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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
O Ministério Público Federal ajuizou, na 2ª Vara Federal de São Paulo, Ação Civil Pública contra a TV Globo e a Editora Globo, acusadas de enriquecimento ilícito em razão da promoção "Jogada da Sorte", feita durante o Campeonato Brasileiro de 2003. O sorteio era feito pelo apresentador Fausto Silva, no Domingão do Faustão.
De acordo com o procurador da República Luiz Fernando Gaspar Costa, que assina a ação, a campanha resultou em arrecadação de 14,8 milhões decorrentes da venda de 4,9 milhões de fascículos da promoção. Segundo ele, o MPF constatou que "tal evento foi promovido de maneira ilícita, por contrariar os dispositivos legais presentes na Lei 5.768/71, que trata da distribuição gratuita de prêmios".
De acordo com a lei, a distribuição gratuita de prêmios a título de propaganda, quando efetuada mediante sorteio, vale-brinde, concurso ou operação assemelhada, dependerá de prévia autorização do Ministério da Fazenda. O MPF afirma que não havia autorização.
O procurador ressaltou que a promoção feita pelas rés não foi gratuita e não serviu para fins de dar publicidade a qualquer produto. Segundo ele, o fascículo consistia apenas em uma saída para o consumidor dar dinheiro para concorrer aos prêmios.
"Caso as empresas tivessem feito a promoção nos termos da lei, o montante mencionado não teria sido arrecadado, permanecendo ele em poder das centenas de milhares de pessoas que adquiriram onerosamente os fascículos ilicitamente vendidos nas casas lotéricas de todo o Brasil", registrou o procurador na ação.
Ele ressaltou, ainda, que é necessário reconhecer que o enriquecimento ilícito em favor da TV Globo e da Editora Globo gerou prejuízo às empresas concorrentes das rés. Assim, solicitou que as empresas sejam condenadas a restituir o montante indevidamente adquirido. Saiba mais
Fonte: SJPDF
imagem ilustrativa, não é a capa do disco
retirada do google
Malba Tahan com Quarteto Infaltil - 1933
história narrada pelo Malba Tahan
gravadora Columbia
Papai do céu e a girafa
O rei que tinha uma cara engraçada
baixe aqui >> Malba Tahan
M A L B A T A H A N
Nome: Júlio César de Mello e Souza ( pseudônimo: Malba Tahan )
vida: viveu 79 anos ( 1895 - 1974 ), a maior parte no Rio de Janeiro
formação: Colégio D. Pedro II
Escola Normal do RJ
Escola Politécnica do RJ ( eng. civil )
O personagem Malba Tahan
No início do século, era bastante difícil de os autores nacionais conseguirem publicar qualquer coisa: os livreiros e os donos de jornais tinham medo de ficar no prejuízo. Assim, procurando-se lançar-se como escritor, Mello e Souza resolveu criar uma figura exótica e estrangeira, o Malba Tahan , e passar como tradutor dos contos e livros desse.
Ao ler os Contos das Mil e Uma Noites, ainda menino, havia apaixonado-se pela cultura árabe. Partindo desse conhecimento, e melhorando-o com outras leituras e inclusive curso de árabe, construiu seu personagem. Sua criação era uma rara figura: nascido em 1885 na Arábia Saudita, já muito moço fora nomeado prefeito de El Medina pelo emir; depois, foi estudar em Istanbul e Cairo; aos 27 anos, tendo recebido grande herança do pai, saiu em viagem de aventuras pelo mundo afora: Rússia, India e Japão. Em cada aventura, Malba Tahan sempre acabava envolvendo-se com algum engenhoso problema matemático, que resolvia magistralmente.
O sucesso dessa idéia de Mello e Souza foi imediato e ele acabou escrevendo dezenas de livros para seu Malba Tahan : A Sombra do Arco-Iris (seu livro predileto), Lendas do Deserto, Céu de Allah, etc, etc e o muito famoso O Homem que Calculava ( que além de ter sido traduzido para várias línguas, vendeu mais de 2 milhões de exemplares só no Brasil e está na 42a edição ).
