No passado dia 1 de Janeiro começou a
circular por vários meios de comunicação e agências de imprensa, entre
elas a espanhola EFE, a caluniosa e suposta ligação do EZLN com o
sequestro do político mexicano do Partido de Acção Nacional (PAN), Diego
Fernández y Cevallos. Esta informação baseava-se num “comunicado”
assinado por um tal Guerrero Balam no qual diz fornecer cinco sinais que
suportariam esta afirmação, sinais como o facto de os textos
presumivelmente enviados pelos sequestradores utilizarem palavras que
aparecem em comunicados zapatistas e o facto de Fernández de Cevallos
ter feito tudo o que esteve ao seu alcance, que foi muito, para impedir a
aprovação da Lei Cocopa e, com isso, o cumprimento dos Acordos de Santo
Andrés.
Implica, além disso, La Otra Campaña e
mais directamente a Rede contra a Repressão e pela Solidariedade, com o
argumento de que, buscando por esse nome na internet, aparecem
comunicados do mesmo estilo.
Não é a primeira vez
que alguns meios de comunicação se lançam em tentativas de desacreditar
os zapatistas, quem sabe se para abrir caminho a um incremento das
acções contra-insurgentes na zona. Por isso não surpreende o pouco rigor
com que se encaram e se tratam algumas supostas notícias.
No entanto, não é a primeira tentativa,
se bem que esta, tal como as anteriores, é tão grosseira que cai por si
só; no passado mês de Março de 2010, o jornal Reforma publicou
uma notícia, baseada também na informação de outro suposto zapatista,
que revelava o rosto oculto do Subcomandante Marcos, tendo-se verificado
ser o rosto, nunca oculto, de um italiano solidário que vive em
Chiapas.
Essa informação ruiu pelo seu próprio
peso, e agora tentam uma nova investida na esperança de que, desta vez,
se acredite neles e isso sirva para facilitar uma nova escalada de
agressões às comunidades zapatistas, ao mesmo tempo que se continua a
criminalizar e a reprimir todo o tipo de protesto, de luta social e de
inconformismo com as más e impunes práticas do governo mexicano, suas
instituições e seus esbirros.
Daqui da Europa e dos espaços solidários
e irmãos espalhados pelo mundo, queremos dizer aos companheiros e às
companheiras zapatistas que o seu trabalho digno, duro e diário,
incluindo o que já faziam antes desse 1 de Janeiro de 1994 que nos
iluminou a todos, continua a animar-nos nas nossas vidas e luta comum,
lá como cá, nos nossos diferentes países e por todo esse mundo que
pretendemos construir, juntas e juntos, pelo que, sem dúvida, podem
ficar seguros de que NÃO ESTÃO SOZINHOS.
Prestaremos especial atenção ao que possa acontecer nos próximos dias e semanas.
NÃO À MENTIRA, À MILITARIZAÇÃO, AOS
PARAMILITARES, ÀS AGRESSÕES, À CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS, AO
DESRESPEITO PELOS DIREITOS HUMANOS, AOS DESAPARECIMENTOS FORÇADOS, AOS
PRESOS DE CONSCIÊNCIA, AOS ASSASSINATOS, À IMPUNIDADE E, POR FIM, AO
TERRORISMO DE ESTADO NO MÉXICO !!
JÁ CHEGA !
VIVAM AS COMUNIDADES ZAPATISTAS!
VIVA O EZLN!
VIVA LA OTRA CAMPAÑA!
PRESOS POLÍTICOS, LIBERTAÇÃO!
VIVA O EZLN!
VIVA LA OTRA CAMPAÑA!
PRESOS POLÍTICOS, LIBERTAÇÃO!
Assinam:
Cedoz
Grupo IRU
Colectivo ALANA
EZLN - Exército Zapatista de Libertação Nacional - México
Grupo IRU
Colectivo ALANA
EZLN - Exército Zapatista de Libertação Nacional - México
Fonte: PassaPalavra
Nenhum comentário:
Postar um comentário