lacan e Marx, Žižek alinha Heidegger e Foucault em sua empreitada
política. Ao discorrer sobre as formas de luta pela emancipação
universal e a iminente crise ecológica global, reivindica a
possibilidade de reinvenção do terror revolucionário e da ditadura do
proletariado.
A
proposta de ruptura teórica com o bem-estabelecido tem em vista que o
capitalismo só pode vicejar em condições de estabilidade social básica.
Esse pano de fundo ideológico precisa ser gerido por um forte aparelho
cultural e educacional que mantém a confiança simbólica intacta,
produzindo indivíduos que não só aceitam a própria responsabilidade por
seu destino, como também confiam na “justiça” básica do sistema.
Repetir
o passado não é provar a fraqueza do que se busca novamente, mas sim
demonstrar a necessidade premente de concretizar sua grandeza, buscando
no mínimo errar menos nessa nova retomada do processo revolucionário. A
defesa das Causas perdidas não está envolvida com nenhum tipo de jogo
desconstrutivo, seu objetivo é aceitar com coragem a concretização total
de uma Causa, inclusive o risco inevitável de um desastre catastrófico.
“Parafraseando a memorável frase de Beckett, à qual voltarei várias
vezes adiante, depois de errar pode-se continuar e errar melhor,
enquanto a indiferença nos afunda cada vez mais no lamaçal do Ser
imbecil”, conclui Žižek. De acordo com Mascaro, “Em tempos dinâmicos que
chegam até a plena manipulação tecnológica da natureza, onde a única
grande estabilidade é a própria exploração capitalista, contra a qual já
se luta e já se perde há tempos, trata-se de mostrar que é possível
fazer a defesa das causas perdidas, para agora perder melhor ou, quiçá,
plenamente ganhar”.
Trecho
Restam
somente duas teorias que ainda indicam e praticam essa noção engajada
de verdade: o marxismo e a psicanálise. Ambas são teorias de luta, não
só teorias sobre a luta, mas teorias que estão, elas mesmas, engajadas
numa luta: sua história não consiste num acúmulo de conhecimentos
neutros, pois é marcada por cismas, heresias, expulsões. É por isso que,
em ambas, a relação entre teoria e prática é propriamente dialética; em
outras palavras, é de uma tensão irredutível: a teoria não é somente o
fundamento conceitual da prática, ela explica ao mesmo tempo por que a
prática, em última análise, está condenada ao fracasso – ou, como disse
Freud de modo conciso, a psicanálise só seria totalmente possível numa
sociedade que não precisasse mais dela. Em seu aspecto mais radical, a
teoria é a teoria de uma prática fracassada: “É por isso que as coisas
deram errado...”. Costumamos esquecer que os cinco grandes relatos
clínicos de Freud são basicamente relatos de um sucesso parcial e de um
fracasso definitivo; da mesma forma, os maiores relatos históricos
marxistas de eventos revolucionários são descrições de grandes fracassos
(da Guerra dos Camponeses Alemães, dos jacobinos na Revolução Francesa,
da Comuna de Paris, da Revolução de Outubro, da Revolução Cultural
Chinesa...). Esse exame dos fracassos nos põe diante do problema da
fidelidade: como redimir o potencial emancipatório de tais fracassos
evitando a dupla armadilha do apego nostálgico ao passado e da
acomodação demasiado escorregadia às “novas circunstancias”.
Sobre o autor
Slavoj
Žižek nasceu na cidade de Liubliana, Eslovênia, em 1949. É filósofo,
psicanalista e um dos principais teóricos contemporâneos. Transita por
diversas áreas do conhecimento e, sob influência principalmente de Karl
Marx e Jacques Lacan, efetua uma inovadora crítica cultural e política
da pós-modernidade. Professor da European Graduate School e do Instituto
de Sociologia da Universidade de Liubliana, Žižek preside a Society for
Theoretical Psychoanalysis, de Liubliana, e é um dos diretores do
centro de humanidades da University of London.
