sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

  • O Espiritualismo e a Obrigação Social

  • Escreve: Alfred Russell Wallace (1823-1913)


    Traduzido do original “Spiritualism and Social Duty”, de 1898.
    Leia comentário do prof. Martin Fichman, York University, Ontário, no pé deste artigo.

    Companheiros e amigos espiritualistas,

    Nos últimos 10 anos tenho dado atenção a outros assuntos que não o Espiritualismo e, a menos de três anos, em uma nova edição de meus escritos sobre o assunto, eu declarei minhas firmes convicções com relação à realidade e importância de nossas dúvidas e a inutilidade de todos os argumentos de meus oponentes. Não tenho, portanto, nada a dizer a vocês sobre o Espiritualismo propriamente dito mas aproveitarei esta oportunidade para apresentar algumas observações sobre o que me parece ser a relação de nossas crenças como espiritualistas com o assunto que atualmente ocupa meus pensamentos a maior parte do tempo – como fazer a grande massa emergir dessa terrível situação, difícil de se livrar, em que se encontra agora, de não ter dinheiro ou posses, vivendo de forma infeliz, sem perspectiva de mudança, trabalhando longas horas pelo mínimo de subsistência, vidas encurtadas, sem ter prazer por nenhum dos refinamentos da arte ou apreciação pela natureza, sendo esses últimos essenciais ao desenvolvimento do ser humano.

    Num trabalho publicado há algumas semanas, provei que assim é, hoje, a condição de uma grande proporção de nosso povo, apesar de um aumento da riqueza e do poder gerador de riqueza melhor visto na história do mundo, aceitável, se adequadamente utilizado, para dar não apenas abundância, mas conforto, luxo e amplo lazer a todos. Sobre essas questões, entretanto, não direi mais nada. Apenas pedirei vossa atenção a algumas observações sobre o que eu considero ser a relação entre Espiritualismo e Dever Social.

    A antiga doutrina com relação à natureza da vida futura foi baseada na idéia de recompensas e castigos, os quais supostamente seriam dependentes de crenças dogmáticas e práticas cerimoniais . O ateu, o agnóstico e mesmo o unitário (the unitarian) (1), foram por séculos conduzidos a crer no castigo futuro; e a criança não batizada, a interrupção do Sabbath (2), a abstinência de freqüentar a igreja, eram todas elas ações que conduziam seus protagonistas a queimar no inferno. Crenças e rituais eram tidos como de primeira importância; disposição, conduta, saúde e felicidade não contavam.

    As novas doutrinas - fundamentadas quase que totalmente nos ensinamentos do Espiritualismo moderno, embora sejam agora amplamente aceitas, até entre não-espiritualistas – são exatamente o reverso de tudo isso. Elas são baseadas na concepção de continuidade mental e moral; que não há castigos impostos; que crenças dogmáticas são absolutamente sem importância, com exceção até agora na medida em que afetam nossas relações com nossos próximos; e que as formas e cerimônias e os complexos rituais da maioria das religiões são igualmente sem importância. Por outro lado, o que realmente importa são os motivos e as ações que deles resultam e tudo o mais que desenvolve e exercita por completo a natureza mental, moral e psíquica, resultando em vidas felizes e saudáveis para todo ser humano. A vida futura será simplesmente a continuação do presente, sob novas condições; e suas alegrias ou infortúnios dependerão de como aperfeiçoamos tudo o que temos de melhor em nossa natureza humana.

    Sob a antiga teoria, a alma poderia ser salva por uma simples mudança de crença e pelo desempenho em certos rituais religiosos. O corpo nada representava; felicidade não era nada; prazer era freqüentemente visto como pecado; assim, qualquer castigo, tortura e até mesmo morte eram considerados justificáveis para produzir a mudança de fé e salvar a alma.

