sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Inimigos principais ou inimigo principal?

* José Reinaldo Carvalho


Na semana passada as duas maiores autoridades executoras da política de guerra do governo Bush, a secretária de Estado, Condoleeza Rice, e o da Defesa, Robert Gates, fizeram uma incursão no Oriente Médio. Primeiramente foram juntos ao Egito. Depois visitaram a Arábia Saudita. Em seguida, a delegação dividiu tarefas. Rice seguiu viagem à Palestina ocupada (Jerusalém e Ramallah), enquanto Gates deslocou-se ao Kuwait e aos Emirados Árabes Unidos.

Na primeira etapa da visita, os secretários de Bush reuniram-se em Sharm el-Sheikh, no Egito, com representantes da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Kuwait.
A missão teve três objetivos, todos relacionados com a aplicação do plano de reestruturação do Oriente Médio, a prioridade do segundo mandato de George W. Bush.

O primeiro objetivo foi conseguir apoio para estabilizar o Iraque. Mais de quatro anos depois de iniciada a guerra de agressão, o imperialismo norte-americano colhe um retumbante fracasso. O Iraque se insurgiu, as forças patrióticas foram capazes de organizar uma tenaz resistência, que inflige pesadas perdas humanas e materiais aos agressores (ver artigo “Por que os EUA perderam”, de Abdul al-Bayaty e Hanna al-Bayaty em www.cebrapaz.org.br).

É muito limitada a capacidade de ação desses países árabes no conflito iraquiano. Por mais reacionários e pró-americanos que sejam, um envolvimento direto desses países ao lado das forças de ocupação atiça ainda mais o nacionalismo árabe, resultando no efeito contrário ao esperado.

Os emissários de Bush levaram na bagagem um pacote de ajuda militar para a aquisição de armamentos e tecnologia, no valor de 20 bilhões de dólares a serem negociados com a Arábia Saudita e outros países. Ao Egito e Israel os belicistas estadunidenses ofereceram um pacote de ajuda militar da ordem de 43 bilhões de dólares. A mensagem é clara. Os Estados Unidos estão apostando em mais militarização da região, o que, independentemente de qualquer intenção proclamada, redundará em maior instabilidade.

O segundo objetivo foi fazer com que esses países exerçam pressão sobre o Irã no sentido de desencorajar a continuidade do programa nuclear desse país. Ora, o Irã já sofreu duas resoluções da ONU ameaçando aplicar sanções caso não suspenda o programa nuclear, mas a atitude de Teerã é inabalável, não havendo qualquer sinal de que vá submeter-se aos ditames de Washington. Disso se conclui que o exercício de pressões sobre o Irã seja por parte dos Estados Unidos ou de interpostas forças também só acarretará mais instabilidade na região.

O terceiro objetivo relacionou-se com a Palestina. Rice buscou envolver seus aliados nos esforços para organizar uma conferência de “paz” no final do ano. Também nesse aspecto os resultados tendem a ser pífios. A tática de distribuir migalhas tem por resultado o aprofundamento das divisões entre as diferentes forças que atuam naquele cenário. A tentativa de isolamento, cerco e aniquilamento do movimento Hamas, que venceu as eleições, conduzirá a mais dilacerações, portanto a mais guerra, nunca à paz nem à criação de um verdadeiro Estado Palestino. Além do que, é indefectível a posição pró-israelense do governo Bush.

Quem deu o principal argumento para atestar o fracasso da missão de Rice e Gates foram os próprios, quando proclamaram quem são os inimigos principais dos Estados Unidos na região: a Síria, o Irã, o Hezbolá e o Hamas. A Síria e o Irã são dois países soberanos e não dão mostras de estar dispostos a renunciar aos seus objetivos nacionais. Atacá-los militarmente cobraria um preço altíssimo que os EUA não estão em condições de pagar na presente situação.

Quanto ao Hezbolá e ao Hamas, são dois movimentos de resistência que já estão nos campos de batalha. A amarga experiência israelense, derrotado pelo Hezbolá durante a guerra de julho-agosto do ano passado, indica que se trata de uma força difícil de aniquilar, pela sua capacidade de combate, pelas profundas raízes que deitou no seio da população libanesa e pelo imenso prestígio de que desfruta em todo o mundo árabe.

