quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A midia de esgoto e sua mediocridade....

Folha debocha do Fórum Social de Belém


Não chega a ser novidade, mas é sempre irritante quando isso acontece: a imprensa corporativa brasileira (com raríssimas exceções) não consegue cobrir o ''Fórum Social Mundial'' de outra forma que não seja ''folclorizando'' o que se passa por lá.

Por Rodrigo Vianna, em seu blog*


Na primeira página desta sexta-feira, a Folha traz a fotografia de Hugo Chávez cantando ao lado da filha de Che Guevara, sob o título: Karaokê no Fórum Mundial. Não há nenhuma informação sobre o que se discutiu no histórico encontro dos presidentes, que reuniu Chávez, Morales, Lugo Correa e Lula.

Na página interna, entre os milhares de participantes do Fórum, a Folha escolheu (para ilustrar a ''reportagem'') um rapaz deitado na grama, de frente pro rio.

Claro que nada disso é mentira. Chávez cantou e o rapaz deitou na grama (aliás, a vista para o rio - a partir da Universidade Federal do Pará - é belíssima; o rapaz tem toda razão em aproveitar a rica paisagem paraense).

As escolhas são sintomáticas. Passam a imagem de que tudo, em Belém, não passa de deboche e descompromisso. É o oposto do que vi por lá. Passei por Belém no início da semana. Vi centenas de pessoas reunidas em escolas, ginásios, auditórios, debatendo formas de superar a barbárie neoliberal. Ou, simplesmente, se articulando para batalhas futuras.

Nada disso está nos jornais.

Ao fazer esse tipo de cobertura, a Folha talvez imagine que esteja ajudando a esvaziar o Fórum. A ''grande imprensa'' não percebeu que ocorre justamente o contrário: é a imprensa que se esvazia, ao tratar de forma canhestra um evento que reúne no Brasil quase cem mil pessoas de todas as partes do mundo.

Para ler sobre o Fórum, e sobre o encontro dos presidentes em Belém, já sei que é preciso buscar em outro lugar. Não nos nosso jornais.
Sugiro o bom artigo de Gilberto Maringoni, na Carta Maior.

Abaixo, alguns trechos do Maringoni:

''O que leva chefes de executivo a abrirem espaço em suas agendas para comparecerem a um encontro dessa natureza? Certamente votos é o que não vêm buscar. Mas procuram solidificar ou recompor vínculos objetivos e simbólicos com setores da sociedade que alicerçaram suas trajetórias e, em última análise, sustentam suas administrações. O caminho não é de mão única. O encontro ganha peso e densidade política internacional com isso.
(...)
Nem tudo é tranquilo, no entanto. As duas atividades desta quinta com os chefes de Estado envolveram uma disputa, estabelecida entre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o governo Lula. Descontentes com o que avaliam serem os poucos avanços da reforma agrária, os dirigentes do movimento decidiram não convidar o presidente brasileiro para a atividade do período da tarde.
(...)
Em um diálogo inédito, os quatro mandatários ouviram previamente demandas de representantes dos movimentos, o que levou Morales a lembrar que ''somos presidentes originários das lutas sociais continentais''. O líder boliviano era o mais entusiasmado de todos. Acabara de vencer o plebiscito que aprovou por larga maioria a nova constituição do país, reduzindo o espaço institucional da oposição de direita.
(...)
Nos tórridos dias de Belém, muitos se queixam de falhas na organização. É natural, mas tudo acaba se articulando. Davos, por sua vez, aparenta funcionar com a precisão dos outrora famosos relógios suíços. Mas a desorganização que suas diretrizes provocaram no mundo tem poucos paralelos na história recente...''

(Clique aqui para ver o texto completo)


Agora, volto eu.

Não é só a Folha. Ouvia , há pouco, a rádio Bandeirantes de São Paulo. No ar, mais uma vez, a tentativa de ''folclorizar'' o encontro de Belém. Um jovem jornalista reproduziu trecho do discurso de Chávez , em que o venezuelano dizia que milhares de empregos se perderão graças à crise mundial, e que a Venezuela sofreria menos porque lá se constrói o socialismo.

O jovem jornalista, em tom irônico, debochou.
''Esse foi o Chávez, que estava acompanhado de uma tropa em Belém, hem! Sabe quem estava ao lado dele? O ''companheiro'' Evo...''

Não era o ''presidente'' Evo Morales. O jornalista queria deixar claro que se tratava de um ''companheiro'', como a demarcar o campo: é da turma dos petistas, índios, chavistas. Não é da nossa laia.

Joelmir Betting, que estava no estúdio, pareceu encampar o deboche, lembrando: ''... e o presidente da Colômbia não estava lá em Belém.''

O jovem jornalista adorou: ''ah, não, Uribe deve ter mais o que fazer, está preocupado com as Farc''.

Aí, Joelmir completou: ''não, não, é que o Uribe preferiu ir a Davos, na Suiça''

O jovem jornalista caiu do cavalo: ''ah, então não é preocupação com as Farc''.

E eu fiquei a rir sozinho no carro... Joelmir pode ser o que for. Mas não briga com os fatos.

Os novos-ricos do jornalismo - esses garotos criados lendo só a Folha e O Globo - não conseguem nem fazer ironia. Eles, sim, são folclóricos.

Fonte: http://www.rodrigovianna.com.br/





terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Vigie a mídia

Eduardo Guimarães

Sei que irão me trucidar por dizer isto, mas não concebo a idéia de não ler jornal, de não assistir telejornais, de não deslizar pelos meandros da programação imbecilizante das tevês, de, enfim, não dar mergulhos eventuais em cada parte dessa grande mídia que, queiram os amigos ou não, ainda exerce uma enorme, uma descomunal influência sobre o país.

