segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O poder e seu pesado olhar sobre a internet


Do blog do Barone

Para que tanto controle, tanta ganância, será que não percebem que quanto mais fecham a mão, mais lhes escorre entre os dedos.
Stella Croesy Caribe

A recente decisão da Amazon de apagar determinado conteúdo do kindle sem informar seus clientes traz à tona um temos comum a quem vê na internet e no mundo digital um mecanismo democrático e de liberdade de expressão. George Orwell, no livro “1984”, traça um panorama sombrio de uma sociedade baseada no controle. Em um futuro por ele imaginado, censores do governo apagavam quaisquer traços de artigos que fossem constrangedores para o Grande Irmão, colocando-os em um incinerador chamado "buraco da memória". Foi exatamente o que fez a Amazon com 1984 e outro livro de Orwell, "A Revolução dos Bichos".

Mais emblemático, impossível. Impossível.”, diz meu amigo Luiz Felipe Vasques no excelente O Mal Humorado. Eu concordo.

A Amazon garantiu que os livros foram adicionados à loja Kindle pela MobileReference, uma empresa que não detinha os direitos autorais das obras, utilizando uma função "self-service" e que, ao serem notificados pelos detentores dos direitos, removeram as cópias ilegais dos sistemas e dos aparelhos dos consumidores, reembolsando-os.

A explicação parece lógica, mas suscita uma questão interessante: a Amazon tem o direito, a autoridade, ou mesmo a capacidade de deletar algo que alguém já havia comprado? Qual o limite para este controle exercido por uma empresa sobre um aparelho particular que utiliza a rede para fazer circular obras literárias?

Não é a primeira vez que a Amazon “tropeça” na manipulação de conteúdo adquirido por seus clientes. Em abril, "um erro de catalogação embaraçoso e grosseiro" havia levado milhares de livros em seu site a perder sua classificação no ranking de vendas, o que os tornou mais difíceis de ser encontrar em buscas. Ocorre que o problema parecia ter tido efeito desproporcional sobre livros com temas homossexuais, o que gerou protestos quanto a uma possível censura por parte da empresa.

As explicações da Amazon não convenceram a todos. Daniel Mendelsohn, escritor cujas memórias, “ The Elusive Embrace”, estavam entre as obras “desaparecidas” questionou, em entrevista ao New York Times: "Há erros e erros. Em algum ponto do processo, que eu não compreendo por não ser um gênio da computação, as palavras 'gay' e 'lésbica' foram classificadas como se fossem pornografia. E eu me pergunto se gostaria que alguém considerasse meu livro como pornográfico, e a resposta é não".

O controle do conteúdo do que circula pelo meio virtual é um pavor que permeia meus sonhos mais obscuros. E ele é possível. Basta lembrar o que ocorreu recentemente no Irã, quando o regime desenvolveu, com o auxilio de empresas de telecomunicação européias, um dos mais sofisticados mecanismos de controle e censura para a internet, que permite ao governo examinar o conteúdo de comunicações individuais online em escala maciça. Uma monitoração de conteúdo que vai muito além do simples bloqueio de acesso a sites ou do corte de conexões.

Reportagem publicada recentemente no Wall Street Journal cita especialistas segundo os quais o governo iraniano adquiriu a capacidade não apenas de bloquear as comunicações, mas, também, monitorá-las a ponto de colher informações individuais dos usuários, além de alterá-las em uma guerra de contra-informação. Ou seja, o controle sobre a rede e sobre os mecanismos que provém dela é uma realidade.

Meu amigo Luiz Felipe revela em seu blog um temor que é também o meu. Diz ele: “Recebi, com entusiasmo até, a notícia de que na Califórnia, por decreto do Governator, todo o sistema público de ensino iria adotar uma forma semelhante ao kindle como livro didático. A idéia é: assim que confirmadas fossem novas descobertas, a disponibilização in promptu aos alunos. Achei isso muito legal, mesmo. Mas comecei a divagar, pelas obscuras ruelas mal-iluminadas dos meus achismos, de que um belo dia os alunos poderiam ligar seu kindle e ‘plim’: ‘A Terra tem 6.000 anos de idade. Tenha um bom dia, cidadão’.

João Carlos Caribe, que coordena o coletivo Ciberativismo, complementa: “Imagine agora que os governos resolvam criar dispositivos de vigilância típicos da obra 1984 de George Orwell, basta que ele intercepte esta nova artéria da sociedade, a Internet, mas ainda bem que a Internet é um mundo de pontas, e os controles só se dão nas pontas, e rapidamente são entendidos como defeitos e rapidamente são roteados. Mas este controle nas pontas é possível”.

O outro lado da net

Não resta dúvida de que a expansão maciça das comunicações por meio da internet constitui uma importante revolução nas relações sociais. Trata-se, também, de uma importante ferramenta política. Se por um lado as possibilidades que a internet oferece têm permitido a organização social com propósitos importantes, também possibilitam um aspecto obscuro ao converter-se em instrumentos de vigilância e repressão.

Assim como o Irã tem desenvolvido mecanismos para controlar o livre fluxo de informação na rede, muitos outros países também têm investido nesta questão. A China, por exemplo, possui um sofisticado sistema de vigilância e censura na internet conhecido como “A grande muralha de fogo da China”. Todos os computadores vendidos no país após 1º de julho incluem um software chamado “ Green Dam”, que dará ao governo ainda mais controle sobre os usuários da rede.

Na Malásia, denúncias dão conta de que o governo implementou um filtro similar ao “Green Dam” para vigiar blogs e sites de seus cidadãos. O governo alega que o mecanismo será utilizado para bloquear sites de pornografia. No entanto, a oposição garante que o objetivo é controlar a dissidência política.

No Iraque, após a onda de liberação nas comunicações pós-queda de Saddan Hussein, as portas da internet começam a se fechar novamente. Medidas do governo têm sido adotadas para bloquear sites considerados prejudiciais ao público e cibercafés precisam ser registrados junto às autoridades. O governo, que vinha trabalhando discretamente nas novas leis de censura, diz que as proibições são necessárias porque o material atualmente disponível no país tem o efeito de encorajar a violência sectária, em meio a uma democracia ainda frágil, e pode perverter as mentes dos jovens. Em julho, um comitê do governo recomendou que fosse acelerada a redação de uma lei que permite vigilância oficial da internet e processo contra quem viole as normas oficiais. Entre os sites proibidos, de acordo com o relatório do comitê, estariam aqueles com temas como "drogas, terrorismo, jogos de azar, declarações negativas sobre o islamismo e pornografia".

Controle

No artigo “ Ameaça à Liberdade de expressão dos usuários de Internet no Brasil”, que Caribé assina com Ana Paula Gravina, há uma definição muito clara de privacidade, liberdade de expressão e direitos civis e dos limites que o poder constituído deve observar no controle a estes direitos básicos.

Liberdade de expressão é o direito de manifestar opiniões livremente. É um conceito basilar nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral. O discurso livre é também apoiado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, especificamente no seu artigo 19, e pelo artigo 10 da Convenção Européia dos Direitos Humanos, embora esse direito não seja exercido em vários países e, em geral, não seja ilimitado.

Os governos podem, sob a égide das Organização das Nações Unidas e dos países que dela fazem parte, limitar formas particulares de expressão, tais como aquelas que promovam o incitamento ao ódio racial, nacional ou religioso ou ainda o apelo à violência contra um indivíduo ou uma comunidade (o que coloca em contradição de legitimidade o próprio conceito desta, visto que não existe liberdade sem a plenitude das livres idéias; o direito mais básico de um ser humano é o de gostar ou não de algo em específico, e algo tão instintivo não pode ser sequer oprimido pelo estado anti-natural de coisas; a censura parcial e a censura plena são partes de um mesmo todo; duas faces de uma mesma moeda neuropressoróide - facto).

Segundo a legislação internacional, as limitações ao discurso livre devem atender a três condições: ser baseadas na Lei, perseguir um objetivo reconhecido como legítimo e ser necessárias à realização desse objetivo.

Dentre os objetivos considerados legítimos está a proteção dos direitos e da integridade moral de outros (proteção contra a difamação, calúnia ou injúria); a proteção da ordem pública, da segurança nacional, da saúde e do bem comum.