Quanto ao Hamas, desalojá-lo à força das posições que conquistou poderá representar uma tragédia humanitária numa Palestina já martirizada há muitas décadas.
Assim, é mais provável que, ao invés de alcançar os objetivos anunciados, o resultado da missão de Rice e Gates seja uma mais nítida caracterização do imperialismo norte-americano como o inimigo principal dos povos do Oriente Médio.

* José Reinaldo Carvalho é jornalista, secretário de RR II do PCdoB

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Uma entrevista sobre Gramsci


Giacomo Marramao


Professor de Filosofia Política na Universidade de Roma III, diretor da Fundação Lelio Basso e membro do Collège International de Philosophie (Paris), Giacomo Marramao há décadas reflete sobre os temas e problemas da esquerda. Ficaram famosos os ensaios que escreveu nos anos 70 sobre os desafios da esquerda austríaca e alemã. Marramao é, também, um grande conhecedor de Antonio Gramsci, e, neste ano em que se completam 70 anos da sua morte, aqui reflete sobre o legado gramsciano.

Marramao já é bem conhecido do público brasileiro. Entre seus livros traduzidos, estão O político e as transformações (Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1990); Poder e secularização (São Paulo: Unesp, 1995); Céu e terra (São Paulo: Unesp, 1997) e Fragmento e sistema. O conflito-mundo de Sarajevo a Manhattan (Lisboa: Fim de século, 2003), com Angelo Bolaffi.

Abaixo, publicamos a versão integral, com alguns acréscimos e modificações, da entrevista publicada originalmente em Carta Capital do dia 9 de maio de 2007, com tradução de Roberta Barni. A entrevista foi conduzida pelos professores Walquíria Domingues Leão Rego e Luiz Gonzaga Belluzzo.

Qual é a principal originalidade do pensamento de Gramsci dentro da tradição marxista?

A originalidade de Gramsci em relação à tradição marxista da Segunda e da Terceira Internacional deve ser buscada sobretudo em dois aspectos: a análise do poder e o papel dos intelectuais. Em relação ao primeiro aspecto, deve-se sublinhar a enorme extensão que o conceito de poder termina por assumir: Gramsci compreende-o como uma função complexa, não redutível ao monopólio estatal da força. O instrumento analítico ou, se se prefere, a chave interpretativa de que se vale a este propósito é dada pelo par Oriente-Ocidente (sob o qual se oculta o contraste entre a Rússia e a Europa Ocidental). Em sociedades caracterizadas por um elevado grau de diferenciação social, como as sociedades liberal-capitalistas da Europa industrial, o poder apresenta uma articulação e difusão “molecular” estranha à lógica despoticamente simplificada da Rússia czarista.

Compreende-se, portanto, a razão pela qual muitos consideraram perceber neste aspecto da reflexão gramsciana uma analogia com a analítica do “poder difuso” desenvolvida algumas décadas mais tarde por Michel Foucault. Com efeito, para Gramsci o poder não pode ser conquistado com um “ato único”, como a tomada do Palácio de Inverno por parte de Lenin. Ao contrário, o complexo sistema de relações no qual o poder se realiza e se exerce pressupõe uma longa luta pela hegemonia, definida na célebre fórmula: “força + consenso”. Mas — e com isso chegamos ao segundo aspecto — a organização do consenso não pode ocorrer sem a mediação da cultura e dos seus funcionários: os intelectuais. Por este caminho, os dois pólos, o da análise do poder e o da “questão dos intelectuais”, são referidos ao tema crucial da hegemonia. Com a conseqüência de um duplo distanciamento: seja do economicismo gradualista da Segunda Internacional, seja do ideologismo insurrecionalista da Terceira Internacional.

Como o senhor considera o pensamento de Gramsci em relação à tradição teórica política italiana? Por exemplo, por que ele se obrigou a acertar as contas com Maquiavel?