Como sempre digo, prefiro verdades terríveis a mentiras sem fim. O poder da mídia pode ser uma terrível verdade, mas dizer que esse poder não tem capacidade de transtornar a vida da nação é uma mentira que precisa ter fim, pois, do contrário, esse poder a que me refiro só tenderá a crescer.

Por outro lado, se você for inteligente, se souber usar a lógica, se tiver sensibilidade e sangue-frio suficientes para ver através da indignação que brota ante a mentira, ante o engodo, ante a tentativa de manipular espíritos, poderá extrair daquilo que lhe ofende a consciência os meios para combater essa que é uma anomalia perniciosa de nossa forma de organização social.

Escolhi lutar. Como? Denunciando, apontando erros, identificando estratégias, lendo nas entrelinhas.

Uma coisa é certa: eles (a elite diminuta e conservadora e sua mídia) têm mais informações do que nós (o conjunto da sociedade) sobre muitos setores da realidade contemporânea, ainda que tenhamos informações sobre outros que eles não levarem em conta constitui sua maior fraqueza.

Procuro fazer isso e com foco, responsavelmente. Em vez de sair atirando para tudo quanto é lado, elejo um grupo de veículos poderosos e eminentes (os mais poderosos e eminentes) e os analiso a fundo, de forma a ter conhecimento e autoridade nas minhas críticas.

Não entrarei em digressão escrevendo um rol de meios de comunicação em cada tipo de mídia. Direi que, quando se trata de jornal, escolhi ler o maior em tiragem de exemplares pagos, a Folha, e, de sua leitura, consigo extrair muita informação, até porque o jornal controla um instituto de pesquisas de opinião e de mercado que ostenta os maiores níveis de acerto.

A esta altura, meu leitor médio deve estar bufando e com vontade de me esganar, pois pessoas que dedicam leitura a alguém como eu passaram da fase de ser manipuladas pela mídia, mas, se tivermos o bom senso de ver como a mídia ainda consegue induzir multidões a comportamentos literalmente irracionais, acalmaremo-nos e esperaremos que eu termine de expor minha idéia.

Escrevo sem pressa, para aqueles que gostam de ler e de raciocinar. Assim, depois de tudo isto é que caio no assunto, agora que já lhes preparei o espírito para discutirem comigo, ainda que silenciosamente, a leitura que fiz da Folha de São Paulo do primeiro domingo de fevereiro.

A manchete principal de primeira página diz o que todos estão carecas de saber e que em parte explica por que seria impossível nosso sistema financeiro ter sucumbido à crise que pôs de joelhos o sistema financeiro internacional: “Ganho de banco no país é o mais alto do mundo”.

Pudera, com o spread mais alto do mundo nossos bancos só poderiam ser os mais rentáveis. Onde está a novidade? Na idéia “jamais alardeada à exaustão” de que o governo “popular” de Lula está muito longe de ser “popular”, pois deixa os bancos ganharem aqui o que não ganham em lugar nenhum? Ora, não me façam rir...

Mas onde está a necessidade de repisar acusação feita tantas vezes? Talvez a resposta comece a aparecer no primeiro editorial da Folha na edição do jornal em tela, que trata de brigar contra fenômeno que o veículo vê ocorrer “Nos EUA, no Brasil ou em qualquer outra sociedade”, conforme se vê na última frase do editorial.

A teoria do texto intitulado “Tempo de pacotes” é a de que “ainda que um período recessivo tenda a corroer com rapidez a popularidade de um governante [nota do editor: Ó esperança, és a última que morre], é inegável que o maior risco, no momento, vai na direção oposta. Trata-se de confundi-lo [o governante] com uma espécie de salvador da pátria [A quem se referirá isto, hein?], cujas resoluções antes se comemoram que analisam.

Esperto, o editorialista não foi direto ao ponto, preferindo comer o mingau pelas beiradas, dizendo que a teoria acima refere-se a Barack Obama, que estaria tendo “senso certeiro da simbologia” com as primeiras medidas que tomou, que calaram montes de bocas que haviam reverberado a idéia alucinada de que ele não assumiria tomando medidas de impacto já de saída, depois de uma campanha calcada no lema “change”.

Note-se, porém, que o editorial conclui dizendo que em vez de uma crise muitas vezes desgastar um governante, converte-o em “salvador da pátria” tanto nos EUA quanto no... Brasil.

Bingo!

Podem me dizer apressado, mas eu já venho desconfiando de que a população brasileira viu no noticiário alarmista sobre a crise que ela não é nossa e que o Brasil, além de ter se preparado para ela como nenhum outro país se preparou, está sendo bem conduzido na tormenta.

Logo em seguida, na mesma página A2, vem Clóvis Rossi criticar os defensores do neoliberalismo, que hoje se calam e não são cobrados, e atribuir ao primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, acerto em prever que o capitalismo desregulamentado era um risco. Sobre o Brasil, não falou quem combateu a desregulamentação. Tudo isso depois que Lula discursou criticando os arautos da globalização.

De certo, a manchete de primeira página já desqualificava Lula como crítico da desregulamentação porque os bancos brasileiros são os que mais ganham, ainda que a regulamentação brasileira não difira de qualquer outra que há no mundo, nem nos regimes bolivarianos, porque desregulamentar o mercado financeiro deixou de ser ponto de vista para se tornar imposição que até aqui desafiar significava a virtual quebra de um país.