Por Miguel Grazziotin em seu blog
Por Miguel Grazziotin em seu blog
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Marxismo
O Brasil e os Estados Unidos: relações globais e bilaterais
Por Cristina Soreanu Pecequilo no CARTA MAIOR
Novo documento elaborado por uma força tarefa do "Council on Foreign
Relations" voltou a gerar, em parte do debate nacional brasileiro,
principalmente nas esferas mais próximas às políticas de alinhamento com
os EUA, elevado otimismo. O texto considera que os norte-americanos
precisam aprofundar ainda mais os laços com o Brasil, baseado em uma
visão histórica de prévias alianças, mas, principalmente, de
necessidades futuras dos EUA, seja em termos de engajamento do poder
brasileiro, como de sua contenção e dos demais emergentes.
Nos últimos meses, o Brasil e outros países
emergentes como a China e a Índia foram foco de investidas
norte-americanas, criticando sua projeção de poder e ações autônomas no
sistema internacional. Contraposta à premissa da multipolaridade, a do
domínio hegemônico ocidental foi reafirmada em inúmeras oportunidades
pelo Presidente Obama e a Secretária de Estado Hillary Clinton,
refutando as teses de declínio. Da mesma forma, nações africanas foram
“alertadas” pelos Estados Unidos (EUA) sobre o “novo colonialismo”
praticado por estes emergentes.
Paralelamente, no embate interno, a administração democrata enfrenta forte campanha midiática neoconservadora sobre a sua futura derrota eleitoral em 2012, não importando a ausência de um candidato republicando definido, e as pressões estruturais de uma economia em crise quase que permanente, vide o recente debate sobre a elevação do teto da dívida norte-americana. Diante deste cenário, prevalece a imagem, e realidade, de uma sociedade fragmentada, pressionada por grupos de interesse e dividida entre projetos polarizados.
Em meio a isso, porém, novo documento elaborado por uma força tarefa do Council on Foreign Relations (CFR) intitulado “Global Brazil and US-Brazil Relations” (disponível em http://www.cfr.org/brazil/global-brazil-us-brazil-relations/p25407) voltou a gerar, em parte do debate nacional brasileiro, principalmente nas esferas mais próximas às políticas de alinhamento com os EUA, elevado otimismo. Similar à expectativa causada pela visita do Presidente Obama em março de 2011 ao país, inclusive por abordar de forma “positiva e aberta” o reconhecimento do poder global do Brasil no atual quadro das Relações Internacionais, o texto lançado neste mês de Julho de 2011, já vem sendo muito comentado.
Todavia, estas manifestações, mais uma vez parecem descoladas da própria contextualização do relatório, um estudo sustentado nos desenvolvimentos dos últimos dez anos, e não uma reação imediatista norte-americana à nova administração Dilma Rousseff que assumiu em Janeiro de 2011. Novamente, no debate brasileiro, o arco que engloba os dois últimos anos da administração Fernando Henrique Cardoso (1999/2002) e a totalidade do governo Luis Inácio Lula da Silva (2003/2010), como sustentáculos desta transformação, principalmente a fase Lula-Celso Amorim, está obscurecida.
Igualmente, ignora-se, que este é um relatório específico, de um think tank relevante, mas, também específico. Ligado a uma parcela do establishment, o CFR é uma entidade altamente reconhecida dentro do debate político norte-americano, tradicional na realização da ponte entre setores acadêmicos, empresariais e governamentais de formulação de política externa e tomada de decisão, que, contudo, não representa consenso ou prevalece com tranqüilidade dentro da Casa Branca, do Departamento de Estado ou de Defesa. Assim, recomendações como a de que os EUA devem incluir o Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSONU) como membro permanente, representam visões deste grupo, e não necessariamente a totalidade das visões que competem politicamente nos EUA.
Esta questão específica do assento no CSONU é inserida em uma proposta abrangente de fortalecimento e amadurecimento da relação, em termos discursivos e práticos, como a instalação de novas formas de contato entre as diplomacias, e uma percepção norte-americana mais ampla sobre o papel do Brasil, na região, no mundo e no sistema multilateral em geral e não só na ONU. Ou seja, apesar das boas relações que os EUA têm com o Brasil hoje, o texto considera que os norte-americanos precisam aprofundar ainda mais estes laços, baseado em uma visão histórica de prévias alianças, mas, principalmente, de necessidades futuras dos EUA, seja em termos de engajamento do poder brasileiro, como de sua contenção e dos demais emergentes.
