segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Palestina: triste realidade


Israel se encontra como gostaria de estar – visto como vítima de
terrorismo, enquanto ao mesmo tempo aterroriza o povo palestino e
expande seu território sob terras privadas palestinas. Ao mesmo
tempo, os palestinos estão entre si divididos, deixando o “lar
nacional judaico” ditar as regras da paz. A atual Palestina é uma
história triste, desmoralizante e confusa.
Trata-se de uma realidade triste porque uma nação que é vítima há
tanto tempo, sujeita a um intenso projeto colonial em pleno século
XXI, deveria lutar unida contra os objetivos sionistas de longo-termo
– a busca de uma Palestina sem palestinos. A recente divisão entre
palestinos (Fatah na Cisjordânia, e Hamas na Faixa de Gaza)
certamente não é a resposta apropriada ao colonialismo israelense.
Ao mesmo tempo, é desmoralizante porque o povo palestino tem
em suas mãos a oportunidade de inspirar um movimento global,com
força suficiente para enviar uma clara mensagem para Israel
de que racismo, colonialismo e apartheid não têm mais lugar no
mundo atual, mas essa oportunidade no momento está esquecida.
Em um mundo que gira em torno de retóricas de igualdade, paz e
harmonia, certamente a atual condição do povo palestino deveria
chamar a atenção. Infelizmente, uma nação dividida não tem a
capacidade de apresentar uma liderança de segurança, e muito
menos uma mensagem de efeito.A tristeza e desmoralização da
Palestina também são confusas para todos aqueles que se
simpatizam com a batalha dos palestinos pela liberdade. Tratase
de uma batalha que foi manipulada com o passar do tempo para
se adequar aos interesses de diferentes grupos,
separados por diferentes ambições, ideologias e crenças. Para
alguns, a questão representa um aspecto da batalha mundial entre
classes sociais. Para outros, é uma questão puramente religiosa.
De uma forma ou outra, o povo palestino se tornou enfraquecido em
sua mais poderosa arma desses 60 anos de batalha: a coletividade,
a união do povo que sobreviveu aos mais difíceis obstáculos.
Dessa forma, o conflito da Palestina é resumido por uma nação sem
o direito de ter suas terras e os direitos humanos fundamentais,
contra um estado de imensa riqueza e poder (poder ideológico e
militar). Israel, graças ao apoio incondicional da única superpotência
do mundo, os Estados Unidos, tem a segurança de desafiar
qualquer aspecto da Lei Internacional, com a certeza de que nunca
serão questionados ou punidos. Cabe aos palestinos se contentar
com uma irreal ilusão da futura paz – como a recente conferência
de Annapolis, organizada pelo governo estadunidense, os
financiadores de Israel.
Ninguém pode afirmar que a questão da Palestina é simples de se
entender. Poderia ser, se visto como mais um simples caso de
colonização, se não tivesse tantas implicações internas (mesmo
entre palestinos). Para se chegar a uma resposta, é necessário
fazer perguntas sobre as causas, motivos e intenções ocultas que
cercam a situação. Feito isso, se tornará claro que apesar da
tristeza, desmoralização e confusão vista do lado de fora, os
recentes fatos na Palestina são, na realidade, previsíveis e
consistentes em relação às demais histórias de colonização. Se o
mundo não deseja evitar as suas responsabilidades morais e
intelectuais, deverá então resistir a essa tentação de transformar a
história da Palestina em uma exceção.

fonte: ORIENTE MÉDIO VIVO, fundado em 20 de fevereiro de 2006.
Algumas fontes de pesquisa interessantes:
 Website Palestine Monitor (www.palestinemonitor.org)
 Website Electronic Intifada (www.electronicintifada.net)

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“A mesma autoridade divina que ordena aos reis serem justos, proíbe aos povos serem escravos” – Robespierre ( 1758 – 1794 )

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