Mas não haveria de ficar por aí, a tese tinha que ser vendida por completo, o que coube à indefectível Eliane Cantanhêde, que na imperdível coluna “Múltiplas personalidades” completa o serviço, mas deixa escapar uma enormidade, o que torna sua coluna deste domingo imperdível, devido ao que reproduzo o texto logo abaixo:

*

ELIANE CANTANHÊDE

Múltiplas personalidades

PARIS - Há dois Lulas, ou muitos Lulas. O deste momento, de crise nos países ricos e de fórum de países pobres, é o Lula de esquerda, que se vira de costas para Davos e de frente para Belém.

Se fosse hora de crescimento mundial, Lula certamente estaria em Davos com os líderes dos países desenvolvidos, enaltecendo a estabilidade e o ajuste fiscal. Como não é, ficou no Brasil mesmo para se encontrar com Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e Fernando Lugo.

Ironizou "o deus mercado" e os ricos, mandando o FMI ensinar a Obama como gerir os EUA. E aproveitou para, apesar dos cortes no Orçamento, prometer mais um milhão de habitações e ampliação do Bolsa Família para os jovens. Ou seja: um olho na crise, outro na sua popularidade hoje e na campanha de Dilma Rousseff amanhã.

Esses dois Lulas, que se alternam entre o Fórum Econômico e o Fórum Social, dividem opiniões. Como ficou claro num encontro de jornalistas sobre América Latina na Espanha, semana passada.

Em almoços e jantares, brasileiros criticavam o "oportunismo" e o lado marqueteiro de Lula, sempre tirando vantagem de tudo - inclusive dos êxitos alheios. Nas reuniões plenárias e mesas redondas, espanhóis, argentinos, venezuelanos, equatorianos... elogiavam a liderança política e o sucesso administrativo do Brasil e de Lula.

De onde, afinal, vem a boa fama de Lula no mundo? De onde os jornalistas internacionais tiram tanta simpatia por ele? Principalmente da imprensa brasileira, que, por exemplo, como tinha de ser, registrou todo o seu falatório e toda a sua desenvoltura no Fórum de Belém.

Isso mostra como as notícias sobre Lula e seu governo têm imenso espaço e repercussão, soterrando as críticas. Tudo o que ele diz, faz, promete e anuncia tem destaque. O resto fica confinado aos espaços de análise e de opinião.

Está explicada, portanto, a azia de Lula com a imprensa: ele chora de barriga cheia, muito cheia.

*

Francamente, pessoal, sempre vi premeditação na má vontade com que a imprensa brasileira trata Lula, mas essa coluna me abalou tal percepção. A jornalista parece não ter percebido a enormidade que disse.

Eliane simplesmente reconheceu um fato citado por dez entre dez críticos da mídia grande nacional: enquanto é enorme a má vontade com Lula nessa imprensa, no resto do mundo e no Brasil ele se tornou um dos líderes políticos mais admirados.

Eliane, no texto em questão, confessa que não entende por que Lula é tão admirado, já que essa entidade guardiã da verdade suprema do universo, formada pelos jornais e tevês do eixo São Paulo - Rio, detesta o presidente.

Se imprensa, governos e cidadãos do mundo todo, e até a maioria esmagadora dos brasileiros, admiram Lula - penso que pelos resultados de seu governo -, será que o problema não está na imprensa tupiniquim?

Aliás, o texto de Eliane é tão bobo, tão ingênuo, que a poucas páginas dali o ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, com seu estilo de minimizar as graves e reiteradas práticas anti-jornalísticas da Folha, faz um comentário que se choca com o que diz a colunista.

Eliane afirma, na coluna acima reproduzida, que o noticiário é generoso com Lula e que as críticas que se faz a ele ficam confinadas nos espaços destinados a opinião. O ombudsman da Folha, na mesma edição do jornal, mostra como o noticiário não é sempre tão isento assim.

Vejam como suas críticas demolem a teoria de Eliane Cantanhêde sobre isenção do noticiário:

"Carlos Eduardo Lins da Silva – ombudsman da Folha

No dia 24, o jornal acertou ao usar o adjetivo "suposto" em referência ao célebre grampo contra o presidente do STF. Mas, quando o tema era manchete diária, não foi cauteloso. Não demonstrava dúvida sobre o "grampo ilegal". Esse episódio, em que o jornal embarcou acriticamente em informação sem a ter obtido ou comprovado autonomamente, deveria servir para estabelecer determinação pétrea: nenhuma informação exclusiva revelada por outros pode ser considerada verdadeira sem confirmação própria.

*

Na quinta, o jornal deu manchete para a ampliação de R$ 873 milhões em gastos sociais do governo federal. Ressaltou ter ocorrido um dia após cortes no Orçamento de R$ 37 bilhões, que não estiveram na capa de quarta. Se o que envolvia valores maiores não era relevante para a primeira página, por que 3% deles foram manchete? Havia assuntos mais importantes, como os entraves a importações e o pacote econômico de Obama.

*

Na terça, pela segunda vez em poucas semanas, título de submanchete da capa passa a impressão de que números de desemprego se referem ao Brasil, embora sejam internacionais.

*

Como vocês vêem, se ficarmos lendo só as notícias de que gostamos, lendo só os articulistas com os quais concordamos, e se ignorarmos gente que é capaz de causar comoção social quando quer, não teremos como saber o que eles sabem.