Trata-se de um relatório bastante completo, no qual o Brasil é examinado em sua dimensão nacional, suas ações globais e regionais, e o que isso significa para as relações bilaterais. Não cabe aqui adentrar nos pormenores do relatório uma vez que o mesmo é extenso, mas é interessante destacar, por capítulo o que os EUA identificaram como pertinente no que se refere ao país. No capítulo “A Economia Brasileira: Mecanismos e Obstáculos” menciona-se a necessidade de ajustes macroeconômicos (juros, crescimento e inflação), o impacto das ações dos EUA no país (muito brevemente), e a relação comercial com a China. Nesta parte, indica-se que seria interessante que Brasil-EUA tivessem posições conjuntas para reduzir o impacto chinês em seus mercados. O capítulo se encerra com uma discussão extensa sobre os potenciais domésticos e os inúmeros pontos de estrangulamento do Brasil: infraestrutura, educação, agricultura, mineração e metalurgia, crescimento da classe média e inovação.
No segundo capítulo “A Agenda Energética Brasileira e as Mudanças Climáticas”, destaca-se o papel positivo do Brasil no uso de uma matriz variada de energia e a preocupação com o desenvolvimento sustentável. Espaço significativo é reservado à discussão das reservas do pré-sal brasileiro, assim como ao gás e ao etanol. Petróleo e etanol, porém, são o foco. Em termos de agenda climática, controle de emissões, desmatamento, Amazônia, biodiversidade são abordados, com os EUA mantendo suas posições tradicionais de ressaltar a relevância do engajamento do Brasil no tema, sua liderança no setor.
Na sequência, o capítulo “Brasil como um Diplomata Regional e Global” dá grande destaque às alianças globais do Brasil como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), IBAS (Índia, Brasil, África do Sul), o papel na Missão de Estabilização do Haiti (MINUSTAH) e retoma o tema do assento permanente no CSONU. Temas sensíveis como Irã, Direitos Humanos, abstenções brasileiras em votações do CSONU não apoiando a posição dos EUA são discutidas, ressaltando a importância dos norte-americanos compreenderem “o porquê das posições diferentes do Brasil”, estendendo-se ao comércio multilateral e a estrutura econômico-financeira global. Segundo o relatório, os EUA não devem esperar consenso pleno do Brasil por conta de suas alianças com outras nações e sua visão de autonomia (e que isso faria parte de uma tentativa de provar independência e distanciamento dos EUA, mesmo quando o Brasil concordasse com este país). Como se percebe, uma visão norte-americana das motivações brasileiras.
No que se refere à região sul-americana, considera-se que a liderança brasileira da integração é positiva para os EUA, devido ao papel mediador e estabilizador brasileiro, em termos políticos e financeiros. Aborda-se, igualmente, a política africana do Brasil, continente no qual os norte-americanos perderam espaço para o país, a China e a Índia nos últimos anos.
O último capítulo é dedicado especificamente a “Brasil e Estados Unidos”, indicando a boa vontade mútua. Adentrando inicialmente os temas Irã e Segurança Nuclear, o capitulo segue para comércio e investimento, para voltar a temas de segurança como imigração e tráfico de drogas, saúde, biocombustíveis, mudança climática. A conclusão segue parâmetro similar, com foco em três pilares: interesses comuns, parceria madura e aproveitar o momento. Segundo o relatório, este é o tempo para avançar as relações bilaterais, alcançando benefícios mútuos.
Finalmente, não se pode negar que o documento é, realmente, um marco para as relações bilaterais Brasil-EUA, independente das ressalvas aqui colocadas. Apesar do longo histórico de relacionamento, do auge dos estudos de brasilianistas nos anos 1960 e 1970, o intercâmbio sempre foi visto por um prisma regional. Tal prisma, estruturalmente, localizava a importância do Brasil para os EUA na América Latina. Em algumas circunstâncias históricas norte-americanas nem mesmo este viés prevalecia, com a predominância de uma visão generalista da política externa dos EUA sobre o país inserido em “pacotes prontos” para o hemisfério, vide as discussões da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e propostas anteriores.