No Brasil

A decisão do desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, de suspender a veiculação dos arquivos de áudio relacionados à Operação Faktor no portal do jornal O Estado de S.Paulo é exemplo de como as oligarquias também podem ingerir na rede. Trata-se de censura. Ponto. Proibiu-se um site de manter no ar o áudio das negociatas da família Sarney, amplamente divulgadas em todos os principais veículos de comunicação do país.

O professor da Universidade do Texas e diretor do Knight Center para o Jornalismo nas Américas, Rosental Calmon Alves, disse que a censura ao Estadão é o "retrocesso em uma democracia em construção". Para Alves, especialista em liberdade de expressão na América Latina, a ação é uma amostra de que parte do Judiciário vive no passado. "Está difícil das autoridades judiciais brasileiras entenderem, tanto que algumas vezes caíram no ridículo de tentar bloquear o YouTube, o que acaba virando piada".

Em entrevista ao jornal paulista, destacou que a a internet possui uma arquitetura feita para contornar a censura e alertou: “Os chineses têm aperfeiçoado a tecnologia da censura, mas essa é uma guerra que nunca acaba. Eles criam a censura, e as pessoas criam jeitos de burlá-la. A ideia de censurar os áudios no site do Estadão não vai impedir que as pessoas saibam ou recebam os áudios através de outros meios, outros servidores em outros países, o que torna inócua a decisão judicial”.

Outro aspecto que remete a tentativa de controlar o que vai pela rede se deu recentemente, com a aprovação pela Câmara Federal das regras da propaganda política na internet. Na avaliação de profissionais de comunicação e estudiosos das campanhas eleitorais elas se aproximam da censura e estão longe da realidade da rede mundial de computadores. Embora permita a criação de sites e blogs em defesa de candidaturas e ampla discussão nos portais de relacionamento, como Facebook, Orkut e Twitter, a lei cria amarras tão rígidas quanto as válidas para rádio e TV, que são concessões públicas.

O AI5-Digital

Em 2001, diversos países da Europa fundamentaram a chamada Convenção de Budapeste, apresentando um modelo de legislação que institui um rígido controle no acesso à Internet, ferindo a liberdade de expressão, direitos civis e a privacidade. No Brasil, em 2005, o Senador Eduardo Azeredo reuniu três projetos que tramitavam no Senado, e os adaptou de acordo com a Convenção de Budapeste. Hoje, o texto do PL 84/1999 (a Lei Azeredo) tem sido apontado como uma grave ameaça à liberdade de expressão na internet brasileira. Gente mais qualificada do que eu já expôs as armadilhas que podem estar escondidas sob um manto de boas intenções.

João Carlos Caribe, que é responsável pela petição online que já reuniu mais de 145 mil assinaturas contra o projeto, diz que “os artigos previstos no substitutivo do senador Azeredo implantam uma situação de vigilantismo que não impede a ação dos hackers, mas abrem espaço para violar direitos civis básicos, reduzir as possibilidades da inclusão digital e transferir para toda a sociedade os custos de segurança que cabem aos que lucram com a eficácia proporcionada pela rede.”.

Em recente entrevista ao Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), disse o seguinte: “Na prática, o projeto de lei afetaria a política de ampliação das redes abertas de banda larga; a liberdade de compartilhamento; a liberdade de expressão; a liberdade de criação; a liberdade de acesso; a privacidade e o anonimato. Mais do que isso, a criminalização de milhares de jovens e adultos que compartilham MP3, imagens, fotos; centenas de ativistas e pesquisadores da cibercultura; qualquer pessoa que queira abrir o sinal Wireless em seu condomínio; pessoas comuns que tiveram suas máquinas 'escravizadas' por rackers e não possuem conhecimento técnico para se defender.”.

A jornalista guatemalteca Carol Zardetton no artigo “La cara oscura del internet”, define as perspectivas: “O sistema legal dos países onde prevalece o estado de direito terá que desenvolver ferramentas para a proteção dos direitos dos cidadãos a livre expressão do pensamento e de sua privacidade. Onde o estado não se sujeita às limitações que lhe deveriam impor as liberdades civis e os direitos humanos, a internet pode se constituir em um grave risco.

domingo, 9 de agosto de 2009

II Guerra Mundial e a Rússia...

Veracidade e adulteração

Rússia Hoje, JB Online

Neste ano, o início da Segunda Guerra Mundial completa 70 anos. Em 23 de agosto de 1939 foi firmado o pacto Mólotov-Ribbentrop, em 1º de setembro a Alemanha atacou a Polônia. Naturalmente, esse acontecimento sugere uma onda de comentários históricos e histórico-políticos no Ocidente. Como a Rússia deve tratá-los? A crítica da URSS estalinista é “contra a Rússia”, ou não? É preciso discutir essa crítica, mas exatamente como?

Sob o presidente da Rússia foi criada uma comissão para contestar tentativas de falsificação da história em detrimento dos interesses da Rússia. É surpreendente, mas essa ideia foi muito mal recebida pela maioria dos comentaristas russos e estrangeiros. A primeira objeção dos analistas diz respeito ao próprio nome da comissão: contra falsificações “em detrimento dos interesses da Rússia”. Então, quer dizer que somos favoráveis a “falsificações que beneficiem a Rússia”?

Embora o nome da comissão pareça ter duplo sentido, a essência se expressa de forma clara: o Estado é contra, e somente contra falsificações que causem malefícios (principalmente, políticos) ao próprio Estado. Isto não quer dizer que o estado apóie “outras” falsificações que “o beneficiem”.

Não, tudo é bem mais simples: se não houver prejuízo aos seus interesses, o Estado também não se imiscuirá nesses assuntos (por exemplo, se se falsificar a História do Brasil ou se na História da Rússia for falsificado o que diz respeito à correlação entre os Lênin e Armand, etc.). Outra coisa é o que entender a) como “falsificação” e b) como “interesses da Rússia”.

Em certo sentido, toda história tem “falsificação”. Além da constatação elementar dos acontecimentos (“Napoleão nasceu em 15 de agosto de 1769”, “as tropas alemãs atravessaram a fronteira da URSS em 22 de junho de 1941”), as demais são afirmações de cunho histórico mais complexas, e, por isso mesmo, as interpretações são improváveis e irrefutáveis.

Do ponto de vista da mecânica histórica, não há leis universais matematicamente exatas - e quantos historiadores não tentaram aboli-las! A história é feita por pessoas, cujos motivos dos seus atos sempre, em primeiro lugar, até o fim não são conhecidos; e, em segundo lugar, têm sentido diversos, contraditórios e, consequentemente, poderão ser interpretados de formas diferentes. Cada acontecimento histórico, com toda semelhança que tem com outros, independe, individualmente, como e quais pessoas o praticaram.

Finalmente, qualquer acontecimento parece completamente diferente do outro, dependendo do contexto em que seja analisado. Agrupar todos os fatos em um só contexto “objetivo”, em princípio, é impossível. Bem, para isso, a rigor, é preciso um observador completamente objetivo que em busca das causas e das consequências dos acontecimentos deve descrever toda a história da Humanidade, das cavernas até o dia do acontecimento em análise, sem que omita nada.

Se essas condições não forem observadas, cumpri-las também será absolutamente impossível, e a descrição histórica é sempre incompleta e subjetiva. Isto é, pode ser considerada “falsificação”. Falsificações simplesmente costumam ser conscientes e “honestas”.

E nas falsificações da história não é preciso inventar, ou deformar os fatos. Basta simplesmente não mencionar algo. Diga a verdade, e só a verdade, nada além da verdade - mas nem toda a verdade. E não se exige nenhuma outra mentira.

Mas, no que diz respeito às avaliações históricas (a única coisa que, afinal de contas, é do interesse da opinião pública), impera a absoluta arbitrariedade. O que é “progressista” e o que é “reacionário”, sobretudo se, no fim das contas, decorridos entre 200 e 300 anos do acontecimento analisado, pode ser considerado progressista, ou reacionário. Isso se discute tanto acaloradamente como construtivamente, e é como sobre as vantagens comparativas das louras e das morenas.

Da mesma forma, diz respeito, nesse caso, também, à ideia de “interesses da Rússia”. Quantos interessados e quantos interesses. Cada grupo ideológico corporativo trata esses “interesses” de formas diferentes. E, com frequência, de formas diametralmente opostas.