    Na nova teoria é o corpo que desenvolve, e até certo ponto, salva a alma. Doença, dor e tudo que encurta e empobrece a vida são ferimentos tanto para a alma quanto para o corpo. Não apenas um corpo saudável é necessário para uma mente sã, como igualmente é necessário para uma alma totalmente desenvolvida – uma alma que está mais adequada para iniciar sua nova era de desenvolvimento no mundo dos espíritos. Ou seja, nós usamos completamente e aprimoramos todas as nossas faculdades – do corpo, da mente e espirituais – e fizemos tudo que está ao nosso alcance para facilitar aos outros um desenvolvimento semelhante. Dessa forma preparamos o futuro bem-estar de nós mesmos e dos outros.

    A mim me parece que, acreditando nessas condições com relação à vida futura e ao que parece ser a única preparação para ela, nós, espiritualistas, devemos nos sentir obrigados a trabalhar energicamente por melhores condições sociais, de modo a tornar possível a todos uma vida de completa felicidade, de desenvolvimento e utilização das várias faculdades que todos possuímos e, conseqüentemente, estarmos todos preparados para atingir de uma vez a vida mais elevada e progressiva do mundo dos espíritos. Sabemos que uma vida de contínuo trabalho do corpo para se ter o mínimo necessário para viver materialmente; uma vida quase que necessariamente desprovida de beleza, de requintes, de comunhão com a natureza; uma vida sem o adequado descanso e sem nenhuma oportunidade de se alcançar a cultura; uma vida cheia de tentações e sem nenhuma esperança de se ter uma velhice em paz, com alegrias é prejudicial tanto para o bem-estar da alma como o do corpo.

    Se as descrições que obtemos do mundo dos espíritos têm qualquer verdade, a recuperação e educação de milhões de espíritos não desenvolvidos ou degradados, que anualmente deixam a Terra, é um fardo dolorido, uma fonte de problemas e tristeza para aqueles mais evoluídos. Essa carga deve necessariamente ser pesada, por conta do número de raças e povos ainda na Terra; mas que nós, que nos chamamos de civilizados, que aprendemos tanto dos poderosos segredos e mistérios do universo, que por meio desses poderes poderíamos facilmente prover uma vida decente, racional e feliz para toda a população – que devemos enviar ao mundo dos espíritos dia após dia, ano após ano, milhões de homens e mulheres, de crianças, todos enviados para lá antes da hora devido à falta de meios para uma vida saudável, a doenças e acidentes advindos das condições vis que lhes oferecemos – isso é uma desgraça e um crime!

    Eu acredito firmemente – e esse fato é baseado em evidências abundantes – que as classes mais pobres de nossas cidades, aquelas que vivem constantemente sob a margem de pobreza, que são desprovidas de conforto, de necessidades e mesmo de decências da vida, são, apesar disso, uma classe tão evoluída moral e intelectualmente quanto as classes médias e altas que olham para elas de cima para baixo, como se fossem inferiores. Suas condições, sociais e morais, são frutos da sociedade; e ainda que pareçam piores do que os outros, são assim feitas pela própria sociedade. O que teria sido de nós se não tivéssemos tido educação, escolaridade, repouso, lares decentes e refinados, nenhuma forma de higiene, se tivéssemos sido forçados a todo tipo de tentação, quando não forçados ao crime? E uma consequência direta dos milhões que são compelidos a conduzir suas vidas dessa maneira são as crianças que morrem prematuramente – um massacre mil vezes pior do que aquele de Herodes, acontecendo ano após ano entre nós; certamente seus pais inocentes gritam contra nossas regras, contra nós todos, que escolhemos estas regras; e mais especificamente contra nós, espiritualistas, que conhecemos a lei superior, se não trabalharmos com todas as nossas forças por uma reforma radical.

