segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Linguagem e medo global

Linguagem e medo global

por Eduardo Galeano

Na era vitoriana, as calças não podiam ser mencionadas na presença de uma senhorita.

Hoje, não fica bem dizer certas coisas na presença da opinião pública. O capitalismo ostenta o nome artístico de economia de mercado, o imperialismo chama-se globalização.

As vítimas do imperialismo chamam-se países em vias de desenvolvimento, o que é como chamar de crianças aos anões.

O oportunismo chama-se pragmatismo, a traição chama-se realismo.

Os pobres chamam-se carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos.

A expulsão das crianças pobres do sistema educativo é conhecida sob o nome de deserção escolar.

O direito do patrão a despedir o operário sem indemnização nem explicação chama-se flexibilização do mercado laboral.

A linguagem oficial reconhece os direitos das mulheres entre os direitos das minorias, como se a metade masculina da humanidade fosse a maioria.

Ao invés de ditadura militar, diz-se processo.

Quadro de Fernando Botero. As torturas chamam-se pressões ilegais, ou também pressões físicas e psicológicas.

Quando os ladrões são de boa família, não são ladrões e sim cleptómanos.

O saqueio dos fundos públicos pelos políticos corruptos responde pelo nome de enriquecimento ilícito.

Chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos automóveis.

Para dizer cegos, diz-se não visuais, um negro é um homem de cor.

Onde se diz longa e penosa enfermidade deve-se ler cancro ou SIDA.

Doença repentina significa enfarte, nunca se diz morte e sim desaparecimento físico.

Tão pouco são mortos os seres humanos aniquilados nas operações militares.

Os mortos em batalha são baixas, e as de civis que a acompanham são danos colaterais.

Em 1995, aquando das explosões nucleares da França no Pacífico Sul, o embaixador francês na Nova Zelândia declarou: "Não me agrada essa palavra bomba, não são bombas. São artefactos que explodem".

Chamam-se "Conviver" alguns dos bandos que assassinam pessoas na Colômbia, à sombra da protecção militar.

Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade a maior prisão da ditadura uruguaia.

Chama-se Paz e Justiça o grupo paramilitar que, em 1997, metralhou pelas costas quarenta e cinco camponeses, quase todos mulheres e crianças, no momento em que rezavam numa igreja da aldeia de Acteal, em Chiapas.

O medo global

Os que trabalham têm medo de perder o trabalho.

Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho.

Quem não tem medo da fome, tem medo da comida.

Os automobilistas têm medo de caminhar e os peões têm medo de ser atropelados.

A democracia tem medo de recordar e a linguagem tem medo de dizer.

Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas.

É o tempo do medo.

Medo da mulher à violência do homem e medo do homem à mulher sem medo.

Este texto encontra-se em http://resistir.info/ .
23/Fev/07

Pelaipe...quem é esse sujeito????

- Aqui no Grêmio, temos a política de respeitar todos os adversários. Isso é algo que aprendemos ao longo dos anos, com a experiência que cosquistamos. O presidente do Inter não sabe disso porque ainda está aprendendo a fazer futebol - provoca Pelaipe, em declaração à Rádio Guaíba.

Essa foram algumas algumas das declarações desse senhor, até então um nobre desconhecido da mídia e que por ter feito algumas contratações do seu time o G.F.Portoalegrense,que por enquanto tem dado certo, surge como um grande entendido em futebol, não aceitando opiniões contrárias, aliás digno de reacionários soberbos, criticando um outro colega seu, diretor de futebol, do S.C.Internacional, Campeão Mundial-FIFA-2006, dizendo que o mesmo não entende de futebol. Ora, é muita pretensão desse sr. que apenas inicia sua carreira no futebol, com alguns acertos, é evidente, mas com muita falta de experiência, principalmente no que diz respeito a ética aos demais companheiros de profissão. Lamentável essa postura...

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Moacir Gadotti!!! Altermundialismo..