Hoje, o valor pedagógico dessa obra é reconhecido até internacionalmente. Não menos meritória de aplausos é a criatividade entretenedora dos livros de Mello e Souza; o grande escritor Jorge Luiz Borges colocava-os entre os mais notáveis livros da Humanidade.
O Professor Mello e Souza
Além de produzir essa vasta obra literária ( Malba Tahan ), Mello e Souza encontrou tempo para escrever vários livros de Matemática e Didática da Matemática.
sozinho:
Geometria Analítica, Trigonometria Hiperbólica, Funções Moduladas, etc
com colaboradores:
Irene de Albuquerque, Euclides Roxo, J. Paes Leme, etc
Podemos destacar os seguintes aspectos de sua obra didática:
foi um crítico severo da didática usual dos cursos de matemática da primeira metade deste século ( conta-se episódios de violentas discussões que travou em congressos e conferências )
foi um pioneiro
no uso didático da História da Matemática
na defesa de um ensino baseado na resolução de problemas não-mecânicos
na exploração didática das atividades recreativas e no uso de material concreto no ensino da Matemática
Não podemos deixar de mencionar que foi um dos primeiros a explorar a possibilidade do ensino por rádio e televisão. Lamentamos, por outro lado, sua insistência em divulgar idéias associadas à Numerologia.
Escolas onde atuou
Provavelmente deve seu interesse pelo ensino ao pai e mãe, ambos professores de primeiro grau. Começou a lecionar cedo: aos 18 anos, ensinava nas turmas suplementares no Colégio D. Pedro II . Os cargos mais importantes que teve foram:
catedrático na escola Nacional de Belas Artes
catedrático na Faculdade Nacional de Arquitetura
catedrático no Instituto de Educação do RJ ( ex Escola Normal do RJ )
Museu Malba Tahan
Está para ser inaugurado na cidade paulista de Queluz, onde Mello e Souza viveu sua infância. Após sua morte, sua família doou para essa cidade todo o acervo de Malba Tahan ( biblioteca, documentos, objetos pessoais, etc ).
Dia da Matemática
Ficamos sabendo, através do Prof. António J. Lopes Bigode, que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - comemorando o centenário do nascimento de Mello e Souza em 6 de maio de 1995 - criou o Dia da Matemática, a ser celebrado todos os 6 de maio.
Teatro baseado em Malba Tahan
Referências
depoimento de Mello e Souza ao Museu da Imagem e Som
Maria T. Calheiros-Malba Tahan. Jornal Leitura, SP ,1991
O Prof. Marcelo Ribeiro tem, na Internet, um site dedicado a Malba Tahan, o qual contém uma bibliografia completa da obra de Mello e Souza, bem como outros detalhes biográficos.
versao desta pagina: 22 de maio de 2 002
local desta pagina: http://athena.mat.ufrgs.br/~portosil/histo1.html
imagens extraídas do Google
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Com o que sonham os jovens de hoje? Minha geração sonhou com a mudança do Brasil (castrada pelo golpe militar de 1964) e do mundo (congelada pela queda do Muro de Berlim). A globocolonização neoliberal cuidou de privatizar, não apenas empresas públicas e estatais, mas também os sonhos. Os jovens já não sonham em escala nacional e planetária, exceto no que concerne à preservação da natureza. Sonham em escala individual e familiar: conforto, riqueza, beleza e poder.
Quem roubou os grandes sonhos? Por que o vocábulo ‘utopia’ desapareceu da linguagem corrente e é suspeito aos olhos dos intelectuais europeus?
Quem primeiro falou em utopia (do grego utopos, lugar nenhum) foi Hesíodo, poeta do século VIII a.C., em seu famoso texto "Os trabalhos e os dias". Evoca os homens que viviam como deuses, "sem preocupações em seus corações, protegidos da dor e da miséria." Ninguém envelhecia e, dotadas de "vigor incansável", as pessoas desfrutavam das "delícias dos banquetes". "Não conheciam o constrangimento e viviam em paz e abundância como os senhores de sua terra."
