quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Moleskinsoft Clone Remover v.2.5


O Moleskinsoft Clone Remover permite encontrar arquivos duplicados em diferentes pastas ou drives de seu computador. Com ele você pode selecionar os locais a serem pesquisados e pode filtrar sua busca por tipos de arquivo. O programa detecta arquivos duplicados mesmo que estes possuam nomes diferentes mas não possui nenhum controle sobre os critérios de comparação. O resultado da pesquisa por duplicatas é exibido na tela para verificação e após a verificação a interface do programa permite mover, copiar ou deletar os arquivos apontados.




Mundo - O verdadeiro choque de civilizações

Leonardo Boff * Adital -

A expressão "choque de civilizações" como formato das futuras guerras da humanidade foi cunhada pelo fracassado estrategista da Guerra do Vietnã Samuel P. Huntington. Para Mike Davis, um dos criativos pesquisadores norte-americanos sobre temas atuais como "holocaustos coloniais" ou "a ameaça global da gripe aviária", a guerra de civilizações se daria entre a cidade organizada e a multidão de favelas do mundo. Seu recente livro "Planeta Favela" (2006) apresenta uma pesquisa minuciosa (apesar da bibliografia ser quase toda em inglês) sobre a favelização que está ocorrendo aceleradamente por todas as partes. A humanidade sempre se organizou de um jeito que grupos fortes se apropriassem da Terra e de seus recursos, deixando grande parte da população excluída. Com a introdução do neoliberalismo a partir de 1980 este processo ganhou livre curso: houve uma privatização de quase tudo, uma acumulação de bens e serviços em poucas mãos de tal monta que desestabilizou socialmente os paises periféricos e lançou miilhões e milhões de pessoas na pura informalidade. Para o sistema eles são "óleo queimado", "zeros econômicos", "massa supérflua" que sequer merece entrar no exército de reserva do capital. Essa exclusão se expressa pela favelização que ocorre no planeta inteiro na proporção de 25 milhões de pessoas por ano. Segundo Davis 78,2% das populações dos paises pobres é de favelados (p.34). Dados da CIA de 2002 dava o espantoso número de 1 bilhão de pessoas desempregadas ou subempregadas favelizadas.

Junto com a favela vem toda a corte de perversidades, como o exército de milhares de crianças exploradas e escravizadas, como em Varanasi (Benares) na Índia na fabricação de tapetes, ou as "fazendas de rins" e outros órgãos comercializados em Madras ou no Cairo e formas inimagináveis de degradação, onde pessoas "vivem literalmente na m" (p.142).

Ao Império norte-americano não passaram desapercebidas as conseqüências geopolíticas de um "planeta de favelas". Temem "a urbanização da revolta" ou a articulação dos favelados em vista de lutas políticas. Organizaram um aparato MOUT (Military Operations on Urbanized Terrain: operações militares em terreno urbanizado) com o objetivo de se treinarem soldados para lutas em ruas labirínticas, nos esgoto, nas favelas, em qualquer parte do mundo onde os interesses imperiais estejam ameaçados. Será a luta entre a cidade organizada e amedrontada e a favela enfurecida. Um dos estrategistas diz friamente: "as cidades fracassadas e ferozes do Terceiro Mundo, principalmente seus arredores favelados, serão o campo de batalha que distinguirá o século XXI; a doutrina do Pentágono está sendo reconfigurada nessa linha para sustentar uma guerra mundial de baixa intensidade e de duração ilimitada contra segmentos criminalizados dos pobres urbanos. Esse é o verdadeiro choque de civilizações"(p.205).

Será que os métodos usados recentemente no Rio de Janeiro com a militarização do combate aos traficantes nas favelas, com verdadeiras execuções, já não obedece a esta estratégia, inspirada pelo Império? Estamos entre os paises mais favelizados do mundo, efeito perverso provocado por aqueles que sempre negaram a reforma agrária e a inclusão social das grandes maiorias, pois lhes convinha deixá-las empobrecidas, doentes e analfabetas. Enquanto não se fizerem as mudanças de inclusão necessária, continuará o medo e o risco real de uma guerra sem fim.