Agora, por exemplo, com esse falatório sobre crises não derrubarem popularidade de governantes porque eles acabam sendo vistos como “salvadores da pátria”, a manchetona de primeira página, toda essa pantomima nos leva aonde?

Quem vocês acham que é esse governante que o editorial diz que há no Brasil e que a crise, em vez de desmoralizar, elevou ao status de “salvador da pátria”? O que significa isso, que eles têm informações de que Lula, em vez de cair na impopularidade, manteve-se popular ou até tornou-se mais popular?

A mim pareceu isso que acabo de dizer. Eles têm o Datafolha, sabem mais do que nós. E vocês, como entenderam? Não importa. Tenho certeza de que a maioria percebeu por que temos que vigiar a mídia. E com lupa.

Desmistificando Dan Brown...

O CÓDIGO DA VINCI, OU A DEFESA DO “SANGUE AZUL”

Fausto Brignol

Todos os que leram “O CÓDIGO DA VINCI”, de Dan Brown, devem ter ficado um pouco decepcionados com o final de típico “happy-end” norte-americano.

No fim, o mocinho fica com a mocinha e o mundo continua girando como sempre. Tudo está bem e podemos dormir tranqüilos.

Depois daquelas incríveis peripécias que duram quase 24 horas, percebe-se que, na verdade, nada foi revelado. Nada de novo. Nada que seja, comprovadamente, verdade.

Mas o que surpreende, de fato, é a incrível cara-de-pau com que o autor defende os privilégios da aristocracia e da nobreza.

Baseado na falsa e romanceada tese que Maria Madalena teria tido uma filha de Jesus e que essa filha teria dado origem à casa dos Merovíngios, de onde provieram os reis da França e, depois, de outras dinastias européias, Dan Brown defende, descaradamente, a sacralização da monarquia.

Para os milhões de leitores que leram e acreditaram nas informações contidas no livro foi passada uma mensagem subliminar de que a nobreza, a monarquia, é algo sagrado a ser preservado indefinidamente - mesmo nos países democráticos, mas com uma casa real sustentada pelos impostos cobrados ao povo.

O livro também é claramente sionista, na medida em que a filha de Jesus e Madalena seria descendente das casas de Judá e Benjamin, respectivamente, e, portanto, teria o direito ao trono assegurado.

Simples assim. A tese do Direito Divino ressuscitada em pleno séc. XXI.

É claro que o autor tenta encobrir essa tese através de um romance de muita ação, com múltiplas informações superpostas, colocadas de maneira a parecerem verdades incontestes.

As novas informações somente parecem “novas” pela forma de “thriller” com que foi escrito o romance.

Autores bem mais conceituados que Dan Brown, como Juan Atienza, em “O Legado Templário” e Umberto Eco em “O Pêndulo de Foucault” trataram de questões como Santo Graal, Templários, neopaganismo, etc., de uma maneira séria e desmistificadora.

Ao contrário de Dan Brown, que, em seu livro, coloca em destaque e relevo a burguesia e a monarquia como os únicos e legítimos detentores da verdade.

Devemos sempre ficar atentos quanto a esse tipo de literatura, porque o imperialismo cultural e a massificação não se fazem apenas através de revistas, jornais e mídia televisiva. E temos uma nova geração sedenta de novidades e disposta a aceitar qualquer "verdade" que se lhes imponha. Principalmente sob a forma de romance.

Quanto à “Santa Ceia”, de Leonardo Da Vinci... Se Maria Madalena é João, onde está o apóstolo João? Teria ido ao banheiro?

O escritor português Bernardo Sanchez da Motta faz uma crítica muito lúcida sobre "O Código Da Vinci". Leia aqui.


Não Coma Palmito


Um Apelo à Sua Sensibilidade


A Direção do Parque Nacional do Itatiaia apela aos consumidores para que não comam Palmito e aponta 07 justificativas:

1 - O Palmito Jussara é uma das espécies da Mata Atlântica ameaçada de extinção. Foi devastado na Serra da Bocaina, Parati, Angra dos Reis, e atualmente, uma guerrilha com armas pesadas aterroriza o nosso Parque.

2 - O Palmito que cobre a nossa Unidade de Conservação faz parte da natureza.

3 - A continuação da devastação do Palmito será o final da única área de reserva ambiental da região do Vale do Paraíba, com conseqüências desastrosas para o Meio Ambiente.

4 - O Palmito, que é natureza, pode ser também um problema de Saúde Pública, já que, devastado e manuseado sem condições higiênicas, pode levar ao Botulismo, uma doença letal transmitida pelas toxinas do Clostridium botulinium.

5 - O Palmito não pode ser usado como justificativa para combater a FOME, pois não acrescenta nada à nutrição do Ser Humano. O Palmito não tem proteínas, nem vitaminas, nem sais minerais. Apenas contém fibras. Como alimento, causa indigestão.

6 - Se você acha que ganha apenas para ostentar - ATENÇÃO - não existe nenhum prato na culinária com o qual o Palmito interaja e acrescente algo de sofisticado: ele é inodoro, incolor e sem gosto.

7 - O Palmito é definitivamente o alimento dos bichinhos e não do Ser Humano. Ao comer Palmito, você está destruindo a natureza, contribuindo para a devastação e desequilíbrio do Planeta Terra e, conseqüentemente ameaçando a sua própria espécie.

Léo Nascimento.
Gerente do Parque Nacional do Itatiaia.

A midia alternativa será o caminho?


Uma análise muito bem feita por barone, no seu blog, onde faz um apanhado geral dos debates que houveram no FSM sobre mídia alternativa X mídia oficial, e o papel desta como aparelho ideológico de estado.Muito esclarecedor, vale a pena dar uma olhada com mais atenção...a matéria completa encontra-se aqui

Sobre a "crise" econômica...