A referência a Maquiavel tem uma função dupla. Em primeiro lugar, uma função de significado teórico geral: a definição do partido como “moderno Príncipe” serve para assinalar a exigência de que o partido não se reduza a uma mera representação de interesses econômicos nem a um reflexo mecânico de uma lógica de classe, mas, em vez disso, se constitua como um sujeito político capaz de assumir toda a história nacional. Em segundo lugar, uma função específica, ligada ao déficit ético-político da burguesia numa nação culturalmente precoce mas politicamente tardia, como a Itália: neste sentido, cabia ao partido a tarefa histórica de realizar aquela “reforma intelectual e moral” que as burguesias de outros países (como a Inglaterra e a França) haviam desempenhado desde as origens da modernidade, produzindo um “senso comum” tecido de valores compartilhados, uma espécie de acumulação ética originária que acompanha a acumulação capitalista. Explica-se assim o uso positivo, em Gramsci, do termo “conformismo”: um uso incompreensível se não se levar em conta o contexto ético-político da sua argumentação.

Quais são as principais contribuições teóricas de Gramsci no debate da esquerda européia dos anos de 1920 e 1930? O senhor escreveu vários ensaios sobre o debate alemão da esquerda weimeriana e sobre muitos outros marxistas, como Kirchheimer, Neumann, Pollock, etc. Como se pode inserir Gramsci neste grande movimento intelectual inovador do marxismo?

Tal como os autores marxistas citados, ou reacionários argutos como Carl Schmitt, Gramsci dirigiu sua atenção para as transformações que envolveram a dimensão do político entre as duas guerras: com a passagem da sociedade de livre concorrência para a sociedade de massas e com o conseqüente aparecimento de novas formas de poder (e de “modernismo reacionário”), baseadas numa organização disciplinar e capilar do consenso.

Em que sentido Gramsci ainda hoje nos interpela?

Gramsci nos leva a pensar nas mudanças da estrutura do mundo, seguindo o rastro das reflexões que nos foram legadas nos Cadernos do cárcere. O ponto de partida destas reflexões é que, no curso dos anos 1920-1930, não se assiste à crise do capitalismo, mas ao declínio do Estado-nação como sujeito histórico “hegemônico” na história da Europa moderna. Uma forma histórica já incapaz de fazer com que se desenvolvam novas formas de vida e de organização social. A análise do americanismo — da sua capacidade de originar formas de disciplinamento, ampliar as funções produtivas e as bases da democracia, tornando-se assim potência hegemônica no mercado internacional — mostra a Gramsci os caminhos através dos quais se estavam desenvolvendo um racionalismo e um industrialismo projetado além do Estado-nação (e além da lógica nacional-estatal das velhas elites dirigentes européias).

Em vez disso, cabe-nos hoje uma tarefa adicional e diferente: delinear uma perspectiva a partir, exatamente, da crise da hegemonia americanista e fordista, para favorecer a constituição de uma subjetividade política capaz de compreender, governar e transformar em sentido democrático os mecanismos que regulam a economia-mundo.

O senhor poderia sublinhar quais são as contribuições mais importantes de Gramsci para uma teoria da política nos nossos dias?

Difícil relacionar os múltiplos aspectos ainda vitais da reflexão gramsciana para a teoria política moderna. Limito-me a recordar três deles. A noção de “intelectual orgânico”, também definida numa fórmula simples e intensa: “especialista + político”. A idéia da democracia não só como sistema de regras e procedimentos, mas forma de relações — como a res publica de Maquiavel — capaz de reunir num conjunto dinâmico e vital uma pluralidade de sujeitos que interagem na base de mútuo reconhecimento. A perspectiva de um novo cosmopolitismo, capaz de promover a libertação dos indivíduos através de uma práxis de transformação baseada no acréscimo de saber e de ciência.

O senhor pode falar algo sobre as relações entre economia e política em Gramsci?