* Teólogo. Membro da Comissão da Carta da Terra
Reforma agrária e capitalismo



Wladimir Pomar


As forças populares brasileiras jamais conseguiram reunir força suficiente para impor uma reforma agrária, mesmo limitada aos latifúndios improdutivos e às terras devolutas da União. Sequer foram capazes de unificar os pequenos proprietários rurais aos antigos camponeses sem-terra (rendeiros, foreiros, "agregados"), num só movimento de democratização da propriedade territorial.

Parte dos pequenos proprietários rurais só despertou para a reforma agrária quando o capitalismo deu início à modernização dos latifúndios. Primeiro, nos anos 1950, quando o capital empurrou do campo para as cidades os milhões de trabalhadores necessários para a industrialização. Depois, a partir dos anos 1960-70, quando o capital colocou em prática sua lei, já apontada por Marx, de destruição e recriação constante de seus diversos setores (chamada de "destruição criativa", por Schumpeter), passando a expropriar a economia dos camponeses, e ameaçando sua existência como classe.

Como toda classe social só subsiste à medida que consegue transformar-se em porta-voz dos interesses da "sociedade", o movimento camponês pensa transformar sua defensiva em ofensiva, com o argumento de que a pequena agricultura pode atender às "demandas históricas da sociedade brasileira", em termos de saneamento, moradia e alimentos. Como a pequena agricultura não é dominante, a dificuldade é dupla: demonstrar que pode se tornar dominante e, ao mesmo tempo, que pode atender a tais "demandas históricas".

A agricultura camponesa só teria condições de se tornar dominante se realizasse uma profunda revolução agrária, quando a maior parte da agricultura brasileira era dominada pelos "velhos latifúndios", e seu desmembramento não representaria qualquer retrocesso no avanço das forças produtivas e no atendimento das "demandas históricas". Hoje, diante da forte agricultura capitalista, capaz de suprir as necessidades de matérias-primas para a indústria e de alimentos para a população, o atendimento das "demandas históricas" só pode ser realizado se aproveitarmos os avanços tecnológicos do "agronegócio” e corrigirmos suas distorções, através da substituição da propriedade capitalista pela socialista.

Por outro lado, isso não significa que a necessidade da reforma agrária tenha sido superada. O próprio capitalismo a repôs na ordem do dia, ao concentrar ainda mais a propriedade fundiária e manter um número considerável de latifúndios improdutivos. Assim, embora não consiga atender àquelas "demandas históricas", nem competir com o agronegócio, a pequena agricultura é fundamental para democratizar a propriedade e, no estágio atual do capitalismo, para ampliar a presença da classe trabalhadora assalariada na sociedade.

É num quadro como esse que se impõe realçar o papel democrático e progressista que a reforma agrária pode desempenhar. Esta é, certamente, uma das missões estratégicas que o governo Lula pode realizar. Mas ela ainda é uma missão eminentemente "burguesa", de resgate da força da pequena propriedade camponesa, embora carregue junto um componente socialista, ao resgatar também a força social da classe trabalhadora.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

Frankenstein vive



Luiz Eça

“Nas esferas do governo, devemos nos proteger contra a influência injustificada exercida pelo complexo militar-industrial. A possibilidade do surto desastroso de um poder mal orientado existe e permanecerá. Não devemos nunca permitir que o peso desta coalizão
ameace as nossas liberdades ou os processos democráticos”.

Dwight Eisenhower, em seu discurso de despedida da presidência dos Estados Unidos

As recentes posições assumidas em política internacional pelos pré-candidatos presidenciais do Partido Democrata foram de nenhum republicano da pesada botar defeito. Ambos querem o bombardeio do Irã caso persista em seu programa nuclear. Obama ainda topa reunir-se com o presidente Ahmadinejad, coisa que Hilary renega. Mas ambos concordam que, estando Bin Laden localizado no Paquistão, bomba nele, ainda que isso cause danos naquele país amigo. Até mesmo bomba atômica, ruge a mulher de Clinton.