O buraco perfeito

Leonardo Boff *Adital

Ignace Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique e um dos agudos analistas da situação mundial, chamou a atual crise econômico-financeira de "a crise perfeita". Putin, em Davos, a chamou de "a tempestade pefeita’. Eu, de minha parte, a chamaria de "o buraco perfeito". O grupo que compõe a Iniciativa Carta da Terra (M. Gorbachev, S. Rockfeller, M.Strong e eu mesmo, entre outros) há anos advertia: "não podemos continuar pelo caminho já andado, por mais plano que se apresente, pois lá na frente ele encontra um buraco abissal". Como um ritornello o repetia também o Fórum Social Mundial, desde a sua primeira edição em Porto Alegre em 2001. Pois chegou o momento em que o buraco apareceu. Lá para dentro caíram grandes bancos, tradicionais fábricas, imensas corporações transnacionais e US$50 trilhões de fortunas pessoais se uniram ao pó do fundo do buraco. Stephen Roach, do banco Morgan Stanley, também afetado, confessou: "Errou Wall Street. Erraram os reguladores. Erraram as Agências de Avaliação de risco. Erramos todos nós". Mas não teve a humildade de reconhecer:" Acertou o Fórum Social Mundial. Acertaram os ambientalistas. Acertaram grandes nomes do pensamento ecológico como J. Lovelock, E. Wilson e E. Morin".

Em outras palavras, os que se imaginavam senhores do mundo a ponto de alguns deles decretarem o fim da história, que sustentavam a impossibilidade de qualquer alternativa e que em seus concílios ecumênicos-econômicos promulgaram dogmas da perfeita autoregulação dos mercados e da única via, aquela do capitalismo globalizado, agora perderam todo o seu latim. Andam confusos e perplexos como um bêbado em beco escuro. O Fórum Social Mundial, sem orgulho, mas sinceramente pode dizer: "nosso diagnóstico estava correto. Não temos a alternativa ainda mas uma certeza se impõe: este tipo de mundo não tem mais condiçãoes de continuar e de projetar um futuro de inclusão e de esperança para a humanidade e para toda a comunidade de vida". Se prosseguir, ele pode pôr fim a vida humana e ferir gravemente a Pacha Mama, a Mãe Terra.

Seus ideólogos talvez não creiam mais em dogmas e se contentem ainda com o catecismo neoliberal. Mas procuram um bode expiatório. Dizem: "Não é o capitalismo em si que está em crise. É o capitalismo de viés norteamericano que gasta um dinheiro que não tem em coisas que o povo não precisa". Um de seus sacerdotes, Ken Rosen, da Universidade de Berkeley, pelo menos, reconheceu:"O modelo dos Estados Unidos está errado. Se o mundo todo utilizasse o mesmo modelo, nós não existiríamos mais".

Há aqui palmar engano. A razão da crise não está apenas no capitalismo norte-americano como se outro capitalismo fosse o correto e humano. A razão está na lógica mesma do capitalismo. Já foi reconhecido por políticos como J. Chirac e por uma gama consideravel de cientistas que se os paises opulentos, situados no Norte, quisessem generalizar seu bem estar para toda a humanidade, precisaríamos pelo menos de três Terras iguais a atual. O capitalismo em sua natureza é voraz, acumulador, depredador da natureza, criador de desigualdades e sem sentido de solidariedade para com as gerações atuais e muito menos para com as futuras. Não se tira a ferocidade do lobo fazendo-lhe alguns afagos ou limando-lhes os dentes. Ele é feroz por natureza. Assim o capitalismo, pouco importa o lugar de sua realização, se nos EUA, na Europa, no Japão ou mesmo no Brasil, coisifica todas as coisas, a Terra, a natureza, os seres vivos e também os humanos. Tudo está no mercado e de tudo se pode fazer negócio. Esse modo de habitar o mundo regido apenas pela razão utilitarista e egocêntrica cavou o buraco perfeito. E nele caiu.

A questão não é econômica. É moral e espiritual. Só sairemos a partir de uma outra relação para com a natureza, sentindo-nos parte dela e vivendo a inteligência do coração que nos faz amar e respeitar a vida e a cada ser. Caso contrário continuaremos no buraco a que o capitalismo nos jogou.


* Teólogo

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A midia de esgoto e o preconceito....

Palestinos, Israelenses, MST e preconceito


por Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação

A questão do interminável conflito palestino-israelense continua na ordem do dia e a provocar reações dos mais diversos tipos, como tenho constatado nos correios eletrônicos para mim enviados. A grosso modo, alguns leitores comportam-se como se estivessem na arquibancada do Maracanã torcendo pelo Flamengo ou Fluminense. Fora das ofensas (pobre da minha mãe, que Deus a tenha...), há opiniões discordantes educadas, mas sempre batendo na tecla do senso comum, seja de um lado ou de outro. Aqui ninguém é dono da verdade, mas é necessário um mínimo de distanciamento emocional, sem dogmatismos, para tentar analisar os acontecimentos.

É preciso acabar de uma vez por todas com o (pre)conceito de que qualquer critica ao governo israelense é antissemitismo (a nova ortografia sem o hífen), da mesma forma que os antissemitas clássicos aproveitaram o embalo para assacarem conceitos racistas com base até no velho e surrado Protocolos dos Sábios de Sião. Para quem não sabe, trata-se de um documento apócrifo, sem base científica, formulado pelo serviço secreto do Czar, no início do século passado, portanto antes da Revolução Bolchevista de 1917, que falava de um suposto domínio judaico mundial, seja no capitalismo ou na luta revolucionária socialista.