A objeção é evidente: sim, é claro que o pacto de Stálin com Hitler amarrou as mãos deste último e impulsionou a guerra. É também um evidente cinismo dos “protocolos secretos” com a divisão da Polônia e dos países do Mar Báltico. Mas quem de outros países tem o direito de julgar?

O comportamento da Inglaterra e da França é um pouco melhor. “A pacificação do agressor”, a impotência da Liga das Nações, o estímulo de muitos anos ao nazismo, a alimentação de Hitler com a Thecoslováquia, a renúncia a ações resolutas, inclusive da aliança militar com a URSS – todos os países europeus às vésperas da guerra se comportaram insanamente e, até certo ponto, de forma vil. Em geral, a situação para a imagem da política externa russa é complicada. Para ajudá-la de alguma forma a desatar esse nó, foi criada também, segundo me parece, essa comissão.

Mas eu ainda queria chamar a atenção para o seguinte: a Rússia, sua sociedade e seu estado estão grandemente envolvidos com o passado, as suas vitórias e ultrajes, mas muito pouco com o futuro. Ocorrem discussões acaloradas sobre Stálin e Lênin, mas fala-se muito pouco sobre os caminhos do desenvolvimento econômico. Essa preocupação com a história não é casual. Simplesmente a imperial “consciência de defesa” (por causa da URSS) em relação ao mundo contemporâneo também instintivamente se oculta na concha do passado. Mas, ao perder forças em discussões sobre questões do século 20, os russos não poderão responder aos desafios do século 21.

Leonid Radzikhovski é analista político independente, cientista político e candidato a doutor em Ciências Psicológicas. Colabora com uma série de meios de comunicação. Entre 1995 e 1997, foi deputado da Duma de Estado (Câmara Baixa do Parlamento russo); em 1996, escreveu os discursos do candidato a presidente da Federação Russa Aleksandr Liébied.

Brasil contaminado....

Agronegócio fez do Brasil o maior consumidor de veneno



A posição, antes ocupada pelos Estados Unidos, foi assumida em 2008, ano em que o mercado de agrotóxicos movimentou sete bilhões de dólares. A partir de informações publicadas pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) – organização patronal que reúne empresas do agronegócio como Basf, Bayer, Down Agrosciences, Dupont, Monsanto e Syngenta – o Portal do Movimento dos Sem-terra (MST) elaborou um resumo sobre o consumo de venenos na agricultura brasileira. Reproduzimos abaixo o artigo na íntegra.

"Os dados são preocupantes. Enquanto as transnacionais exultam com seus lucros, o Brasil ocupa o posto de maior consumidor de venenos do mundo. A posição, antes ocupada pelos Estados Unidos, foi assumida em 2008, ano em que o mercado de agrotóxicos movimentou sete bilhões de dólares.

Foi no ano passado também que uma série de decisões judiciais – obtidas após recursos movidos por empresas de agrotóxicos – impediu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de realizar a reavaliação de 14 ingredientes ativos (utilizados em mais de 200 agrotóxicos).

Esse cenário contribuiu para o Brasil continuar a produzir e importar agrotóxicos proibidos em diversos países do mundo. Segundo informações do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas da Fundação Oswaldo Cruz, o que não é vendido União Européia, Estados Unidos, Canadá, Japão e China, acaba vindo para o mercado brasileiro.

Neste ano de 2009, a Avisa retomou os processos de reavaliação de 13 substâncias. Porém, os interesses das empresas de agrotóxicos mostram que mais uma vez será árdua a tarefa do órgão. Dentre os dados recolhidos de informações da Andef, está o que a associação chama de “Desafios Estratégicos para a Indústria de Defensivos Agrícolas”, uma lista com oito itens que tem como ponto de destaque a necessidade de “agilizar processo de registro de novos produtos”.

Percebe-se também que as indústrias de veneno estão preocupadas com os consumidores. Em quarto lugar, vemos que um dos desafios apontados é o de “esclarecer para a sociedade que alimentos ‘convencionais’ [sic] do agronegócio são mais saudáveis”."

MST

Fonte: vermelho.org.br
Créditos: patrialatina.com.br

Paulo Henrique Amorim na Conferência de Comunicação....

Fúria da Globo é em relação à Conferência de Comunicação


Em debate promovido pelo portal Vermelho, na sexta-feira (07), Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, disse que veículos como a Globo e a Folha de S. Paulo estão "exageradamente golpistas", em consequência da convocação da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e pela descoberta de petróleo na camada de pré-sal durante o governo Lula.


O debate "Como enfrentar o PIG - Partido da Imprensa Golpista" organizado pelo Portal Vermelho contou com a presença Paulo Henrique Amorim, da TV Record e do blog Conversa Afiada; Laurindo Lalo Leal Filho, ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC); e Altamiro Borges, diretor do Vermelho.

Após o debate, a noite de sexta-feira foi marcada também pelo coquetel de lançamento de dois livros publicados recentemente pela Associação Vermelho: ''Comunicação pública no Brasil: uma exigência democrática'', organizado por Renata Mielli; e ''A ditadura da mídia'', de Altamiro Borges.

Bem-humorado, o jornalista Paulo Henrique Amorim citou mais uma expressão que passará a utilizar no blog Conversa Afiada: o "PUM do PIG", Programa Unificado da Mídia do Partido da Imprensa Golpista, expressão que utiliza para denunciar a atuação unificada dos grandes veículos de comunicação em torno de alguns objetivos.

Segundo ele, há dois exemplos em curso de PUM, o primeiro é a opinião do PIG de que, devido à ineficácia do gov Lula, o Brasil morrerá de gripe suína, e o segundo é derrubar Sarney. E então o jornalista ironiza: "O PIG descobriu que o Sarney é o Sarney".

Lula cometeu erro estratégico

PHA se apresentou cético em relação aos resultados da Confecom. Para o jornalista, o governo Lula cometeu um erro estratégico ao não criar bases institucionais para derrotar o "PIG". O jornalista também defendeu a implementação de políticas públicas de estímulo aos veículos alternativos e considera que o avanço mais significativo na comunicação seja o trabalho de democratização do acesso à internet, embora lamente o engavetamento do projeto da Ancinav.

Além da Confecom, Paulo Henrique Amorim citou a descoberta de petróleo na camada de pré-sal como um dos motivos recentes de fúria da grande mídia e comparou a descoberta ao momento da campanha "O Petróleo é Nosso" e a situação política que levou ao suicídio de Getúlio. Já o professor Laurindo Lalo Leal foi além: "o golpe que matou Getúlio e o que derrubou João Goulart foram organizados pela imprensa".

A América Latina avança

Lalo defendeu que os caminhos para enfrentar o PIG passam pela presença regulatória mais forte do Estado em relação às concessões de espectro e o estímulo a veículos contra-hegemônicos. O ouvidor da EBC discorreu sobre os avanços em termos da democratização da comunicação em diversos países da América Latina, destacando-se o investimento em rádio e em veículos públicos.

Quanto ao Brasil, considera que o principal avanço foi a criação da EBC. Entretanto, ressaltou que qualquer tentativa de regulamentação é rapidamente taxada pelos veículos da mídia hegemônica como censura e citou o próprio caso da classificação indicativa e também a Ancinav.

"O debate sobre o PIG está crescendo, e deixa de ser coisa para especialistas". Com voz de satisfação, foi com esta frase que Altamiro Borges, o Miro, iniciou sua intervenção no debate. O jornalista valorizou a forte presença de movimentos sociais na conferência estadual de comunicação de São Paulo e soltou: "comunicação contaminada faz mais mal à saúde que água suja".

Processo da Confecom é pedagógico

Miro avaliou que o processo da Confecom é pedagógico, ajuda na tarefa de estimular o senso crítico e acredita que mais pessoas estão se dando conta de que a comunicação é um direito e uma questão primordial à democracia.

E levantou algumas bandeiras a serem defendidas na Conferência: fortalecimento da rede pública; rediscussão das concessões públicas; inclusão digital; fortalecimento da radiodifusão comunitária; estabelecimento de critérios para a distribuição da publicidade oficial, visto que hoje 48% desta verba é destinada só para a TV Globo; controle social e a constituição de um novo marco regulatório para a comunicação no país. E finaliza: "além do grande esforço da TV Pública". Miro defendeu ainda a criação da "Sociedade de Amigos da TV Brasil"

Para Miro, para combater o PIG é necessário organizar o "PIB", Partido Independente dos Blogueiros, termo alcunhado pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, do blog "Vi o mundo", que estava presente ao debate.