À parte as complexas relações com Piero Sraffa, que envolvem aspectos de teoria econômica que é difícil simplificar numa entrevista, uma das contribuições decisivas é constituída pela categoria de “mercado determinado”. Quanto a esta categoria, nunca vai se sublinhar suficientemente o papel desmistificador que tem em relação à ideologia — aliás, em relação a este verdadeiro fundamentalismo ocidental — que vê o Mercado como uma dimensão pura, “auto-regulada”, independente da política e do contexto ético e cultural que dá ao mercado, em cada caso, sua configuração histórica específica. Muito freqüentemente, as ideologias liberistas e neoliberistas são apenas a máscara da lógica de poder que governa a dinâmica da economia.

Nesta linha de pensamento, como o senhor analisa hoje a questão cultural no capitalismo contemporâneo, um tema, como sabemos, muito caro a Gramsci?

Um dos aspectos mais interessantes do revival internacional da obra de Gramsci é representado — ao lado do tema das transformações do “político”, no qual eu mesmo trabalhei por muito tempo — pela recepção dos Cadernos por parte dos Cultural Studies e dos Postcolonial Studies. Penso em fundadores de escola, como Stuart Hall ou Edward Said, antes de mais nada. Mas também em seus herdeiros e continuadores, como Ranajit Guha, Homi Bhabha, Arjun Appadurai, Gayatri Chakravorty Spivak, Dipesh Chakrabarty e outros. Nestes intelectuais, tornam-se centrais as noções gramscianas de “hegemonia”, “identidade cultural”, “subalternidade”: numa perspectiva em que a política se entrelaça com a antropologia, a abordagem histórico-sociológica com a análise literária comparada. Ainda é cedo para dizer algo definitivo sobre a fecundidade destas novas abordagens. Mas não é um acaso que, também na Itália, estes temas tenham sido retomados nos últimos anos por jovens e interessantes estudiosos (como, por exemplo, Emanuela Fornari, Miguel Mellino e Sandro Mezzadra).

Ressalto que Gramsci tem a dizer ao nosso presente da modernidade-mundo muito mais do que pensávamos. E, sobretudo, revela-se capaz de falar às mais diferentes culturas e gerações, pondo-as face a face na perspectiva do que chamei, nos meus trabalhos recentes, de universalismo da diferença.



Fonte: Carta Capital, 9 maio 2007.

