sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Maurice Ravel


Bom, falar de Ravel é falar de Boléro. Mas ele é um compositor que tem muito mais para nos oferecer além desta obra-prima. Vim conhecê-lo por intermédio de minha Mamma, que por sua vez conheceu por intermédio do seu pai. Desde criança que escuto suas obras que me trazem boas lembranças.

Cibourne, cidade natal de Ravel

Ravel nasceu numa pequena cidade da França chamada Ciboure em 7 de março de 1875. Esta cidade, localizada na região de Aquitânia possui pouco mais de 6000 habitantes.

Maurice Ravel

Além do Boléro, dentre suas obras mais importantes cito Daphnis and Chloé (1912), Gaspard de La Nuit (1908), L'enfant et les Sortileges (1925) e Rhapsodie Espagnol (1907). Gosto muito de La Valse também.

Sepultura de Ravel em Paris

Este pianista faleceu em Paris aos 28 de dezembro de 1937 de causas desconhecidas. Tornou-se um dos maiores compositores do período neo-clássico.

Vamos ao que interessa:

1899 - Pavane pour une infante défunte
1907 - Rapsodie espagnole
Prélude à la nuit

Malaguena

Habanera

Feria


1912 - Daphnis et Chloé Suite Nº2
Lever du jour
Pantomime

Danse générale


1919 - Le Tombeau de Couperin
Prélude
Forlane

Menuet

Rigaudon


1919-1920 - La Valse

Espero que gostem!!!
Abraços

Michel Rhapsody - LagrimaPsicodelica
Supremo Tribunal Federal ataca direito de greve dos servidores públicos





O Supremo Tribunal Federal ao julgar Mandado de Injunção, impetrado por sindicatos de servidores do judiciário de alguns estados, restringiu o direito de greve dos servidores públicos ao estender à esses o mesmo tratamento legal destinado aos trabalhadores da iniciativa privada. Ainda, considerou o serviço público de conjunto como essencial. A medida fica valendo até que esse direito no serviço público seja regulamentado pelo Congresso Nacional. Com apenas um voto contrário, os ministros do STF – que são indicados pelo governo federal – desferiram um ataque duríssimo contra os direitos dos trabalhadores do serviço público. Dentre as medidas coercitivas aprovadas no Mandado de Injunção estão: a exigência de quorum mínimo na assembléia, possibilidade de decretação de abusividade e ilegalidade da greve, proibição de piquetes, corte de ponto, contratação de fura-greves, definição automática do conceito de serviços essenciais e manutenção de funcionamento mínimo de 30% das atividades nas instituições atingidas pela greve.

Até então, o direito de greve no setor publico era exercido de acordo com o artigo 37º da Constituição Federal, que apesar de prever regulamentação em lei específica, não impedia sua plena aplicação Ao definir as mesmas regras dos trabalhadores da iniciativa privada para os servidores públicos, o STF não só incorre em um erro institucional, pois são esferas diametralmente diferentes em relação ao regime de trabalho (CLT e RJU), mas também interfere, a favor do governo, no momento em que este prepara um arsenal de restrições aos direitos e garantias dos servidores, inclusive um projeto de regulação do direito de greve, proibindo praticamente esse exercício na esfera do funcionalismo federal. Isso, evidentemente, não significa que sejamos à favor dos elementos institucionais que regem a greve no setor privado, ao contrário, aí também rechaçamos as restrições que são impostas pelo Estado. A medida do STF, contudo, é aplaudida pelo governo Lula, o grande empresariado e o FMI. É a constatação inequívoca dos interesses comuns da classe dominante – os ricos e poderosos – representada nas estruturas do estado burguês e os três poderes, Executivo, Judiciário e Legislativo, à seu serviço.

Para a CONLUTAS, O que mais chama a atenção é a hipocrisia dos senhores ministros desse tribunal; estabelecem que todo o serviço público é essencial, porque é uma necessidade da população. No entanto, a preocupação com a população só vale para proibir as greves. Não vale, por exemplo, para garantir o direito a negociação coletiva dos servidores públicos – contemplada na constituição, mas não cumprida pelos sucessivos governantes do Palácio do Planalto. O conceito de essencial vale para destruir direitos dos servidores, mas não vale para exigir dos governos mais verbas no orçamento para saúde, educação, habitação e para os vários serviços que são necessários ao atendimento das demandas do povo pobre. Não há nenhuma resolução desse tribunal sobre a inconstitucionalidade do salário mínimo, hoje em míseros R$ 380,00, quando, segundo o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, deveria ser de R$ 1.737,16. O STF está preocupado com a greve no serviço público e se esmera em proibi-la, mas se omite de maneira cúmplice frente à corrupção e a entrega do patrimônio público, como no caso da venda da Cia. Vale do Rio Doce, por exemplo. Como sempre, suas decisões têm um caráter claramente político em defesa dos interesses de governos e patrões.

A CONLUTAS repudia essa decisão e chama as organizações dos trabalhadores do serviço público a rechaçarem mais essa medida de ataque aos direitos dos servidores. Entendemos que o verdadeiro exercício da greve não pode ser limitado por nenhum poder; são os trabalhadores, soberanamente, que devem decidir sobre sua ocasião, duração e abrangência. Como sempre foi feito pelas organizações do funcionalismo publico, inclusive no período anterior à Constituição de 1988, quando sequer havia o direito à sindicalização. Em suas greves, os trabalhadores do serviço público sempre se preocuparam com a manutenção de serviços de urgência/emergência em hospitais e postos de saúde e o atendimento mínimo à população de serviços essenciais sempre foram medidas discutidas e adotadas nas assembléias de base e nos Comandos de Greve. Nunca, independente do grau de conflito na greve, esses serviços deixaram de ser prestados à população.

Não cabe ao Estado e seus poderes interferirem em um direito exclusivo da classe trabalhadora. As falsas alegações de “abuso”, “extensão de férias” e “defesa do interesse público” nada mais são que factóides, criados para influenciar a opinião pública e colocá-la contra o funcionalismo. São argumentos falaciosos para desviar a atenção sobre os verdadeiros objetivos dessa política fascista, que objetiva, sobretudo, eliminar resistências no interior do serviço público, especialmente o federal, contra projetos de lei do tipo PLP-01, que leva congelamento salarial ao funcionalismo federal até o ano de 2016, PLP-92, que privatiza instituições públicas, aprofundando a terceirização no setor e levando a precarização total nas relações de trabalho e as reformas da previdência, sindical, trabalhista e universitária.