Miro defende que, respeitando a diversidade, a riqueza dos blogs e outros veículos alternativos, é urgente criar uma sinergia entre esses veículos. Neste tema, Paulo Henrique Amorim defendeu a constituição de um fundo público, sem vínculos partidários ou religiosos, para financiar veículos alternativos.

O PL do Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) também foi citado como instrumento que tem o objetivo de cercear o uso da internet, considerado até então um espaço mais democrático.

Da Redação,
Por Luana Bonone

sábado, 8 de agosto de 2009

Será paranoia nossa???pensem a respeito...

A pandemia mundial da gripe suína H1N1

A OMS planeia vacinar mais da metade da população do mundo

por Global Research

"Os EUA esperam ter 160 milhões de doses de vacina da gripe suína disponível por alturas de Outubro"
(Associated Press, 23/Julho/2009)

"Os fabricantes da vacina poderiam produzir 4,9 mil milhões de doses da vacina por ano na melhor das hipóteses",
Margaret Chan, Directora-Geral, Organização Mundial de Saúde (OMS), citada pela Reuters, 21/Julho/2009)

Países mais ricos tais como os EUA e a Grã-Bretanha pagarão menos de US$10 por dose (da vacina da gripe H1N1]. Países em desenvolvimento pagarão um preço mais baixo" [cerca de US$400 mil milhões para a Grande Indústria Farmacêutica]
(Business Week, Julho/2009)

Chamamos a atenção dos nossos leitores para esta colecção de relatórios e artigos profundos sobre a pandemia da gripe H1N1, publicados por Global Research a partir do momento em que estalou a crise no México, em Abril último.
Nota do Editor de Global Research

A epidemia à escala mundial da gripe suína H1N1 serve para enganar a opinião pública.

A pandemia de 2009, a qual começou no México no mês de Abril, é oportuna: ela coincide com um aprofundamento da depressão económica. Ela está a verificar-se num momento de escalada militar.

Os dados epidemiológicos são fabricados, falsificados e manipulados. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma epidemia de proporções mundiais agora se aproxima e ameaça a vida de "2 mil milhões de pessoas [as quais] poderiam ficar infectadas ao longo dos próximos dois anos — aproximadamente um terço da população mundial" (Organização Mundial de Saúde, tal como relatado pelos media ocidentais, Julho/2009). Segundo a administração Obama, a "gripe suína poderia afectar 40 por cento dos americanos ... e até várias centenas de milhares poderiam morrer se uma campanha de vacinação e outras medidas não tivessem êxito" (Declaração Oficial da Administração dos EUA, Associated Press, 24/Julho/2009).

Estas declarações servem para confundir a opinião pública. Há ampla evidência, documentada em numerosos relatórios, de que o alerta de pandemia nível 6 da OMS é baseado em prova fabricada e numa manipulação dos números sobre a mortalidade e a morbilidade resultantes da gripe suína H1N1.

A pandemia serve os interesses da Grande Indústria Farmacêutica. A OMS está a planear a produção de 4,9 mil milhões de doses para inocular uma vasta proporção da população mundial. A Grande Indústria Farmacêutica, incluindo a Baxter, GlaxoSmithKline, Novartis, Sanofi-Aventis e AstraZeneca assinaram contratos de compra com cerca de 50 governos (Reuters, 16/Julho/2009). Para estas companhias, a vacinação compulsória é um empreendimento altamente lucrativo.

O PAPEL DOS MILITARES

Segundo a CNN, o Pentágono está "para estabelecer equipes de pessoal militar a fim de assistir autoridades civis no caso de um surto significativo do vírus H1N1 neste Outuno, segundo responsáveis do Departamento da Defesa.

"A proposta está à espera da aprovação final do secretário da Defesa Robert Gates.

Os oficiais não seriam identificados porque a proposta do Gen. Victor Renuart, do U.S. Northern Command, não foi aprovada pelo secretário.

O plano apela a que forças-tarefa militares trabalhem em conjunto com a Federal Emergency Management Agency. Não há decisão final sobre como o esforço militar seria operado, mas uma fonte disse que provavelmente incluiria pessoal de todos os ramos militares.

Ainda tem de ser determinado quantas tropas seriam necessárias e se elas proviriam de militares no serviço activo ou da Guarda Nacional e forças da Reserva.

Autoridades civis efectuariam esforços de alívio no caso de um grande surto, disse o oficial. Os militares, tal como o fariam num desastre natural ou outra situação de emergência significativa, poderiam proporcionar apoio e cumprir quaisquer tarefas que autoridades civis não pudessem, tais como transporte aéreo ou testes de grandes números de amostras virais de pacientes infectados.

Num primeiro momento, Gates está a ser solicitado para assinar uma chamada "ordem de execução" que autorizaria os militares a começarem a conduzir planeamento pormenorizado a fim de executar o plano proposto.

Ordens para aplicar forças reais seriam revistas posteriormente, dependendo de quanta ameaça à saúde a gripe apresentar este Outono, disseram oficiais" (CNN, Military planning for possible H1N1 outbreak, July 2009, ênfase acrescentada)

As implicações são de extremo alcance.

A decisão aponta no sentido da militarização de instituições civis, incluindo a imposição da lei e a saúde pública.

O programa de vacinação à escala nacional já é planeado para o Outono.

A indústria farmacêutica está destinada a entregar 160 milhões de doses de vacina no Outuno, o suficiente para vacinar mais da metade da população da América.

O Pentágono já está a planear quanto ao número de tropas a serem posicionadas, tendo em vista apoiar um programa de vacinação em massa.

Convém notar que este envolvimento dos militares não está a ser decidido pelo presidente, mas sim pelo secretário da Defesa, facto a sugerir que o Pentágono está, numa questão chave do interesse nacional, a ultrapassar o presidente e comandante-em-chefe. O Congresso dos EUA não foi consultado sobre a questão.

Esta decisão de mobilizar as Forças Armadas na campanha de vacinação é tomada na previsão de uma emergência nacional. Embora nenhuma emergência nacional se tenha verificado, a presunção é de que uma emergência na saúde pública nacional verificar-se-á, utilizando o Nível 6 de Pandemia da OMS como um pretexto e uma justificação.

Outros países, incluindo o Canadá, o Reino Unido e a França podem seguir o exemplo, convocando as suas Forças Armadas para desempenharem um papel no apoio ao programa de vacinação H1N1.

04/Agosto/2009

A pandemia da gripe suína H1N1. Artigos seleccionados, relatórios, análises e vídeos:

  • H1N1 Pandemic: Pentagon Planning Deployment of Troops in Support of Nationwide Vaccination - por Michel Chossudovsky - 2009-07-31
    A militarização da saúde pública em caso de emergência é agora oficial

  • Martial Law and the Militarization of Public Health: The Worldwide H1N1 Flu Vaccination Program - por Michel Chossudovsky - 2009-07-26
    A OMS agora está a afirmar que "até 2 mil milhões de pessoas poderia ser infectadas durante os próximos dois anos — aproximadamente um terço da população mundial".

  • Vaccinations: Deadly Immunity - por Robert F. Kennedy Jr. - 2009-07-23

  • VIDEO: The 1976 Swine Flu Pandemic and Vaccine - por CBS - 2009-07-18
    Propaganda do governo provoca muitas mortes. Transcriçaõ de 60 minutos da CBS.

  • Vaccination Myths and Truths - por Stephen Lendman - 2009-08-03

  • The Truth about Flu Shots - por Dr. Sherri Tenpenny - 2009-08-01

  • Government Swine Flu Advisor On Vaccine Maker Payroll - por Paul Joseph Watson - 2009-07-27

  • VIDEO: 'Swine flu virus began life in lab' - por Wayne Madsen - 2009-07-23

  • What are the Origins of Swine Flu? Is the H1N1 Virus Endemic in Canada's Hog Farms? - por Alex Roslin - 2009-07-22
    O caso da Columbia Britânica

  • Now legal immunity for swine flu vaccine makers . - por F. William Engdahl - 2009-07-19

  • Readying Americans for Dangerous, Mandatory Vaccinations - por Stephen Lendman - 2009-06-10

  • The WHO Plays with Pandemic Fire - por F. William Engdahl - 2009-06-05
    A saga continuada da difusão da pandêmica da gripe suína

  • Sarkozy's Secret Plan for Mandatory Swine Flu Vaccination - por F. William Engdahl - 2009-06-03

  • The A H1N1 Pandemic: Pig to Human Transmission of the Swine Flu? - por Michel Chossudovsky - 2009-05-15

  • The Mutated Influenza Pig Virus Story - 2009-05-12

  • VIDEO: Swine Flu Pandemic: Where Did It Come From? - por Michel Chossudovsky - 2009-05-06

  • Is it the "Mexican Flu", the "Swine Flu" or the "Human Flu"? - por Michel Chossudovsky - 2009-05-04
    Quais são as origens da pandemia?