O que levaria esse alinhamento com o governo Bush de políticos tido como progressistas e defensores dos direitos humanos?

Para entender esta questão, voltemos para 1961, quando o presidente Eisenhower alertou a nação do perigo representado pelo chamado “complexo militar-industrial”. Ele admitia que, face aos desafios da guerra fria, o país fora obrigado a criar uma imensa máquina militar, que exigia permanentemente verbas orçamentárias gigantescas. Formara-se então um poderoso setor industrial nessa área, associado a políticos e chefes militares, que poderia influir excessivamente no governo do país.

E foi o que aconteceu. A produção de armamentos cresceu sempre, alimentada não só pela guerra fria mas também por outras guerras como as da Coréia e do Vietnã. E, junto com ela, o poder do complexo industrial-militar.

Em 1976, a eleição de Jimmy Carter com uma plataforma de promoção dos direitos humanos e restrições ao comercio de armas ameaçou esse status quo. A reação foi uma campanha articulada através de lobbies e da imprensa contra Carter. Deu certo, venderam ao povo a idéia de que a gestão do líder democrata fora fraca.

Com a eleição do republicano Ronald Reagan o país voltou a investir pesado em armamentos, assim continuando nos governos seguintes.

Finda a guerra fria, ”o complexo militar-industrial não desapareceu, simplesmente reorganizou-se” (revista Foreign Policy in Focus, 1999). E os Estados Unidos, em vez de reduzir suas forças armadas, trataram de aumentar seu poderio. Elas passaram a ser usadas como instrumento de intimidação para a consolidação da hegemonia global.

Para viabilizar esta estratégia, os orçamentos militares americanos vêm crescendo sempre. De 304 bilhões de dólares em 1991 (último ano da União Soviética) chegaram, em 2007, a 532 bi, sem contar os 100 bilhões gastos no Iraque e no Afeganistão.

Com esses aportes de somas estratosféricas, as forças armadas americanas chegaram a um nível de poder de fogo e avanço tecnológico que deixaria os exércitos da 2ª. Grande Guerra na idade da pedra.

Através da doutrina da “preemptive war”, George W. Bush deixou claro que os Estados Unidos atacariam quem quisessem, sempre que sentissem seus interesses vitais ameaçados. E com uma força que nem todos os exércitos do mundo poderiam enfrentar. A invasão do Iraque mostrou que ele não estava brincando.

O medo despertado pela agressividade e o poder militar americano é certamente a principal razão

que leva os países da Europa a, via de rega, acompanhar as posições de Washington. Mas não é a única. Eles ainda não conseguiram romper sua relação umbilical com os Estados Unidos, em parte por que, embora não exista mais a ameaça soviética, já se acostumaram a ver os americanos como seus protetores e ainda não se sentem à vontade para se opôr a eles.

É verdade que a Alemanha e a França criticaram a forma com que Bush desrespeitou a ONU e o direito internacional no caso do Iraque. Mas, assustados por sua audácia, voltaram rapidamente atrás, apoiando, posteriormente, a participação da comunidade internacional na gestão do Iraque ocupado.

O atentado de 11 de setembro tem sido usado eficazmente pelo governo Bush para aterrorizar seu povo e convencê-lo da necessidade de se manter o país em pé de guerra contra os terroristas e os países que presumivelmente os apoiariam. Foi assim que os americanos aplaudiram a invasão do Iraque e aceitam a idéia de, em último caso, bombardear as instalações nucleares do Irã, como tendem a aceitar ataques “overseas” sempre que sua segurança estiver em jogo. De olho nas eleições de 2008, os liberais Hillary e Obama não pensam em contrariar a opinião pública. Pelo contrário, esmeram-se em se mostrar agressivos no relacionamento com os chamados “estados párias” (rogue states), os países rebeldes à supremacia americana: Cuba, Irã, Síria, Coréia do Norte e Venezuela. Nenhum deles propôs uma nova diplomacia, baseada em contatos diretos com todas as partes, buscando soluções justas e imparciais para os contenciosos internacionais.