Assim como a Estratégia de Segurança Nacional de maio de 2010, publicada pelo Presidente Obama, trata-se de um documento progressista e que revela as limitações dos EUA e a sua capacidade de renovação estratégica para lidar com parceiros na dinâmica do “engajar para conter” (i.e, de reinventar a hegemonia). Ao mesmo tempo, uma renovação que disputa espaço com o declínio e o tradicionalismo, o isolacionismo, o intervencionismo e o unipolarismo, gerando as reações e contrareações hegemônicas já abordadas em artigo para Carta Maior. Reações e contrareações que não se resumem a determinados grupos, mas possuem ressonância em Washington, assim como este próprio relatório também terá. Assim, no debate nacional não podemos nos esquecer que este é um texto norte-americano, produzido e direcionado, para o público norte-americano, e que terá o apoio de uma parte desta sociedade, como visto na p.3:
As conclusões da Força Tarefa e suas recomendações são direcionadas não somente as formuladores de políticas que lidam com as Américas, mas também aqueles que nos EUA e em outras instâncias, são responsáveis por decisões em questões estratégicas globais, temas econômicos e mecanismos multilaterais nos quais a voz e a ação do Brasil são relevantes. As conclusões e recomendações deste relatório fornecem uma estrutura para políticas bipartidárias- globais, regionais e bilaterais- que levem em conta as oportunidades e desafios da ascensão brasileira, no momento em que os Estados Unidos e o Brasil enfrentam as grandes questões internacionais do século XXI.
Portanto, são conclusões e recomendações para os EUA sobre o Brasil, mas que devemos obrigatoriamente compreender sob nosso ponto de vista, dentro de um projeto nacional de reposicionamento interno e global. Mais ainda, como um poder global hoje, demonstra-nos a necessidade de melhor estudar, e compreender, nossos parceiros mais próximos, sejam eles os EUA, a China, a Índia, a África do Sul, as nações sul-americanas, os continentes africano e asiático. Somente a partir deste olhar, poderemos elaborar nossas conclusões e recomendações sobre nossos pares, para nós mesmos.
Paralelamente, no embate interno, a administração democrata enfrenta forte campanha midiática neoconservadora sobre a sua futura derrota eleitoral em 2012, não importando a ausência de um candidato republicando definido, e as pressões estruturais de uma economia em crise quase que permanente, vide o recente debate sobre a elevação do teto da dívida norte-americana. Diante deste cenário, prevalece a imagem, e realidade, de uma sociedade fragmentada, pressionada por grupos de interesse e dividida entre projetos polarizados.
Em meio a isso, porém, novo documento elaborado por uma força tarefa do Council on Foreign Relations (CFR) intitulado “Global Brazil and US-Brazil Relations” (disponível em http://www.cfr.org/brazil/global-brazil-us-brazil-relations/p25407) voltou a gerar, em parte do debate nacional brasileiro, principalmente nas esferas mais próximas às políticas de alinhamento com os EUA, elevado otimismo. Similar à expectativa causada pela visita do Presidente Obama em março de 2011 ao país, inclusive por abordar de forma “positiva e aberta” o reconhecimento do poder global do Brasil no atual quadro das Relações Internacionais, o texto lançado neste mês de Julho de 2011, já vem sendo muito comentado.
Todavia, estas manifestações, mais uma vez parecem descoladas da própria contextualização do relatório, um estudo sustentado nos desenvolvimentos dos últimos dez anos, e não uma reação imediatista norte-americana à nova administração Dilma Rousseff que assumiu em Janeiro de 2011. Novamente, no debate brasileiro, o arco que engloba os dois últimos anos da administração Fernando Henrique Cardoso (1999/2002) e a totalidade do governo Luis Inácio Lula da Silva (2003/2010), como sustentáculos desta transformação, principalmente a fase Lula-Celso Amorim, está obscurecida.
Igualmente, ignora-se, que este é um relatório específico, de um think tank relevante, mas, também específico. Ligado a uma parcela do establishment, o CFR é uma entidade altamente reconhecida dentro do debate político norte-americano, tradicional na realização da ponte entre setores acadêmicos, empresariais e governamentais de formulação de política externa e tomada de decisão, que, contudo, não representa consenso ou prevalece com tranqüilidade dentro da Casa Branca, do Departamento de Estado ou de Defesa. Assim, recomendações como a de que os EUA devem incluir o Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSONU) como membro permanente, representam visões deste grupo, e não necessariamente a totalidade das visões que competem politicamente nos EUA.