  • Unreported or Underreported Real Pandemics, Not Fake Ones Like Avian and Swine Flu - por Stephen Lendman - 2009-05-04

  • Flying Pigs and the WHO - por F. William Engdahl - 2009-05-04
    Porcos voadores, Tamiflu e fábricas agrícolas, Parte II

  • Pork's Dirty Secret: The nation's top hog producer is also one of America's worst polluters - por Jeff Tietz - 2009-05-04

  • Can Swine Flu Be Blamed on Industrial Farming in Mexico? - por David Biello - 2009-05-03
    A estirpe H5N1 de gripe teve o seu arranque genético em criações de porcos nos EUA na década de 1990

  • Preparing America for Mandatory Vaccination - por Paul Joseph Watson - 2009-05-02

  • Swine Flu and the Globalized Hog Factory Farms - por Washington's Blog - 2009-05-02

  • Political Lies and Media Disinformation regarding the Swine Flu Pandemic - por Michel Chossudovsky - 2009-05-01

  • Mexico: Epidemic deepens the social crisis - por Bill Van Auken - 2009-04-30

  • How Deadly is the H1N1 Virus? - 2009-04-30

  • Swine-flu outbreak could be linked to Smithfield factory farms - por Tom Philpott - 2009-04-29

  • Flying Pigs, Tamiflu and Factory Farms - por F. William Engdahl - 2009-04-29

  • Swine Flu: State of Emergency, Mexican-Style - por Michael Werbowski - 2009-04-29

  • The Swine Flu: Industrial Hog Farming Is Just Like Wall Street - 2009-04-28

  • Swine Flu Scare: Stock Market Bonanza for "Politically Connected" BioTech Companies - por Michel Chossudovsky - 2009-04-28

  • Swine Flu: Bringing Home the Bacon - por James Ridgeway - 2009-04-28

  • Is Swine Flu A Biological Weapon? - por Paul Joseph Watson - 2009-04-27

  • Do Not Take A Swine Flu Vaccine! - por Dr. Patricia A. Doyle - 2009-04-26

  • Medical Director: Swine Flu Was “Cultured In A Laboratory” - por Paul Joseph Watson - 2009-04-26

  • Flu Kills The Torture Memos - por Lori Price - 2009-04-26

  • HIN1 Pandemic: Mulitbillion Dollar bonanza for Big Pharma - 2009-07-26
    GlaxoSmithKline: Um lucro inesperado com a gripe suína?

  • Children, elderly and black people preyed on por vaccine companies for first H1N1 “clinical” trials in Rochester, New York - 2009-07-21

  • Legal immunity set for swine flu vaccine makers - por Mike Strobe - 2009-07-19

  • Big Pharma: Baxter Files Swine Flu Vaccine Patent a Year Ahead of Outbreak - por Lori Price - 2009-07-18

  • Vaccination Kills: Deaths resulting from medical trials for a vaccine to the H5N1 bird-flu virus - 2009-07-17
    Pessoas sem abrigo morrem depois de testes da vacina aviária na Polónia

  • WHO, flu experts looking into claim H1N1 swine flu evolved in lab, not nature - 2009-05-12

  • Swine Flu may have Escaped from a Laboratory - 2009-05-12
    OMS investiga a alegação

  • VIDEO: Mass Madness Mexican Flu - 2009-05-04

  • Flu stories traveling faster than flu itself - 2009-04-30

  • Department of Homeland Security Guidelines For Possible Swine Flu Quarantines - 2009-04-30

  • Feds Can Quarantine Anyone With 'Flu-Like' Symptoms - 2009-04-30

  • US military called in to fight swine flu - 2009-04-27

  • Mexico Peso Falls on Concern Swine Flu to Deepen Economic Slump - 2009-04-27

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    O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=14629

    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
  • Golpistas saqueiam Honduras:


    Já desapareceram US$250 milhões do banco central

    por Alejandro Casco

    Os golpistas, nos 40 dias em que se apropriaram do poder a ponta de baionetas, já saquearam as reservas do Estado em cerca de 250 milhões de dólares.

    O facto foi confirmado pelo ex-presidente do Banco Central, Edwin Araque, que na quarta-feira 5 de Agosto concedeu uma entrevista ao jornalista David Romero Ellner, da Rádio Globo. A mesma estação informou que os ministros fieis ao presidente constitucional da República, Manuel Zelaya Rosales, reuniram-se clandestinamente.

    Edwin Araque precisou que antes de se verificar o golpe de Estado as reservas no Banco Central ascendiam a US$2,5 mil milhões, mas no período que se seguiu ao assalto ao governo elas diminuíram para US$2,25 mil milhões.

    Diante do exposto, verifica-se que o objectivo dos golpistas – além de usurpar o poder – é também saquear os cofres do Estado. Eles compreendem que em Honduras nenhum corrupto é castigado porque os organismos controladores são elefantes brancos.

    Tudo indica que, diante do seu isolamento internacional, os golpistas que se apoderaram de cargos nos ministérios do governo de facto começaram a apropriar-se de recursos pertencentes ao Estado.

    É evidente que nenhuma pessoa honesta, ainda que com ideias conservadoras, presta-se a servir um regime espúrio. Com o repúdio internacional e interno, as pessoas que ocuparam tais cargos procuram enriquecer-se enquanto ocupam uma posição no governo.

    Diante de tal situação, a Resistência Nacional deve permanecer vigilante para que estes golpistas corruptos prestem contas das somas multimilionárias de lempiras do Estado de que se apropriaram.

    07/Agosto/2009
    Ficção jurídica.

    O original encontra-se em www.resumenlatinoamericano.org , nº 2059

    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

    Um cheiro de podre na midia corporativa...

    Jornalismo lambe-botas

    Por Marcelo Salles, no Fazendo Media

    Tem gente que acha que é conto da carochinha. Ou que a gente exagera. Pois na noite desta quarta-feira, dia 5 de agosto de 2009, a TV Globo e William Waack mostraram que não. Poucas vezes vi uma matéria tão subserviente ao imperialismo. Poucas vezes um jornalista se curvou tanto. Se é que se pode usar o termo; jornalista, pra mim, é outra coisa. Na verdade, faltou pouco pro WW pedir um autógrafo ao general estadunidense. É realmente lamentável a cena. O apresentador (este sim, um termo mais apropriado) que enche a boca para esculhambar trabalhadores e favelados brasileiros, se derrete todinho para o assessor de Obama. Olheiras, talvez de quem não tenha dormido pensando na entrevista, perguntinhas vagabundas e, no final, um sorriso emocionado, agradecendo a oportunidade pelo momento. E tudo falado em inglês, claro, a língua do dominador.

    A matéria propriamente dita faz parecer um grandissíssimo negócio permitir que os EUA explorem o pré-sal brasileiro, avaliado na ordem de trilhões de dólares. Em troca, receberíamos ajuda militar. Que grande bênção! Waack, por exemplo, descreve os marines como “a tropa mais aguerrida dos EUA”. Que o digam os civis iraquianos mutilados de hoje, ou os vietnamitas de ontem…

    O WW ainda arruma espaço para atacar Hugo Chávez, fingindo esquecer que não foi um país chamado Venezuela quem apoiou uma ditadura sangrenta que sequestrou, torturou e matou milhares de brasileiros.

    Só mesmo num país controlado por uma ditadura midiática matérias como essa vão ao ar impunemente. Um verdadeiro atentado à memória das vítimas dos anos de chumbo. Uma agressão à inteligência do telespectador. Um desserviço à sociedade.