Se esse caminho fosse seguido, se os Estados Unidos renunciassem ao emprego de ameaças e da força, não haveria por que continuar a manter forças armadas colossais. Os recursos orçamentários hoje destinados a elas poderiam ser deslocados para atender a um problema da maior seriedade que hoje aflige o país: a crise de sua infra-estrutura, da qual a inundação de Nova Orleans e a queda da ponte de Minneapolis são sintomas.

Relatório da ASCE (Sociedade Americana de Engenheiros Civis) revela a deterioração dos serviços públicos em 12 áreas – entre as quais energia elétrica, estradas, pontes e represas - totalmente abandonadas nos dois governos Bush. O relatório conclui que, nos próximos 5 anos, seriam necessárias obras avaliadas em cerca de 1,6 trilhão de dólares, sob pena de iminente colapso.

Teria o governo americano condições políticas para poder trocar os investimentos na defesa por investimentos na infra-estrutura, como o bem estar do país exige?

Hoje a indústria de guerra americana movimenta negócios no valor de 100 bilhões de dólares anuais. Trabalham para ela cerca de 5 milhões de pessoas. Somando os militares da ativa e da reserva , temos 15 milhões que compõem a população total do complexo industrial-militar.

Cortar radicalmente os financiamentos que mantém essa conjunção extremamente poderosa de interesses econômicos e pessoais parece uma missão impossível. Como o dr. Frankenstein, a sociedade americana criou um monstro que pensava poder controlar.

E como aconteceu na história, essa proposição se inverteu.

Luiz Eça é jornalista.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Curiosidades - Anos 1600 a 1700

Ao se visitar o Palácio de Versailles, em Paris, observa-se que o suntuoso palácio não tem banheiros. Na Idade Média, não existiam escovas de dente, perfumes, desodorantes, muito menos papel higiênico. As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio. Em dia de festa, a cozinha do palácio conseguia preparar banquete para 1.500 pessoas, sem a mínima higiene. Vemos nos filmes de hoje as pessoas sendo abanadas. A explicação não está no calor, mas no mau cheiro que exalavam por debaixo das saias (que eram propositalmente feitas para conter o odor das partes íntimas, já que não havia higiene). Também não havia o costume de se tomar banho devido ao frio e à quase inexistência de água encanada. O mau cheiro era dissipado pelo abanador. Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, para dissipar o mau cheiro que o corpo e boca exalavam, além de também espantar os insetos. Quem já esteve em Versalies admirou muito os jardins enormes e belos que, na época, não eram só contemplados, mas "usados" como vaso sanitário nas famosas baladas promovidas pela monarquia, porque não existia banheiro. Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a incomodar, as noivas carregavam buquês de flores, junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí termos "maio" como o "mês das noivas" e a explicação da origem do buquê de noiva. Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não jogue o bebê fora junto com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos. Os telhados das casas não tinham forro e as vigas de madeira que os sustentavam era o melhor lugar para os animais - cães, gatos, ratos e besouros se aquecerem. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais a pularem para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo canivete" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" (está chovendo gatos e cachorros). Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, fazendo com que muita gente morresse envenenada. Lembremo-nos de que os hábitos higiênicos, da época, eram péssimos. Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, venenosos. Os copos de estanho eram usados para cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão" (numa espécie de narcolepsia induzida pela mistura da bebida alcoólica com óxido de estanho). Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estivesse morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu o velório, que é a vigília junto ao caixão. A Inglaterra é um país pequeno, onde nem sempre havia espaço para se enterrarem todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos retirados, postos em ossários, e o túmulo utilizado para outro cadáver. As vezes, ao abrirem os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao se fechar o caixão, amarrar uma tira no pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo, durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", expressão usada por nós até os dias de hoje.

VIVENDO E APRENDENDO...