O problema é que o tal documento rodou o mundo, foi incorporado a Minha Luta de Adolf Hitler e continua na ordem do dia cem anos depois. Há hoje até alguns setores que se autodenominam socialistas – o tal socialismo de tolos, como diria o insuspeito Vladimir Lênin – que se valem, consciente ou inconscientemente, de tais teses racistas. Ou seja, na prática, o suposto antissionismo acaba nutrindo o sionismo, o nacionalismo judaico que se vale dos antissemitas para sustentar suas teses e até mesmo de chantagens emocionais para descontar em cima dos palestinos, que pelo andar da carruagem estão se transformando nos armênios do século XXI, ou seja, um povo sem padrinhos e que sofreu genocídio por parte do então império Otomano. No caso dos armênios, só agora, depois de quase cem anos alguns setores turcos reconheceram o genocídio.

Enquanto Dona Hillary Clinton, a substituta de madame Condoleezza, começa a dar seus pitacos a favor de Israel, o mesmo acontecendo com o presidente Barack Hussein Obama, o que torna no mínimo complicado os Estados Unidos continuarem como mediador de uma crise da envergadura do atual conflito na região, o mundo gira.

No Rio de Janeiro, sob o reinado de Eduardo Paes, o maior jornal carioca, O Globo, continua a enaltecer o tal "choque da ordem". Editores pautam jovens repórteres para saírem às ruas à cata dos mendigos. Os locais são anunciados e no dia seguinte, seguindo a pauta de O Globo, a tropa de Paes recolhe os mendigos, mas ninguém se importa para onde estão levando estes brasileiros excluídos. Setores da classe média que cobram a "limpeza da rua" pouco se importam, da mesma forma que os repórteres e editores, qual a saída que o Poder Público municipal oferece para estas vítimas de um sistema cruel como o capitalista, ainda mais o selvagem.

O Rio está cercado pelos dois lados: a mediocridade estadual e municipal. O Governador Sergio Cabral vai a Davos como figura decorativa e que rasteja em torno dos poderosos do planeta, como é do seu feitio, e que nem sabem quem é a figura. Lula desta vez sentiu os ares e optou pelo Fórum Social Mundial 2009. Menos mal, mas resta saber se pretende colocar em prática o ideário de um outro mundo possível (e necessário, diga-se de passagem) ou ficará apenas na retórica, optando pelo esquema Henrique Meirelles.

Outro fato que vale destacar, e que foi jogado meio para escanteio pela mídia conservadora, é o aniversário do MST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terras, que completou 25 anos de luta. E, como sempre, a mídia conservadora tratou de forma preconceituosa o mais importante movimento social brasileiro. Ou seja, os veículos que historicamente sempre tiveram ódio dos brasileiros que lutam pela reforma agrária, não mudaram.

Foi assim em 1964, quando os jornais mencionados e mais outros assacavam injúrias e mentiras contra o governo que instalou o processo mais progressista feito no país até hoje em matéria de reforma agrária, o de João Goulart, derrubado exatamente por defender e levar adiante reformas de base necessárias para a formação de um Brasil mais justo em termos sociais.

Por causa das mentiras e manipulações midiáticas, o Brasil mergulhou numa noite que durou 21 anos, e cujos reflexos continuam presentes até hoje. Ou seja, ainda é necessário se lutar por uma reforma agrária, porque ainda não foi concretizada, uma luta que ganhou novos contornos em função das mudanças ocorridas no país nas últimas quatro décadas. Mas, O Globo, a Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo repetem a história de sempre na base de "se há povo organizado e mobilizado, somos contra".

É por aí que se pode entender o motivo de tanta manipulação contra os movimentos sociais, em particular o MST.

FSM-2009

Debates do FSM trouxeram propostas para enfrentar crise

A maioria dos debatedores que participou de atividades sobre a crise no FSM 2009, em maior ou menor grau, defende como iniciativas imediatas a elevação do salário mínimo, a ampliação de políticas de proteção social, a defesa do serviço e dos bens públicos, o fim da independência do Banco Central e a nacionalização dos bancos privados.

BELÉM - Um espectro rondou o Fórum Social Mundial. O fantasma da crise econômica esteve presente em centenas de debates e oficinas nestes dias chuvosos em Belém.

Mesmo os debates focados em temas aparentemente distintos, como comunicação, ecologia ou direitos das minorias acabaram por se referir ao cataclismo econômico. O encontro acabou por se transformar na "primeira manifestação popular global contra a crise", de acordo com François Sabado, dirigente da Liga Comunista Revolucionária, da França.

A multiplicidade de intervenções e análises feitas por economistas, cientistas políticos, historiadores, sociólogos e pesquisadores de várias correntes de opinião apresenta diferenças quanto aos objetivos e algumas convergências em algumas medidas imediatas a serem tomadas. O Fórum não se propõe a grandes sínteses, o que é um problema. Mas pode-se, arbitrariamente, tentar estabelecer alguns fios de continuidade entre o muito que foi falado em diversas mesas.

Pelo próprio caráter do evento, a grande maioria dos expositores situa-se no espectro que vai do centro à esquerda. Entre eles, poderíamos dizer que há duas grandes vertentes, os que buscam superar a fase neoliberal recuperando um desenvolvimentismo regulado pela ação estatal e os defensores de uma ruptura socialista. Mas, aparentemente, ambos concordam que as ações de curto prazo devem ser anticíclicas, tendo o Estado como protagonista. O objetivo é conter o desemprego e as conseqüências sociais do desastre.