A CONLUTAS estará ao lado dos servidores públicos na trincheira de combate contra mais esse ataque. Nesse sentido, entendemos como urgente o chamado de uma ampla reunião da Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais – CNESF com todos os sindicatos de base e suas federações para discutir o tema e preparar a reação. Os servidores não podem se sujeitar a essa medida reacionária que atenta contra os interesses e direitos de nossa classe e que foram conquistados com muito suor, sangue e dedicação.

Fonte; Conlutas



Nova presidente, velhas políticas?



Daniel E. Benadava

Em 28 de outubro do presente ano, foi eleita como nova presidente da República Argentina Cristina Fernández de Kirchner, que, durante sua campanha eleitoral, prometeu, no caso de assumir a presidência do mencionado país latino-americano, continuar com a mesma linha político-econômica observada durante a gestão do ainda presidente Nestor Kirchner, seu marido.

Esta promessa mantém muitos em “estado de alerta”, já que o atual presidente argentino implementou, ao longo de seu governo, uma série de políticas econômicas e sociais que, não em poucas ocasiões, podem ser qualificadas de “ambíguas e desconcertantes”.

Assim, por exemplo, resta um longo caminho a se transitar para poder supor que na Argentina se encontrou uma “solução eficiente” pra enfrentar os problemas de trabalho que muitos de seus habitantes enfrentam, já que, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censo da República Argentina (INDEC), 42% da população do país encontra-se empregada. Não menos verdadeiro é que, por um lado, nos últimos anos ocorreu uma precarização tanto nas condições de trabalho quanto na renda dos trabalhadores e, por outro lado, segundo a mesma fonte oficial, o desemprego no país é de 8,5% e 10% dos argentinos possuem subempregos.

Além disso, custa crer que na Argentina exista uma “eficaz” política para melhorar a situação dos que nada têm, já que, de acordo com as últimas cifras do INDEC, 23,4% da população argentina se encontra abaixo da linha da pobreza e 8,2% da mesma encontram-se abaixo da linha de indigência. Assim, é certo que nos últimos anos diminuiu a porcentagem de pessoas nessas condições, mas ainda há argentinos que, excluídos da sociedade, vivem em condições subumanas, comendo como animais aquilo que encontram no lixo e sendo tratados como seres “execráveis e marginais”, sobre os quais ninguém parece se preocupar.

Em íntima relação com o exposto no parágrafo anterior, falta também um longo caminho para percorrer para que se possa dizer que, na Argentina, existe uma justa distribuição das riquezas já que, enquanto as reservas do Banco Central da República Argentina superam os US$ 42 bilhões de dólares, toda essa riqueza em nada parece modificar a vida dos mais pobres da citada nação devido ao fato de que, como há décadas, sua existência está destinada a um lastimável esquecimento governamental.

É difícil considerar a Argentina como uma terra em que existe um absoluto respeito pelos direitos humanos, já que, ao mesmo tempo em que Néstor Kirchner realizou numerosos atos de governo que tornaram possível o julgamento de pessoas que, durante a década de 1970, seqüestraram, torturaram e mataram milhares de argentinos, deve-se dizer que alguns destes sinistros personagens seguem livres. Além disso, Julio López até hoje continua privado ilegalmente de sua liberdade, sem que haja indício algum de seu paradeiro.

Por último, não em poucas ocasiões fica difícil definir corretamente qual a ideologia do atual presidente argentino, que por um lado pleiteia ter “afinidade” com Evo Morales, Hugo Chávez e Rafael Correa e coloca em marcha políticas “progressistas” e, por outro, confabula com organismos internacionais e governos do primeiro mundo que recomendaram a implementação das políticas liberais que conduziram a Argentina e a América Latina ao atual estado de empobrecimento econômico e cultural em que se encontram – além disso, Kirchner também implementa políticas econômicas que pouco se diferenciam daquelas que, durante a década de 1990, foram colocadas em prática pelo ex-presidente Carlos Menem.

Pelos motivos expostos, não são poucos os argentinos que supõem que, no caso de Cristina Kirchner acentuar as “ambíguas e desconcertantes” políticas governamentais que o atual mandatário realiza e realizou, a Argentina corre o sério risco de desembocar em uma democracia puramente formal e neo-populista na qual - como definida pelo Conselho Episcopal Latino-americano no artigo 74 do documento recentemente elaborado em Aparecida, no Brasil -, apesar de contar com processos eleitorais transparentes, não há justiça social uma vez que não se respeitam os direitos humanos, não se elaboram políticas que verdadeiramente promovam o desenvolvimento da população – em especial daqueles que menos têm -, não se promove a distribuição das riquezas e não se criam condições dignas para que os trabalhadores desenvolvam suas tarefas dignamente.

Daniel E. Benadava é psicólogo.

Copiado de: CorreioDaCidadania
Publicado originalmente pela Alai

Tradução de Mateus Alves

Peter Gabriel - Ein Deutsches Album (1980)






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01. Eindringling (05:06)
02. Keine Selbstkontrolle (04:05)
03. Frag Mich Nicht Immer (06:08)
04. Schnappschuss (Ein Familienfoto) (04:31)
05. Und Durch Den Draht (04:32)
06. Spiel Ohne Grenzen (04:11)
07. Du Bist Nicht Wie Wir (05:35)
08. Ein Normales Leben (04:25)
09. Biko (08:58)
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9 Tracks — 00:47:31
43,47 MB | mp3 | ~128 kbps

War on Democracy
Nesse documentário, john Pilger sugere que mais além de levar a Democracia ao mundo todo, como é sempre proclamado pelo governo USA, na realidade este governo, faz todo o possível para criar obstáculos ao seu avanço.
John pilger realiza entrevistas exclusivas com oficiais do governo USA, incluindo agentes que revelam, pela primeira vez, como a CIA preparou e se prepara para a guerra na América Latina.
pilger argumenta que a verdaadeira democracia popular se encontra entre os países mais pobres da América Latina, cujos movimentos e avanços são ignorados pelas mídias manipuladoras e subservientes ao capital explorador internacional.
legendas em Espanhol.