ENTRE O NEGATIVISMO E A CRENDICE O EQUILÍBRIO ESPIRITUAL DO HOMEM

Herculano Pires

Fragilidade das posições extremas do espírito — Fixação da mente no torvelinho do mundo material ou das convenções religiosas — A luta espírita pelo esclarecimento espiritual do homem.
A vida perde o seu sentido, a sua significação, a sua razão de ser, quando o homem se afasta da compreensão espiritual, buscando no mundo material a única explicação das coisas. O chamado homem prático dos nossos dias, inteiramente imerso nos problemas imediatos, funciona como uma máquina. Está muito próximo da concepção cartesiana dos animais: corpos em atividade mecânica, sem alma. Se em meio desse funcionamento inconsciente a que se entrega, alguma desgraça lhe ocorrer, os horizontes se fecharão ao seu redor. Nenhuma perspectiva lhe restará. E é por isso que, em geral, o homem prático, atingido por um golpe arrasador, recorre ao suicídio.
Mas, se o materialismo da vida prática é perigoso, também o é o materialismo teórico, intelectual, equivalente a uma cegueira mental, que não permite ao homem divisar os contornos da realidade. O materialista intelectual, que se apoia numa doutrina filosófica negativa, sente-se forte para enfrentar o mundo enquanto não lhe faltam as forças físicas e os recursos materiais da existência. Uma idéia, como bem acentua Annie Besant em sua "`Autobiografia", o sustenta nas duras lutas da vida: a idéia da dignidade intrínseca do ser humano, que deve manter-se digno pela própria dignidade, sem esperar qualquer recompensa por isso. Mas, diante do desastre, do fracasso temporário, de uma mutilação moral ou física, essa idéia será facilmente eclipsada por outra: a do nada.
Por outro lado, no reverso da medalha, a crendice do religiosismo comum não é menos perigosa que o materialismo. O homem que crê sem indagar, sem compreender nem querer compreender, apegado a crenças que lhe impuseram através da tradição, está sujeito às mesmas dolorosas surpresas daquele que não crê. A fé pela fé é tão insegura quanto a dignidade pela dignidade, a que acima aludimos. Tanto para uma, como para outra, a mente humana exige uma base racional. Fé cega e dignidade cega são frágeis como peças de vidro. Ambas podem quebrar-se com a maior facilidade, ante os golpes da vida. Porque numa como noutra o homem está preso a um ponto de vista estreito, sem a visão global do processo da vida, que lhe daria compreensão e coragem para enfrentar a luta em qualquer circunstância.
Ateísmo e crendice são os dois extremos perigosos da condição humana. E tanto assim, que ambos descambam para as soluções extremas, com a maior facilidade, não somente no plano individual, mas também no coletivo. Os crimes do fanatismo religioso e do fanatismo materialista enodoam a história humana. Porque tanto à descrença absoluta como à crendice beata faltam as luzes do verdadeiro esclarecimento espiritual, da verdadeira ligação do homem com o sentido da vida. O materialismo age como um ímã, fixando a mente no torvelinho da matéria. A crendice fanática faz a mesma coisa com os convencionalismos religiosos, em cujo redemoinho de cerimônias e dogmas prende a mente subjugada. Daí as terríveis contradições que assinalam a história da religião, com os dramas cruéis do fanatismo.
Foi por isso que Kardec inscreveu, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", esta legenda de luz: "Só é inabalável a fé que pode encarar a razão face a face, em todas as etapas da humanidade." É por isso que o Espiritismo insiste na necessidade do esclarecimento permanente da razão para os problemas da fé. Combatendo o materialismo, com as próprias armas deste, através da observação e da experimentação científicas, Espiritismo combate, por outro lado, o religiosismo cego, a aceitação fanática de princípios religiosos. Não combate nenhuma religião, mas combate o fanatismo religioso. E nesse combate não usa jamais as armas da impiedade, porque suas armas são o esclarecimento através da pesquisa, do estudo e da exposição da verdade. Ajudar o homem a se equilibrar na posição justa do espiritualismo esclarecido, para que o mundo seja melhor e mais belo, é a missão do Espiritismo neste período difícil da evolução terrena.

O Homem Novo de J. Herculano Pires

Hair - Aquarius

Vida y muertes de Buenaventura Durruti, ...(em espanhol)

Se grabó en La Cúpula, sala de ensayos de Els Joglars en Pruit. El documental refleja el sistema de trabajo de la compañía a través del proceso de creación seguido para recrear el personaje de Durruti y las circunstancias históricas que le rodearon y de las que fue protagonista.
Dirigido por el cineasta francés Jean Louis Comolli autor de seis películas de ficción y una veintena de documentales.

Vida y muerte de Buenaventura Durruti, anarquista se presentó en el Festival Internacional de Cine de Valladolid, fuera de concurso, dentro de la sección Tiempo de historia.

Que disfrutéis de estos soñadores, de su mundo más justo, igualitario y sencillo para todos.









Assistido em: KanalAlternativo

Documentário - Codigo Linux (em espanhol)

Pink Floyd - Dark Side of the Moon


quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Quinze anos depois, a Rússia é uma catástrofe social



O Partido Comunista da Federação Russa (KPRF, na sigla em russo), baseado em dados publicados pelas autoridades do país, fez um balanço dos últimos quinze anos da política social do regime burguês na Rússia. Os resultados demonstram a catástrofe social que se abateu sobre os russos. Leia abaixo o resumo do levantamento do KPRF.


Em 15 anos:


Surgiu uma ameaça real de catástrofe demográfica. A mortalidade supera em 1,6 vezes a natalidade.


O salário real em 2006 foi duas vezes inferior ao de 1990. As aposentadorias médias em 2,5 vezes. As bolsas estudantis 7 vezes. A aposentadoria média em Moscou chega hoje a 3,5 mil rublos (cerca de 100 euros).