    Como muitos de meus amigos aqui sabem, eu, contra todas as minhas pré-concepções, acredito agora que alguma forma de Socialismo é o único remédio para esse estado das coisas; e defino Socialismo simplesmente como a organização do trabalho para o bem comum. Assim como o Correio é o trabalho organizado em um departamento para o benefício de todos igualmente; assim como as linhas de trem são organizadas como um todo para o benefício da comunidade; assim como os números da grande maioria das indústrias são organizados, mais especialmente na América, para o benefício exclusivo do círculo de capitalistas – assim todo trabalho necessário e útil deve ser organizado para o benefício de todos. Peço a vocês que pensem sobre essa questão; e acima de tudo, peço-lhes que considerem a necessidade de remediar essa situação, não com paliativos, que já foram tentados com energia e boa vontade ao longo do século e que absolutamente falharam. Essa força poderosa e prejudicial tem crescido, como se nenhum remédio tivesse sido aplicado contra ela. A caridade tem crescido enormemente e tem falhado. É hora agora de tentarmos a justiça. Há alguns anos, um talentoso escritor usou, e imediatamente popularizou, um novo termo – igualdade de oportunidade. Expressa brevemente e forçosamente o que pode ser considerado o mínimo de justiça social. A mesma idéia já tinha sido levantada por outros escritores, principalmente por Herbert Spencer (3) em seu volume “Justiça”, quando declarou que a justiça requer a cada homem que receba “os resultados de sua própria natureza e conseqüentes ações” - isso e apenas isso. Fundamentalmente as duas idéias são a mesma coisa, mas “igualdade de oportunidade” é a expressão mais simples e inteligente disso.

    Para os espiritualistas, que têm a capacidade de perceber que toda criança nascida neste mundo é uma alma viva, que aqui vem para se preparar para a vida mais elevada no mundo dos espíritos, deve parecer um crime contra o mundo e contra a humanidade não ver que cada criança tenha a melhor educação e cuidado no mínimo até que atinja a idade adulta e se transforme numa unidade independente do organismo social. E se a cada um é devido o melhor, ninguém pode ter mais do que o melhor, e aqui nós chegamos novamente à igualdade de oportunidade.

    Obviamente muitos de vocês dirão: “Isso é impossível. Como podemos dar essa igualdade de educação, cuidado e escolaridade a cada criança?” Admito que isso é difícil – mas não impossível. Deve, com certeza, ser realizado de forma gradual; e onde há um desejo, há uma maneira. Como dito por Herbert Spencer a respeito de outro assunto – a nacionalização da terra – “a justiça pede duramente que isso seja feito”, e se nós, gabando-nos de nossa civilização, declaramos que não pode ser feito, então muito pior para nós e para nossa falsa civilização. É necessário apenas querer. E é nossa obrigação, como espiritualistas, ajudarmos a criar esse desejo.

    Mas, novamente, vocês dirão: “Quais são os meios de fazê-lo? Nós já somos taxados no limite do que podemos suportar”. É verdade, somos vergonhosamente sobretaxados, mas ao invés de aumentarmos os impostos, há uma correlação necessária da “igualdade de oportunidade” que nos dará não apenas fundos amplos de fazê-la acontecer, como irá ao mesmo tempo reduzir a taxação e, por fim, aboli-la totalmente. Porque, se a cada criança é dada igualdade de oportunidades e cada homem e mulher recebem somente “os resultados de sua própria natureza e conseqüentes ações”, então é evidente que não deve haver desigualdade de herança: e para oferecer igualdade de herança, o Estado, isto é, a comunidade, deve ser o herdeiro universal de toda a riqueza e bem-estar. A princípio, é claro, seria necessário apenas tomar o excedente sobre um máximo fixo; e longe disso ser um castigo para os herdeiros de um milionário, seria um grande benefício, já que é admitido que nada tem um efeito tão desmoralizante para um jovem como a certeza de herdar uma grande riqueza; e exemplos disso surgem diante de nós todo ano e quase todo mês. Esse é o verdadeiro ensinamento da parábola de Lázaro; isso nos dá o real significado das palavras de Cristo ao dizer que um homem rico dificilmente entrará no reino dos céus.