Crise de civilização
No debate "A crise econômica mundial e os desafios para a esquerda", François Sábado fez uma observação preliminar: "Esta é a primeira crise profunda do capitalismo globalizado. Não tem por origem problemas nas finanças, mas na esfera produtiva, na essência do capitalismo global". Segundo o dirigente francês, a turbulência atual possui dimensões econômicas, sociais, políticas, energéticas, climáticas e alimentares. "Uma crise de civilização", em resumo. Sua feição mais visível revela uma profunda derrota das políticas neoliberais.

Sábado avalia que se a esquerda e as forças populares não conseguirem encontrar um programa mínimo comum para agir, corre-se o risco da disputa pela superação da crise ficar entre "os neoliberais e aqueles que desejam reformar o capitalismo". O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), aponta uma orientação geral, sintetizada na consigna "os trabalhadores não podem pagar a conta da crise".

A Central dos Trabalhadores do Brasil, vinculada ao PCdoB, defende, por exemplo, empresas que recebam financiamento público não possam demitir trabalhadores. A CUT vai pela mesma linha e exige a queda imediata da taxa de juros. O PSOL pede ainda estatização do sistema financeiro e o controle dos fluxos de capitais, como iniciativas de curto prazo. São tópicos complementares entre si.

Diferente das anteriores
O presidente do IPEA, Marcio Pochmann, no debate "Energia, Soberania e trabalho", lembrou que a crise atual se diferencia das anteriores em vários aspectos, "alguns deles positivos para o seu enfrentamento". De acordo com o economista, antes quem propunha e impunha saídas para a crise era o FMI. Hoje, os Estados nacionais tendem a assumir o comando. Com isso, as políticas de proteção trabalho são decisivas. "Na fase em que o FMI ditava as regras de recuperação, as preocupações eram menos Estado, mais mercado, privatizações, abertura comercial e financeira", afirmou o economista. Desta vez, o Estado é tomado como o único agente capaz de refazer o capitalismo, diz ele.

O sociólogo alemão Elmar Altvater acrescentou, no debate "Crise global e alternativas do sul" que "Em outros tempos, as propostas de recuperação não tratavam de problemas climáticos". Nos dias que correm, segundo ele, um novo paradigma energético e ecológico é tido como urgente e parte indissociável da superação dos problemas.

Para o ex-diretor da Petrobras, Ildo Sauer, é necessário reprogramar a estrutura produtiva dos paises periféricos, muito dependentes de empresas multinacionais. A remessa de lucros para o exterior, em períodos críticos, provoca desequilíbrios nas contas nacionais, diz o especialista. "O predomínio de commodities na pauta de exportações fragiliza as economias quando o valor desses bens sofre profundas oscilações".

Uma idéia geral, ventilada, entre outros, por Pochmann é a de que a crise reavivou a noção de que o Brasil e os demais paises da periferia são profundamente dependentes dos fluxos de capitais externos. Seria necessário, por isso, refazer e fortalecer o sistema de crédito interno para reduzir impactos das crises externas. Bancos de investimento como o BNDES, são fundamentais para proteger a região da propagação interna e financiar setores estratégicos.

Laís Abramo, representante da OIT no Brasil advoga a necessidade do aumento da cobertura do seguro-desemprego, de políticas de qualificação dos trabalhadores e de atenção aos setores mais fragilizados do mercado, como pequenas e micro empresas, mulheres, negros etc.

Auditoria da dívida
Uma das mesas mais concorridas, com cerca de 500 pessoas, reuniu o deputado Ivan Valente (PSOL), o belga Eric Toussaint e Maria Lucia Fatorelli, da Unafisco, em torno do tema do endividamento público, tema, segundo ele, central a ser enfrentado no debate sobre a desaceleração econômica. O parlamentar acaba de obter a aprovação para a instalação na Câmara federal da CPI da dívida pública.

Foi unânime entre os participantes a necessidade de uma auditoria da dívida pública interna e externa. "As elevadas taxas de juros e a carga tributária regressiva são os principais instrumentos de concentração de renda e de poder pelo mercado financeiro", diz Valente. "Lula faz o trabalhador pagar pela crise: dá dinheiro para as empresas que patrocinam ondas de demissões". Em suas palavras, mexer na dívida significa mexer no modelo neoliberal. O deputado recomenda o fim do superávit primário, uma imposição do mercado financeiro, para que haja mais dinheiro para investimentos.

Disputas políticas
A maioria dos debatedores sobre a crise, em maior ou menor grau, defende como iniciativas imediatas a elevação do salário mínimo, a ampliação de políticas de proteção social, a defesa do serviço e dos bens públicos, o fim da independência do Banco Central e a nacionalização dos bancos privados.

Ainda é difícil dizer qual a direção que as disputas políticas pela solução da crise tomarão. Talvez as futuras reformas se limitem à superfície do sistema e a algumas regiões do planeta. É possível também que o poder imperial norte-americano, longe de se enfraquecer, se fortaleça e volte a impor suas diretrizes políticas, econômicas e bélicas sobre o resto do mundo. Tudo dependerá da luta política, da consciência popular e da correlação de forças nos embates pela reforma ou pela superação do capitalismo. (Colaborou Bia Barbosa)

Cinema Russo...