    Não é possível que o Brasil, país com 191 milhões de habitantes, continue sendo controlado pela SS, a Sociedade Sinistra que congrega Globo, RedeTV, Band, Gazeta, SBT e Record. Não é possível que apenas uma delas detenha metade da audiência e 70% das verbas publicitárias. E que justamente essa faça propaganda deliberada do imperialismo, da exploração das riquezas do país.

    Estas emissoras precisam ser destruídas. Não têm nenhum compromisso com o povo brasileiro, esse, sim, único e legítimo dono das concessões públicas de radiodifusão. O modelo de sociedade defendido pelas corporações de mídia é perverso, como explica o geógrafo Milton Santos, fundado na tirania da informação e do dinheiro, na competitividade, na confusão dos espíritos e na violência estrutural, acarretando o desfalecimento da política feita pelo Estado e a imposição de uma política comandada pelas empresas. Este sistema precisa ser destruído!

    Em seu lugar devemos construir uma outra comunicação, que promova a elevação cultural, que eduque, que respeite os seres humanos e que esteja ao lado do povo na defesa de suas riquezas, de seu trabalho, de sua vida. E que jamais se curve frente aos generais do Império!


    Será paranóia????

    Será que estamos ficando paranoicos ou o video abaixo tem fundamento???? assista e tire suas conclusões:

    Musica das buenas....Ana Cañas - Hein? (2009)




    download



    Créditos: UmQueTenha

    sexta-feira, 7 de agosto de 2009

    Vía Campesina convoca a jornada mundial por Honduras















    A Via Campesina, uma organização que reúne mais de 120 milhões de trabalhadores membros no mundo, convocou nesta quinta-feira para a próxima segunda um "Dia de Ação Global por Honduras" para exigir a recondução do presidente Manuel Zelaya.

    "A Via Campesina lhes faz um chamado para um Dia de Ação Global por Honduras, em 11 de agosto de este ano, para realizar um amplo ato de solidariedade levando a cabo mobilizações, atos políticos e culturais", citou um comunicado da organização que tem sua sede central na Indonésia.

    A jornada coincide com uma mobilização nacional dos movimentos populares hondurenhos que têm iniciado dezenas de marchas que pretende chegar na segunda-feira 11 de agosto a Tegucigalpa.

    O ex-presidente mundial da Via Campesina e atual presidente da organização para a América Central, o hondurenho Rafael Alegría, disse que a jornada "representará um dos atos mais contundentes contra o governo golpista de Roberto Micheletti".

    "A Via Campesina tem mais de 120 milhões de trabalhadores afiliados nos cinco continentes", ressaltou Alegría, dirigente da Frente contra o Golpe de Estado.
    .
    Original em Tribuna Popular

    Desaparecendo com um país...


    Vinicius Valentin Raduan Miguel

    "Aparentemente, mesmo o mais horrendo dos crimes, como o genocídio em Gaza, é tratado como um evento discreto, desconectado de tudo que aconteceu no passado e não associado a uma ideologia ou sistêmico processo" (Pappé, 2009).

    "O mundo se acostumou com a idéia de migrações em massa e quase que se tornou afetuoso à prática" (Jabotinsky apud Finkelstein, 2002).

    Palestina1. Como desaparecer com um país (apagando a história da Palestina)

    Em um pequeno artigo intitulado "A guerra que não terminou" (1) defendi a continuidade da Nakba - a tragédia palestina efetivada em 1948. Meu ponto principal - da continuidade da tragédia - pode ser sintetizado na frase que uso no último parágrafo do texto: "Neste sentido, a maior eliminação provocada por este verdadeiro crime de limpeza étnica foi a supressão do acontecimento da História, de maneira que ninguém sequer menciona este outro holocausto". Na ocasião, sustentei que o projeto de apagamento da Palestina envolve um intencional ocultamento dos fatos. Neste mesmo texto, apontei a existência de projetos de lei (2) em Israel tentando criminalizar a memória de 1948. Esta se idéia se articula com a desenvolvida em outro texto (3), onde usei uma frase criticada por atestar que o maior problema no estudo do Oriente Médio seria o "duplo processo de ocultamento e mascaramento do verdadeiro significado dos acontecimentos políticos". A crítica dos leitores se baseou na ambigüidade e imprecisão da frase. Retrato-me e esclareço: por ocultamento entendo a tentativa de "desaparecer" fatos, encobrindo-os e não os mencionando. Por mascaramento pensei em um sistema ideológico, idéias e interpretações não verdadeiras que alteram os eventos históricos lhes conferindo uma fictícia "realidade". As duas noções dificilmente poderiam ser isoladas: elas se complementam.

    As notícias dos últimos dias confirmam os pontos que havia indicado nestes textos. A tentativa de apagar a Palestina da memória e mesmo criminalizar a sua lembrança (o "ocultamento" que descrevi) é visível em um projeto de lei que clama assegurar "a unidade de Israel" e penaliza com prisão aqueles que relembrarem a Nakba em atos públicos. É o "acobertamento" dos fatos, mantendo a singularidade de uma narrativa e usando do aparato legal para penalizar as outras narrativas, apenas para assegurar a observância da única narrativa aceitável: a do bom Israel.

    Sem causar surpresa, temos a decisão do ministro de educação de Israel, Gideon Saar que ordenou a supressão da palavra Nakba de livros escolares destinados à população árabe em idade escolar de Israel (4). Nas próprias palavras de Saar, "A Nakba não deve ser ensinada nas escolas" (5). Dois pontos extras: O uso da palavra nos livros escolares só havia sido autorizado em 2007, por Yuli Tamer, prévio ministro da educação. Se persistir o banimento, o ensino da Nakba terá vigorado por apenas dois anos. Finalmente e não menos importante, o termo NÃO é ensinado para judeus-israelenses, que preserva a narrativa de Israel como a restauração mística de um antigo lar sobre um território desocupado. Portanto, o banimento busca exclusivamente o apagamento da memória da tragédia árabe e palestina dos próprios árabe-israelenses!

    Temos uma situação similar ao governo autoritário descrito por A. Huxley em Admirável Mundo Novo onde os credos que desafiam a percepção dominante são tidos como um desrespeito e afronta à sociedade, sendo conseqüentemente banidos por mecanismos que envolvem a criação de uma nova linguagem. O trágico diálogo extraído de Huxley serve para ilustrar o fato (6):

    'O Diretor interrompeu: "Eu suponho que você sabe o que é o polonês(?)"

    "É uma língua morta". E outro estudante complementou, tentando exibir seu conhecimento: "Como são as línguas francesa e alemã."

    "E um "pai?" - questionou o diretor.

    Houve um desconfortante silêncio. Vários garotos se avermelharam embaraçados (Huxley, 2005).'

    A imaginada cena de Huxley - por mais absurda que possa ser - se assemelha com o projeto educacional de Israel: apagar o significado da catástrofe humanitária que foi a Guerra de 1948/Nakba. Evidente que não é a primeira tentativa de apagamento da expulsão de 700.000 a 800.000 palestinos de seus lares e a tomada de suas terras. No dia 14 de julho deste ano, outra prática - comum embora, até então, não sistematizada como política de estado - foi adotada pelo ministério israelense de transporte (sob comando de Yisrael Katz): o apagamento do nome árabe de cidades em 2500 placas de Israel e 60% das placas na Cisjordânia ocupada! (7)

    O experimento para desaparecer com a Nakba (e qualquer traço da Palestina) é uma tentativa de cumprir a fala de David Ben-Gurion, quando disse que "Eles [os "árabes"] apenas vêem uma coisa: nós viemos e roubamos o seu país. Por qual razão deveriam aceitar isto?" E então profetizou: "Talvez eles esqueçam em uma ou duas gerações, mas no momento não há esta possibilidade" (8). Não, nem as gerações de palestinos e nem o mundo vai esquecer...