    Agora, muitos de vocês que não apreciam a idéia de Socialismo – principalmente, penso eu, por não entender o que ela realmente implica – irão talvez parecer mais favoráveis ao princípio de “igualdade de oportunidade”, já que o individualismo ficaria intocado, tornar-se-ia mais completo e efetivo do que é agora. Nosso estado atual de sociedade não é o verdadeiro individualismo porque as desigualdades de oportunidade no começo da vida são tão grandes que, com freqüência, os piores são forçados ao topo, enquanto muitos dos melhores lutam pela vida inteira sem uma chance de usar suas mais altas faculdades, ou de desenvolver a parte melhor de suas naturezas. Mesmo Tennyson, cuja mente possuía traços aristocráticos, pôde dizer:

    Lavradores, pastores, tenho encontrado, e mais que uma vez, e ainda poderia encontrar mais, Filhos de Deus e reis dos homens em total nobreza de espírito; Verdadeiro, confiante, olhando na direção dos treinados mentirosos no púlpito; Assim o Superior exerce seu poder sobre o Inferior, sendo que o Inferior é o Superior.
    Aqui e acolá a criança de um ocupante de terra é nascida como um rei por direito divino; Aqui e acolá meu senhor é inferior a seu bovino ou seu suíno.
    (Tradução livre)

    A igualdade de oportunidade colocaria tudo isso em seu devido lugar; todos seriam capazes de mostrar que poder para a eternidade eles possuíam e a sociedade, em conseqüência, seria enormemente beneficiada. Ao mesmo tempo, haveria todo estímulo derivado do esforço individual. O homem que conseguisse ultrapassar seus companheiros sob condições iguais e justas seria verdadeiramente um grande homem. Alguns alcançariam a honra, outros a riqueza; mas tudo seria devido a sua própria “natureza e conseqüentes atitudes”, e nem a honra, nem a riqueza seriam distribuídas a indivíduos que não fossem dignos de uma ou de outra.

    Eu acredito que tal competição, perfeitamente justa, na qual todos dão partida nas mesmas condições, socialmente falando, seria um treino admirável e, com certeza, conduziria finalmente a uma cooperação voluntária e a uma organização de trabalho que produziria os melhores resultados do Socialismo propriamente dito. Sendo assim ou não, eu afirmo que essa situação incorpora o grande e verdadeiro princípio de Justiça Social; e proporciona a única fuga não-socialista do horroroso lamaçal social em que nos encontramos. Como espiritualistas devemos defender a justiça; e igualdade de oportunidade para todos é apenas uma amostra de justiça. Sabendo que a vida aqui é a escola para o desenvolvimento do espírito, devemos sentir como nossa obrigação que o espírito nascente em cada criança tem a mais completa e livre oportunidade de desenvolver suas faculdades e poderes sob as melhores condições que pudermos proporcionar para este fim. E eu me aventurei a levantar este assunto diante de vocês porque é a esperança mais próxima de meu coração; e tenho a certeza de que se o grande grupo, que vem rapidamente crescendo, de espiritualistas pode ser levado a considerar essa idéia, e a sentir que a miséria e degradação em volta deles pode e deve ser excluída, e que é especialmente o seu papel e sua obrigação ajudar a se livrar delas, o grandioso trabalho em breve será iniciado.

    O que precisamos, acima de tudo, é educar o povo e criar uma opinião pública adequada ao trabalho. Neste movimento pela justiça e pelo direito, os espiritualistas devem tomar a liderança, já que eles, mais do que qualquer outro grupo, conhecem sua vital importância tanto para este mundo como para o próximo. As várias seitas religiosas estão todas trabalhando de acordo com suas idéias e capacidades no campo social; mas suas forças são quase que exclusivamente dirigidas ao alívio de situações individuais de necessidade e miséria, por meio da caridade em suas várias formas. E esse método fracassou até mesmo para diminuir a massa de miséria humana que está em todo lugar a nossa volta, uma vez que lida com os sintomas apenas e ignora a causa do problema. Eu não diria uma única palavra contra essa forma de caridade para aqueles que não vêem nenhuma lei superior; porém queremos mais da verdadeira caridade de São Paulo – a caridade que não pensa em nenhum mal, que sofre por muito tempo e se rejubila na verdade – não apenas a caridade mais fácil de se praticar, que apenas alimenta os pobres e que São Paulo não permite que se chame de caridade, de modo algum.