Albert King & Stevie Ray Vaughan - In Session (1999)


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1. Call It Stormy Monday
2. Old Times
3. Pride And Joy
4. Ask Me No Questions
5. Pep Talk
6. Blues At Sunrise
7. Turn It Over
8. Overall Junction
9. Match Box Blues
10. Who Is Stevie?
11. Don't Lie To Me
Créditos: Looloblog
Ativistas do Greenpeace estenderam banners gigantes no Arco do  Triunfo, em Paris, exigindo que o governo francês proíba o plantio de  transgênicos no país. Greenpeace/Pierre Gleizes

Ativistas do Greenpeace estenderam banners gigantes no Arco do Triunfo, em Paris, exigindo que o governo francês proíba o plantio de transgênicos no país. Greenpeace/Pierre Gleizes

Paris, França — Presidente Nicolas Sarkozy anunciou a suspensão de plantações geneticamente modificadas no país por tempo indeterminado para garantir a biossegurança dos franceses.

Um dia depois de ativistas do Greenpeace subirem ao Arco do Triunfo em Paris e estenderem um banner gigante exingindo do governo francês o banimento dos transgênicos da França, o presidente Nicolas Sarkozy anunciou nesta quinta-feira que suspenderá o cultivo de organismos geneticamente modificados no país até que seja instalada uma autoridade nacional para determinar a segurança dessa tecnologia.

Sarkozy deu três motivos para sua decisão: há dúvidas sobre a segurança dos transgênicos, sobre sua utilidade e preocupações sobre a falta de controle em relação à contaminação de outras plantações. O presidente francês não deu prazo para o fim da suspensão.

"O Greenpeace está feliz por ver que o governo francês levou em conta os argumentos ambientais e baniu o cultivo de organismos geneticamente modificados. O anúncio do presidente Sarkozy é uma vitória para os consumidores e agricultores franceses, bem como para o meio ambiente do país. O Greenpeace espera que todos os governos sigam a iniciativa da França e protejam seus cidadãos e seu meio ambiente das ameaças dos transgênicos", afirmou Arnaud Apoteker, da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace França.

A suspensão dos transgênicos na França deve ocorrer depois da época de plantio de 2008, mas a FNSEA, principal organização de agricultores do país, pede para que isso ocorra antes da temporada.

A proibição de plantio e colheita de transgênicos na França afetará notadamente o milho MON810, da Monsanto, única variedade geneticamente modificada autorizada para cultivo na Europa. Áustria, Alemanha, Grécia, Hungria e Polônia já aboliram essas plantações e outros países da União Européia estão prestes a seguir o mesmo caminho.

Milhos transgênicos na berlinda

As boas novas não se resumem à França. A Comissão Ambiental da União Européia (UE) está, pela primeira vez em sua história, propondo o banimento de dois tipos de milho transgênico (Bt 11, da Syngenta, e o 1507 da Pioneer/Dow) devido aos riscos que oferecem ao meio ambiente. O milho Bt 11 é uma das variedades geneticamente modificadas aprovadas recentemente pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) no Brasil - a liberação foi suspensa por ordem da Justiça, ver texto abaixo).

O Bt11 e o 1507 foram modificados para produzir uma toxina venenosa para alguns tipos de insetos. No entanto, estudos científicos mostram que esse milho transgênico é tóxico também a algumas espécies de borboletas e pode afetar também outros tipos de insetos, além de ter efeitos nocivos a longo prazo para o solo.

A proposta da Comissão Ambiental da UE está aparentemente baseada em evidências científicas que mostram que o cultivo dessas duas variedades de milho transgênico têm o potencial da causar danos ambientais.

Vários cientistas publicaram recentemente estudos mostrando que os efeitos do milho Bt não são previsíveis e que o risco potencial é maior que o imaginado. Esses estudos demonstraram que os procedimentos atuais da UE não são capazes de avaliar os riscos oferecidos por plantações do milho Bt.

Justiça dá dura na CTNBio

Na sexta-feira passada (dia 19 de outubro), a Justiça Federal do Paraná decidiu que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) não pode liberar nenhuma variedade transgênica de milho no Brasil enquanto não elaborar medidas que garantam a coexistência com variedades orgânicas, convencionais e ecológicas. Isso vale para o milho da Monsanto (MON810), Bayer (Liberty Link) e Syngenta (Bt11). Caso a decisão da juíza Pepita Durski Tramontini Mazini não seja respeitada, a CTNBio está sujeita a multa diária.

Copiado de:Greenpeace
ATÉ QUANDO?

Eduardo Galeano (*)

Um país bombardeia dois países. A impunidade poderia ser assombrosa, se não fosse costumeira. Alguns tímidos protestos dizem que houve erros. Até quanto os horrores continuarão sendo chamados de erros?

Esta carnificina de civis começou a partir do seqüestro de um soldado. Até quando o seqüestro de um soldado israelense poderá justificar o seqüestro da soberania palestina?

Até quando o seqüestro de dois soldados israelenses poderá justificar o seqüestro de todo o Líbano?

E os 700 soldados libaneses que, desde que Israel foi expulso do Líbano em 2000, foram levados prisioneiros para Israel? Porque Israel nunca aceitou trocar prisioneiros de guerra?

A caça aos judeus foi, durante séculos, o esporte preferido dos europeus. Em Auschwitz desembocou um antigo rio de espantos, que havia atravessado toda a Europa. Até quando palestinos e outros árabes continuarão pagando por crimes que não cometeram?

O Hezbollah não existia quando Israel arrasou o Líbano em suas invasões anteriores. Até quando continuaremos acreditando no conto do agressor agredido, que pratica o terrorismo profissional de Estado porque tem direito de se defender do "terrorismo" civil amador?

Iraque, Afeganistão, Palestina, Líbano...

Até quando se poderá continuar exterminando países impunemente?

As torturas de Abu Ghraib, que despertaram certo mal-estar universal, nada têm de novo para nós, os latino-americanos. Nossos militares aprenderam essas técnicas de interrogatório na Escola das Américas, que agora perdeu o nome, mas não as manhas.

Até quando continuaremos aceitando que a tortura continue legitimando, como fez o Supremo Tribunal de Israel, em nome da legítima defesa da pátria?

Israel deixou de ouvir 46 recomendações da Assembléia Geral e de outros organismos das Nações Unidas.

Até quando o governo israelense continuará exercendo o privilégio de ser surdo?

As Nações Unidas recomendam, mas não decidem. Quando decidem, a Casa Branca impede que decidam, porque tem direito de veto. A Casa Branca vetou, no Conselho de Segurança, 40 resoluções que condenavam Israel.