A Banda Podre da Mídia!!!

Capa da 'Folha' comete agressão contra Lula


Em matéria de agressão ao presidente da República, o capista da Folha de S.Paulo de hoje (22/08) merece receber nota 10, aprovação "cum suma et maxima laude" ou algo assim, conforme os ritos acadêmicos. É difícil dizer o que preside a capa do jornal, se a sutil grosseria ou a grossa sutileza.

Por Flávio Aguiar



Reprodução da capa da Folha desta quarta-feira: manipulação

A grosseria fica por conta da montagem da foto do presidente e da primeira-dama, D. Marisa, com cara de "cheirei e não gostei". O presidente Lula está cheirando os próprios dedos, e D. Marisa está examinando a textura de algo que tem entre os seus. Na mão do presidente está um frasco de laboratório com um líquido castanho. Tudo sugere que o presidente tenha água de esgoto entre seus próprios dedos.

A foto vem cercada por três manchetes: "PF vê problema na defesa de Renan", "STF inicia hoje julgamento dos 40 denunciados pelo mensalão" e "CPI quebra sigilo de diretora da Anac suspeita de mentir à Justiça". Além disso, a chamada da legenda da foto é "Sujando as mãos".

Dentro do caderno, a proeza se repete na página A10. Esta página trata quase exclusivamente do caso do "Julgamento do mensalão", chapéu das matérias. De quebra, só há uma referência a Lula ter declarado que o PT precisa considerar apoio a Ciro Gomes em 2010. No centro da parte superior da página, nova foto do presidente com o frasco cheio de líquido cuja cor lembra lama ou merda, cheirando o conteúdo. Logo abaixo da foto vem a chamada "Os 40 denunciados" encabeçando a lista daqueles cujos nomes estão no processo cuja aceitação o STF começa a julgar.

É inequívoca a conotação "Ali Lulá, quero dizer, Babá e os 40 ladrões", onde começa a sutileza, ainda que grosseira, da montagem de manchetes, temas e fotos, perpetrada pela edição.

A grossa sutileza prossegue: as fotos do presidente e da primeira-dama são de uma visita de ambos a uma usina de biodiesel em Lins, no interior de São Paulo, para sua inauguração. Ao mesmo tempo, portanto, em que se procura avacalhar a figura do presidente, procura-se também desqualificar uma das principais iniciativas do atual governo, em torno do biodiesel, que pode fazer avançar a agricultura familiar em diversas regiões do país. No capacete do primeiro mandatário, em ambas as fotos, é perfeitamente legível a palavra "Biodiesel", em letras destacadas e azuis.

Para prosseguir na linguagem sugerida por essa montagem digna de imprensa marrom, pode-se perguntar o que as fotos têm a ver com as calças. É óbvio: por todo lado discute-se e especula-se em torno das questões de se o Supremo aceitará ou não a denúncia, quais denúncias aceitará, e nesse caso que julgamento final fará. O que a montagem conota é que, se o destino dos "40 ladrões" é incerto (até mesmo o do ex-deputado José Dirceu), "Ali Lula" já está condenado de antemão como "o chefe da quadrilha", torcendo até mesmo o significado do título do conto de Sheerazade.

Esse feito do capista da Folha deve estar provocando roídas de unha e rilhar de dentes (de inveja) entre os que disputam o prêmio jornalístico de avacalhação do presidente.

O curioso é o que estará provocando entre os correligionários do próprio presidente, se é que estará provocando algo. Porque um grande número desses correligionários, como se sabe muito bem, está se lixando para tais avacalhações, e dá seguramente alguns de seus dedos e anéis para aparecer, e de qualquer jeito, nas páginas e nas telas dessa mesma mídia que continuamente os avacalha e despreza as idéias pelas quais, supostamente, deveriam se bater.


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terça-feira, 21 de agosto de 2007

O especialista em tudo, o jornalista da Rede Globo Ali Kamel, acaba de lançar um novo livro. Quem me informa a respeito é o bom caderno Aliás, de O Estado de S. Paulo, em texto assinado por Gabriel Manzano Filho.