Muito legal para quem é educador e para aqueles que querem saber um pouco mais sobre este tema, é essa entrevista que deu Moacir gadotti ao globo new durante ao Fórum Social Mundial de Nairóbi, Africa, realizado em Janeiro próximo passado.
Ele aborda temas instigantes como ALTERMUNDIALISMO, noção contemporânea de transformação social através dos movimentos sociais e também faz uma análise do tema globalização tentando enquadrá-lo num modo de produção capitalista devorador.
As transformações que sofreu a Luta do Operariado Mundial a partir desta globalização e perspectivas atuais que deverão ser o próximo foco das lutas e tensão para a construção de um mundo melhor e menos injusto.
Vale a pena assistir e refletir.
www.eimidia.com/gadoti_02_2007.wmv

Irã anuncia 'lançamento de foguete ao espaço

Míssil Shahab-3, lançado em novembro de 2006
O Irã lançou um míssil Shahab-3 em exercício militar em novembro
O Irã anunciou que lançou com sucesso seu primeiro foguete ao espaço.

A televisão iraniana deu poucos detalhes sobre o foguete e seu alcance ao dar a notícia neste domingo, afirmando apenas que o teste seguiu normas internacionais e que sua carga é destinada a pesquisa.

O Irã possui um programa civil de satélites, mas até agora vinha dependendo da Rússia para colocar os artefatos em órbita.

Segundo a correspondente da BBC na capital iraniana, Teerã, Frances Harrison, peritos militares dizem que o foguete amplia a tecnologia do míssil balístico iraniano conhecido como Shahab-3.

Se o Irã conseguiu lançar um foguete ao espaço, isso significa que seus cientistas dominam a tecnologia necessária para cruzar a barreira representada pela atmosfera.

Na prática, dizem os especialistas, não haveria impedimento tecnológico para que o Irã construa agora mísseis de maior alcance, o que causa grande preocupação internacional.

Tensão

O lançamento é feito em um momento de crescente tensão entre o país e o Ocidente, por causa de seu programa nuclear e, segundo Harrison, tem um objetivo claro de confronto.

Na segunda-feira, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha vão se reunir para discutir mais sanções contra o Irã por ignorar o prazo, esgotado na semana passada, para suspender o seu enriquecimento de urânio.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, insistiu neste domingo que seu país não vai recuar diante da pressão do Ocidente, comparando seu ímpeto a um "trem sem freios".

Fonte: BBC

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Arte islâmica medieval usava matemática moderna, diz estudo

Design geométrico islâmico no Uzbequistão
O design islâmico que usa polígonos e estrelas foi ficando cada vez mais sofisticado
Um estudo mostrou que alguns dos padrões geométricos da arte islâmica medieval usam princípios estabelecidos séculos depois por matemáticos modernos.

Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram exemplos de arte islâmica do século 15 que usam conceitos da geometria moderna. A descoberta foi publicada na revista científica Science.

Este fato indicaria a compreensão intuitiva de fórmulas matemáticas complexas por parte dos artesãos, mesmo com a falta de conhecimento da teoria que é base para estas fórmulas.

A pesquisa mostra que ocorreu um importante salto evolutivo na matemática islâmica por volta dos anos 1200.

Simetria

Peter Lu se interessou por arte islâmica depois de visita ao Uzbequistão
Peter Lu se interessou por arte islâmica depois de visita ao Uzbequistão
"É absolutamente maravilhoso. Eles fizeram azulejos que refletem (conceitos da) matemática tão sofisticados que não descobrimos (estes conceitos) até 20 ou 30 anos atrás", disse Peter Lu, físico da Universidade de Harvard.

Os designs islâmicos usam formas poligonais simétricas para criar padrões que poderão ser estendidos infinitamente, ecoando conceitos de geometria moderna.

Até o momento, a visão convencional era que os complicados padrões de estrelas e polígonos usados no design islâmico tinham sido concebidos a partir de linhas em ziguezague traçadas com o uso de compassos e réguas de pedreiro.

"É possível analisar e ver a evolução, o aumento da sofisticação geométrica. Então, eles começavam com padrões simples, que ficavam mais complexos", afirmou Lu.

O físico se interessou pelo assunto durante uma viagem ao Uzbequistão, onde notou em uma construção islâmica do século 16 com azulejos que usavam o padrão decagonal.

Peter Lu, que projeta experimentos físicos para a Estação Espacial Internacional, estava na região para visitar uma instalação espacial no Turcomenistão.