Até quando as Nações Unidas continuarão atuando como se fossem outro nome dos Estados Unidos?

Desde que os palestinos foram desalojados de suas casas e despojados de suas terras, muito sangue correu.

Até quando continuará correndo sangue para que a força justifique o que o direito nega?

A história se repete, dia após dia, ano após ano, e um israelense morre para cada 10 árabes que morrem.

Até quando a vida de cada israelense continuará valendo 10 vezes mais?

Em proporção à população, os 50 mil civis, em sua maioria mulheres e crianças, mortos no Iraque equivalem a 800 mil norte-americanos.

Até quando continuaremos aceitando, como se fosse costume, a matança de iraquianos, em uma guerra cega que esqueceu seus pretextos?

Até quando continuará sendo normal que os vivos e os mortos sejam de primeira, segunda, terceira ou quarta categoria?

O Irã está desenvolvendo a energia nuclear? Bem, se está, é um direito seu, como de qualquer país que deseje acesso à modernidade científica. Argentina, Brasil, México e mais 60 países, no mínimo, estão tentando isso - sob boicote da meia dúzia de potências que não aceitam perder esse monopólio.

O Irã está também tentando desenvolver energia nuclear para uso militar, como fizeram há mais de meio século os EUA, Inglaterra, França, Rússia, China, Índia, Paquistão e Israel? Ninguém sabe ao certo, pairam no ar somente acusações veiculadas pelos EUA, nenhuma prova, ao menos até agora.

Mas até quando continuaremos acreditando que isso basta para provar que um país é um perigo para a humanidade? Pois a chamada comunidade internacional não se angustia em nada com o fato, reconhecido unanimente por todos os institutos ocidentais de estratégia militar, de que Israel já produziu e tem estocadas 250 bombas atômicas, embora seja um país que vive à beira de um ataque de nervos.

Quem maneja o perigosímetro universal? Terá sido o Irã o país que lançou as bombas atômicas em Hiroxima e Nagasaki?

Na era da globalização, o direito de pressão pode mais do que o direito de expressão.

Para justificar a ocupação ilegal de terras palestinas, a guerra se chama paz. Os israelenses são patriotas e os palestinos são terroristas, e os terroristas semeiam o alarme universal.

Até quando os meios de comunicação continuarão sendo medos de comunicação?

Esta matança de agora, que não é a primeira nem será - temo - a última, ocorre em silêncio? O mundo está mudo, está surdo?

Até quando seguirão soando em sinos de madeira as vozes da indignação?

Até quanto nos conformaremos com essa linguagem infame da grande mídia que, simulando "objetividade" jornalística, nos informa sobre um combate nesta linguagem: tantos "terroristas" do Hisbollah foram aniquilados pelas forças "de defesa" de Israel.

Teremos todos nós nos transformados em estúpidos, a ponto de não percebermos que a forma da linguagem determina o conteúdo da "notícia”?

Estes bombardeios matam crianças: mais de um terço das vítimas, não menos da metade. Os que se atrevem a denunciar isto são acusados de anti-semitismo.

Até quando continuarão sendo anti-semitas os críticos dos crimes do terrorismo de Estado?

Até quando aceitaremos esta extorsão?

São anti-semitas os judeus horrorizados pelo que se faz em seu nome?

São anti-semitas os árabes, tão semitas como os judeus? Por acaso não há vozes árabes que defendem a pátria palestina e repudiam o manicômio fundamentalista?

Todos agem em nome de Deus, seja o Deus cristão, o Alá muçulmano ou o vingativo e momentaneamente triunfante Jeová judeu.

Como radical humanista que sou, nada quero com qualquer desses deuses nacionalistas e odiosos. O que não me impede de discernir que, em cada momento há um "deus" dos oprimidos e outro dos opressores.

Somos a única espécie animal especializada no extermínio mútuo. Destinamos US$ 2,5 bilhões, a cada dia, para os gastos militares, uma atividade econômica extremamente lucrativa aos capitalistas que a ela se dedicam.

A miséria e a guerra são filhas do mesmo pai: como todos os deuses cruéis, come os vivos e os mortos.

Até quanto continuaremos aceitando que este mundo enamorado da morte é nosso único mundo possível?

Até quando prolongaremos nossa postura cínica de "neutralidade", de não "tomar partido" ?

É o oprimido, malgrado seja um idiota fundamentalista religioso, igual ao fundamentalista opressor? São moralmente o mesmo? Que se matem entre si, é isso? Não temos mesmo de tomar partido?



(*) Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio, autor de As veias abertas da América Latina e Memórias do Fogo.
Grupo teatral apóia camelôs em Porto Alegre

Patrícia Benvenuti - Chasque


Porto Alegre (RS) - O grupo de Teatro Popular Oi Nóis Aqui Traveiz, da Terreira da Tribo, manifestou nesta quarta-feira (31) seu apoio aos trabalhadores informais em Porto Alegre. Vestidos de piratas, os integrantes do grupo realizaram uma manifestação artística no centro da cidade para protestar contra a retirada dos vendedores ambulantes das áreas centrais.

A integrante Carla Moura conta que o objetivo da manifestação é denunciar a injustiça cometida contra os trabalhadores. Para ela, os camelôs representam uma classe de trabalhadores que buscam alternativa em uma sociedade que não oferece condições dignas de emprego e assistência.

“As pessoas vêm batalhando pela sobrevivência, criando não só condições de alimentar sua própria família mas criando mercado para as pessoas que têm trabalho, mas com salários de fome que não conseguem consumir em loja. Então a questão do camelô, do produto pirata, é uma questão que precisa ser debatida mais profundamente. Por que, na verdade, é uma questão social que precisa ser resolvida urgentemente”, diz.

Carla também critica os abusos de violência cometidos pela Brigada Militar. Segundo ela, a repressão policial reflete os interesses de quem não deseja os camelôs no centro da cidade.

“A gente sabe que tipo de pressão existe nesse exato momento, até em função das vendas de natal e tudo mais, que está colocando a polícia em cima do trabalhador, criando uma situação de colocar o trabalhador como um bandido. O trabalhador tem que ser respeitado. E isso não é caso de polícia, isso é caso de política pública. E precisa ser visto urgentemente”, avalia.