Esta questão específica do assento no CSONU é inserida em uma proposta abrangente de fortalecimento e amadurecimento da relação, em termos discursivos e práticos, como a instalação de novas formas de contato entre as diplomacias, e uma percepção norte-americana mais ampla sobre o papel do Brasil, na região, no mundo e no sistema multilateral em geral e não só na ONU. Ou seja, apesar das boas relações que os EUA têm com o Brasil hoje, o texto considera que os norte-americanos precisam aprofundar ainda mais estes laços, baseado em uma visão histórica de prévias alianças, mas, principalmente, de necessidades futuras dos EUA, seja em termos de engajamento do poder brasileiro, como de sua contenção e dos demais emergentes.
Trata-se de um relatório bastante completo, no qual o Brasil é examinado em sua dimensão nacional, suas ações globais e regionais, e o que isso significa para as relações bilaterais. Não cabe aqui adentrar nos pormenores do relatório uma vez que o mesmo é extenso, mas é interessante destacar, por capítulo o que os EUA identificaram como pertinente no que se refere ao país. No capítulo “A Economia Brasileira: Mecanismos e Obstáculos” menciona-se a necessidade de ajustes macroeconômicos (juros, crescimento e inflação), o impacto das ações dos EUA no país (muito brevemente), e a relação comercial com a China. Nesta parte, indica-se que seria interessante que Brasil-EUA tivessem posições conjuntas para reduzir o impacto chinês em seus mercados. O capítulo se encerra com uma discussão extensa sobre os potenciais domésticos e os inúmeros pontos de estrangulamento do Brasil: infraestrutura, educação, agricultura, mineração e metalurgia, crescimento da classe média e inovação.
No segundo capítulo “A Agenda Energética Brasileira e as Mudanças Climáticas”, destaca-se o papel positivo do Brasil no uso de uma matriz variada de energia e a preocupação com o desenvolvimento sustentável. Espaço significativo é reservado à discussão das reservas do pré-sal brasileiro, assim como ao gás e ao etanol. Petróleo e etanol, porém, são o foco. Em termos de agenda climática, controle de emissões, desmatamento, Amazônia, biodiversidade são abordados, com os EUA mantendo suas posições tradicionais de ressaltar a relevância do engajamento do Brasil no tema, sua liderança no setor.
Na sequência, o capítulo “Brasil como um Diplomata Regional e Global” dá grande destaque às alianças globais do Brasil como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), IBAS (Índia, Brasil, África do Sul), o papel na Missão de Estabilização do Haiti (MINUSTAH) e retoma o tema do assento permanente no CSONU. Temas sensíveis como Irã, Direitos Humanos, abstenções brasileiras em votações do CSONU não apoiando a posição dos EUA são discutidas, ressaltando a importância dos norte-americanos compreenderem “o porquê das posições diferentes do Brasil”, estendendo-se ao comércio multilateral e a estrutura econômico-financeira global. Segundo o relatório, os EUA não devem esperar consenso pleno do Brasil por conta de suas alianças com outras nações e sua visão de autonomia (e que isso faria parte de uma tentativa de provar independência e distanciamento dos EUA, mesmo quando o Brasil concordasse com este país). Como se percebe, uma visão norte-americana das motivações brasileiras.
No que se refere à região sul-americana, considera-se que a liderança brasileira da integração é positiva para os EUA, devido ao papel mediador e estabilizador brasileiro, em termos políticos e financeiros. Aborda-se, igualmente, a política africana do Brasil, continente no qual os norte-americanos perderam espaço para o país, a China e a Índia nos últimos anos.
O último capítulo é dedicado especificamente a “Brasil e Estados Unidos”, indicando a boa vontade mútua. Adentrando inicialmente os temas Irã e Segurança Nuclear, o capitulo segue para comércio e investimento, para voltar a temas de segurança como imigração e tráfico de drogas, saúde, biocombustíveis, mudança climática. A conclusão segue parâmetro similar, com foco em três pilares: interesses comuns, parceria madura e aproveitar o momento. Segundo o relatório, este é o tempo para avançar as relações bilaterais, alcançando benefícios mútuos.