O título do livro é “Sobre o Islã – A Afinidade entre Mulçumanos, Judeus e Cristãos e as Origens do Terrorismo”. Título pomposo sobre um tema deveras difícil de explorar. Mas pelo jeito ninguém segura esse Kamel. Há pouco ele lançou um outro livro cujo título “Não Somos Racistas” já dizia a que veio. É uma porcaria de livro, cujas teses defendidas não resistem a duas perguntas. Aliás, já fiz esse teste em outro texto publicado neste blog.

Agora, neste seu último trabalho, o título, porém, não informa um dos aspectos principais do trabalho, o de incensar o presidente dele, George Bush. Claro que gente como Kamel tem contato direto com a matriz. Eles não são brasileiros, só estão aqui de passagem. O lance é gritar Fora Lula e discutir aspectos da gestão Bush.

Nesse particular, nos informa Manzano Filho, que leu o livro, o trabalho de Kamel defende a tese “de que Bush tinha fortes razões para agir como agiu no Iraque”. Que o mesmo Bush teria “tido paciência para com as Nações Unidas e que esperou ao máximo a adesão dos outros países à sua tese”.

Kamel ainda vai além ao discutir o que a invasão do Iraque representou para a diminuição das liberdades individuais. Segundo Manzano Filho, o especialista em tudo diz que situações como essa já ocorreram no passado. Claro, na inquisição, por exemplo. Talvez fosse o caso de começar a queimar inimigos e adversários em praça pública, não é Kamel?

Valei-me padin-padin Cícero. É gente como esse Kamel, com esse dom para falsificar a história, que tem um dos cargos mais altos da Rede Globo. É ele que utiliza a concessão pública de comunicação que é também minha e sua para dar a versão dele e dos patrões dele para a realidade.

O pior de tudo é que pelo que apurei, Kamel vai continuar a escrever bastante. Recentemente teria contratado um ex-professor de cursinho para lhe ajudar nessa tarefa, não é Kamel? Esses nossos intelectuais são de lascar.


Privatizando mulheres



Debra McNutt
20-

A prostituição militarizada existe nos arredores das bases dos Estados Unidos nas Filipinas, Coréia do Sul, Tailândia e outros países há muito tempo. Mas, desde que os EUA começaram a deslocar forças para muitos países muçulmanos já não podem permitir a prostituição destinada ao seu pessoal de maneira tão aberta. A mobilização das forças militares norte-americanas na Guerra do Golfo, na Guerra do Afeganistão e na Guerra do Iraque estimulou a prostituição de mulheres no Oriente Próximo.

Outra mudança importante é a dependência das forças armadas dos EUA dos chamados “contratistas privados”, que já ultrapassam o número de soldados no Iraque. A opinião pública começou a prestar atenção no papel dos contratistas nas zonas onde os norte-americanos realizaram ações militares. Menos atenção foi dedicada, entretanto, à forma que os contratistas privados estão dando à natureza da prostituição militarizada. No exemplo mais conhecido, funcionários da DynCorp foram descobertos quando traficavam mulheres na Bósnia, e há indícios que sugerem que o mesmo pode estar ocorrendo no Iraque.

Estou investigando se os contratistas civis permitem a exploração sexual militarizada no Iraque, Afeganistão, Emirados Árabes Unidos (EAU) e outros países muçulmanos. Minha investigação pretende descobrir novos padrões de exploração sexual de mulheres dirigida a militares por parte dos Estados Unidos, e como a prostituição institucionalizada se transforma quando as forças norte-americanas se instalam nos países muçulmanos.

