sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Nós estivemos lá...

Ontem a tarde, na Marcha dos Sem, em POA-Rs o 17° núcleo do Cpergs-sindicato, de Bagé-Rs, esteve representado por cerca de 100 trabalhadores em educação, e presenciou mais um ato fascista da governadora do Estado, Ieda Cruzius que através de seu "comandante" da Brigada Militar cometeu mais um ato de discriminalização dos movimentos sociais batendo e impedindo que os manifestatantes da Marcha realizassem o tradicional ato, que acontece a 13 anos, defendendo a questão da alimentação saudável, contra a discriminalização dos movimentos sociais e em defesa da escola pública de qualidade.


Mendes e a moral de Ieda
“A única coisa moral do governo Yeda, são estas bombas de efeito moral”. A frase é do professor estadual Glauber Lima, de Santana do Livramento, um dos milhares de manifestantes que participaram da Marcha dos Sem na tarde desta quarta-feira no Centro de Porto Alegre. O professor faz referência às três bombas disparadas pelo Batalhão de Choque da Brigada Militar contra bancários, professores, agricultores e estudantes que por volta das 15h55 min, que se concentravam em frente ao Palácio Piratini para o ato final da Marcha dos Sem. Ganha um final de semana no Presídio Central quem descobrir de onde partiu a ordem para as explosões.

- Fascista! Fascista! – gritavam os trabalhadores ao perceber a presença do Comandante Geral da Brigada Militar, Coronel Paulo Mendes, atrás dos escudos transparentes do Choque. Aproveitando o estrondo das bombas, a PM disparou também diversos tiros de balas de borracha que, segundo os organizadores da Marcha, feriram 17 pessoas, todas encaminhadas ao Hospital de Pronto Socorro.


Às 15h47min, quando as primeiras palavras de ordem já podiam ser ouvidas por quem estava na Praça da Matriz, 300 policiais fortemente armados postaram-se à frente do Palácio Piratini. “Não somos bandidos, somos trabalhadores” gritaram os primeiros manifestantes quando se depararam com o verdadeiro batalhão. “Este governo não consegue calar a boca dos que denunciam sua truculência, o mar de corrupção que o inunda, o desrespeito com que trata o funcionalismo e o equívoco de todas as suas políticas. Não conseguindo silenciar o povo, apela para a violência como assistimos hoje à tarde aqui nesta praça”, manifestou a presidente do CPERS Sindicato, Rejane Oliveira.

O tumulto teve início quando a polícia impediu o caminhão de som da CUT, onde estavam os dirigentes da Marcha, de chegar à frente do Palácio. Contido por um grupo do Batalhão de Choque o veículo ficou parado quase em frente à Catedral Metropolitana. A medida indignou os manifestantes que se aproximaram dos policiais gritando “não, não, não; não à repressão”. Neste momento é que a PM disparou as bombas e os tiros instalando o pânico entre os manifestantes.

Irredutível, o coronel Mendes mantinha a ordem de impedir que o caminhão prosseguisse e só cedeu depois que alguns deputados enfrentaram os escudos do Choque e conseguiram, na marra, conversar pessoalmente com ele. “Fui agredido”, denunciou Raul Carrion, do PCdoB. “Somos deputados, não vamos lhe agredir. O senhor não precisa se esconder atrás dos soldados”, bradava Ronaldo Zulke ladeado por Marisa Formolo, Raul Pont e Dionilso Marcon, todos do PT.

Entre os repórteres que cobriam o episódio, prevaleceu a opinião de que foram os exageros de Mendes os causadores do tumulto. “De novo ele. Se sente uma estrela. Não pode passar em branco sem ser o centro das atenções. Acho que agora cai”, disse uma jornalista. “Deve cair mesmo. Este coronel Mendes não tem condições psicológicas de que comandar o que quer que seja,” concordou a presidente do CPERS.

“Duvido. Ele só sai com ela”, discordou João Carlos Madeira, sindicalista. “Ela”, no caso, é a governadora Yeda para quem, às 16h44min, no momento final da Marcha, os manifestantes mandaram um recado: “Governadora, ou a coisa melhora, ou em março tem greve geral dos servidores públicos”. (Maneco)

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