    2. A cicatriz que é sempre aberta: 48 horas no noticiário israelense para provar que a Nakba é todo dia

    A Guerra de 1948, com a expulsão em massa de árabes-palestinos para a alocação de judeus-sionistas vindos majoritariamente da Europa não foi um acidente - faz parte da ideologia sionista que prega um nacionalismo exclusivamente judaico (seja em termos étnico-lingüísticos ou religioso-culturais) (Pappé, 2007; 2009). Para a obtenção demográfica deste exclusivismo judaico em um território previamente habitado, só haveria como solução a limpeza étnica - ou no circunlóquio sionista, promover a "transferência" dos palestinos. A idéia de expulsão dos palestinos estava presente em todo o espectro político sionista, seja do (suposto) sionismo-socialista de Ben-Gurion ao sionismo de direita de Ze'ev Jabotinsky. Ben-Gurion, confessadamente apresentou em 1936 que "Eu sou favorável a transferência compulsória [dos palestinos]. Eu não vejo nada imoral nisto". Jabotinsky em 1923 declarou que "A colonização sionista, mesmo a mais restrita, deve ser feita e concluída contrariando a vontade da população nativa" (9). Estes pontos - que não são os únicos na literatura sionista - demonstram o padrão colonial do projeto sionista: simplesmente não se preocupar com a expulsão da população local (Finkelstein, 2003; Rodinson, 1988; Said, 1979).

    E se historicamente o projeto sionista envolveu a eliminação da população palestina, as metas deste projeto não são tidas como efetivadas no mainstream israelense. Os debates que seguem sobre a criação de um "Estado" palestino - na realidade apartheid, uma estrutura para segregação, dominação e controle da população árabe seja palestina seja israelense - envolvem novamente a "transferência" de 20% da população de Israel formada por árabes que conseguiram (de uma forma ou outra) permanecer na região. Tzipi Livni, então ministra das relações exteriores de Israel e atualmente líder do partido Kadima no Parlamento, enquanto candidata (dezembro de 2008) expressou seu apoio à transferência de árabes-israelenses para o futuro Estado palestino. Avigdor Lieberman, atual ministro das relações exteriores de Israel, quando parlamentar, declarou (em 2008) que "um dia uma nova administração será estabelecida e então nós vamos cuidar de vocês [árabe-israelenses]". Em 2004, ele propôs à Rússia à expulsão de árabe-israelenses e declarou em uma entrevista que os "árabes [israelenses] não têm lugar aqui [em Israel]", devendo "pegar suas malas e irem para o inferno". Mas as pretensões para a expulsão não se limitam aos membros do governo. Uma pesquisa divulgada em março de 2008 indicou que 76% dos judeus israelenses manifestam apoio à "realocação" (outra palavra para limpeza étnica!) dos árabes-israelenses (10). A eliminação da população árabe de Israel não é uma bravata apocalíptica, mas slogan político de diversos partidos israelenses e projeto profundamente enraizado na história das idéias sionistas.

    Mas não é só pela ameaça de re-expulsão dos palestinos que a Nakba não acabou. Há o fator de expansão israelense em detrimento da população palestina, prática em contravenção com o Direito Internacional que impede a aquisição de território à força e à resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU (1967) que ordena a retirada israelense dos territórios árabes ocupados. No fim de 2008, enquanto Israel atacava a população em Gaza, havia 121 assentamentos israelenses reconhecidos e outras 100 "pequenas comunidades" (assentamentos menores e não declarados oficialmente) nos territórios palestinos da Cisjordânia habitados por 479.500 israelenses. Pelo menos 40% destes colonos são estrangeiros (judeus não nascidos em Israel). Os assentamentos são mantidos graças aos vultosos recursos do Estado de Israel que vislumbra a possibilidade de ampliação territorial de facto. O expansionismo fica claro nos números: a população dos assentamentos aumenta três vezes mais rápido que a população "interna" à Israel, e é estimulada pelos subsídios governamentais. E embora a população dos assentamentos constitua apenas 3.1% da população israelense total, 4.1% do orçamento público de Israel é destinado para manter 57% da renda gerada nestes locais (notícia de 21.07.2009, nota 11). E a exaltação expansionista é clara. O representante do ministério de relações exteriores, Danny Ayalon afirmou que Israel tem um direito indisputável de construir em qualquer lugar, incluindo Jerusalém. O parlamentar Eli Yishai afirmou que o governo israelense é livre "para construir onde quiser" (ambos os pronunciamentos divulgados no dia 21.07.2009, ver nota 12).

    Um adendo para uma discussão jurídico-moral. Tanto a transferência da população árabe-israelense para outro Estado (expulsão) como a transferência de população israelense para os territórios ocupados (um colonialismo nos territórios ocupados, como é o caso dos assentamentos) são proibidos pelo Direito Internacional Humanitário e, desta forma, ilegais. O artigo 49 da IV Convenção de Genebra (1949) afirma que "Transferências forçadas individuais ou em massa, assim como a deportação de pessoas protegidas de um território ocupado para o território da potência ocupante ou para qualquer outro país, ocupado ou não, são proibidas independentemente do motivo". E continua "A potência ocupante não deverá deportar ou transferor parcialmente sua população civil para os territórios que ocupa". Não menos importante é o Estatuto de Roma que cria o Tribunal Penal Internacional. No artigo 7º "d" é definido como um crime contra a humanidade "a deportação ou transferência forçada de uma população", o que encerra perfeitamente o plano israelense de "transferência" ou "realocação" da população árabe-israelense.

    Concluindo a proposta estabelecida nesta subdivisão (de olhar para 48 horas do noticiário do conflito Israelo-Palestino), temos a declaração do Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu que afirmou que Israel não irá "remover o muro da Cisjordânia". O muro (de 650 quilômetros, construído dentro dos territórios palestinos ocupados e declarado ilegal pela Corte Internacional de Justiça, em 2004) serve para anexar de facto 50% da Cisjordânia (14). Fatalmente, o que Netanyahu está reconhecendo é o pretenso direito de Israel de ocupar e controlar militarmente a Palestina, expandir o território israelense à custa do povo palestino e a preservação de uma estrutura física de apartheid. Mais uma vez, a Nakba não terminou...

    Por fim, retornamos ao ponto trazido no começo deste texto: a proibição da lembrança e do ensino da Nakba, banimento divulgado no dia 22.07.2009 e discutido ao fim da primeira parte deste texto. Esta prática de eliminação cultural se conjuga com a já demonstrada eliminação física do espaço palestino, cercado pelo Muro do Apartheid e tomado pelo expansionismo dos assentamentos israelenses. A metodologia aqui proposta - um tanto quanto aleatória - consistiu em selecionar dois dias e demonstrar como o noticiário indica uma continuidade dos tópicos centrais do conflito Israelo-Palestino. A hostilidade não ficou no passado. O colonialismo/expansionismo israelense e as violações do Direito Internacional ocorrem todos os dias.

    Com os desdobramentos da ofensiva racista (contra os novos bárbaros, agora de barba e turbante) sob o título ideológico de "Guerra ao Terror" se reativou a antiga estratégia colonialista para reescrever os limites geográficos do mundo. Na Palestina, no coração do Oriente Médio, se evidenciam os experimentos que desafiam não somente o Direito Internacional, mas às noções de humanidade.

    Ensinar a catástrofe palestina - a Nakba - é o primeiro passo para impedir o esquecimento. Combater o esquecimento e resgatar a memória e cultura de um povo é essencial para enfrentar novas tentativas de agressão e apagamento da região e seu povo. Proibir o ensino e a memória da tragédia não é somente um passo para a impunidade histórica e descontextualização das origens do conflito, mas um avanço para justificar os crimes do presente. Não reconhecer que houve uma expulsão em massa em 1948 facilita uma nova expulsão. Esquecer 1948 e apagar o presente são políticas suplementares para fundamentar uma só prática: o genocídio do povo palestino. É como pretendiam os ideólogos sionistas Jabotinsky e Ben-Gurion: fazer o mundo se acostumar com a idéia de migração em massa e depois argumentar que não há nada de imoral na prática.

    Notas:

    (1) Miguel, Vinicius Valentin Raduan. 15 de maio de 1948: A guerra que não terminou. Fundação Lauro Campos. 19.05.2009. Disponível em http://www.socialismo.org.br/portal/internacional/38-artigo/937-15-de-maio-de-1948-a-guerra-que-nao-terminou- Acesso em 23.07.2009.