Finalmente, não se pode negar que o documento é, realmente, um marco para as relações bilaterais Brasil-EUA, independente das ressalvas aqui colocadas. Apesar do longo histórico de relacionamento, do auge dos estudos de brasilianistas nos anos 1960 e 1970, o intercâmbio sempre foi visto por um prisma regional. Tal prisma, estruturalmente, localizava a importância do Brasil para os EUA na América Latina. Em algumas circunstâncias históricas norte-americanas nem mesmo este viés prevalecia, com a predominância de uma visão generalista da política externa dos EUA sobre o país inserido em “pacotes prontos” para o hemisfério, vide as discussões da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e propostas anteriores.
Assim como a Estratégia de Segurança Nacional de maio de 2010, publicada pelo Presidente Obama, trata-se de um documento progressista e que revela as limitações dos EUA e a sua capacidade de renovação estratégica para lidar com parceiros na dinâmica do “engajar para conter” (i.e, de reinventar a hegemonia). Ao mesmo tempo, uma renovação que disputa espaço com o declínio e o tradicionalismo, o isolacionismo, o intervencionismo e o unipolarismo, gerando as reações e contrareações hegemônicas já abordadas em artigo para Carta Maior. Reações e contrareações que não se resumem a determinados grupos, mas possuem ressonância em Washington, assim como este próprio relatório também terá. Assim, no debate nacional não podemos nos esquecer que este é um texto norte-americano, produzido e direcionado, para o público norte-americano, e que terá o apoio de uma parte desta sociedade, como visto na p.3:
As conclusões da Força Tarefa e suas recomendações são direcionadas não somente as formuladores de políticas que lidam com as Américas, mas também aqueles que nos EUA e em outras instâncias, são responsáveis por decisões em questões estratégicas globais, temas econômicos e mecanismos multilaterais nos quais a voz e a ação do Brasil são relevantes. As conclusões e recomendações deste relatório fornecem uma estrutura para políticas bipartidárias- globais, regionais e bilaterais- que levem em conta as oportunidades e desafios da ascensão brasileira, no momento em que os Estados Unidos e o Brasil enfrentam as grandes questões internacionais do século XXI.
Portanto, são conclusões e recomendações para os EUA sobre o Brasil, mas que devemos obrigatoriamente compreender sob nosso ponto de vista, dentro de um projeto nacional de reposicionamento interno e global. Mais ainda, como um poder global hoje, demonstra-nos a necessidade de melhor estudar, e compreender, nossos parceiros mais próximos, sejam eles os EUA, a China, a Índia, a África do Sul, as nações sul-americanas, os continentes africano e asiático. Somente a partir deste olhar, poderemos elaborar nossas conclusões e recomendações sobre nossos pares, para nós mesmos.
Professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Em Ilhéus, radialista é agredido a paulada
Charles Carmo, em O Recôncavo
Fábio Roberto é radialista e trabalha na Rádio Bahiana, em Ilhéus
(BA), aonde apresenta o programa Compromisso Verdade, em que costuma
levar ao ar muitas denúncias.
Nesta quinta-feira (14/07), Fábio Roberto foi vítima de uma agressão quando andava no Bairro da Conquista, também em Ilhéus.
Ao começar a descer a escadaria que dá acesso à Avenida 7 de
Setembro, Fábio foi violentamente atingindo com uma paulada que partiu
de um homem simulando uma ligação no celular e que, após a sua
passagem, o agrediu por trás, correndo em direção a um comparsa que,
numa moto, dava cobertura à ação. Os agressores fugiram sem roubar
nada.
O Recôncavo entrou em contato com o radialista. Para o Fábio
Roberto “este tipo de atentado não é comum em Ilhéus. Pelas
características do atentado, a intenção não era roubar, afinal, estava
com uma mochila nova, com equipamentos e nada foi roubado. Eu consegui
descer a escadaria sangrando muito, entrar na farmácia e pedi socorro.
Meu diretor veio em meu socorro e me levou para o hospital. Estou
assustado e surpreso, se eu não tiver condições de trabalhar com
segurança, terei que me afastar”, resumiu o comunicador, ainda
assustado com a inesperada agressão e temendo outro ato de covardia.
O Recôncavo vem denunciando a escalada de atos contra a
liberdade de imprensa e comunicação na histórica e bela cidade de
Ilhéus. Intimidações, tentativas de censura e agressões contra os
profissionais da imprensa, que não eram comuns por aquelas bandas, vão
se tornando, nos últimos tempos, uma realidade.