A arte tradicional islâmica usa uma mistura de caligrafia, designs geométricos e florais, pois existe uma proibição da representação da forma humana.

Fonte:BBC

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Hipocrisia e barbárie



Wladimir Pomar

A morte daquela criança de seis anos serviu de pretexto para um ataque paranóico de hipocrisia daquela parte da sociedade brasileira que é responsável pelo sistema gerador de facínoras que mal alcançaram a maioridade legal, ou ainda não a alcançaram.

A trágica morte de uma criança de seis anos, durante o roubo de um carro no Rio de Janeiro, é sem dúvida uma demonstração da barbárie em que já estão envolvidas as grandes cidades brasileiras, com freqüentes respingos pelas cidades do interior. Isso para não falar do que acontece pelas áreas rurais do centro e norte do país, onde a pistolagem mata com selvageria e, em geral, impunemente, lavradores e os que os defendem.

Por outro lado, a morte daquela criança também serviu de pretexto para um ataque paranóico de hipocrisia daquela parte da sociedade brasileira que é responsável pelo sistema gerador de facínoras que mal alcançaram a maioridade legal, ou ainda não a alcançaram. Ao invés de reconhecer sua responsabilidade pela desagregação do tecido social brasileiro, e por milhões de jovens vegetarem sem oportunidade de educação e trabalho digno, sua reação exclusiva foi exigir penas mais duras, e até mesmo a pena de morte.

Em outras palavras, ao invés de sugerir medidas que solucionem a situação de abandono em que vive grande parcela da juventude pobre, para retirá-la das teias que a prendem ao tráfico e ao banditismo, quer fazer crer que o que falta é rigor nas leis e na repressão. É incapaz de reconhecer que a legislação e o aparato repressivo e prisional brasileiros estão falidos, eles próprios fazendo parte do sistema de re-alimentação do crime organizado e desorganizado. E que, ao invés de reduzir a incidência de crimes e atos de barbárie, conjugado à falta de educação e trabalho, esse sistema só a tem agravado nos últimos anos.

É evidente que a existência de instrumentos sociais de educação, trabalho e moradia dignos não é suficiente para evitar crimes bárbaros e hediondos. Mas a existência de tais instrumentos, coadjuvados por um sistema repressivo e prisional com credibilidade pública, é condição necessária para reduzir de forma consistente uma situação que já se tornou epidêmica, em grande medida porque a própria polícia concorre com a bandidagem na prática da barbárie contra a população.

Num quadro como esse, a gritaria hipócrita de parte da elite pode até angariar alguns pontos e conseguir algumas leis mais duras. Porém, com certeza, não conseguirá sucesso e, no próximo ato de barbárie, voltará com a mesma ladainha. Ou seja, além de hipocrisia, enganação.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

Fonte: correio da cidadania

Sair do pântano da “NTV”

Léo Lince
O eleitor vota no candidato individual e tal voto é tido como intransferível. Mesmo não sendo inteiramente verdadeiro, esse é o princípio que nomeia o “non-transferable vote” (NTV). Seu argumento básico é a prerrogativa do eleitor, por sobre o partido, na escolha do mandatário, individualizado na cédula de votação. Eleito e diplomado, ele é o dono absoluto do mandato e opera como tal.

O tipo de lista adotado nas eleições brasileiras se tornou, ao longo do tempo, uma matriz de reprodução das mais escabrosas distorções da nossa cultura política. A tal lista “não ordenada” é de tal forma aberta que nem mereceria, a rigor, o nome de lista, mas de “ajuntamento de candidatos”.

O eleitor vota no candidato individual e tal voto é tido como intransferível. Mesmo não sendo inteiramente verdadeiro, esse é o princípio que nomeia o “non-transferable vote” (NTV). Seu argumento básico é a prerrogativa do eleitor, por sobre o partido, na escolha do mandatário, individualizado na cédula de votação. Por outro lado, esse dado originário define o perfil da campanha eleitoral, que se estrutura em torno de uma multidão de candidaturas.