A integrante do Oi Nóis Aqui Traveiz afirma ainda que a intenção do grupo é motivar uma discussão entre os próprios trabalhadores. De acordo com Carla, é preciso que eles se organizem para fazer suas reivindicações e lutar por seus direitos.

Essa foi a segunda intervenção que o grupo apresentou no centro. A primeira ocorreu há mais de uma semana, no momento em que os camelôs eram abordados pela polícia.

Há cerca de duas semanas, a Secretaria da Produção Indústria e Comércio (Smic) firmou uma parceria com a Brigada Militar contra a pirataria no cento de Porto Alegre. Até agora, cerca de 300 vendedores ambulantes já foram retirados das principais vias da capital.

Quase metade da população infantil respira ar contaminado por fumaça de cigarro

quarta-feira, 31 de outubro de 2007



175 milhões de crianças serão afetadas por desastres naturais

Adital


Das aproximadamente 350 milhões de pessoas que serão afetadas por desastres naturais a cada ano durante a próxima década, 175 milhões serão crianças. Isto é o que estima a organização Save the Children, no seu informe intitulado "Um futuro de catástrofes? O impacto da mudança climática na infância", com o qual pretende medir os impactos do fenômeno nesta parcela da população.

Segundo o relatório, a exposição à mudança climática terá efeitos negativos para a saúde de milhões de pessoas, especialmente a daquelas com menor capacidade
de adaptação, como a infância. Atualmente, a média anual de pessoas afetadas pelos desastres naturais é de 250 milhões, mas o número deve crescer. Entre 2005 e 2006, estes fenômenos cresceram cerca de 15% e, ainda que nem todos se derivaram de mudança climática, os que geraram 98% dos danificados, tinham vinculação direta com o aumento geral das temperaturas.

Em três anos, a estimativa das Nações Unidas é que haverá, em todo o mundo, 50 milhões de "desabrigados meio-ambientais", a maioria crianças e mulheres. Além disso, a falta de água potável e a contaminação existente dará lugar à propagação de doenças entre a população. Milhares de menores de cinco anos morrem a cada ano em todo o mundo por causa da água e do saneamento insalubre, da contaminação do ar em exteriores e interiores e do paludismo. Muitos desenvolvem problemas crônicos relacionados com o meio ambiente, desde alergias até deficiência mental ou física.

A estimativa é que a porcentagem da população mundial exposta à malária, uma das maiores causas de morte entre os menores de 5 anos, crescerá entre 45% e 65% nos próximos 100 anos devido à mudança climática. Apesar de somente 10% da população mundial ser de crianças menores de cinco anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) assegura que esse grupo é o que sofre 40% das enfermidades relacionadas com o meio ambiente.

De acordo com a Save the Children, a cada 15 segundos morre uma criança por falta de acesso à água potável e 40 milhões sofrem má nutrição extrema. Com as mudanças climáticas, o quadro será ainda mais grave. A organização lembra que "mais alarmante é que as crianças desnutridas, que por si são especialmente vulneráveis às infecções, estarão mais expostos a enfermidades que transmitem os mosquitos, como a malária e a dengue, devido ao aumento das inundações, o aquecimento e as mudanças nos períodos de chuvas".

Os efeitos do aquecimento, entretanto, não serão percebidos de igual forma em todo
o mundo. A mudança climática causará os maiores danos e afetará em maior medida as crianças de países em desenvolvimento. Segundo o informe, as crianças do continente asiático serão os mais afetados pelo aumento de desastres naturais relacionados com a mudança climática, por causa do grau de vulnerabilidade do continente a estes desastres. Entre 1996 e 2005, mais de dois terços das pessoas que perderam a vida por causa de desastres naturais viviam na Ásia.

Na segunda parte do Quarto Informe de Avaliação do Painel Internacional sobre
a Mudança Climática (IPCC), intitulado "Impactos, adaptação e vulnerabilidades", no qual são apresentados os efeitos de acordo com a região, os países em desenvolvimento aparecem como os mais vulneráveis às mudanças climáticas. "A saúde, a segurança e o sustento familiar das crianças destas comunidades estão ameaçadas. Também, a mudança climática coloca em perigo o desenvolvimento sustentável, aprofundando potencialmente a pobreza infantil e aumentando sua vulnerabilidade a sofrer abusos, exploração ou desabrigo forçado", explica o informe.

A mudanças se darão principalmente nas paisagens locais. "Na América Latina, a savana substituirá as selvas tropicais do leste do Amazonas, as áreas semi-áridas serão desertos e se perderá uma parte importante da biodiversidade. Também, os
bancos de peixes, os corais e a água potável serão muito reduzidas até a metade deste século", estima o IPCC.

Dados da OMS, mostram que 86% das águas residuais urbanas da América Latina e Caribe e 65% das da Ásia chegam sem tratamento aos rios, lagos e mares. Isto é especialmente alarmante se levamos em conta que um grande número de vírus e bactérias causadoras de enfermidades como diarréia, cólera, disenteria, febre tifóide, helmintíases e tracoma seguem junto à água, a qual é bebida por crianças e adultos.

No informe, a organização recomenda que os países ricos e industrializados reduzam suas emissões de carbono em 80% para 2050 e cheguem a um acordo para limitar o aquecimento global a não mais de 2 graus centígrados mediante a assinatura de um novo tratado baseado no protocolo de Kyoto. Segundo o documento, muitos países, incluindo Índia, Sri Lanka, Peru e Panamá, estão aprovando leis para incorporar o programa de Redução de Risco em Desastres (RRD), nas políticas nacionais e vários países doadores têm desenvolvido políticas para assegurar a integração da RRD em seu trabalho com países em desenvolvimento.