Hesíodo não nutria veleidades nostálgicas. Seu texto aproxima-se mais da literatura profética que da idílica. A era de ouro havia desaparecido porque os homens "não foram capazes de evitar a violência imprudente entre si e não queriam reverenciar os deuses." Agora, diz Hesíodo ao comparar a realidade ao sonho, não há "nenhum amor entre amigos ou irmãos, como no passado. Os contraventores saquearão as cidades uns dos outros e o poder fará a lei e o pudor desaparecerá."
A palavra ‘utopia’ foi cunhada por Thomas Morus em 1516, como título de seu mais conhecido livro. Essa idéia de que em tempos primordiais havia uma sociedade perfeita e que nos cabe, agora, resgatá-la, é mais acentuada nos filhos da tradição judaico-cristã. O mito bíblico do Paraíso isento de toda dor e pecado ecoa forte em nosso inconsciente. Aquilo que foi, será. Nem Marx logrou libertar-se do paradigma bíblico. Seu comunismo primitivo, imune à alienação e exploração, é a imagem de um passado refletido no futuro: a construção da sociedade comunista, onde haverá a adequação entre existência e essência do ser humano.
Em que ponto da Terra sobrevive a utopia que, no século XX, mobilizou milhões de militantes dispostos a dar a vida para que todos tivessem vida? O fundamentalismo islâmico não se compara ao ardor dos jovens revolucionários. Estes queriam mudar o mundo, não impor uma crença religiosa; buscavam implantar a justiça, não a predominância de uma fé; almejavam uma nova sociedade, não a hegemonia de uma religião; vislumbravam o êxito na derrubada do poder opressor, não na morte coroada pelo martírio.
O socialismo foi a grande utopia de minha geração. Sonhávamos com uma sociedade na qual ninguém estaria ameaçado pela fome, a guerra, a exploração, a discriminação e a marginalização. A Rússia foi a primeira a implantar, em 1917, o novo sistema esboçado na crítica de Marx e Engels ao capitalismo. Em 1949 o gigante chinês deu o mesmo passo.
Embora o socialismo tenha representado grandes avanços quanto aos direitos sociais, não tardaram a se repetirem as "desilusões de Hesíodo": crimes de Stalin, Revolução Cultural chinesa, imperialismo político, a ditadura do proletariado reduzida à ditadura dos dirigentes do partido único etc.
Hannah Arendt, militante da esquerda alemã, ao renegar suas idéias revolucionárias cometeu o equívoco de encarar o marxismo e o fascismo como diferentes versões do totalitarismo. Disseminou, pois, o pensamento antiutópico, hoje representado no Brasil pelo PSDB e pelo PT. Assim, cerrou o horizonte da esperança e reforçou o neoliberalismo.
Para os adeptos do antiutopismo, que já não crêem em sociedade pós-capitalista, há sim identificação entre este sistema e democracia. O capitalismo seria perverso em seus abusos, não em sua essência. Acreditam, portanto, em ser possível "humanizá-lo", sem atinarem para as conexões entre Wall Street e a Etiópia, o bem-estar dos países escandinavos e a presença significativa de seu capital e de suas empresas em países emergentes.
Sofre-se, hoje, de distopia, a utopia deteriorada, ceticismo, desencanto, que induzem muitos a se acomodarem tristes em seu canto. O que resta da esperança quando já não cremos em líderes, partidos, doutrinas e ideologias? O que resta quando, à nossa volta, se fecham todas as portas e janelas? Resta a amargura, o desalento, a repulsa ao poder. Esse o momento em que o sistema comemora a sua vitória sobre nós. Esvaziar-nos de utopia, neutralizar-nos, cooptar-nos, eis a tática daqueles que professam o dogma de que "fora do mercado não há salvação".
Quem não sonha com a utopia corre o sério risco de recorrer ao sonho químico das drogas, que sempre termina em pesadelo.
[Autor de "Sinfonia Universal - a cosmovisão de Teilhard de Chardin" (Ática), entre outros livros].