São raros, no mundo, os países que se utilizam deste tipo de lista; e são muitos, no Brasil, os efeitos deletérios de sua aplicação. Nele, na realidade, o candidato só precisa de partido como cartório para registrar a candidatura. Eleito e diplomado, ele é o dono absoluto do mandato e opera como tal. Entre as decorrências disto está o troca-troca infernal de legenda, que em algumas legislaturas chega a superar 50% dos eleitos.

Como o voto é na pessoa e não no partido, a disputa eleitoral não se estrutura em torno de programas, mas de preferências personalizadas. E o ambiente de campanha se estabelece como guerra entre candidatos que disputam o mesmo espaço político, sendo mais acirrada muitas vezes a competição entre candidatos de um mesmo partido. Há um forte incentivo para a personalização do voto e da reputação individual sobre a partidária, com a eleição de personalidades em vez de propostas e programas. Quanto mais candidato melhor, qualquer tipo serve, daí o descuido dos partidos com a qualidade da “lista” e o número excessivo de candidatos, com repercussões no custo das campanhas e na babel da propaganda política.

Alem dos defeitos a ele associados em nossa cultura política, o mecanismo da “NTV” não cumpre na prática o que o seu princípio promete. Embora se defina como baseado na intransferibilidade do voto do cidadão, a experiência mostra que o voto migra para outros candidatos que não o escolhido pelo eleitor. Vai para outros candidatos do mesmo partido ou, mais grave, pode migrar para partidos diferentes com a possibilidade, existente entre nós, das coligações nas eleições proporcionais.

Analisando dados da eleição de 1990 para deputado federal no Rio de Janeiro, o professor Renato Lessa elaborou uma tabela que pode ser aplicada a qualquer outro pleito com resultados semelhantes. Todos os votos dos candidatos derrotados (naquela eleição, 39% dos votos) contam para a legenda do partido. Os poucos candidatos muito bem votados, que ultrapassaram o quociente exigido para a obtenção de uma vaga, fornecem esta sobra para a legenda (naquela eleição, 7%). Se somarmos estes votos (46%), que foram para destino diferente do indicado pelo eleitor, aos votos dados diretamente na legenda (naquela eleição, 21%), teremos uma maioria definida fora do princípio que norteia o modelo. Segundo Lessa: “um estranho fenômeno, produzido por um mecanismo que apresenta, como sua principal virtude, a maximização da liberdade de escolha do eleitor”.

O mecanismo da “NTV” é o pior possível para a expressão autêntica do princípio da representação proporcional, entendida como manifestação ordenada das diferenças programáticas existentes na sociedade. Para os que lutam pelo aperfeiçoamento do voto proporcional, o primeiro passo é sair do pântano da “NTV”.

Fonte:correio da cidadania

Lamentável...

Parece que Abel Braga, técnico do Internacional ainda não aprendeu uma lição básica na vida e roteiro dos treinadores. Ontem, o colorado ganhava o jogo por 1x0, aos 18min do segundo tempo, a aquipe adversária com um jogador a menos e ele espantosamente, saca do time o centroavante, que tinha como função, entre outras, a de segurar a zaga inimiga, e coloca um meio campo, embora fosse Fernandão, fora de forma, pois vem de lesão, para rechear o meio campo. Consequentemente, o Nacional foi pra cima do colorado e numa falha horrorosa, num lançamento do seu goleiro, empata o jogo e a partir daí faz mais dois gols definindo o placar em 3x1 contra o Colorado CAMPEÃO DO MUNDO-FIFA-2006.
Ou o Abel presta mais atenção ao jogo ou o colorado termina sua odisséia rumo ao BI da libertadores de forma melancólica e frustrante para seus torcedores saindo logo na primeira fase.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Venezuela impulsiona emprego do gás natural na economia interna

Caracas, 18 fev (PL) As reservas de petróleo e gás da Venezuela, consideradas entre as maiores do mundo, desafiam o país a aperfeiçoar uma infra-estrutura capaz de levar o benefício desses recursos a todo o território.
Nesse sentido, se inclui o projeto do sistema de Interconexão Centro-Oriente-Ocidente (ICO), desenhado para um melhor aproveitamento do gás natural na própria indústria petroquímica, para a geração de eletricidade e o consumo doméstico.
Richard Tahan, gerente do mencionado projeto, indicou que uma vez concluído, em meados de 2008, se alcançará uma capacidade de transporte de 520 milhões de pés cúbicos diários.
O sistema, acrescentou, vinculará as produções das zonas centro e oriente do país com a do ocidente, além de cumprir os requerimentos do complexo refinador de Paraguaná.