Estou especialmente interessada no papel que desempenham os contratistas civis na promoção da prostituição local ou na importação de estrangeiras para zonas de guerra, fazendo-as passar por cozinheiras, camareiras ou funcionárias de escritório. Empreendi essa investigação como militante feminista que trabalhou durante muito tempo sobre aspectos relacionados com a mulher e o militarismo, inspirada pelo exemplo de mulheres como Cynthia Enloe, Katherine Moon e Saralee Hamilton. Organizei protestos contra a exploração sexual nas proximidades das bases dos EUA nas Filipinas. Mais recentemente trabalhei em facetas relacionadas com a agressão e o assédio sexuais a mulheres soldados nas forças armadas dos EUA. Desde a Guerra do Golfo também me opus ativamente aos ataques dos EUA ao Iraque.

Embora durante a curta Guerra do Golfo as forças armadas dos EUA não permitissem a prostituição militarizada na Arábia Saudita para não ofender seus anfitriões, quando os barcos de transporte do pessoal militar regressavam aos Estados Unidos, detinham-se na Tailândia para desfrutar de um tempo de “descanso e recreio” (Rest and Recovery). As duras sanções econômicas impostas depois da Guerra do Golfo obrigaram muitas iraquianas a se prostituir. O comércio sexual cresceu em tal medida que, em 1999, Saddam ordenou que suas forças paramilitares o reprimissem. Como resultado disso, muitas mulheres foram executadas.

A invasão do Iraque pelos EUA, em março de 2003, levou a prostituição de volta a esse país em questão de semanas. Até agora, a Guerra do Iraque durou oito vezes mais que a do Golfo, e é caracterizada pelo uso de uma enorme quantidade de contratistas privados. Em janeiro de 2006, o presidente Bush aprovou uma lei que proíbe o tráfico de pessoas. Essa lei, porém, não foi aplicada aos contratistas privados.

O medo criado pelo renascimento da prostituição permeia toda a sociedade iraquiana. As famílias não deixam que as meninas saiam às ruas, não só para evitar que sejam atacadas ou assassinadas, mas para impedir que sejam sequestradas por redes organizadas de prostituição. Essas redes também obrigam algumas famílias a que lhes vendam seus filhos, para convertê-los em escravos sexuais.

A guerra deixou sem casa uma grande quantidade de rapazes e moças, que são bastante vulneráveis ao comércio sexual. Também produziu um grande número de refugiados que tratam de escapar do perigo, mas que (por desespero econômico) terminam se prostituindo na Jordânia, Síria, Iêmen ou nos Emirados Árabes Unidos. Nossa ocupação não só ataca as mulheres fisicamente, mas também espiritualmente, até que não reste mais nada para destruir.

As estrangeiras importadas para exercer a prostituição no Iraque chegam, geralmente, através dos canais estabelecidos pelo tráfico ilegal de trabalhadores, tal como o documenta a série de reportagens publicadas pelo Chicago Tribune, intituladas Pipeline to Peril (A Rota do Perigo). Por exemplo, o jornalista independente David Phinnay documentou como uma companhia contratista quaitiana, que importava trabalhadores para construir um novo complexo para a embaixada dos EUA na Zona Verde de Bagdá, introduzia mulheres na área da construção.

Alguns bordéis foram abertos na Zona Verde (disfarçados de pousadas para mulheres, salões de beleza ou restaurantes chineses), mas as autoridades os fecharam quando a mídia informou sobre sua existência. Segundo as forças armadas norte-americanas, suas tropas são proibidas de tratar com prostitutas. Não obstante, em sites de sexo na web, os contratistas privados se jactam de serem capazes de encontrar mulheres iraquianas ou estrangeiras em Bagdá ou nos arredores das bases militares dos EUA. Esses contratistas privados de segurança cobram salários muito elevados, o que faz com que disponham de muito dinheiro, e não são responsáveis diante de ninguém mais que suas companhias.

O empregado de um empreiteira que vivia na Zona Verde contava, em fevereiro de 2007, que havia tardado quatro meses em alcançar os contatos necessários. “Temos um contato na Patrulha Encarregada da Segurança Pessoal que nos traz essas belezas iraquianas.” Nos correios eletrônicos de contratistas ocidentais é sugerido que mulheres chinesas, filipinas, iranianas e da Europa do Leste também se prostituem no Iraque para os usamericanos e outros ocidentais. (Outros informes indicam que, aparentemente, existem mulheres chinesas que se prostituem no Afeganistão, Catar e outros países muçulmanos, nos quais pode ser difícil para as redes de prostituição encontrar mulheres desses países.)