    (2) A lei pretende tornar crime punível com até três anos de cadeia aqueles que tentarem relembrar a Nakba como um êxodo imposto aos palestinos. Esta lei não pode ser olhada individualmente. De fato, ela se articula com projetos para exigir "lealdade" dos cidadãos árabes de Israel, obrigando-os a reconhecer Israel como um Estado Judeu e Sionista. São movimentos em direção ao autoritarismo, significando claramente violação à liberdade de expressão, de manifestação e de organização. Buck, Tobias. Draft Bill by Israel to ban Nakba is attacked. 26.05.2009. Disponível em http://www.ft.com/cms/s/0/c198813a-4961-11de-9e19-00144feabdc0.html?nclick_check=1 Acesso em 23.07.2009; Human Rights Tribune. Israel to ban Nakba commemorations. 27.05.2009. Disponível em http://www.humanrights-geneva.info/Israel-to-ban-Nakba-commemorations,4495 Acesso em 23.07.2009. Alterações no projeto de lei feitas no dia 22.07.2009 sugerem outro caminho, não proibindo a comemoração pública do acontecimento, mas impedindo qualquer financiamento estatal às organizações que reconheçam a Nakba. De qualquer maneira, ampliam os vãos entre a narrativa popular palestina e de historiadores e a "versão oficial" aceita por Israel.

    (3) Miguel, Vinicius Valentin Raduan. A lógica da violência sem fim: brutalidade imperialista no Oriente Médio. Fundação Lauro Campos. 04.06.2009. Disponível em http://www.socialismo.org.br/portal/internacional/38-artigo/968-a-logica-da-violencia-sem-fim-brutalidade-imperialista-no-oriente-medio Acesso em 23.07.2009.

    (4) Black, Ian. 1948 no catastrophe says Israel, as term nakba banned from Arab children's textbooks. The Guardian. 22.07.2009. Disponível em http://www.guardian.co.uk/world/2009/jul/22/israel-remove-nakba-from-textbooks Acesso em 23.07.2009

    (5) Jerusalem Post. Sa'ar: Nakba mustn't be taught in school. 22.07.2009. Disponível em http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1246443877113&pagename=JPost/JPArticle/ShowFull Acesso em 23.07.2009.

    (6) Tradução do trecho de minha autoria, em livre interpretação. O diálogo, no original é o que se segue: The Director interrupted himself. "You know what Polish is, I suppose?" "A dead language." "Like French and German," added another student, officiously showing off his learning. "And 'parent'?" questioned the D.H.C.There was an uneasy silence. Several of the boys blushed" (Huxley, 2005).

    (7) McGregor-Wood, Simon. Israel at War... Over Road Signs? Israeli Transport Ministry Accused of Plan to Ethnically Cleanse Road Signs. ABC News. 14.07.2009. Disponível em http://abcnews.go.com/International/story?id=8078245&page=1 Acesso em 23.07.2009. Acrescento aqui um curioso fato: a criação de um comitê de "renomeação", criado por Ben-Gurion após o estabelecimento de Israel, em 1948, que deveria "judaizar" os nomes de paisagens, montes, lagos e outras 400 cidades palestinas (Cook, 2009).

    (8) Em ingles: "They only see one thing: we have come here and stolen their country. Why should they accept that? They may perhaps forget in one or two generations' time, but for the moment there is no chance" (Ben-Gurion apud Goldman, N. The Jewish Paradox. New York: Fred Jordan Books, 1978).

    (9) "I am for compulsory transfer; I do not see anything immoral in it" Ben-Gurion apud Pappé, I. The ethnic cleansing of Palestine. Oxford: Oneworld Publications, 2007. A outra citação, no original é: "Zionist colonization, even the most restricted, must either be terminated or carried out in defiance of the will of the native population". Jabotinsky, Z. The iron wall (we and the Arabs). Disponível em http://www.zfa.org.il/opinions/ironwall.html Acesso em 23.07.2009.

    (10) BBC News. Livni sparks Arab "transfer" row. 12.12.2008. Disponível em http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/middle_east/7779087.stm Acesso em 23.07.2009. Jerusalem Post. Poll: Israelis favor Arab transfer to Palestine. 31.03.2008. Disponível em http://www.jpost.com/servlet/Satellite?pagename=JPost/JPArticle/ShowFull&cid=1206632376762 Acesso em 23.07.2009.; Galili, Lily. Lieberman presents to Russia plan to expel 'disloyal' Arabs. Haaretz. 30.05.2004. Disponível em http://www.haaretz.com/hasen/pages/ShArt.jhtml?itemNo=433141 Acesso em 23.07.2009. ; Ilan, Shahar. Lieberman to Arab MKs: One day we will 'take care of you'. Haaretz. 10.03.2008. Disponível em http://www.haaretz.com/hasen/spages/962767.html Acesso em 23.07.2009. e Peace Now. APN Warns Against Legitimizing Lieberman's Bigotry. Disponível em http://peacenow.org/updates.asp?rid=0&cid=5933 Acesso em 23.07.2009.

    (11) BTselem. Land expropriation and settlements. Disponível em http://www.btselem.org/English/Settlements/Statistics.asp Acesso em 23.07.2009. Bem como Haaretz. Study: Settlements get more state funding than Israeli cities. 21.07.2009. Disponível em http://www.haaretz.com/hasen/spages/1101829.html Acesso em 23.07.2009.

    (12) Ravid, Barak. 'Israel has indisputable right to build in East Jerusalem'. Haaretz. 21.07.2009. Disponível em http://haaretz.com/hasen/spages/1101835.html Acesso em 23.07.2009.

    (13) Haaretz. Netanyahu: Israel won't dismantle West Bank fence. 22.07.2009. Disponível em http://haaretz.com/hasen/spages/1102097.html Acesso em 23.07.2009.

    (14) PENGON. Frequently asked questions about the Apartheid Wall. Disponível em http://stopthewall.org/FAQs/33.shtml Acesso em 23.07.2009. Ver também PENGON (eds.). The Wall in Palestine: Facts, Testimonies, Analysis and Call to Action. Jerusalem: PENGON, 2003.

    Outras referências

    Cook, Jonathan. Israel's Plan to Wipe Arabic Names off the Map. Dissent Voice. 17.07.2009. Disponível em http://dissidentvoice.org/2009/07/israel's-plan-to-wipe-arabic-names-off-the-map/comment-page-1/ Acesso em 23.07.2009.

    Finkelstein, Norman. An Introduction to the Israel-Palestine Conflict. Setembro de 2002. Disponível em http://www.normanfinkelstein.com/article.php?ar=10&pg=4 Acesso em 23.07.2009.

    _____. Image and reality of the Israel-Palestine conflict. London: Verso, 2003.

    Huxley, Aldous. Brave New World. London: Vintage, 2005.

    Pappé, Ilan. A "fúria virtuosa" de Israel e suas vítimas em Gaza. Tradução de Vinicius Valentin Raduan Miguel. Fundação Lauro Campos. 18.07.2009. Disponível em http://www.socialismo.org.br/portal/internacional/38-artigo/1031-a-qfuria-virtuosaq-de-israel-e-suas-vitimas-em-gaza Acesso em 23.07.2009

    Roberts, Adam ; Guelff, Richard (eds.). Documents on the laws of war. 3a ed. Oxford: Oxford University Press, 2000.

    Rodinson, Maxime. Israel: a colonial-settler state? Translated by David Thortsad. New York; London: Anchor Foundation, 1988.

    Said, Edward. [1979]. Zionism from the standpoint of its victims. pp. 114-168. Bayoumi, M. and Rubin, A. (eds.). The Edward Said Reader. New York: Vintage Books, 2000.

    quinta-feira, 6 de agosto de 2009

    A GREVE - de Sergei Eisenstein - 1925


    Stachka(a greve), Sergei Eisenstein

    Sinopse

    Em 1924, o jovem Sergei Eisenstein, então com 26 anos, dirigiu o filme que mudaria a estética e a linguagem do Cinema Soviético, A Greve é uma visionária experimentação de manipulação de imagem. Recriando brilhantemente a greve que ocorreu em 1912 na Tsarist Rússia, num conflito entre operários e polícia.


    Informações do Arquivo

    Formato: Rmvb.
    Tamanho: 595 Mb.
    Duração: 95 Min.
    Legendas: Português - BR.

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    Código para descompactação:
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    Informações do Filme

    Direção: Sergei M. Eisenstein.
    Roteiro: Sergei M. Eisenstein, Grigori Aleksandrov, Ilya Kravchunovsky.
    Produção: Boris Mikhin.
    Fotográfia: Vasili Khvatov, Vladimir Popov, Eduard Tisse.
    Direção de Arte: Vasili Rakhals.
    Elenco: M. Gomarov, M. Straukh, G. Alexandrov, I. Ivanov, Aleksandr Antonov.
    Créditos: Shadows V. - FARRA