Empresas abusam da confiança de seus clientes

Charlie Parker - Yardbird Suite (1997)


(Gravações feitas entre 1946 e 1949)
Créditos: Looloblog

Disco 1


Groovin' high 2:40
All the Things You Are 2:47
Dizzy Atmosphere 2:47
Salt Peanuts 3:15
Shaw 'Nuff 2:59
Hot House 3:09
Now's the time 3:16
Ko Ko 2:54
Moose the Mooche 2:55
Yarbird Suite 2:57
Ornithology 3:00
Cool Blues 3:09
Relaxin' at Camarillo 3:07
Donna Lee 2:34
Chasing the Bird 2:45
Dewey Square 3:10
Bird of Paradise 3:13
The Hymn 2:34
Embraceable You 3:25
Klactoveedsedstene 3:05


Disco 2

Scrapple From the Apple 2:59
Out of Nowhere 4:05
Don't Blame Me 2:49
Quasimodo 2:54
Klaunstance 2:48
Parker's Mood 3:04
Bloomdido 3:27
Star Eyes 3:34
She Rote 3:08
My Little Suede Shoes 3:06
Confirmation 3:01
Blue 'n' Boogie 7:20
Round Midnight 3:47
Night in Tunisia 5:15
Just Friends 2:35
What is This Thing Called Love 2:26
East of The Sun 3:34
Laura 3:27


terça-feira, 30 de outubro de 2007

TROPA DE ELITE E AS ELITES



Laerte Braga

A revista VEJA, porta voz da FIESP e máfias especializadas em sonegação, lavagem de dinheiro, com atuação voltada ao me engana que eu gosto, publica na capa de sua última edição que o filme TROPA DE ELITE faz sucesso "por tratar bandido como bandido" e por deixar claro que o viciado em droga é um ser anti-social.

Essa história de "bandido como bandido" depende. O BOPE (Batalhão de Operações Especiais) que inspirou o filme é responsável por mortes de inocentes, balas perdidas, prisões arbitrárias, o poder de vida e morte conferido a um certo Nascimento, num país onde a pena de morte não existe.
O que VEJA faz é jogar com o medo (compreensível) das pessoas em relação ao crime organizado e, sobretudo, ao desorganizado. Que bandido é bandido ninguém tem dúvidas. O xis da questão é que não há diferença entre Beira-mar e o dono do banco Itaú, ou Paulo Maluf, ou Fernando Henrique Cardoso, ou José Serra, ou Aécio Neves, ou o Pastinha cá embaixo que exige silêncio sobre certas coisas para não complicar outras tantas e assim por diante.
Mas...
Paulo Maluf é deputado, Olavo Setúbal cobra taxas e juros escorchantes e anuncia na GLOBO, na VEJA, frauda, sonega e anuncia na FOLHA. Fernando Henrique tem mania de querer dizer o que o Brasil precisa depois de ter loteado e vendido o País. José Serra monta esquema com verbas públicas para ser presidente da República. Aécio Neves tentou um contrato com a miss Brasil, chegou a fazer (a moça declarou ontem que não quer ver a figura nem pintado) e Pastinha (tem o original e um monte deles em efeito cascata) joga com reputação de gente séria na mentira das tacadas encaçapadas da hipocrisia do "eu sou sério". Pra fora. Pra dentro é podre.
A maior parte das vítimas de balas perdidas, conclusão a partir de laudos periciais, morreu de disparos da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Na cabeça de um Nascimento da vida atirar a esmo num morro qualquer do Rio é combater o tráfico e livrar a cidade de bandidos.
A grande e imensa maioria das pessoas que mora em favelas o faz por absoluta ausência de políticas públicas de moradia, saúde, educação, falta de emprego, num Estado privatizado e que aceita que um empresário como Ermírio de Moraes fale em progresso na GLOBO, enquanto é condenado na Europa inteira por crimes contra o ambiente e populações indígenas e quilombolas.
Que o viciado em drogas, o que compra drogas para consumo, é um ser anti-social ninguém tem dúvidas. Mas quem compra drogas?
A GLOBO exibiu o documentário "FALCÃO, OS MENINOS DO TRÁFICO", e na segunda-feira seguinte as pessoas se mostravam compungidas, traumatizadas com a realidade de meninos de 9, 10 e 11 anos que puxavam carrinhos por barbantes nos morros do Rio, com metralhadoras às costas, ou pistolas 45 enfiadas na cintura, enquanto mães choravam e admitiam a impossibilidade de vida diferente nos morros.
Os meninos eram e são apenas meninos. Há cerca de cinco anos o ex-presidente Garcia Mesa, general boliviano, foi preso em São Paulo e levado para seu país. Acusação? Tráfico de drogas.
A mídia tenta associar as FARC (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas), que controlam um terço do território daquele país (O ELN – Exército de Libertação Nacional controla um quarto a noroeste do país), ao tráfico de drogas.
Um relatório do FBI (Federal Bureau of Investigation) do governo do Texas (ex-Estados Unidos) aponta o atual presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, aliado de Bush, como um dos principais políticos da Colômbia ligados ao narco/tráfico. Sua campanha foi financiada pelo narco/tráfico.
O tráfico de drogas, tanto quanto o drogado, que, no caso do Rio, está em Ipanema, Lagoa ou, em São Paulo, nos Jardins, nos condomínios fechados que atiram ovos podres e assaltam empregadas domésticas, se valem dessa hipocrisia, à medida que causam, ao sistema, mal menor que a contestação política daqueles que lutam por terra contra a entrega do solo brasileiro às multinacionais dos transgênicos. Ou por políticas de habitação, saúde, educação.
Não se trata de generalizar em relação às elites. Claro que não. Elites aqui são uma categoria que se apropriou do Estado e faz do Brasil uma espécie de roça de cana onde a escravidão ainda permanece disfarçada sob outros rótulos.
Não é empresário dono da padaria, do restaurante da esquina, nada disso. É exatamente o que representam GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO, a hipócrita disputa de Edir Macedo com a família Marinho, ou qualquer bandido como Renan Calheiros e sua troupe de vacas mágicas ou senadores que buscam avidamente o leite das crianças nas propinas nossas e no voto secreto de cada dia.
O País está se desmanchando por aí. Acaba em pizza e na PLAYBOY, do mesmo grupo que edita VEJA.
Eu me recordo que à época da ditadura militar Luís Carlos Prestes chegou a Moscou e paralelamente à atividade política foi trabalhar na empresa estatal que construía barragens, ferrovias e rodovias. Prestes era engenheiro. E me recordo de um exilado, desses comunistas que à época se chamava de festivo, esquerda festiva, reclamando dos horários de trabalho.
Prestes lhe disse mais ou menos o seguinte: "camarada, você achou que a União Soviética fosse o que? Um país de vagabundos? Aqui se trabalha e muito. As diferenças são outras."
O cara voltou, renegou o socialismo e permaneceu freqüentando os bares da vida.
Nem pretendo com isso afirmar uma verdade absoluta. Tão somente mostrar a hipocrisia e a que interesses servem publicações como VEJA.
TROPA DE ELITE é um atestado da falência do Estado. Da conivência do Estado com a violência, a barbárie. O que VEJA está pretendendo fazer e vai continuar junto com GLOBO, FOLHA, ESTADÃO, etc, etc, é apenas vender a idéia que se não for assim as portas dos condomínios fechados serão arrombadas e os jovens que assaltaram e espancaram a moça na Barra da Tijuca não são criminosos. Roubaram dinheiro e celular para comprar drogas.
Ou alguém acha que Boninho, o diretor do BBB (Big Brother Brasil) e agora do programa Ana Maria Braga, quando decide quem é ou não vagabunda e "marca" com ovos podres está se divertindo ou reproduzindo o modelo global de vida?
Os caras estão é tirando alma, a consciência e o caráter das pessoas, tentando transformar a todos numa legião de zumbis que não pensa, não fala, não ouve e não vê.
E acha que tudo se resolve engolindo sapos e aceitando o mundo irreal que chamam de real.
TROPA DE ELITE, isso a GLOBO e nem VEJA mostram, nem FOLHA, está sendo exibido na Europa (onde a elite gosta de esfalfar-se) e comentado como a reprodução da violência diária do País, o Brasil, a partir dos governos. Do Estado. A GLOBO não vai mostrar nunca as muitas organizações internacionais e governos (governos sim) que se indignaram e se indignam com o poder do tal Nascimento.
Não difere muito do que matou o brasileiro Jean Charles em Londres. É que aqui nossas autoridades são como que macaquitas das autoridades de lá, ou de boa parte de lá. Bush, então, deita e rola nesse modelo.
O Afeganistão é um dos maiores produtores de ópio do mundo. O tráfico é controlado, entre outros, por generais paquistaneses sustentados pelo Texas com o pretexto de combater bin Laden. A produção dobrou depois da invasão texana.
A droga em proporções alarmantes de consumo chegou ao Iraque através de traficantes marines do Texas, na invasão daquele país. Uma das primeiras providências do governo de Bush foi, além da tortura mostrada ao mundo inteiro nas prisões de Bagdá, distribuir filmes pornôs no país para quebrar a resistência dos iraquianos e iraquianas ao american way life.
Ele exporta isso para cá todo dia. Sejam os filmes, ou os milhos transgênicos que a Justiça continua a proibir por colocar em risco a saúde pública.
TROPA DE ELITE é um escárnio ao mostrar que bandido é bandido na ótica de VEJA e ignorar que qualquer FHC da vida é bandido na ótica de qualquer ética que se queira examinar ou analisar o ex-presidente. Ele e muitos.
É o modelo moço, moça. Está falido. Podre. Não adianta calçar sapatos de marca, ou vestir-se segundo os cânones da moda. Ou achar que o irreal/anormal é real/normal.
Não é não, está tudo pelo avesso. Pena que você continue sem entender bulhufas desse assunto e achando que eleição vai resolver. Que trabalhar é viver em paz. E que essa gente acha que existe diferença entre qualquer você cá embaixo, no horário que for, e os vagabundos/vagabundas do Boninho.
Tem não. A "análise sociológica e psicológica" –rs- de VEJA. Os conselhos do FANTÁSTICO, a falta de ranhuras na pista de Congonhas que provocou orgasmos múltiplos em William Bonner contra o governo Lula (até que se descobrisse que o problema era o avião da TAM e aí culpar o piloto), tudo isso é a droga disseminada em forma de vida.
Abra o olho companheiro/a. Na União Soviética o regime de trabalho era de 48 horas semanais.
Nunca é demais lembrar que bin Laden é produto da CIA na luta contra os soviéticos, na década de 80, no Afeganistão. E que o terrorista (é terrorista sim, como Bush) é engenheiro e responsável pelo programa de construção de aeroportos, rodovias e ferrovias no Sudão, em parceria com empreiteiras norte-americanas (texanas), até que os negócios, os cifrões desandassem. Até então era aliado, como o resto da família continua sendo aliada.
Não existem seres humanos nessa história meus camaradas. Somos apenas números para os BOPES da vida que são apenas a face visível da barbárie dessa gente.
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> Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.
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Kazumi Watanabe & Al Dimeola

