sábado, 16 de junho de 2007

O PSOL cruzou outra barreira




Qual a estratégia correta para o socialismo? Apontar a proa diretamente para a ruptura socialista? Ou apontá-la, primeiro, para a conquista do estado burguês, a fim de promover reformas na economia capitalista e, em seguida, para a transição socialista?

Em torno dessa questão, 683 delegados esgrimiram seus argumentos durante três dias, no I Congresso do PSOL, realizado, no Rio de Janeiro, nos dias 7,8 e 9 deste mês, em clima de festa e alvoroço, premiado com a presença de numerosa juventude.

Venceu a segunda proposta com um resultado contundente: 413 a 270.

A controvérsia pode parecer acadêmica. Não é. Dois partidos distintos decorrem logicamente de cada uma dessas posições. Não que a tese vencedora deixe de constituir uma contribuição para a retomada da luta socialista após a catástrofe da virada petista. Mas, sem dúvida, apresenta sérios riscos de uma recidiva petista - um partido que perdeu sua identidade tragado pela lógica da política eleitoral burguesa. Obviamente, os que a sustentam não têm a menor intenção de caminhar nessa direção. O problema não é a vontade: é a lógica. Se der à disputa eleitoral a mesma prioridade da luta direta de massas e à formação de núcleos, o PSOL corre o risco de se tornar mais uma legenda eleitoral. Correr o risco de um erro não é incidir nele e, sem dúvida, as lideranças que venceram o I Congresso estão tomando todas as providencias para que as exigências da disputa eleitoral não impeçam a realização das outras tarefas.

Por mais que a imprensa conservadora procure ver indícios de racha nessa polarização, a realidade é bem outra: o partido saiu unido do encontro e deu mais um passo na direção de se constituir num instrumento importante para a luta da esquerda.

Agora, é tocar para diante e preparar os congressos estaduais. Convém que eles tenham regimentos internos claros e aprovados previamente e por todos conhecido, porque a mágica de fazer um congresso sem regimento interno, como ocorreu no Rio, pode funcionar uma vez, mas duas é querer demais.

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