Foram fechadas 70 mil indústrias.


O Produto Interno Bruto da Federação Russa é 2 vezes menor que em 1990.


Foi perdida a independência alimentar.


Foram deixados de cultivar 35 milhões de hectares. Cerca de 50% dos produtos alimentícios são importados. O consumo calórico caiu para um terço dos níveis de há 15 anos, enquanto o consumo de leite é duas vezes menor.


Na Federação Russa são cometidos 3 milhões de crimes por ano (Duas vezes mais que na antiga Rússia Soviética).


Foram registrados 4 milhões de alcoólatras e 1,5 milhões de viciados em drogas.


A população da Rússia diminuiu em 12 milhões de pessoas, dos quais a metade correspondem aos sete anos de poder da Era Pútin.


A esperança média de vida se reduziu em 10 anos. Até 70% das crianças nascem com diferentes patologias.


Diferença de renda: a correlação de renda entre os 10% mais ricos frente aos 10% mais pobres é, em Moscou, de 41 para 1 (Na antiga URSS era de 4 para 1). Um de cada quatro homens em idade de trabalhar está desempregado.


Devido à alimentação deficiente, a altura média dos russos caiu 1,5 centímetros. Até 15% dos que se incorporam às fileiras do Exército apresentam desnutrição. A capacidade física dos jovens se reduziu em 18%. A moças são ainda mais fracas.


O número de funcionários públicos se multiplicou por 2, superando os 3 milhões. O número de escolares se reduziu a 25% do número de 15 anos atrás, enquanto que o de crianças de rua já supera 4 milhões.


Veja o texto original (em russo) no site do KPRF

Fonte: vermelho

China condena ex-dirigente à prisão perpétua por corrupção

Pena que no Brasil a impunidade impera...


Hu Xing, ex-responsável pelo setor de transporte na província de Yunna, sudoeste da China, foi condenado à prisão perpétua nesta quarta-feira (8), após ser julgado culpado de corrupção. Depois de tentar a fuga, ele foi detido e extraditado de Singapura.


Com 49 anos, Hu aproveitou-se do cargo de subdiretor do Departamento Provincial de Transportes de Yunnan para obter subornos que somara mais de 40 milhões de yuans (cerca de R$ 10 milhões). Entre as propinas figura um apartamento no valor de 247 mil yuans (R$ 90 mil). "De acordo com sua confissão, Hu também usou seu cargo para beneficiar seus parentes em atividades comerciais", noticia a agência Xinhua.


"O ex-funcionário desapareceu em janeiro, quando as autoridades locais estavam investigando um importante caso de crime econômico e o haviam implicado como suspeito. Foi preso em Singapura, em 18 de fevereiro", prossegue a notícia.


Antes de assumir o cargo nos Transportes, em novembro de 2004, Hu foi vice-prefeito de Kunming, capital de Yunnan, tendo se encarregado da área de planejamento e construção.

Comunidade Software Livre e Lula iniciam revolução digital


Martelo batido: deve ser feita até o final de outubro a concorrência para a maior compra de computadores da história do País. O governo federal vai adquirir 150 mil laptops para distribuir a alunos e professores de 300 escolas públicas. A proposta nasceu da Comunidade Software Livre para promover uma verdadeira revolução digital no Brasil com a inclusão de milhares de estudantes no mundo da Web.



É muito em termos absolutos (imagine um Maracanã lotado de estudantes) e pouco em termos relativos (há cerca de 48 milhões de alunos e professores em escolas públicas). Mas é só o primeiro passo de um projeto que deve crescer e que tem um objetivo nada modesto: acabar com o fosso digital que separa ''conectados'' e ''não conectados'', e que deixa os últimos alijados da revolução tecnológica em curso no planeta.

Trata-se do programa ''Um Computador por Aluno'', coordenado por assessores diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e inspirado na organização ''One Laptop Per Child'' (OLPC), entidade que pertence a Comunidade de Software Livre e que promove o uso de computadores portáteis como ferramenta para revolucionar a educação em países pobres.