Tahan adiantou que, desde setembro do ano passado, já se trabalha na construção de três fábricas compressoras, situadas nos estados de Carabobo, Aragua e Guárico, respectivamente.

De qualquer maneira, o avanço das obras está acompanhado por importantes investimentos em matéria social, com a criação de Núcleos de Desenvolvimento Endógeno, redes de fibras ópticas, aquedutos, instalações para a saúde e a educação.

A política de soberania petroleira, lançada pelo Executivo com o propósito de garantir um destino justo aos rendimentos procedentes das exportações de cru, impulsiona também a prospecção e exploração de novas reservas do volátil combustível.

Cifras de organismos especializados situam em 150 bilhões de pés cúbicos as reservas atuais de gás no país, colocando-o, pela magnitude desse indicador, entre os 10 primeiros do mundo e como líder da América Latina.

Sem embargo, o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, assegurou que o país conta com possibilidades de adicionar outros 196 bilhões às reservas provadas.

Fonte:PrensaLatina

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Hamas espera que EUA aceitem governo de unidade nacional

Por Nidal al-Mughrabi

GAZA, Faixa de Gaza (Reuters) - O Hamas declarou na terça-feira que ainda espera dos Estados Unidos uma postura menos rígida a respeito do governo de unidade nacional dos palestinos depois de uma reunião entre a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e dirigentes de Israel e palestinos.

"A postura dos norte-americanos permanece dúbia. De um lado, ameaçam impor um boicote. Do outro lado, dizem que vão esperar para ver como as coisas caminham", disse Ghazi Hamade, um porta-voz do governo palestino.

"Talvez eles tenham uma postura mais clara depois de a composição do governo ter sido anunciada. E esperamos que essa seja uma postura mais lógica e mais flexível."

Na segunda-feira, Rice comandou um encontro entre o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas. A Fatah, grupo ao qual Abbas está ligado, selou um acordo em Meca (Arábia Saudita), no começo deste mês, para formar um governo de unidade nacional com o grupo militante Hamas.

Segundo declarações dadas por Olmert após a reunião, Israel e os EUA tinham acertado boicotar o futuro governo palestino, que ainda não foi formado, caso esse governo não renuncie à violência, não reconheça o direito do Estado judaico de existir e não aceite os acordos de paz já firmados.

Rice não tratou dessa questão nas sucintas declarações que fez após o encontro, que terminou com uma promessa de que haverá novas reuniões. Mas notou que, segundo exigia o Quarteto de mediadores para o Oriente Médio, aquelas condições precisavam ser atendidas.

O Hamas afirmou que nunca aceitaria a existência de Israel. O acordo de Meca, responsável por esfriar os conflitos entre o Hamas e a Fatah iniciados semanas atrás e nos quais mais de 90 pessoas foram mortas, contém uma vaga promessa de "respeito" aos acordos já firmados entre os israelenses e os palestinos.

Abbas saiu da reunião com Olmert e Rice para dar início a uma visita a países árabes e europeus procurando apoio para o novo governo palestino e a retomada do envio da ajuda para a Autoridade Palestina, que foi suspenso desde que o Hamas chegou ao poder, quase um ano atrás, disseram assessores.

"O presidente explicará o acordo para os líderes mundiais e tentará colocar fim à postura prévia de cerco e isolamento", afirmou Tawfiq Abu Khoussa, um porta-voz da Fatah.

O Quarteto, composto por EUA, União Européia (UE), Rússia e Organização das Nações Unidas (ONU), deve reunir-se em Berlim na quarta-feira para discutir o encontro entre Rice, Olmert e Abbas e para decidir como se posicionar diante da nova coalizão de governo dos palestinos.

"Esperamos realmente que o Quarteto adote uma postura mais flexível", disse o Hamas.

O novo governo deve ser anunciado em três semanas.

Fonte:UOL notícias