sexta-feira, 2 de maio de 2008

Fórum constata poucos avanços políticos e econômicos no governo Colom

Adital


Nos primeiros meses do governo Alvaro Colom, o Fórum Guatemala, composto por organizações sociais, fez uma análise da situação econômica e política do país, e incluiu que houve poucos avanços; especialmente, no que diz respeito à violência, tema que mais preocupa a população.

A população está submetida diariamente à violência de ações do narcotráfico e de gangues que disputam entre si controle territorial, sem que as estruturas de segurança guatemaltecas tenham capacidade de prevenção, combate e sanção. No âmbito da violência, tem um destaque negativo também a violência contra a mulher.

O feminicídio, que é o assassinato de mulheres em razão do gênero, segue fazendo vítimas em todas as faixas etárias no país. Segundo dados da Anistia Internacional, só entre 2002 e 2007, mais de 2.900 mulheres foram assassinadas no país, sem que 70% dos casos tenham sido sequer investigados. "As ações realizadas (pelo Estado) não reduzem os níveis de impunidade nos casos", disso o Fórum.

Para diminuir à violência, o Fórum pede que no marco da Lei de Segurança se estabeleça "uma estratégia nacional de segurança que incorpore a diversas instituições públicas, municipais, locais e de sociedade civil, que, além disso, se veja claramente refletido no Orçamento Nacional". É preciso ainda melhorar a efetividade da investigação criminal e dispor de uma maior movimentação da Polícia Nacional Civil para a prevenção do delito.

A economia, que no começo do ano gerou grandes expectativas de crescimento, está afetada pelo aumento nos preços do petróleo, milho, arroz e trigo, que já atingiu o mercado interno é elevou o preço da cesta básica.

Segundo o Fórum, para que esse crescimento corresponda às expectativas deve estar apoiado em uma gestão macroeconômica responsável, "cujos principais indicadores registram um nível saudável de reservas, estabilidade cambial e um manejo adequado das taxas de lucro".

O temor do Fórum é de que a economia seja afetada também por uma possível queda no envio de remessas do exterior, pela massiva deportação de guatemaltecos dos Estados Unidos, e pelo desemprego que afeta o país nortista, e em conseqüência a mão de obra estrangeira no país, resultado da recessão.

A escassez de alimento está causando problemas de segurança alimentar e nutricional também na Guatemala. Os índices de mortalidade infantil em conseqüência da fome e da desnutrição no país aumentaram. Assim, o Fórum pede o desenvolvimento de uma estratégia, junto aos agricultores e indígenas, que melhore a capacidade produtiva do país.


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