Espera-se que a Polícia Civil e o Ministério Público se atentem para
a infeliz novidade de agressões contra os profissionais de imprensa em
Ilhéus, antes que uma tragédia maior ocorra.
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encontro de blogueiros progressistas,
midia
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Ex-guerrilheiro tupamaro é nomeado ministro da Defesa do Uruguai
Da Redação do Sul21
O presidente do Uruguai, José Mujica, nomeou o ex-senador Eleuterio
Fernández Huidobro, ex-guerrilheiro do movimento Tupamaros, do qual ele
mesmo participou, como novo ministro da Defesa. Mujica confirmou nesta
quinta-feira (15) que o titular da pasta, Luis Rosadilla, vai se afastar
do cargo por motivos de saúde e que Huidobro assumirá o ministério já
na próxima semana.
Mujica disse que não tinha “mais remédio que apelar a algum quadro da
velha guarda, porque necessito confiança política e capacidade”. No
entanto, Huidobro admitiu que ainda não estava informado mas estava
disposto a aceitar o convite.
Mujica afirmou que o afastamento do atual ministro é “uma grande
perda” para o governo e que precisava de alguém experiente para
substitui-lo. Huidobro, de 69 anos, é um dos “históricos” guerrilheiros
do Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros (MLN-T), sobre o qual
escreveu diversos livros e participou de vários documentários nacionais e
internacionais. Junto com Mujica, outro dos fundadores do grupo, o novo
ministro passou 13 anos na prisão durante a ditadura no país.
O futuro titular da Defesa é um dos maiores conhecedores de temas
militares dentro da Frente Ampla, coalizão governista de esquerda. Em
abril, por disciplina partidária, ele votou no Senado a favor de um
projeto de lei que previa a anulação da Lei da Caducidade, que daria
impunidade a militares que violaram os direitos humanos durante o regime
militar. Como estava contra a posição da Frente Ampla, Huidobro acabou
renunciando à cadeira que ocupava desde 2000. O projeto acabou não sendo
aprovado no Congresso e a Lei da Caducidade continua em vigor.
Com informações do Opera Mundi e El País
Palestina: ONU pede para Israel derrubar barreira
Sete anos após a Corte Internacional de Justiça (CIJ) concluir que a construção, por Israel, de uma barreira no território ocupado na Palestina era ilegal, um novo relatório das Nações Unidas reafirma a ilegalidade e pede que parte do muro seja derrubado.
“Só então comunidades palestinas
cortadas pela barreira poderão ser capazes de exercer os seus direitos à
liberdade de locomoção, trabalho, saúde, educação e desfrutar de um
padrão de vida adequado”, afirma o relatório “Situação humanitária na
Faixa de Gaza“.
Os palestinos são forçados a atravessar portões, abertos apenas em horários específicos, para acessar aos serviços de educação e saúde, ou mesmo para fazer suas compras. Membros de uma mesma família divididos pela barreira precisam pedir autorização para entrar em Jerusalém e fazer uma visita.
O relatório também destaca o impacto da barreira entre os agricultores palestinos. Muitos só podem acessar suas terras com licenças emitidas por Israel. “Esta política tem devastado a subsistência agrícola em toda a Cisjordânia”, afirma o documento.
Ao longo dos últimos cinco anos, o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) tem publicado relatórios sobre os prejuízos da barreira no aniversário do parecer consultivo da CIJ, comemorado na última segunda-feira (11/07).
Fonte: Comitê de Campanha pelo Estado da Palestina Já!
Os palestinos são forçados a atravessar portões, abertos apenas em horários específicos, para acessar aos serviços de educação e saúde, ou mesmo para fazer suas compras. Membros de uma mesma família divididos pela barreira precisam pedir autorização para entrar em Jerusalém e fazer uma visita.
O relatório também destaca o impacto da barreira entre os agricultores palestinos. Muitos só podem acessar suas terras com licenças emitidas por Israel. “Esta política tem devastado a subsistência agrícola em toda a Cisjordânia”, afirma o documento.
Ao longo dos últimos cinco anos, o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) tem publicado relatórios sobre os prejuízos da barreira no aniversário do parecer consultivo da CIJ, comemorado na última segunda-feira (11/07).
Fonte: Comitê de Campanha pelo Estado da Palestina Já!