The Guitar Trio - 1996





01 - La estiba
02 - Beyond the mirage
03 - Midsummer night
04 - Manha de carnaval
05 - Letter from india
06 - Espiritu
07 - Le monastere dans les montagnes
08 - Azzura
09 - Cardeosa


The Guitar Trio: SPAIN (Chick Corea) - Video

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Créditos: EnzoF

Collection of Mozart violin concertos.
MP3 format, 2 CDs

No. 1 in B flat major, K 207
No. 2 in D, K 211
No. 3 in G, K 216
No. 4 in D, K 218
No. 5 in A, K 219
Adagio in E major for violin and orchestra, K 261
Rondo in C for violin and orchestra, K 373
Sinfonia concertante in E flat, K 364 for violin, viola and orchestra

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Carlos Santana & Mana

Sérgio Cabral e a criminalização dos pobres

por jpereira - BrasilDeFato
Contribuidores: Mario Augusto Jakobskind

Quem viu as imagens do helicóptero atirando em supostos narcotraficantes imagina o que fazem em áreas pobres da cidade?

Quem viu as imagens do helicóptero atirando em supostos narcotraficantes imagina o que fazem em áreas pobres da cidade?



Mário Augusto Jakobskind


Sérgio Cabral, governador do Estado do Rio de Janeiro, é uma das figuras políticas da atualidade das mais nefastas. A todo o momento ele justifica a (visível) violência policial em áreas pobres desta cidade. A última desse senhor, que é um dos responsáveis pelo agravamento do quadro de violência na cidade do Rio de Janeiro, é dizer que os moradores de favelas, quando reclamam da ação policial, são pagos pelo tráfico. Ou seja, de antemão, a política de Estado que gera a truculência policial é justificada. Diariamente, os jornais eletrônicos mostram imagens de policiais subindo morros com suas metralhadoras em busca de traficantes. De antemão, qualquer cidadão que venha a morrer em um suposto confronto é traficante. Se for trabalhador, como volta e meia tem acontecido, não importa, as autoridades da área de segurança vão justificar a violência sob qualquer preço e condenar quem, das áreas pobres, denunciar a violência policial.