Laptop U$ 100,00


A OLPC está por trás do chamado ''laptop de 100 dólares'', aparelho de baixo custo idealizado nas pranchetas de cientistas do MIT (Massachussets Institute of Technology) e que está prestes a entrar em produção, com uma série de inovações tecnológicas. Seu custo, porém, foi recalculado para algo próximo de US$ 180.

Apesar de ter deflagrado a criação do programa no Brasil, a OLPC, com seu modelo XO, não tem mercado cativo - terá de concorrer com a Intel, que produz o Classmate PC, e a empresa indiana Encore, fabricante do Mobilis.

O governo deve estabelecer um preço máximo para a compra, além de exigir garantia de assistência técnica por três anos e uso exclusivo de software livre nas máquinas, disse José Luís Aquino, assessor da Presidência, em entrevista a Terra Magazine.

Concorrência

No início do ano, Cezar Alvarez, coordenador do projeto, disse que o preço de cada laptop ficaria ''em torno de US$ 200''. Se isso se confirmar, complica-se a situação da Intel, cujo Classmate custa aproximadamente o dobro.

De olho em um mercado que pode chegar a milhões de unidade, Intel e Encore tentaram ganhar a simpatia do governo com a promessa de montar no Brasil seus laptops - a OLPC, por sua vez, fará suas unidades em Taiwan. Mas o quesito ''produção nacional'' não terá peso na concorrência, afirma Aquino.

A OLPC é uma organização sem fins lucrativos, mas tambêm tem como prioridade vencer a concorrência - a eventual adoção do XO pelo país garantiria produção em escala, redução de custos (a meta de US$ 100 não foi abandonada) e visibilidade internacional para o projeto.

A entidade foi criada por Nicholas Negroponte, uma das estrelas do MIT, em 2005. Em poucos meses, o projeto de um laptop barato, resistente e inovador havia sido abraçada por empresas de tecnologia como AMD, Google e Red Hat.

Intel e Microsoft bombardearam a idéia desde o início - motivos econômicos não faltavam, dada a preferência pelo sistema operacional Linux e o uso dos chips da AMD. Depois de uma guerra verbal, a Intel hasteou recentemente a bandeira branca e até aderiu oficialmente à OLPC, provavelmente após negociar a utilização de algum de seus produtos no XO.

Rede ''mesh''

Desafiando os céticos, os designers e engenheiros da OLPC não só viabilizaram o barateamento radical dos laptops como ainda introduziram características exclusivas, como telas que podem ser lidas ao sol, uma nova interface gráfica e a chamada rede ''mesh''.

Numa rede mesh, cada laptop funciona ao mesmo tempo como receptor e emissor de sinais sem fio - computadores próximos conseguem ''conversar'', mesmo que ambas estejam desconectadas da internet.

Na prática, isso significa que os alunos podem fazer trabalhos em grupo e exibi-los em rede para toda a classe, por exemplo. Além disso, se houver conexão à internet, cada computador funciona como um difusor do sinal, o que amplia o alcance físico da rede.

Revolução didática

Ou seja, no lugar de livros didáticos os estudantes passarão a ter um laptop onde cada máquina é receptora e transmissora do sinal de rede de internet, sem ter a necessidade de um provedor intermediando o acesso a rede.

Com 150 mil máquinas recebendo e transmitindo sinais em diversas regiões do País a malha da rede engordará, pois além dos estudantes, qualquer computador com wireless (rede sem fio) poderá ter acesso a ela, mesmo sem pagar um provedor.

Mas esta é apenas a primeira etapa do projeto, o governo tem como meta chegar a 1 milhão de laptops. Até lá, lado a lado da superação da exclusão digital, estará dado outro desafio: afinal, como se darão as relações didáticas e pedagógicas na sala de aula quando esta terá como principal instrumento pedagógico um computador com acesso a rede?

Para responder esta pergunta estudantes universitários da área de educação se engajaram no projeto da OLPC. A expectativa é que para além da revolução digital, o ''Um Computador por Aluno'' também revolucione a educação no Brasil.

Fonte:Vermelho