Em 2005, durante seu período de licença do Iraque, o reservista do exército Patrick Lacktatt afirmou que “ por um dólar podes conseguir uma prostituta por uma hora”. Mas, à medida que a guerra se intensificou em Bagdá e em outras regiões árabes do Iraque, ficou mais perigoso para os ocidentais sair das bases militares da Zona Verde. Por isso, agora, os contratistas comentam que é melhor desfrutar de seus períodos de “descanso e recreio” na região curda do norte, que é mais segura, ou nos bares e hotéis de Dubai, o emirado que se converteu no principal centro de prostituição do Golfo Pérsico. Enquanto isso, no Iraque, as redes de prostituição têm que atuar de maneira cada vez mais clandestina para se esconder das milícias iraquianas.

Como assinala Sarah Mendelson em seu relatório do ano de 2005 sobre os Balcãs – Barrack and Brothels (Barracas e Bordéis) – o governo dos EUA idealizou muitos protocolos e programas para diminuir o tráfico de pessoas, mas, como não se fazem respeitar, terminam sendo meros exercícios de relações públicas. Os oficiais militares costumam fazer vistas grossas para a exploração de mulheres pelo pessoal militar e dos empreiteiros privados, porque querem elevar o “moral” de seus homens. A forma mais eficaz que as forças armadas têm para evitar uma reação pública negativa é impedir que a informação incômoda chegue a seus ouvidos. Não é necessário encobrir a informação se ninguém a conhece.

Para mim (e para outros investigadores e jornalistas) foi difícil chegar ao fundo desta crise. Em seu livro Imperial Life in the Emerald City (Vida Imperial na Cidade Esmeralda), Rajiv Chandrasekaran observou: “Havia prostitutas em Bagdá, embora não pudesse ir a uma cidade para ter sexo como em Saigón.” Decifrar quem está por detrás do tráfico de pessoas é tão difícil (ou mais) como no caso do tráfico de drogas. Já é bastante difícil rastrear o amplo tráfico ilegal de trabalhadores para o Iraque. Mas o tráfico de mulheres iraquianas ou estrangeiras para prostituí-las está melhor encoberto. As redes de prostituição camuflam muito bem seus rastros e nem os militares nem os contratistas privados estão interessados em revelar informações que possam prejudicar a guerra.

O fato de que a informação seja difícil de encontrar é um estimulante para instensificar a busca e para fazer da prostituição militarizada um tema fundamental dos movimentos de mulheres e contra a guerra. A Guerra do Iraque é financiada com nossos impostos e, se como resultado da ocupação mulheres são exploradas, é nossa obrigação nos responsabilizarmos por esses crimes.

Atualmente, estou escrevendo um informe mais detalhado sobre minhas descobertas e necessito dados de outros investigadores e jornalistas, veteranos de guerra, empregados de contratistas privados, exilados e refugiados, e mulheres que tenham sido prostituídas no passado, para que ajudem a esclarecer a prostituição militarizada no Oriente Próximo e o papel das forças armadas e de seus contratistas privados.

O objetivo final dessa investigação é não só trazer à luz esses crimes contra a mulher, mas contribuir para a formação de um movimento que os detenha. Quando se fala sobre os direitos das mulheres iraquianas não se toca no tema de como a ocupação dos EUA está criando novas formas de opressão que destróem sua autoestima. Como estadounidenses, temos a obrigação de deter os abusos de militares contra as mulheres fazendo com que a ocupação termine.

Debra McNutt é feminista e ativista contra a guerra, pesquisadora residente em Olympia, Washington.

Fonte: CorreioDaCidadania

Publicado originalmente no CounterPunch. Tradução de ViaPolítica.