E quando isso acontecer, ou alguma entidade ilibada, como a Ordem dos Advogados do Brasil, seção RJ, criticar a ação policial, Cabral convoca o gaúcho José Mariano Beltrame, um cidadão do gênero acima de qualquer suspeita, para responder, sempre de forma arrogante e autoritária, como se o ideal de um Secretário de Segurança fosse impor respeito pelo medo e ameaças.

A área de segurança do Estado do Rio - que recebeu o apoio do ministro da Defesa, Nelson Jobim (*), o relator-falsificador de dispositivos da Constituinte, segundo o próprio admitiu, não usando o termo falsificador - está adotando uma política de confronto com os narcotraficantes por entender que essa é a melhor forma de combater a delinqüência. É o esquema Bope, Tropa de Elite (ou será da elite?) em ação, agora contemplado no cinema, que dá voto na classe média senso comum, a mesma que depois de ler Veja, O Globo e ver o Jornal Nacional, defende a matança indiscriminada. Na prática, embora não tenha coragem para afirmar, o que defendem é a filosofia do “pobre (bandido) bom é o pobre (bandido) morto", seguindo a lei do deus mercado, cujo único conceito de cidadania é o do consumidor.


Os vôos rasantes que Brizola proibia

Matança indiscriminada, é isso mesmo, ou será que alguém tem dúvidas a respeito? Quem viu as imagens nos telejornais da Globo na favela da Coréia de um helicóptero atirando em dois supostos narcotraficantes, mesmo admitindo-se que fossem narcotraficantes, completamente fora de combate, pode imaginar o que os agentes da lei andam aprontando nas áreas pobres da cidade de difícil acesso? Como nos velhos tempos da ditadura quando os homens da lei afirmavam, depois de matar opositores, que eles morreram em confronto. Até porque, vale sempre repetir, que a maioria dos que vivem em áreas pobres, não são traficantes, mas sim trabalhadores ou gente a procura de trabalho.

E quem não tem memória fraca lembra que o então governador Leonel Brizola, satanizado pela mídia conservadora e pelos mesmos setores senso comum que hoje aplaudem o Bope, proibia os vôos rasantes de helicópteros da polícia nos espaços das favelas. Agora, com Cabral e mesmo com outros governadores, essa prática passou a ser de rotina.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, depois das andanças de Sérgio Cabral pelo mundo, principalmente na Colômbia, radicalizou no confronto imaginando que a violência estatal vai acabar com a violência dos narcotraficantes. E, nessa guerra absurda, quem mais sofre é a população dos bairros pobres, que vive sobressaltada, tanto pela violência policial como a dos narcotraficantes pé-de-chinelos, pois os grandões, os da Vieira Souto, continuam fazendo das suas nos paraísos fiscais, lavando, traficando ou aprontando impunemente o que melhor lhes convém para aumentar os lucros.


Corrida desenfreada pela audiência

É isso aí. E no meio desse panorama lamentável, a mídia conservadora cumpre o seu papel, como uma espécie de guardiã do senso comum. Nesse turbilhão sangrento, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro queima a imagem da própria categoria ao incentivar e aplaudir a realização de um curso de segurança para “cobertura jornalística em área de risco”, ministrado por um instrutor militar com experiência no Afeganistão e Iraque. O conservador O Globo também aplaudiu a iniciativa conjunta do sindicato dos jornalistas e dos sindicatos patronais de jornais, rádios e TVs. Coisa boa não pode ser, até porque, trabalhador e patrão é igual a água e azeite, não combinam.

Ou seja, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro em vez de se posicionar contra a política de criminalização dos pobres embarca numa canoa furada para supostamente proteger os jornalistas que fazem reportagens nas chamadas áreas de risco. Cursos dessa natureza, ainda por cima ministrados por instrutor militar que não se identifica, segundo O Globo, por “questão de segurança”, dá, no mínimo, para desconfiar. Afinal, depois de circular no Afeganistão e no Iraque junto às tropas de ocupação, o tal instrutor, de nacionalidade inglesa, no mínimo teria contas a ajustar em um tribunal penal internacional, que o ocupante-mór daqueles dois países, os Estados Unidos, se recusa a reconhecer.

E, como se não bastasse, a prática dessa iniciativa não é só inócua, como também está associada à corrida desenfreada pelo ibope. E por que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro silencia diante da prática de repórteres em área de risco, estimulados por mega-empresários midiáticos atrás do lucro fácil, que usam como escudo a própria polícia e às vezes tiram fotos ou filmam no interior do Caveirão? Repórteres que na prática se espelham nos jornalistas estadunidenses que acompanhavam as tropas invasoras em cima dos tanques.

Por essas e muitas outras, inclusive na área de meio ambiente, que vale um outro comentário (não é mesmo secretário Carlos “eucalipto” Minc?), dá para afirmar em alto e bom som que o governo do Estado do Rio de Janeiro é um desastre sob todos os pontos de vista. Tem mais, a continuar a política de confronto como vem sendo colocada em prática pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, as perspectivas para a cidade do Rio são assustadoras. Quem conseguir viver, e não for vítima de bala perdida, verá.

Ah, sim: quem ainda se lembra das declarações de um oficial da PM, de charuto na boca dizendo que o maior sonho dele era combater no Iraque, claro, ao lado das tropas de ocupação que invadiram aquele país do Oriente Médio em busca de petróleo? O referido deve continuar a cumprir as missões de sempre, ou seja, atacar alvos nas áreas pobres do Rio de Janeiro. E, se bobear, daqui a pouco Beltrame, Sérgio Cabral e outros da cúpula estadual fluminense de segurança farão visitas relâmpagos ao Iraque aprender a lição de combate. Não será surpresa.



* Quando foi deputado federal e na Constituinte, Jobim introduziu na Constituição da República artigos que escreveu e não submeteu à votação do Parlamento. Um dos dispositivos é o que estabelece o princípio da independência entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Confessou a fraude e permanece impune. Segundo os professores Adriano Benayon e Pedro Dourado de Rezende, Jobim adicionou três incisos ao artigo 172 da Carta Magna, para proibir que os recursos destinados ao "serviço da dívida (isto é, ao pagamento de juros aos bancos) pudessem ser remanejados no Orçamento”. O estudo dos dois professores revelou que, com a falsificação, essa não confessada por Jobim, o serviço da dívida foi multiplicado, para gáudio do capital financeiro internacional. Dá para entender porque ele é tão badalado pela mídia conservadora.


Mário Augusto Jakobskind é jornalista.