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“Nacionalização na Bolívia nos dignifica”, afirma Evo
O presidente de Bolívia, Evo Morales, destacou nesta quarta
que a nacionalização dos recursos naturais, desde 2006, permitiu
dignificar a nação sul-americana. Em um ato no município de
Mocomoco (altiplano de La Paz), onde inaugurou o sistema de
eletrificação, Morales assinalou que, desde o início de sua gestão, o
Estado recuperou milionários rendimentos pela exploração de petróleo,
gás natural e minerais, entre outras matérias primas.
Durante a atividade, na qual entregou recursos a produtores
agropecuários, o dignitário disse que se antes 82% dos ganhos oriundos
da energia iam às transnacionais e às potências estrangeiras, desde maio
de 2006 se consegue reverter essa situação e os rendimentos pertencem a
setores historicamente marginalizados.
Morales assinalou que entre esses benefícios estão as ajudas
econômicas que são distribuídas entre grávidas, estudantes e idosos,
algo inédito na história nacional.
Recordou ainda que a Bolívia tem atualmente maior quantidade de
reservas internacionais e seus governantes, graças à estabilidade e
crescimento da economia, não têm que ir aos Estados Unidos ou à Europa
para pedir dinheiro para pagar salários, como ocorria nos governos
neoliberais.
O estadista anunciou novidades, como a implementação em vários
municípios do programa Minha Água, com ênfase nas zonas rurais, para
sistema de irrigação e acesso à água potável , o que permitirá segurança
alimentar com soberania.
Na celebração de Mocomoco, o governador de La Paz, César Cocarico,
ressaltou que a eletrificação chega agora a cerca de 20 comunidades
dessa localidade da província Camacho, sobretudo as do altiplano e com
maiores índices de pobreza.
Desde 2007, o governo de Evo Morales impulsiona um programa
nacional de eletrificação denominado Eletricidade para Viver com
Dignidade, com o qual se espera atingir a cobertura total em várias
etapas.
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quinta-feira, 14 de julho de 2011
Viva a medicina brasileira! Que seja pra todos…
Brizola Neto no TIJOLACO
Os
dramas humanos também servem para que a gente meça os avanços de uma
sociedade. Já se falou muito, aqui, que o melhor hospital era o
aeroporto, pois tratamentos complexos bons – para os poucos que podiam
- eram os prestados no exterior. A notícia, agora, que o presidente
Hugo Chávez virá fazer aqui a recuperação do tumor que lhe foi extraído
em Cuba, convencido pelo presidente paraguaio, Fernando Lugo, que disse
que aqui lhe salvaram a vida, mostra o quanto a capacidade da medicina
brasileira é grande, respeitável e admirada.
Mais uma razão para lutarmos para que este bom atendimento – que
muitas vezes não depende apenas da capacidade – esteja ao alcance de
todos. Precisamos regulamentar a emenda 29, que garante recursos à
Saúde e, ao mesmo tempo, conseguir fontes de financiamento para o setor.
Houve muita demagogia – e também má condução política – na questão da
CPMF. Se a destinação exclusiva para a Saúde tivesse sido sempre
garantida e se a contribuição incidisse apenas sobre a movimentação
financeira dos bem aquinhoados – como só tardiamente o governo propôs –
o resultado poderia ter sido outro e o imposto poderia ter sido
mantido, para movimentações financeiras de alto valor. Como todo mundo
viu, não passou de balela aquela história de que o fim do imposto iria
baixar os preços.
Bastaria ter isentado de incidência as movimentações financeiras
acima de dez ou quinze salários-mínimos mensais – quem movimenta isso,
normalmente? – e a contribuição não seria vista com maus olhos pelo
povão e pela pequena classe média, que é arrochada ao extremo nos planos
de saúde.
Temos de perder o medo de sermos “antipáticos” por querer taxar os
mais ricos para que toda a população tenha bons serviços médicos. Já se mostrou aqui que os ricos, no Brasil, pagam pouquíssimo imposto. Metade do que pagam nos EUA.
Temos uma medicina de primeira linha, em matéria de capacidade e
conhecimento científico. Precisamos encontrar os meios para fazê-la
acessível a todas as pessoas.
E para isso, precisamos perder o medo de afirmar que pode haver
imposto sem justiça social, mas não pode haver justiça social sem
imposto para quem pode pagá-los.
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