    Mas vamos nós, espiritualistas, tomar um caminho mais elevado. Vamos exigir justiça social. Este será um trabalho merecedor de nossa causa, para a qual ele trará dignidade e importância. Mostrará a nossos compatriotas que não somos meros exploradores à procura de milagres, meros inquisidores dos menos favorecidos do mundo dos espíritos; mas que nossa fé, fundada no conhecimento, tem uma influência direta sobre nossas vidas; que nos ensina a trabalhar arduamente pela ascensão e permanente bem-estar de nossos companheiros. A fim de realizarmos isso, nossa palavra chave deve ser – NÃO APENAS CARIDADE, MAS TAMBÉM JUSTIÇA.

    NOTAS

    (1) Adepto do Unitarianismo, seita herética de origem cristã que defende a idéia de Deus como o pai único, superior, segundo essa corrente religiosa, ao dogma da chamada Santíssima Trindade, de três pessoas em uma só (Pai, Filho e Espírito Santo).
    (2) Para o judaísmo, o Dia do Senhor, o sétimo dia, quando Jeová descansou. Segundo os judeus, não se deve trabalhar nesse dia, que deve ser voltado para preces, meditação e inteiramente devotado ao Senhor.
    (3) Herbert Spencer (1820-1903), filósofo e sociólogo inglês, considerado o fundador da filosofia evolucionista.

    Alfred Russell Wallace (1823-1913)
    , naturalista inglês, é internacionalmente conhecido por suas pesquisas em relação à origem e evolução das espécies. Foi contemporâneo de Charles Darwin. Adepto do moderno espiritualismo, que veio a se transformar no Espiritismo, e das idéias socialistas, deixou inúmeras obras e escritos sobre todos esses campos do conhecimento. Este texto que o site Pense publica é inédito em língua portuguesa. A tradução é de Patrícia de Domênico Rodrigues Grijó.

    Comentários feitos pelo prof. Martin Fichman, York University, Ontário:
    O discurso de Wallace, apresentado no Congresso Internacional de Espiritualistas, em 1898, é, posteriormente, um documento crucial para sua carreira. Demonstra que, embora Wallace continuasse a ser um firme seguidor das doutrinas espiritualistas, ele estava agora integrando o Espiritualismo ao contexto mais amplo de sua visão de mundo político-social. Tendo declarado abertamente ser um socialista em 1890, em seu ensaio sobre “Seleção Humana”, Wallace agora queria mostrar ao público que os ensinamentos éticos do Espiritualismo eram totalmente compatíveis com sua filosofia político-socialista, assim como outras causas não-socialistas como a nacionalização da terra. Em seu ensaio, Wallace argumenta que um dos mais potentes ensinamentos do Espiritualismo era que todos os homens e mulheres deveriam se unir para trabalhar pela melhoria das condições sociais para a humanidade nesta vida, e não somente pelo benefício após a morte. Não é por acidente que Wallace se refere nessa palestra a seu livro publicado recentemente, “O Século Maravilhoso” (1898). Naquele livro, Wallace apresenta uma crítica devastadora da sociedade vitoriana capitalista, a qual ele sentiu que promovia o militarismo, um abismo crescente entre o rico e o pobre em sociedades industrializadas e um crescimento desenfreado da ciência e tecnologia que começavam a ameaçar as condições ambientais e ecológicas, tanto na Europa como no mundo todo. Wallace endossava plenamente a ênfase espiritualista de que a “lei superior” demandava que todas as pessoas deveriam ter garantidas a igualdade de oportunidade e justiça social em suas vidas. Wallace argumentava eloqüentemente que o compromisso do Espiritualismo com a reforma social era um exemplo notável e necessário para uma ação realmente civilizada no início do século 20 – ainda que não se aceitasse totalmente os aspectos espiritualistas. As idéias expressadas em seu ensaio de 1898 devem, sem dúvida, ter mais relevância hoje do que quando Wallace originariamente as apresentou.

    Notas elaboradas pelo PENSE.

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