ALEXANDRE NEVSKY (Aleksandr Nevsky, RUS, 1938)



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Direção: Sergei Eisenstein
Roteiro: Sergei Eisenstein e Pyotr Pavlenko
Música: Sergei Prokofiev
Fotografia: Eduard Tisse
Desenho de Produção: Iosif Shpinel
Direção de Arte: Sergei Eisenstein e Nikolai Solovyov
Figurino: Konstantin Yeliseyev
Edição: Sergei Eisenstein e Esfir Tobak

Elenco:
Nikolai Cherkasov (Príncipe Alexandre Nevsky)
Nikolai Okhlopkov (Vasili Buslaj)
Andrei Abrilkosov (Gavrilo Oleksich)
Dmitri Orlov (Igant)
Vasili Novikov (Pavsha)
Nikolai Arsky (Domash Tverdislavich)
Varvara Massalitinova (Mãe de Buslaj)
Vera Ivashova (Olga Danilovna)
Aleksandra Danilova (Vasilisa)

Sinopse: Rússia, primeira metade do século XIII. Em um momento difícil da sua história o país é invadido em uma frente pelos cavaleiros teutônicos e por outra frente pelos tártaros. Como resultado, a pátria é saqueada e a moral da população fica bem baixa. Finalmente, o deprimido e instável príncipe Alexander Yaroslavich Nevsky (Nikolai Cherkasov) é chamado para liderar seu povo na luta contra os opressores.




Sergei Eisenstein regressou à União Soviética em 1932, abaladíssimo pelo fracasso do projeto Que Viva México!. O país estava diferente, cada vez mais centralizado e dominado pela figura de Stalin. O cinema não era evidentemente exceção. Definitivamente proibida a experimentação de caráter formalista, alegadamente “incompreensível” para as massas proletárias, toda a produção cinematográfica tinha sido colocada sob a alçada direta do Partido, de modo que este pudesse exercer um controle rigoroso sobre tudo que do cinema se fazia - e à frente do organismo responsável fora nomeado Boris Shumyatsky, desde há muito um opositor de Eisenstein e do cinema que se revia nas suas idéias.
Apesar da reputação de Eisenstein nunca ter estado tão em baixo, com Aleksandr Nevsky as coisas passaram-se substancialmente para melhor. O seu patriotismo havia sido posto em causa, e então Eisenstein anunciou que, no seu novo filme, “o patriotismo seria o tema”. Com a Alemanha de Hitier a crescer como ameaça, a altura para semelhante demonstração era propícia - e de resto, Nevsky incorpora referências muito diretas ao “perigo alemão”, seja pelo retraio da luta do povo russo contra os teutônicos, seja pela mensagem de aviso, perfeitamente explícita, deixada no fim do filme (qualquer coisa como “Quem contra a Rússia vier de armas em riste, pelas armas perecerá”). No entanto Eisenstein estava escaldado: diz-se que escolheu centrar o filme na figura de Nevsky porque, tratando-se de uma personagem envolta numa aura lendária nebulosa, “ninguém sabia muito sobre ele, e portanto ninguém poderia acusar-me de incorreções”. Nevsky marcaria o retorno do cineasta às boas graças do regime, contando-se que Stalin, no dia da estréia, teria cercado de Eisenstein para lhe dar um tapinha nas costas e, como que passando uma esponja sobre os problemas dos últimos anos, dizer alto e bom som: “Ah, Sergei Mikhailovitch, afinal de contas és um bom Bolchevique!...”.
É evidente que Nevsky já não tem praticamente nada a ver com os cânones do “realismo socialista”, alinhando no tom fulgurantemente épico (e de novo, como em Encouraçado Potemkin, fabricante de iconografia) que as circunstâncias da época exigiam - e repare-se no trabalho sobre a figura (mais do que sobre a personagem) do ator Nikolai Tcherkassov, transformado num bloco vertical de inquebrável retidão, imagem de força que muito agradaria a Stalin e que este gostaria de ver acentuada em Ivan Groznii. Mas Nevsky é também o ponto onde Eisenstein começa a revelar a influência da ópera, construindo o filme num permanente diálogo entre as imagens e a música de Prokofiev, espécie de sinfonia épica onde tudo trabalha e é trabalhado (quase subliminarmente) em função da exaltação emocional do sentido de patriotismo dos espectadores. Ou seja, se alguma coisa Eisenstein tinha aprendido com tantos contratempos, era a fazer convergir todo o seu trabalho teórico e toda a sua atração por um “cinema intelectual” numa estrutura formal que aparentemente o dissolvia mas que não trazia mais do que o devolver, em termos emocionais, verdadeiramente à flor da pele.

Miguel Oliveira
(texto adaptado) - Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema.




O ditador Joseph Stalin queria que Alexandre Nevsky fosse produzido como propaganda para alertar os cidadãos russos do perigo de uma invasão alemã. Entretanto, quando foi lançado nos cinemas o filme foi rejeitado inicialmente, devido à proximidade da assinatura de um acordo de não-agressão entre Rússia e Alemanha. Porém, após a invasão alemã ao território russo em 1941 Stalin ordenou que Alexandre Nevsky fosse exibido em todo cinema russo, na intenção de inspirar a população local a resistir à invasão.

Grant Green - Carryin'On (1969)


Grant Green foi um dos maiores guitarristas que o jazz já teve, ele figura ao lado de Wes Montgomery e Kenny Burrell na história do jazz. Gravou muito para o selo Blue Note e tem uma vasta discografia, tanto como lider, como sideman. Carryin'On é de 69, e tem a música que me aproximou do jazz, "Easy Back". É de um groove fora do comum.